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GRUPO Nº 05
ORIENTADORA
_________________________
EDNA GONÇALVES
Licenciada em Fisioterapia
CAXITO, 2023
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM AMPUTAÇÃO
TRANSFEMORAL: UM ESTUDO NO CENTRO ORTOPÉDICO DE
REABILITAÇÃO POLIVALENTE DR. ANTÓNIO AGOSTINHO NETO DE VIANA
NO PERÍODO DE 2020-2023.
Marcelino C. Sucúpia
Maria D. Pacato
Maria G. Dumba
Maria J. Sengue
Marild C. Sabino
Miquelina M. Franco
Marta N. Siliveli
ORIENTADORA
_________________________
EDNA GONÇALVES
Licenciada em Fisioterapia
CAXITO, 2023
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM AMPUTAÇÃO
TRANSFEMORAL: UM ESTUDO NO CENTRO ORTOPÉDICO DE
REABILITAÇÃO POLIVALENTE DR. ANTÓNIO AGOSTINHO NETO DE VIANA
NO PERÍODO DE 2020-2023.
Banca Examinadora
Presidente___________________________ Assinatura_____________________________
Assinatura _________________________________________________________________
Assinatura _________________________________________________________________
Assinatura _________________________________________________________________
Data _____/_____/20____
FICHA CATALOGRÁFICA
ORIENTADORA
EDNA GONÇALVES
(Licenciada em Fisioterapia)
DEDICATÓRIA
Dedicamos o nosso trabalho, aos nossos pais, que nos ajudaram financeira e
psicologicamente, aos professores, pela partilha de ideias, seus conhecimento, suas
experiências, aos nossos excelentíssimos supervisores, pela ajuda que nos deram durante a
realização do nosso trabalho, pela atenção, amor, carinho, incentivo, ideias, e aprendizagem,
sem eles a realização deste estagio, pois sem eles nada seria possível, e nós mesmo pela força
de vontade de chegar até aqui.
II
AGRADECIMENTO
Endereçamos os nossos agradecimentos a Deus pelo fôlego da vida, aos nossos pais.
Agradecemos também aos nossos Professores que foram de grande ajuda na nossa
formação desde os professores do ensino de base aos do ensino médio, especialmente a nossa
orientadora, Professora Edna Gonçalves, por nos encorajar e ser um exemplo para nós, pelo
seu tempo e paciência na elaboração deste trabalho.
EPÍGRAFE
Autor desconhecido
IV
RESUMO
Introdução: Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 15% da população
mundial apresenta algum tipo de deficiência e, com o envelhecimento, esse número
aumentará. Globalmente, mais de 1 bilhão de pessoas precisam de pelo menos 1 produto ou
tecnologia assistiva. A previsão é que em 2030 esse número aumente em 100%. O trabalho
teve como objetivo trazer conhecimento aos pacientes, técnicos de saúde e demais pessoas
sobre amputação transfemoral, bem como a actuação da fisioterapia nos pacientes com esta
condição física. Metodo: trabalho de natureza básica, explorativo, bibliográfico e qualitativo.
Inclusão: estudos que apresentam título e resumo ligados ao tema, bem como os registos de
todos os pacientes com amputação tranfemoral atendidos no Centro Ortopédico de
Reabilitação Polivalente Dr. António Agostinho Neto de Viana no período de 2020 a 2023.
Exclusão: artigos que não falam sobre a amputação e amputação transfemoral e artigos não
científicos ou comprovados, igualmente os registos dos pacientes com amputação não
tranfemoral atendidos no Centro Ortopédico de Reabilitação Polivalente Dr. António
Agostinho Neto. Conclusão:
ABSTRACT
VI
LISTA DE FIGURAS
VIII
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... I
AGRADECIMENTO .............................................................................................................. II
EPÍGRAFE ............................................................................................................................ III
RESUMO................................................................................................................................ IV
ABSTRACT ............................................................................................................................. V
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS.................................................................... VI
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... VII
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS .............................................................................. VIII
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 Epidemiologia ................................................................................................................. 16
1.2 Problemática ................................................................................................................... 17
1.3 Pergunta de partida ......................................................................................................... 17
1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 18
1.4 Objectivos ....................................................................................................................... 18
1.4.1 Geral ........................................................................................................................ 18
1.4.2 Específicos ............................................................................................................... 18
1.5 Hipóteses ........................................................................................................................ 18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 20
2.1 Definição ........................................................................................................................ 20
2.2 Níveis de Amputação ..................................................................................................... 20
2.3 Incidência ....................................................................................................................... 23
2.4 Causas ............................................................................................................................. 23
2.5 Quadro Álgico ................................................................................................................ 25
2.6 Complicações ................................................................................................................. 26
2.7 Aspectos psicológicos .................................................................................................... 27
2.8 Tratamento ...................................................................................................................... 28
3 ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA .................................................................................. 29
3.1 Objetivos Da Fisioterapia ............................................................................................... 29
3.2 Conduta Fisioterapêutica ................................................................................................ 29
3.3 Orientações Fisioterapêuticas Gerais ............................................................................. 29
3.4 Tratamento Fisioterapêutico ........................................................................................... 30
3.4.1 Cinesioterapia .......................................................................................................... 30
3.4.2 Massoterapia ............................................................................................................ 31
3.4.3 Dessensibilização .................................................................................................... 31
3.4.4 Enfaixamento ........................................................................................................... 31
3.4.5 Eletrotermofototerapia ............................................................................................. 32
3.4.6 TENS ....................................................................................................................... 32
3.4.7 Laserterapia ............................................................................................................. 32
3.4.8 Hidroterapia ............................................................................................................. 32
3.4.9 Crioterapia ............................................................................................................... 33
3.4.10 Terapia do Espelho ................................................................................................ 33
3.5 Protetização .................................................................................................................... 33
3.5.1 Tipo de estrutura ...................................................................................................... 34
3.5.2 Tipo de encaixe........................................................................................................ 35
3.5.3 Sistema de Suspensão .............................................................................................. 37
3.5.4 Promotores de conforto ........................................................................................... 38
3.5.5 Conceção ................................................................................................................. 39
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 43
4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................ 43
4.2 Local de estudo ............................................................................................................... 43
4.3 População de estudo ....................................................................................................... 43
4.4 Amostra .......................................................................................................................... 43
4.5 Levantamento dos dados ................................................................................................ 43
4.6 Critérios de inclusão e exclusão ..................................................................................... 43
4.7 Procedimentos éticos ...................................................................................................... 44
4.8 Variáveis ......................................................................................................................... 44
4.9 Procedimentos de recolha de dados ................................................................................ 44
4.10 Procedimentos de análises e processamento de dados ................................................. 44
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 46
SUGESTÕES .......................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 48
ANEXOS
APÊNDICES
15
1 INTRODUÇÃO
Uma amputação pode ser entendida como a retirada total ou parcial de um membro,
sendo este um método de tratamento para diversas condições de saúde.
Outra descrição técnica sobre amputações de membros é de Celsus (25 a.C. - 50 d.C.),
segundo o qual as amputações eram feitas em planos mais proximais, em tecidos vivos, com
transecções ósseas, utilizando ligadura dos vasos por fios.
O século XIX ficou marcado pelas melhorias das técnicas de assepsia, anestesia, uso
de antibiótico e cicatrização e recuperação do coto. Foi durante a Segunda Guerra Mundial, na
década de 1940, que houve um avanço no processo de protetização. Nessa época se inicia a
proposta de reabilitação com foco na recuperação do coto, objetivando a independência e
visando proporcionar recuperação mais rápida ao paciente.
1.1 Epidemiologia
Em 2001, de acordo com Pooja et al. (2013), 21 milhões de pessoas viviam com
alguma deficiência. Este país emergente possui o senso de reabilitação baseado na
comunidade (CBR).
1.2 Problemática
Muitos desses pacientes e seus familiares não têm conhecimento sobre tudo que a
fisioterapia tem a oferecer para que o mesmo possa voltar as suas actividades normais,
continuar com a sua vida profissional e social. Não obstante disso, também nos deparamos
com a falta de trabalhos publicados referentes ao estudo dos pacientes com amputação
transfemoral em Angola.
1.3 Justificativa
1.4 Objectivos
1.4.1 Geral
1.4.2 Específicos
1.5 Hipóteses
H2: Por meio de técnicas e recursos técnicos que a fisioterapia oferece, o paciente ganhará
resistência, capacidade motora, força, mobilidade e equilibrio, tornando o paciente mais
independente e possibilitando o mesmo regressar as suas actividades diárias.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Definição
As amputações são classificados de acordo com o local de sua realização, sendo que em
membros inferiores(MMII) os principais tipos são: amputação parcial de pé, Syme, transtibial,
desarticulação de joelho, transfemoral, desarticulação de quadril e hemipelvictomia
(BOCCOLINI, 2000).
oferecem uma melhor qualidade de vida aos pacientes e devido ao menor gasto energético
durante a marcha, menor tempo de reabilitação, melhor feedback proprioceptivo e marcha
precoce. (LOPES, 2017).
O nível de amputação é uma decisão clínica do médico cirurgião. Este irá avaliar o
membro e realizar a tomada de decisão clínica do nível em que o membro deve ser amputado.
Quanto aos níveis amputação em membros inferiores, que estão representados na Figura 1,
podemos citar: Desarticulação do quadril, amputação transfemoral, desarticulação do joelho
(preserva-se a articulação do joelho) e amputação transtibial. Cada um desses níveis de
amputação apresenta subníveis onde, por exemplo, na amputação transfemoral pode ser
realizada no terço proximal, intermédio ou distal da diáfise do fêmur. (DE LUCCIA; DA
SILVA, 2003).
2.3 Incidência
Para Fernandes (2007), a maior incidência das amputações são as vasculopatias (75%
das causas em MMII) seguidas pelos traumas (20%) e tumores (5%). Para membros
superiores (MMSS), a maior causa são os acidentes de trabalho. Enquanto que as amputações
de membros inferiores de causa traumática, são causadas por acidentes de transito (LEITAO,
1995).
2.4 Causas
De acordo com Bocolini (2000) as amputações de acordo com sua etiologia são
classificadas em três tipos, congênitas o paciente já nasce com ausência de um membro ou
parte dele, traumáticas que são causadas por traumas violentos e vasculares decorrentes de
moléstias circulatórias, tumorais ou infecciosas.
O perfil das amputações mudou muito nos últimos tempos. Isso se deve ao advento de
novos medicamentos, à quimioterapia e radioterapia, à utilização de fixadores externos, de
câmaras hiperbáricas e às técnicas cirúrgicas de revestimento cutâneo entre outros. Nas
amputações de MMII, pode-se encontrar etiologias relacionadas a processos: vasculares,
neuropáticos, traumáticos, tumorais, infecciosos, congênitos e iatrogênicos.
Infecciosas: também têm sido menos frequentes em virtude dos grandes avanços
laboratoriais e do desenvolvimento dos medicamentos mais específicos. A meningite
meningocócica é uma amputação infecciosa clássica, caracterizada por lesões cutâneas
importantes que podem causar necroses das extremidades. As infecções também podem estar
relacionadas a processos traumáticos e infecciosos.
25
Um estudo realizado no Rio Grande do Sul, Brasil, com 288 pacientes, sendo 63
amputados bilaterais, demonstrou que a causa mais frequente da amputação neste grupo foi a
isquemia crítica, que o nível mais prevalente foi o transfemoral e que a taxa de mortalidade
era de 50%, quando ambas as amputações ocorriam com intervalos de 30 dias (LEITE, C.F.,
FRANKINI, A.D., DAVID, E.D., HAFFNER, J., 2004).
como uma situação clínica cuja sintomatologia álgica diversificada constitui um desafio para
a abordagem clínica e terapêutica do doente amputado com dor (CARVALHO, 2003).
A dor pode ser classificada de algumas formas, entre elas estão à dor aguda, dor
crônica em questão e a dor fantasma. Dor aguda é aquela de início comumente súbito, de fácil
localização, relacionada temporalmente à lesão causadora, e deve desaparecer durante o
período esperado de recuperação do organismo ao evento que a causa. A dor crônica,
considerada com duração maior que 3 meses, ou que ultrapassa o período usual de
recuperação esperado para a causa desencadeante da dor (alguns consideram a esse limite 6
meses).
Uma dor pode tornar-se crônica pelos mais variados motivos, mas ela certamente não
tem mais uma função de alerta ou defesa. Dor fantasma, definida como sensação dolorosa
referente ao membro perdido; a “dor no coto” é localizada na extremidade da amputação. A
dor fantasma é mais comum após amputação de membros superiores ou inferiores; mas não
impede que a dor apareça depois de retirada de qualquer outra região do corpo (CARVALHO,
2003; ROHFS; ZAZÁ, 2000).
2.6 Complicações
Da Costa Santos, Lee (2014) aborda que as amputações podem ocasionar algumas
complicações após o processo operatório, sendo elas as mais comuns: ulceração do coto,
edema, retração cicatricial, inflamações, infecções, neuromas, contraturas, isquemia, espiculas
ósseas, necrose, trombose venosa profunda, dor no coto e deformidade. Existindo também,
outras complicações indesejadas consecutivas da amputação, entre eles, a dor e sensação
fantasma, decorrente do estímulo mecânico ou pressão e menor fluxo sanguíneo no neuroma,
formado esse após a secção do nervo. Tais complicações podem aparecer de forma prematura,
como o evento da infecção, ou surgirem tardiamente: contraturas, dor no indivíduo (dor no
coto, dor e sensação fantasma), debilitação geral e uma situação psicológica deprimida.
Segundo Goubin (2018) ainda relata que entre as assimetrias posturais relacionadas com as
amputações podem estar: Discrepância entre o tamanho de membros, rotação/inclinação da
pélvis, retração de músculos do quadril, limitação em movimentos de inclinação lateral de
tronco e extensão de quadril. Outro fator importante a ser elucidado é a perda de função
sensoriomotora do membro, o que pode levar o indivíduo amputado a modificar suas
27
Para Probstner e Thuler (2006), a deficiência física, pode afetar a imagem corporal do
indivíduo, e uma vez alterada essa imagem de forma brusca se faz necessário à reintegração
desta imagem ao novo esquema corporal. Esta reintegração irá repercutir no próprio
autoconceito do amputado, sendo de fundamental importância que o amputado conte com
uma reconstrução positiva da imagem corporal.
De acordo com Ephraim et. al. (2003), o paciente que passa por um processo cirúrgico
de remoção de membros sofre modificações em sua vida, sendo afetado diretamente seu
comportamento e sua maneira de agir. Pacientes com amputação de membros inferiores
enfrentam desafios de se ajustar psicologicamente de algum modo à perda desse membro,
ajustar-se à deficiência física, podendo tornar-se incapacitado, afetando suas condições de
saúde e o seu bem-estar.
2.8 Tratamento
3 ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Segundo Vidal et al. (2004), a fisioterapia deve ser realizada logo após a amputação,
atuando no posicionamento correto no leito, dessensibilização do coto, exercícios ativo-
assistidos, ativo-livres e isométricos, uso de bandagens, exercícios de propriocepção, trabalho
do membro contralateral e membros superiores e treino de marcha. Tendo como objetivo a
manutenção da amplitude de movimento, aumento de força muscular, equilíbrio e adaptações
da marcha de acordo com a possibilidade do paciente, envolvendo orientação e condutas de
prevenção e reabilitação.
Para Gauthier-Gagnon et al. (2000), o tratamento deverá ser iniciado de forma precoce
para recuperação funcional, com objetivo de acelerar a protetização e o retorno às atividades.
De maneira específica, os objetivos visam cicatrização e redução de edema, manter ou
aumentar força muscular de ambos os membros, transferências e cuidados no leito, prevenir
contraturas articulares do membro residual ou qualquer membro, instrução nos cuidados do
membro residual e deambulação com muletas.
Segundo Diogo et al. (2003), são vários os fatores que devem ser considerados para
prescrição adequada de tratamento, como presença de múltiplas afecções, independência
funcional, autonomia, idade avançada, etiologia e nível de amputação, tempo de evolução
entre amputação e início da reabilitação. Devido a tais fatores, é fundamental um trabalho
multidisciplinar, que vise o desenvolvimento e participação ativa do paciente no seu
tratamento.
3.4.1 Cinesioterapia
3.4.2 Massoterapia
3.4.3 Dessensibilização
3.4.4 Enfaixamento
3.4.5 Eletrotermofototerapia
3.4.6 TENS
3.4.7 Laserterapia
3.4.8 Hidroterapia
3.4.9 Crioterapia
Uma técnica considerada nova que vem sendo estudada e aplicada entre os tratamento
com amputados é a Terapia do Espelho/ Mirror Box iniciada por Ramachabdra e Rogers-
Ramachadram, que consiste em dar ao paciente amputado um biofeedback visual, pois ocorre
a recodificação da imagem corporal tendo o membro perdido novamente no lugar, os
benefícios desta técnica vão de analgesia para o membro fantasma quanto a melhora do
controle motor (YILDIRIM; KANAN, 2016).
3.5 Protetização
Apesar dos aspetos positivos e negativos de cada uma delas, a escolha do tipo de
prótese a usar assenta sempre na satisfação das necessidades do amputado, tendo em conta os
seus aspetos físico e financeiro. São tidos em conta o grau de atividade e o peso do amputado,
o comprimento e as condições gerais do coto, a bilateralidade ou não da amputação, o meio
ambiente em que vive o amputado, o local de trabalho, hobbies e poder económico.
Existem ainda as próteses mioelétricas ou biónicas que são próteses funcionais que são
ativadas por uma bateria incorporada no encaixe, e elétrodos fixados na parede interna do
encaixe, e que ficam situados sobre pontos motores de músculos do coto ou de outras regiões
próximas.
Antes de 1950 o tipo de encaixe usado era um encaixe “plug fit” esculpido, em
madeira, com uma forma interior cónica. Foi após essa data que, como resultado do projeto
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levado a cabo pela Universidade da Califórnia, que visava o desenho de um encaixe que
preservasse alguma da musculatura remanescente após a amputação, surgiu o encaixe
quadrilateral. Mais tarde, devido às lacunas existentes no modelo quadrilateral, foi
desenvolvido o CAT-CAM (Contoured Adducted Trochanteric Controlled Alignment
Method) ou encaixe de contenção isquiática.
Encaixe quadrilateral: este encaixe, tal como o nome indica, possui um formato
quadrado quando visto de cima e apoia o osso ísquio a 90º, provocando assim algum
incómodo ao paciente. É composto por quatro paredes, cada uma delas com uma função
específica. A parede frontal posiciona o ísquio para o topo da parede posterior, permitindo um
espaço para o músculo reto da coxa e que seja feita uma pressão para trás. A parede interior
deve conter tecido mole entre as pernas. A parede lateral tem uma função crucial, controlar o
deslocamento lateral do fémur. A desvantagem do uso deste encaixe é do ísquio estar assente
na parede de trás que funciona como um ponto de apoio, permitindo que o fémur se desloque
de um lado para o outro e consequentemente o desenvolvimento de edemas e problemas
dermatológicos.
Figura 3-Encaixes quadrilateral (a) e de contenção isquiática (b) para próteses transfemorais
37
Para além destes dois tipos de encaixe mencionados anteriormente, os mais comuns,
existem ainda outros, menos usados, ainda que inovadores, como é o caso do Marlo
Anatomical Socket (MAS®), do NU-FlexSIV Socket ou do encaixe SiOCX TF.
O sistema de suspensão por pino, o liner com pino, revela-se mais adequado para cotos
curtos e pessoas com alto nível de atividade, casos em que a necessidade de estabilização é
grande. É usado um pino de metal que se prolonga distalmente a partir do liner e bloqueia
numa cavidade na parte inferior do encaixe. Existem mais de uma centena de pinos e cada um
deles possui determinadas caraterísticas, permitindo escolher o que se adequa mais para um
paciente em específico.
A suspensão por sucção permite uma maior liberdade de movimentos, maximiza o uso
dos músculos remanescentes do membro residual e proporciona mais conforto, através da
excelente estabilidade, e da boa aparência cosmética quando comparada com os Silesian belt
ou as bandas pélvicas [40]. Porém, este tipo de suspensão depende muito de contacto total, e
assim, alterações repentinas podem levar à insuficiência na sucção. Este tipo não é adequado
para os amputados que têm flutuação de volume do membro residual, pois aquando da
mudança de volume o ajuste e a suspensão do encaixe diminuem.
Apesar do frequente uso do termo conforto, não existe uma definição profusamente
aceite do mesmo. Quando se associa este termo a amputados transfemorais faz-se referência a
dois grupos: a reabilitação do paciente e as interações entre o membro residual e o encaixe da
prótese. Na reabilitação do paciente, o conforto é uma subescala do bem-estar físico e social
da qualidade de vida do individuo, que representa o grau de reabilitação. A sua medida é feita
com base na independência que a pessoa apresenta em desempenhar as atividades do
quotidiano.
Figura 4-Liners
Dado que o ajuste da prótese está diretamente relacionado com a condição do coto e as
capacidades do utilizador, existem alguns fatores (variáveis) internos no encaixe que devem
ser controlados por forma a que este seja o mais correto possível. Posto isto, é notório que a
aplicação de algum tipo de tecnologia para a saúde, capaz de monitorizar a transpiração, o
movimento da pessoa e a fricção mecânica que provoca as irritações na pele, seria uma
maisvalia no aumento da qualidade de vida do amputado.
3.5.5 Conceção
Para a laminagem (processo para obter o positivo do encaixe final) do encaixe são
bastante usadas as fibras de carbono devido à sua elasticidade e resistência ao stress e à sua
compatibilidade com as resinas de acrílico, de epóxido e de poliéster. Para a confeção dos
liners, geralmente é usado o silicone dada a estabilidade térmica do mesmo, a resistência ao
envelhecimento, o poder hidrófugo, a resistência à oxidação e a elasticidade que lhe permite
acompanhar o contorno o movimento da pele no coto.
4 METODOLOGIA
4.4 Amostra
O critério utilizado como meio de inclusão serão os estudos que apresentam título e
resumo ligados ao tema, bem como os registos de todos os pacientes com amputação
44
Serão utilizados como critério de exclusão todos os artigos que não falam sobre a
amputação e amputação transfemoral e artigos não científicos ou comprovados, igualmente os
registos dos pacientes com amputação não tranfemoral atendidos no Centro Ortopédico de
Reabilitação Polivalente Dr. António Agostinho Neto.
4.8 Variáveis
Os dados serão processados no programa word 2010, após leitura analítica com a
finalidade de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, e pelo Excel onde serão
apresentadas em forma de gráficos, de forma que estas possibilitem a obtenção de resposta ao
problema da pesquisa.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SUGESTÕES
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS