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O termo necessidade nutricional pode ser definido como Já o termo recomendações nutricionais refere-se
quantidades de nutrientes e de energia disponíveis nos à quantidade de nutrientes que deve ser ingerida
alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para: por meio da dieta..

satisfazer suas necessidades prevenir sintomas . . e cujo valor satisfaça às necessidades


fisiológicas normais de deficiências individuais de 97,72%..

. .de uma população


saudável.

As necessidades humanas de energia e proteína têm sido


estabelecidas pela Food and Agriculture Organization (FAO)

Atualmente, utilizam-se os valores de ingestão dietética de


referência (DRI – dietary reference intakes)

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CUPPARI, 2019.
• Necessidade média estimada (EAR - estimated average requirement);
• Ingestão dietética recomendada (RDA - recomended dietary allowance);
• Ingestão adequada (AI - adequate intake);
• Nível máximo de ingestão tolerável (UI - tolerable upper intake level).

INDIVIDUAL
EAR - utilizada para verificar a possibilidade de GRUPO
inadequação do consumo EAR - utilizada para estimar prevalência de
Al - uma ingestão neste nível tem baixa inadequação de consumo em determinado grupo
probabilidade de inadequação Al - uma ingestão média neste nível implica baixa
UL - utilizado para verificar a possibilidade de frequência de inadequação
consumo excessivo. Uma ingestão acima deste nível UL - usado para estimar a frequência de níveis de
tem risco de efeitos adversos ingestões sujeitos a risco de efeitos adversos
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CUPPARI, 2019.
Os quatro conceitos foram elaborados a partir da
relação entre o consumo alimentar e o aumento do Os valores das RDA são obtidos a partir de
risco para o desenvolvimento de DCNTs. evidências científicas consistentes e confiáveis.

INDIVIDUAL
GRUPO
RDA - meta de ingestão
EAR - utilizada em conjunto com a medida de
Al - meta de ingestão
variabilidade da ingestão do grupo para
UL - utilizado como um guia para limitar o consumo
estabelecer metas para o consumo médio de
de nutrientes, uma vez que a ingestão crônica de
uma população específica
quantidades elevadas pode aumentar o risco de
efeitos adversos.
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A EAR representa o valor de ingestão de um Já a RDA é o nível
nutriente estimado para cobrir as necessidades de ingestão dietética suficiente para cobrir as
de 50% dos indivíduos saudáveis de necessidades de quase todos os indivíduos
determinada faixa etária, estado fisiológico e saudáveis (97 a 98%) de determinada faixa
sexo. etária, estado fisiológico e sexo.

A AI é o nível de ingestão de nutrientes a ser O UL é o nível mais alto de ingestão diária de


utilizado em substituição à RDA quando nutrientes isento de risco de efeitos
as evidências científicas não são suficientes adversos à saúde para quase todos os
para o cálculo da necessidade (EAR). indivíduos de uma população.

É importante ressaltar que o UL não é um nível de ingestão


recomendável, uma vez que se questionam os benefícios do consumo
de nutrientes acima dos valores de RDA ou AI.
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A proteína, principal componente estrutural das
células do corpo humano, desempenha funções
enzimática, carreadora de transporte nas membranas
celulares, moléculas transportadoras no sangue,
hormônios, além de seus componentes aminoácidos
servirem como precursores de ácidos nucleicos,
hormônios, coenzimas, entre outros.

RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS
Atualmente vigoram as Para homens e mulheres EAR - 0,66g/kg/dia
recomendações de proteínas Para homens e mulheres RDA – 0,8g/kg/dia
previstas pelas DRI, publicadas pelo EAR – 0,6 a 0,75 g/kg/dia (ou adicional de 21
IOM, em 2002. Para gestantes g/dia) e 1,05 g/kg/dia (ou adicional de 21,2 g/dia)
durante a lactação.
RDA - 1,1 g/kg/dia (ou adicional de 25 g/dia)
Para gestantes durante a gestação
e a lactação
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O principal papel dos carboidratos na dieta é prover
energia para as células, especialmente do cérebro, que
é o único órgão glicose-dependente. A RDA, calculada
com coeficiente de variação de 15% da EAR, foi
estabelecida em 130 g/dia para adultos e idosos.

O critério utilizado pelo IOM (2002) para


estimar a necessidade média de 100 g/dia A RDA, calculada com coeficiente de variação de
de carboidrato para homens e mulheres 15% da EAR, foi estabelecida em 130 g/dia para
com idade superior a 19 anos foi baseado na adultos e idosos. Para lactantes, considerou-se o
quantidade mínima necessária para prover conteúdo de lactose do leite materno, ficando a EAR
glicose suficiente para as células cerebrais. estabelecida em 160 g/dia e a RDA em 210 g/dia.
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Orienta-se que dietas tenham o menor conteúdo
possível de colesterol, ácidos graxos trans e
gorduras saturadas, tendo em vista as correlações
positivas da ingestão desses tipos de lipídios e o
aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Os lipídios são a maior fonte de


energia do organismo e são
necessários para a absorção de
vitaminas lipossolúveis e carotenoides.

RECOMENDAÇÃO DE LIPÍDIOS – 20 A 35%


A FAO (2010) recomenda que a ingestão total de
ácidos graxos saturados não ultrapasse 10% do valor
calórico total (VCT) da dieta, e que sejam substituídos
por PUF ômega 3 e ômega 6.

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Caloria, também chamada pequena caloria, é a
A quilocaloria equivale a mil calorias
unidade padrão para medir calor. Ela é definida
como a quantidade de energia calorífica
necessária para elevar de 14,5 a 15,5°C a
temperatura de 1 grama de água.

O joule é uma unidade de medida de calor Como o calor é um dos resultantes da energia
mecânico que equivale a 4,1855 kcal (cerca liberada pelo corpo, a caloria e o joule
de 4,2 kcal). são utilizados como unidades de medidas da
energia produzida.

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A fonte primária de energia é o sol. Muitos Ao passo que os organismos hetero - entre
organismos autotróficos são fotossintéticos e eles o ser humano – obtêm por meio da
obtêm da luz solar a energia de que precisam degradação de nutrientes organicos
biossintetizados pelos autotróficos, pelo
consumo dos alimentos, o que configura uma
das etapas da cadeia alimentar.

Liberadores de energia: Produtos finais:


aminoácido ácido graxo + Liberação de ATP
CO2
glicerol glicose H2O
Armazenadores de energia: NH3
proteína triglicerídeo Consumo de ATP
glicogênio Moléculas precursoras:
Aminoácido ácido graxo +
glicerol glicose
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UTILIZAÇÃO DO ALIMENTO COMO FONTE DE ENERGIA

Com exceção de alguns alimentos como o açúcar (fonte exclusiva de carboidratos) e o óleo
(fonte exclusiva de lipídios), praticamente todos os alimentos possuem na sua composição
carboidratos, lipídios e proteínas. Entretanto, para que a energia disponível nesses nutrientes
seja utilizada, é necessário que eles passem antes por três etapas básicas: digestão,
absorção e metabolismo.

UTILIZAÇÃO DO ALIMENTO PARA ARMAZENAMENTO DE ENERGIA


O organismo é extremamente econômico no que diz respeito ao uso do substrato
energético disponível. Já está bem estabelecido que mesmo no período pós-absortivo
o organismo utiliza para oxidação apenas a quantidade de nutrientes necessária para
suprir suas necessidades fisiológicas.

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CALORIMETRIA DIRETA
Provavelmente é o método de maior acurácia para medida do gasto energético
(1 a 2% de erro), pois por meio desse método o calor gerado pelo organismo é
obtido de forma direto - o indivíduo permanece confinado em uma câmara
metabólica durante a realização da medida, de forma que ela não reflete o
gasto energético de 24 horas usual.

ÁGUA DUPLAMENTE MARCADA


Por meio deste método é possível aferir o
CALORIMETRIA INDIRETA gasto energético de 24 horas de um
Também apresenta boa acurácia (2 a 5% de erro) e individuo enquanto ele exerce suas
estima, por meio de um equipamento específico, o calor atividades usuais. Este método consiste na
gerado pelo organismo a partir da mensuração do oxigênio utilização de uma água marcada com
(O) consumido, do dióxido de carbono (CO,) produzido e do formas estáveis de isótopos (H,O18) que é
nitrogênio urinário excretado por determinado período. administrada por via oral.
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Avalia-se a ingestão alimentar; realiza-se o planejamento
dietético, pondera-se se o plano foi implementado com sucesso
e, se necessário, ajusta-se o plano; repete-se o processo.

INGESTÃO ALIMENTAR NECESSIDADE NUTRICIONAL

Avaliação da ingestão alimentar Planejamento dietético

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Na prática clínica, o profissional deve utilizar a
variedade de informações às quais tem acesso,
incluindo a história clínica, dietética e psicossocial, os
dados antropométricos e bioquímicos.

Podem ser utilizados métodos como o O questionário de frequência alimentar estima a dieta
registro alimentar (RA) e o recordatório habitual e é frequentemente utilizado em estudos
alimentar de 24 horas (R24h) aplicados epidemiológicos para classificar os indivíduos segundo
múltiplas vezes em dias não consecutivos. níveis de ingestão de nutrientes, para posterior análise
de tendência de risco segundo o grau de exposição.
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Mulher em Indica-se o consumo de 400 q/dia de ácido fólico. A RDA para
idade fértil ferro considera um acréscimo de cerca de 2,5 mg/dia para suprir
as perdas menstruais.
Indivíduo tem alguma condição especial?

Fumante Necessita de um acréscimo de vitamina C de 35 mg/dia

Vegetariano A necessidade de ferro é 1,8 vez maior por causa da


biodisponibilidade do ferro presente nos vegetais
SIM
Mais de Indica-se suplementação ou consumo de alimentos fortificados
50 anos com vitamina B12 para que esses indivíduos atinjam a RDA

Atleta A necessidade média de ferro pode ser 30 a 70% acima


do indicado para indivíduos não atletas

Outras Identificar os nutrientes alterados pela condição e


NÃO condições adequar à condição específica

Usar a RDA ou Al indicadas para a idade e o sexo do


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- Protegido por manter-se abaixo da UL 21
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tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas,
hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e
estresse, que concorrem para a crescente epidemia
O padrão de morbimortalidade mundial permite
de obesidade, hipertensão arterial, diabete e
apontar o estilo de vida moderno como fator
dislipidemias.
importante na etiologia de grande parte das doenças
da atualidade, em decorrência de situações

A fim de melhorar o consumo alimentar e os hábitos de vida


da população, diversos países vêm desenvolvendo guias
alimentares como estratégia para representar as
recomendações nutricionais em mensagens ao público.

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CUPPARI, 2019.
1 Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
2. Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias
3. Limitar o consumo de alimentos processados
4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
5. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
6. Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que sirvam refeições feitas na hora
10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em
propagandas comerciais

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CUPPARI, 2019.
E importante ressaltar a regionalidade do padrão
alimentar brasileiro, indicando que, em função dos
hábitos alimentares locais, é importante a adaptação
do modelo proposto em relação aos grupos de
alimentos sugeridos para as refeições.

Processo para facilitar a evolução de outra pessoa,


auxiliando-a a resolver dificuldades alimentares e a
potencializar seus recursos pessoais por meio de
estratégias individualizadas que estimulem a
responsabilidade para o autocuidado, combinando
conhecimentos nutricionais.

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CUPPARI + IFMT, 2019.
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ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA
Os ácidos graxos de cadeia longa são aqueles que possuem de
14 a 22 átomos de carbono na cadeia carbônica e podem ser
saturados ou insaturados. Aqueles com propriedades funcionais
são os ácidos graxos insaturados. Os mais comumente
encontrados na natureza e com propriedades funcionais são
os ácidos palmitoleico (C16:1 w-7) e oleico (C18:1 w-).

PROTEÍNAS FIBRA ALIMENTAR


O fornecimento de um aporte alimentar adequado As fibras alimentares podem ser definidas de
em proteína é essencial para manter a integridade várias maneiras de acordo com a técnica analítica
da célula e de suas funções. É fundamental utilizada para sua detecção e com suas
considerar a quantidade e a qualidade da proteína características nutricionais e fisiológicas. Algumas
ingerida, sendo que a qualidade nutricional de uma das fibras alimentares, estão relacionadas à
proteína é determinada pela qualidade e quantidade redução do tempo de trânsito intestinal e do
dos seus aminoácidos constituintes. aumento do bolo fecal.
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PROBIÓTICOS
Os probióticos são microrganismos vivos que habitam o CAROTENOIDES
trato gastrintestinal e quando administrados em O betacaroteno é o carotenoide com maior
quantidades adequadas, conferem efeitos benéficos à atividade provitamina A. Esses compostos
saúde do hospedeiro por meio de sua interação com vias vem se destacando na prevenção de alguns
metabólicas e com o sistema imune.. Ex.: Lactobacillus, tipos de câncer (como cancer de pulmão,
Bifidobacterium, Enterococcus mama, cavidade oral, cólon e reto), e
catarata,

VITAMINAS E MINERAIS
As vitaminas e os minerais são compostos orgânicos que participam de importantes
processos celulares, podendo atuar como cofatores enzimáticos em diferentes reações
bioquímicas, como antioxidantes ou oxidantes, modulando o balanço oxidativo, entre outras
funções. A vitamina E apresenta o maior potencial antioxidante dentre as vitaminas lipossolúveis
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FLAVONÓIDES
Os flavonoides são um grupo de moléculas polifenólicas geradas no metabolismo secundário de
plantas como forma de proteção contra patógenos e predadores.

Dentre os flavonoides, pode-se citar uma hierarquia em relação ao potencial antioxidante:


morina › kaempeferol > quercetina > fisetina > apigenina > luteolina > catequinas > crisina.

ALIMENTOS COM PROPRIEDADES


FUNCIONAIS NA REDUÇÃO DO RISCO DE
DOENÇAS CRÔNICAS

Soja Frutas e hortaliças


Azeite de oliva extra virgem Feijao Cha verde e cha mate
Peixes e óleo de peixe Yacon Canela e cúrcuma
Oleaginosas Vegetais brássicos Alho e cebola
Linhaca Berries brasileiras Cacau e chocolate
Chia e sorgo Laticinios Uva e vinho tinto
Licenciado para - Fabíola Leal Ferreira - 02417350769 - Aveia
CUPPARI, 2019. Protegidoeporpsyllium
Eduzz.com Kefir 29
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DEFINIÇÃO MEDIDAS MAIS UTILIZADAS NA
É a medida do tamanho corporal e AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
de suas proporções, configurando- O peso, a estatura, as pregas cutâneas
se como um dos indicadores diretos (bicipital, tricipital, subescapular e
do estado nutricional. suprailíaca) e as circunferências de braço,
cintura, quadril, abdome e panturrilha.

PESO
É a soma de todos os
componentes corporais e
reflete o equilíbrio proteico
energético do individuo. Porcentagens do peso correspondentes a
cada segmento do corpo.
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O indivíduo deve estar em posição supina ou sentado o mais próximo
possível da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em
ângulo de 90° 0 comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da
perna na altura do joelho pode ser medido utilizando uma régua de medir
Altura do crianças ou com um calibrador específico. Esse método é indicado
joelho principalmente para utilização em idosos e obtido, de acordo com o sexo,
por meio das seguintes equações de Chumlea (1985);
- Homens: [64,19 - (0,04 x idade) + (2.02 × altura do joelho em cm)]
É medida utilizando-se o estadiómetro - Mulheres: [84,88 - (0,24 × idade) + (1,83 × altura do joelho em cm)]
ou o antropômetro.
Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo de 90° com o
Extensão
corpo. Mede-se a distância entre os dedos médios das mãos utilizando-se
dos braços
uma fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa de
O indivíduo deve ficar em pé, estatura do indivíduo
descalço, com os calcanhares
juntos, as costas retas e os braços
estendidos ao lado do corpo. O indivíduo deve estar em posição supina e com o leito horizontal completo.
Estatura Marca-se o lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no
recumbente lado direito do indivíduo com o auxílio de um triângulo e mede-se a distância
entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível

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Considerando-se que o IMC não
distingue o peso associado ao
músculo ou à gordura corporal,
torna-se importante investigar a
IMC PARA IDOSOS composição corporal; além disso,
é recomendável a interpretação
dos pontos de corte de IMC em
associação com outros fatores
de risco.

IMC PARA ADULTOS

É um indicador simples de estado


nutricional calculado a partir da
seguinte fórmula: peso atual
(kg)/estatura (m)2.

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CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
Circunferência do braço + de gordura do braço
Estudos recentes têm recomendado a
Pregas cutâneas
medida isolada da circunferência da cintura
(CC), tendo em vista que se correlaciona
fortemente com o IMC e parece predizer
melhor o tecido adiposo visceral que a
razão cintura-quadril (RCQ).

INSTRUÇÕES GERAIS PARA A AFERIÇÃO DAS PREGAS CUTÂNEAS


Identificar e marcar o local a ser medido; segurar a prega formada pela pele e pelo
tecido adiposo com os dedos polegar e indicador da mão esquerda a 1 cm do ponto
marcado; pinçar a prega com o calibrador exatamente no local marcado; manter a prega
entre os dedos até o término da aferição; realizar a leitura no milimetro mais próximo
em cerca de 2 a 3 segundos; utilizar a média de três medidas.
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PRINCIPAIS PROTEÍNAS SÉRICAS
• Circunferência de quadril UTILIZADAS NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
• Razão cintura-quadril
• Diâmetro abdominal sagital Albumina – vida media: 18 a 20 dias – função
• Bioimpedância elétrica de manter a pressão coloidosmótica do plasma;
carrear pequenas moléculas

Transferrina – vida media: 07 a 8 dias –


função de Transportar ferro do plasma

Pré-albumina - vida media: 2 a 3 dias –


função de Transportar hormônios da tireoide,
mas geralmente é saturada com a proteína
PARAMETROS BIOQUÍMICOS carreadora do retinol e com a vitamina A
• proteínas plasmáticas
• índice creatinina-altura Proteína transportadora de retinol – vida media:
• avaliação da competência imunológica 10 a 12 horas – função de Transportar a
• contagem total de linfócitos ou linfocitometria vitamina A na forma retinol. Está ligada em
testes cutâneos quantidade equimolar à pré-albumina
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EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO GLOBAL SUBJETIVA:
Cabelo, olhos, boca, Inicialmente desenvolvida para avaliar o
glândulas, pele, unhas, estado nutricional de pacientes hospitalizados
tecido subcutâneo, tórax, no pós-operatório, a avaliação global subjetiva
sistema gastrointestinal vem sendo largamente utilizada em diversas
condições clínicas. Baseia-se na história clínica
e no exame físico do indivíduo. A história
MÉTODOS PROSPECTIVOS clínica consiste em abordar aspectos como a
Registro alimentar estimado; redução de peso nos últimos 6 meses,
Registro alimentar pesado; alterações na ingestão dietética, presença de
sintomas gastrintestinais (náuseas, vômitos,
diarreia e anorexia) e capacidade funcional
relacionada ao estado nutricional,
MÉTODOS RETROSPECTIVOS
Recordatório 24 horas;
Questionário de frequência alimentar;
História dietética.

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Segundo Snetselaar (1997), em 1945 já se discutia a "psicologia da dieta e
da nutrição", recomendando, o que era não convencional na época:
conhecer a personalidade do paciente e suas questões psicológicas;
eliminar a tensão emocional; ajudar o paciente a conhecer suas limitações.

ALIMENTAÇÃO
está relacionada com prazer, frustração, ansiedade,
Os estudos iniciais sobre esse modelo de processo
controle, agressividade, culpa, reparação e punição.
de ajuda tiveram resultados promissores, incluindo a
Nos transtornos alimentares isso é visto de uma
eficácia no controle de doenças crônicas e no
maneira bem clara, mas mesmo em pacientes sem
encorajamento dos pacientes.
transtorno alimentar isso também pode ocorrer
e precisa ser identificado pelo terapeuta nutricional.
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Os pacientes que procuram aconselhamento nutricional não esperam do terapeuta nutricional
uma solução imediata para os seus problemas, eles buscam também receptividade e
acolhimento. É importante mudar o foco do "prescrever" para o "guiar", que, segundo Katrina e
Kellog (1996), significa que é preciso trabalhar com o processo e não apenas com o conteúdo.
Conteúdo é o objeto da conversa. Processo é a dinâmica da interação.

Diante da necessidade de acrescentar conhecimentos Quando se deseja ser um terapeuta nutricional


advindos de outras ciências como a psicologia, é deve-se ter em mente que o essencial da
fundamental que os profissionais que desejam formação acontecerá fora da graduação, ou
trabalhar nessa abordagem tenham um certo quem sabe durante, desde que outros estudos
sejam buscados de maneira paralela.
treinamento para desenvolver suas habilidades.
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SÍNDROME METABÓLICA
DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA
A obesidade abdominal pode
Sua prevalência aumenta significamente em pessoas com
piorar a resistência à insulina e
obesidade. Sugere-se que a resistência à leptina, que pode ocorrer
levar o quadro de SM. A sua
na obesidade, promova esteatose hepática e esteato-hepatite.
prevalência está associada ao
aumento da obesidade e ao
envelhecimento da população,
associados aos maiores níveis de
pressão arterial e glicemia.

APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO


O fator de risco mais importante para a AOS é a obesidade,
em especial a gordura localizada no pescoço. Efeitos de
adipocinas no pulmão e efeitos mecânicos na colapsibilidade das
vias aéreas superiores contribuem para essa associação.
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ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
As pregas cutâneas são úteis para determinar os
IMC depósitos de gordura subcutânea. Os locais que
Não distingue a proporção refletem melhor adiposidade são: tricipital, bicipital,
entre a massa gordurosa e a subescapular, suprailíaca e parte superior da coxa.
muscular, nem a distribuição de
gordura. Em geral, para adultos
<40 anos, aceita-se um IMC
entre 20 e 25kg/m², e até
27kg/m² para idosos.

CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL
Pode promover correlação entre
localização anatômica da gordura e riscos A antropometria tem objetivo de
a saúde. Os pontos de corte determinam determinar a massa, a localização, a forma,
risco de obesidade em >90 para o tamanho e o grau de adiposidade, além de
mulheres e >80 para homens. estimar o risco relativo de enfermidade.
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O tratamento clinico necessita da integração das OBESIDADE (ESTÁGIO 2)
diversas especialidades sempre com o objetivo de
garantir melhora na qualidade de vida e nos Adoção de uma alimentação saudável,
parâmetros clínicos, metabólicos e nutricionais. prática de atividade física e intervenções
comportamentais, associados à ingestão
de medicamentos para a perda de peso.
PESO NORMAL
Sugere-se um estilo de vida
saudável, através de um
plano dietético saudável e a
prática de atividade física.

SOBREPESO (ESTÁGIO 0) OBESIDADE (ESTÁGIO 1)


Avaliar a presença ou ausência de Adoção de estilo de vida saudável, através de um
complicações relacionadas à adiposidade e a plano dietético saudável, prática de atividade física
gravidade das complicações, além de adotar e intervenções comportamentais. Os medicamentos
um estilo de vida saudável com um plano para perda de peso podem ser considerados caso
alimentar hipocalórico. a terapia de mudança de hábitos falhe.
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ENTREVISTA MOTIVACIONAL AUTOMONITORAMENTO
Tem o objetivo de trazer à consciência Registrar alimentos ingeridos (por foto ou texto) e o
as principais motivações que o individuo contexto em que a refeição foi realizada, a fim de
possui para aderir ao tratamento. identificar possíveis sabotadores
da adesão ao tratamento.

COMER INTUITIVO
Baseia-se em 10 princípios para
estimular a relação saudável
com a comida e conhecer as
sensações físicas e emocionais
ligadas a alimentação.
COMER COM ATENÇÃO PLENA
CONTROLE DE ESTÍMULOS Dar atenção ao comer (desde a escolha e o preparo
Controlar os principais fatores que dos alimentos até o ato de comer) sem julgar ou
interferem negativamente na perpetuação criticar as sensações físicas e emocionais, para
dos transtornos comportamentais. otimizar a habilidade de autorregulação e contribuir
para a mudança de hábitos alimentares.
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Não se recomendam dietas de BAIXO VALOR ENERGÉTICO
menos de 400kcal/dia, nem o jejum Planos que proveem entre 800 e
total (menos de 200kcal/dia). 1200 kcal ou entre 10 e 19 kcal/kg
peso desejável/dia. É indicado se
CONTEÚDO ENERGETICO após um período razoável com um
Aconselha-se reduzir plano moderado não conseguiu
progressivamente a ingestão diminuir peso.
entre 500 e 1000 kcal/dia em
relação ao valor de consumo
obtido na anamnese.

CONTEÚDO IDEAL DE NUTRIENTES


Carboidratos 55 a 60%, proteínas 15 a 20%
(não menos que 0,8g/kg de peso desejável/dia), MUITO BAIXO VALOR ENERGÉTICO
gorduras 20 a 25%, com 7% de saturadas, Planos que promovem menos de
10% poli-insaturadas e 13% de monoinsaturadas. 800kcal/dia ou menos de 10kcal/kg de
Além disso, manter o consumo de fibras entre peso desejável/dia. Deve ser aplicado
20 e 30g/dia e evitar álcool. por períodos curtos (3 a 4 semanas).
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CARBOIDRATOS FIBRAS
A OMS não recomenda ingestão de glicose inferior a Aconselha-se o consumo de
130g/dia, por ser uma fonte de substrato energético 30 a 50 g/dia de fibras,
cerebral. A ingestão de sacarose não deve ultrapassar sendo a recomendação
5% do valor energético total (VET) diário. mínima de 14 g/1000 kcal.

PROTEÍNAS
1 a 1,5 g/kg de peso/dia ou
15 a 20% de calorias totais
beneficia o controle glicêmico NUTRIENTES RECOMENDAÇÃO
e promove saciedade. Carboidratos 45 a 60% do VET
Sacarose Até 5% do VET
Gorduras Totais 20 a 3% do VET
LIPÍDEOS AG Saturados <6% do VET
Deve ser priorizada a oferta Colesterol <300mg/dia
de ácidos graxos insaturados. Proteínas 15 a 20% do VET

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O método prioriza o total de CHO consumidos por
refeição, considerando que a quantidade é o maior SUBSTITUIÇÕES
determinante da resposta glicêmica pós-prandial. Os alimentos são agrupados em uma
lista de equivalentes, na qual cada
BOLUS DE CORREÇÃO porção de alimento corresponde a
Sabendo os conceitos de bolus aproximadamente 15g de CHO.
alimentar, fator sensibilidade e
meta glicêmica pré-prandial,
determina-se o bolus de correção:

Glicemia atual – meta glicêmica pré-prandial


_______________________________________________________________________________________________________

Fator sensibilidade Bolus alimentar: é a relação entre a quantidade de


insulina rápida ou ultrarrápida a ser aplicada e a
quantidade de CHO da refeição.
CONTAGEM EM GRAMAS DE CHO
Fator sensibilidade: representa o quanto 1 unidade
Deve-se somar a quantidade de CHO da refeição de insulina rápida ou ultrarrápida reduz, em
e ajustar a dose de insulina necessária para mg/dL, a glicemia.

cobrir as porções consumidas. 1 unidade de Crianças: 1 unidade de insulina rápida ou


ultrarrápida cobre 20 a 30g de CHO.
insulina rápida ou ultrarrápida cobre 15g de CHO.
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HIPOGLICEMIA SINTOMAS DE HIPERGLICEMIA
É a complicação aguda mais frequente Os seus sintomas são poliúria, polidipsia, perda
em pessoas com diabete tipo 1 (50 – 70 de peso, algumas vezes polifagia e visão turva.
mg/dL). Sintomas: tremor, palpitação,
fome, mudanças de comportamento,
confusão mental, convulsões e coma. HIPERGLICEMIA E CETOSE
Deve-se manter o aporte
suficiente de CHO e hidratação.
Recomenda-se a ingestão de 45
a 50g de CHO a cada 3-4 horas.

HIPERGLICEMIA E USO
TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL
Sua forma leve deve ser tratada com 15g de CHO de Deve-se evitar a hiperalimentação.
rápida absorção. No caso de hipoglicemia grave, se o Fórmulas específicas para diabete, com
paciente estiver consciente, a quantidade de CHO menor proporção de CHO (33 a 40%) e
deve ser dobrada e dever ser ofertados 30g de CHO maior proporção de ácidos graxos e
de rápida absorção: mel, açúcar ou CHO em gel. fibras, podem ser boas alternativas.
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Existem mulheres que desenvolvem TRATAMENTO
diabete durante a gestação, o chamado Inicialmente consiste em orientação alimentar
diabete melito gestacional, e as mulheres que permita o ganho de peso adequado, controle
que já apresentavam diagnóstico prévio. metabólico e monitoramento das glicemias
capilares pré e pós-prandiais.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Por meio de curvas que considerem
a idade gestacional, o peso atual e
a estatura. O plano alimentar deve
focar nas necessidades nutricionais
do trimestre e da gestação.

DISTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA
Visa permitir o ganho de peso em RECOMENDAÇÕES
torno de 300 a 400g/semana, a Deve-se distribuir as calorias entre lanches e refeições
partir do segundo trimestre. 40 a maiores, para evitar hiperglicemia, hipoglicemia ou cetose,
55% de CHO, 15 a 20% de PTN e hidratar-se adequadamente, além do consumo de fibras e
20 a 35% de gorduras. suplementação com ácido fólico.
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O plano nutricional deve ser individualizado e ABORDAGEM NUTRICIONAL
considerar, além do perfil glicêmico, os aspectos Deve garantir adequação dietética e
cognitivos, socioeconômicos e culturais, como a contagem de CHO em casos de
capacidade funcional do idoso. insulinoterapia intensificada.. O aporte
energético-proteico deve estar em
equilíbrio, evitando a perda de peso
involuntária e deficiências nutricionais.

IMPACTO NO ESTADO NUTRICIONAL


Aumento do tecido adiposo, redução da massa CONTROLE GLICÊMICO
muscular, perda progressiva de força e/ou função Deve estar focado na preservação da
muscular (sarcopenia), diminuição da função capacidade funcional e na preservação
gastrointestinal e da percepção sensorial, de complicações crônicas e/ou
associadas à inabilidade na mastigação, disfagia, e agudas, tal como declínio cognitivo,
presença de doenças que interferem no apetite. além dos cuidados gerais.
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DESNUTRIÇÃO SOBREPESO E OBESIDADE
As causas dos déficits nutricionais são
A obesidade pode ser um fator de risco
inúmeras e incluem fatores relacionados à
independente para o desenvolvimento da DRC.
doença e ao tratamento que contribuem
para a redução da ingestão alimentar para
o aumento do catabolismo proteico.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA


FATORES QUE INFLUENCIAM O
REDUÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR
AUMENTO DO CATABOLISMO PROTEICO
Redução da acuidade do paladar, inflamação
Resistência à ação da insulina, acidose
crônica, restrição alimentar excessiva,
metabólica, presença de comorbidades,
medicamentos, aspectos emocionais e
hiperparatireoidismo e inflamação crônica.
psicológicos, sedentarismo, etc.
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Deve ser capaz de detectar, diagnosticar AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
classificar e apontar indivíduos em Deve-se considerar também a qualidade da dieta e
situações de risco nutricional. não somente os nutrientes ingeridos. Os “Dez
passos para uma alimentação adequada e saudável”
pode ser utilizado para avaliar a qualidade da dieta
MÉTODOS OBJETIVOS de pacientes com DRC.
Medidas antropométricas,
bioquímicas, de consumo alimentar
e a força de pressão manual, que
vem sendo empregada como
marcador de massa muscular.
PARTICULARIDADES NA AVALIAÇÃO
MÉTODOS SUBJETIVOS O peso corporal deve ser analisado em conjunto
Avaliação subjetiva global (AGS) é o com avaliação da presença de edema e/ou ascite ou
mais comumente empregada, ainda em relação ao peso seco. Em pacientes em
modificada para pacientes com DRC. HD, o peso deve ser obtido sempre após as sessões
de diálise, em DP, o volume da solução de diálise deve
ser descontado do peso aferido.
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Abordagens dietéticas contribuem para minimizar vários
distúrbios hormonais, metabólicos e hidroeletrolíticos que
frequentemente se associam com a DRC.

PROTEÍNAS
Dieta com elevada quantidade de
proteínas promove aumento da
proteinúria, causa danos histológicos
renais e morte. Sua restrição
protege o rim contra danos RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS
subsequentes e reduz o ritmo de Estágio 1 e 2 (TFG >60mL/min) Normal – 0,8 a 1g/kg/dia
progressão da doença. Estágio 3 (TFG 30 a 59mL/min) 0,6 a 0,75 g/kg/dia
ENERGIA Estágio 4 (TFG 15 a 29mL/min) 0,6 a 0,75 g/kg/dia ou
e 5 (TFG <15mL/min) 0,3/g/kg/dia suplementada com AAE
Esses pacientes apresentam e cetoácidos
necessidades semelhantes àquelas
Diabete descompensado O,8g/kg/dia
de indivíduos saudáveis com
Proteinúria > 3g/24h 0,6 a 0,8 g/kg/dia ou 0,8 + 1g de
atividade física leve (35kcal/kg/dia). PTN para cada g de protéinúria
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POTÁSSIO
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS Recomenda-se que sua ingestão seja
Hemodiálise 1,1 a 1,3g/kg/dia inferior a 3g/dia. Hortaliças, frutas,
Diálise peritoneal 1,2 a 1,3g/kg/dia leguminosas e oleaginosas apresentam
elevado teor de potássio.

CARAMBOLA CÁLCIO
Pacientes com DRC não devem Recomenda-se ingestão
consumir carambola e nenhum entre 1400 e 1600mg/dia.
de seus subprodutos, devido
seu componente neyrotóxico
que é depurado pelos rins. ENERGIA
Pacientes em diálise estáveis, com atividade
FERRO física leve e ingestão proteica adequada
A suplementação oral pode ser necessária alcançam balando nitrogenado neutro quando
quando a ingestão de alimentos fonte de ingerem em torno de 35kcal/kg/dia. Pacientes
ferro, especialmente carnes, é reduzida. >60 anos, necessitam de 30kcal/kg/dia.

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DEFINIÇÃO PROTEÍNAS
Queda brusca na função renal, marcada por De acordo com a ASPEN, é possível
diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou ofertar até 2,5g/kg/dia.
do volume urinário, e distúrbios no controle de
equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico.
TRIGLICERÍDEOS
Deve ser dada atenção
especial aos seus níveis
séricos acima de 400mg/dL.
Pela dieta deve se ofertar
RECOMENDAÇÃO DE PROTEÍNAS
1,2 a 1,5g/kg/dia de lipídeos.
Fiaccadori et al. Sem catabolismo e sem 0,8 a 1g/kg/dia
diálise
ENERGIA
Catabolismo moderado, 1,2 a 1,5g/kg/dia
Quando não se é possível estimar em diálise
as necessidades de forma direta, Catabolismo grave, em 1,7 a 2g/kg/dia
recomenda-se 25 a 30lkcal/kg diálise contínua ou
de peso atual/dia. estendida

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HIPERCALCIÚRIA CISTINÚRIA
Definida como elevada excreção Doença genética rara caracterizada pela formação
urinária de cálcio. A ingestão de cálculos renais decorrentes de alterações no
normal de cálcio (1200mg/dia) transporte de aminoácido cistina no túbulo renal
associada ao menor consumo de proximal e nas células epiteliais do sistema GI.
PTN animal (52h/dia) e de cloreto
de sódio (2900mg/dia) pode ter HIPERCORISÚRIA
efeito protetor. Definida como excreção urinária
de ácido úrico acima de
600mg/dia em mulheres e
HIPEROXALÚRIA 800mg/dia em homens.
Definida como excreção urinária
de oxalato maior que 45mg em
HIPOCITRATÚRIA
Excreção urinária de citrato inferior a
24 horas. A ingestão de vitamina
320mg/dia, podendo ser decorrente de
C suplementar deve ser evitada e
doenças no TGI, acidose tubular renal,
recomenda-se uma dieta pobre
deficiência de potássio e baixo consumo
em oxalato, adequada em cálcio.
de frutas e vegetais.
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Decorrente de anormalidades que afetam o
mecanismo neuromuscular de controle do
GRAUS DE DISFAGIA
movimento do palato, da faringe e do EES. A Leve (quando a deglutição é demorada e podem
dificuldade está em iniciar a deglutição, ocorrer engasgos), moderada (há dificuldade em
podendo acorrer engasgos. iniciar a deglutição, risco de aspiração, presença
de tosse, engasgos, etc) ou grave (dificuldade
OBJETIVOS DA em manter ingestão hídrica e de alimentos).
TERAPIA NUTRICIONAL
Estabelecer a via de administração,
adaptar a alimentação oral ao grau
de disfagia e manter ou recuperar
o estado nutricional.

DIETA NACIONAL PARA DISFAGIA RECOMENDAÇÕES


A introdução via oral deve ocorrer
NÍVEL I - consiste em purês homogêneos, alimentos de forma gradativa, a consistência
coesivos e de baixa adesividade;
dos alimentos deve ser definida de
NÍVEL II – consiste em alimentos úmidos e de textura macia;
acordo com a avaliação; a princípio
NÍVEL III - consiste em alimentos próximos da textura
normal, com exceção de alimentos muito duros e crocantes. é importante manter a via enteral.
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Se houver inflamação da mucosa esofágica, RECOMENDAÇÕES
há necessidade de evitar sucos e frutas A recuperação nutricional deve ser
ácidas, condimentos e especiarias picantes proposta por meio de dieta hipercalórica e
e irritantes, e temperaturas elevadas hiperproteica, geralmente necessária a
dieta líquida. Pode ser indicada a nutrição
enteral, quando existir disfagia aos líquidos.
DEFINIÇÃO
É um distúrbio da motilidade do
esôfago inferior e leva a
falência do esfíncter esofágico
inferior (EEI) para relaxar e
abrir durante a deglutição. A
tendência é que a disfagia
piore, chegando a permitir
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL
Os objetivos da terapia nutricional consistem
apenas a ingestão de líquidos.
em adaptar a dieta ao grau de disfagia e
promover a recuperação nutricional.

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A gastrite consiste na inflamação da mucosa gástrica e as
úlceras péptica são de evolução crônica, caracterizadas por
perda circunscrita de tecido nas áreas do tubo digestório

RECOMENDAÇÕES
Evitar as bebidas alcoólicas, café
mesmo que seja do tipo
descafeinado, chocolate,
refrigerantes à base de cola,
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
pimenta vermelha, pimenta preta,
Valor energético total Suficiente para manter ou
mostarda em grão e chili. recuperar o estado nutricional
OBJETIVOS DA Distribuição calórica Normal (CHO: 50 a 60%, PTN: 10 a
15%, LIP: 25 a 30%
TERAPIA NUTRICIONAL
Fracionamento 4 a 5 refeições/dia (evitar longos
Recuperar e proteger a mucosa períodos de jejum)
gastrintestinal, facilitar a digestão, Ambiente para alimentação Procurar fazer as refeições em
aliviar a dor e promover um bom lugares tranquilos, comer devagar
estado nutricional. e mastigar bem os alimentos.
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DOENÇA DE CROHN RETOCULITE ULCERATIVA
Também de caráter granulomatoso, INESPECÍFICA (RCUI)
que pode afetar qualquer parte do A inflamação é delimitada à mucosa
trato alimentar, desde a boca até o do cólon, ocorrendo de maneira
ânus, mas envolve predominantemente contínua, e a manifestação mais
o íleo terminal e o cólon. comum é a diarreia sanguinolenta.

OBJETIVOS DA
TERAPIA NUTRICIONAL
Aplicar as recomendações
nutricionais adequadas de acordo RECOMENDAÇÕES
com o tipo de doença e grau de Energia (25 a 30 kcal/kg/dia), proteínas (1,2 a 1,5g e até
atividade, recuperar e/ou manter o 2 g para desnutridos /kg de peso ideal/dia), lpídeos
estado nutricional, manter o (hipolipídica < 20% das calorias totais), carboidratos (isenta
crescimento em crianças, etc. de lactose, evitar leite e derivados, controlar mono e
dissacarídeos e rica em fibras solúveis, na fase aguda)..
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O desenvolvimento e o crescimento do tumor produz CÉLULA TUMORAL
uma série de alterações no metabolismo energético Utiliza glicose como nutriente essencial,
de carboidratos, proteínas e lipídios, compatíveis com aumentando a produção endógena e o
estresse metabólico causado pelo câncer. turnover de glicose. Além de aumentar a
captação de glicose e ter preferência na
IL-6 utilização do metabolismo anaeróbico.
Promove formação de vários
tumores e aumento de proteínas
de fase aguda, como a PCR.

ANOREXIA
Dependendo da localização e da taxa de IL-1 E TNF
crescimento, a presença do tumor pode causar A IL-1 bloqueia o neuropeptídeo orexígeno
anorexia e aumentar o gasto energético do Y, reduzindo a ingestão alimentar. O TNF
organismo em virtude do aumento da utilização pode induzir a perda de peso por inúmeros
de nutrientes essenciais para o seu crescimento mecanismos. Ambos foram associados
e a produção de substâncias químicas. com a perda de massa muscular.
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A desnutrição é indício da presença de tumor maligno e DEFINIÇÃO DE CAQUEXIA
quando está associado a anorexia, produção de citocinas, Pode ser definida como uma síndrome
aumento do gasto energético, ativação do estado
inflamatório, hipoalbuminemia e perda grave de peso, é multifatorial caracterizada pela perda de
chamada de caquexia do câncer. massa muscular que não pode ser revertida
com suporte nutricional convencional e
CAQUEXIA acarreta progressiva disfunção orgânica.
Perda de peso <5% em 6
meses, IMC <20kg/m² ou
sarcopenia com perda de
peso maior que 2%.

PRÉ-CAQUEXIA
Aparecem sinais clínicos e CAQUEXIA REFRATÁRIA
metabólicos precoces, como Caracterizada pelo catabolismo e
anorexia e intolerância à glicose, ausência da resposta à terapia
que podem preceder a perda de anticâncer, com expectativa de
peso involuntária menor que 5%. vida menor que 3 meses.
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ENERGIA E PROTEÍNA O gasto energético de repouso (GER) é, em média,
Influenciados não somente pela semelhante ao de indivíduos saudáveis, podendo
localização do tumor, mas variar de acordo com a localização do tumor.
também pelo estágio da doença,
estado nutricional prévio,
complicações presentes e
formas de tratamento.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
ENERGIA Obeso: 20 a 25kcal/kg/dia
Manutenção de peso: 25 a 30kcall/kg/dia
NECESSIDADES HÍDRICAS Ganho de peso: 30 a 35kcal/kg/dia
Semelhantes aos de indivíduos saudáveis, PROTEÍNAS Sem complicações: 1 a 1,2g/kg/dia
podendo variar conforme as perdas sensíveis Estresse moderado: 1,2 a 1,5g/kg/dia
Estresse grave e repleção: 1,5 a 2g/kg/dia
e insensíveis, superfície corporal, quantidade
de massa celular, idade e sexo. ÁGUA 30 a 35 mL/kg/dia ou 1 Ml/kcal

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COMPLICAÇÕES O processo de adaptação da nova medula pode
Má absorção e perdas de gerar inúmeras complicações com manifestações
nutrientes pelo intestino, clínicas associadas, interferindo de forma
náuseas, vômitos, disgeusia, significativa no estado nutricional.
anorexia, mucosite, odinofagia,
gastroparesia, doença do
enxerto contra hospedeiro,
doença veno-oclusiva hepática.

RECOMENDAÇÕES PRÉ E PÓS-TCTH


ENERGIA 30 a 35 kcal/kg/dia
PROTEÍNAS 1,5 g/kg/dia
VITAMINAS E MINERAIS ÁGUA 30 a 35 mL/kg/dia
Caso seja necessária a suplementação na dieta oral, deve Acrescentar perdas dinâmicas e
ser baseada de acordo com as recomendações da RDA e descontar retenções hídricas.
por via endovenosa, seguindo os critérios da AMA.
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FALTA DE APETITE XEROSTOMIA
Aumentar o fracionamento das Evitar alimentos secos, as
refeições e alterar a consistência para preparações devem conter
a mais tolerada, sugerindo alterações caldos ou molhos, usar
para enriquecer as preparações (adição chicletes, gelo e picolés.
de azeite, óleos vegetais, etc).

DISFAGIA E/OU ODINOFAGIA


Os alimentos devem ser preparados na consistência RECOMENDAÇÕES
mais bem tolerada e com menos dificuldade para Restringir alimentos ácidos, picantes
mastigar ou engolir. Deve-se orientar a ingestão de e salgados, modificar a consistência
pequenos goles líquidos, reduzir o volume e da dieta para que for mais tolerada
aumentar o fracionamento das refeições. e evitar alimentos quentes.
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NÁUSEAS E VÔMITOS CONSTIPAÇÃO
Restringir frituras e alimentos Aumentar a ingestão hídrica, orientar o consumo
gordurosos, evitar líquidos durante as de alimentos ricos em fibras, como pão, biscoito e
refeições, reduzir o volume e cereais integrais, frutas frescas tipo mamão,
aumentar o fracionamento, orientar laranja com bagaço, ameixa, tangerina e restringir
que a mastigação e a ingestão sejam os alimentos com ação constipante.
lentas. Além disso, se não houver
contraindicação, o consumo de sucos,
picolés de frutas cítricas e o hábito
de chupar gelo ajuda a diminuir.

DIARRÉIA
Aumentar a ingestão hídrica, orientar o consumo de alimentos com ação
constipante ou pobre em resíduos, como banana, maçã sem casca, goiaba sem
casca e sementes, limão, caju; evitar frituras e alimentos gordurosos e
açucarados, além de leite e seus derivados. Restringir alimentos com ação laxativa.
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ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS SOBREPESO E OBESIDADE
Pacientes com HIV são suscetíveis a São fatores de risco primários e podem
desenvolver distúrbios nutricionais que aumentar significativamente a mortalidade.
podem estar relacionados com a baixa São frequentemente Associados a
ingestão alimentar, má absorção de hipercolesterolemia hipertrigliceridemia,
nutrientes, alterações metabólicas, etc. resistência à insulina e diabetes tipo 2.

SÍNDROME LIPODISTRÓFICA DESNUTRIÇÃO


A lipodistrofia é a redistribuição anormal A perda de peso pode ocorrer em
da gordura corpórea. Assim como na aproximadamente 95 a 100% dos
lipodistrofia congênita, em pacientes pacientes com diagnóstico de HIV,
infectados com HIV, esta condição está principalmente nos estágios mais tardios,
associada com a resistência à insulina e sendo que mais da metade apresenta
ao diabetes mellitus. IMC abaixo dos valores normais.
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DIABETE MELITO INSEGURANÇA ALIMENTAR
A condição de pré-diabetes, Indivíduos com HIV convivem com a insegurança
caracterizada por comprometimento alimentar, que é um problema de saúde pública. Pode
da glicemia de jejum e a tolerância à causar deficiência de macro e micronutrientes,
glicose reduzida, e de diabetes interferindo na adesão ao tratamento e
mellitus tem apresentado consequentemente na transmissão do HIV.
crescimento importante entre a
população soropositiva. Portanto é
considerada uma preocupação em
todo o mundo.

ALTERAÇÕES NA MICROBIOTA
A menor diversidade microbiana com maior predominância de
bactérias patogênicas e consequentes alterações nas vias
metabólicas acentua a inflamação sistêmica na infecção pelo HIV.
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DIDANOSINA INDINAVIR
Alimentos diminuem a absorção. Alimentos diminuem a absorção. Recomenda-se tomar a
Recomenda-se administrar 30 medicação 1 h antes ou 2h após a refeição com água ou
min antes ou 2h após as chá. Evitar a ingestão de álcool associadamente
refeições. Evitar ingestão de
álcool associadamente e
suplementos ou antiácidos com RITONAVIR
alumínio ou magnésio. A ingestão com alimentos
pode diminuir efeitos
adversos. Evitar a ingestão
ZIDOVUDINA de álcool associadamente
Alimentos gordurosos diminuem a
absorção. Recomenda-se tomar SAQUINAVIR
com ou sem alimentos, mas Alimentos melhoram a absorção.
evitando aqueles muito gordurosos. Recomenda-se ingerir com uma
Evitar a ingestão de álcool refeição completa, contendo
associadamente. proteínas, lipídios e carboidratos
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GORDURAS CARBOIDRATOS
A proporção a ser oferecida deve seguir o Recomenda-se 45 a 65% do VET e
recomendado para a população em geral, 20 sugere-se que haja uma seleção de fontes
a 35% do VET. Mudanças na dieta são alimentares, com a inclusão de carboidratos
recomendadas para controlar o perfil lipídico complexos e de baixa carga glicêmica.
mais aterogênico associado com a DCV.

RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA E PROTEÍNAS (ESTÁGIOS A, B e C)


MICRONUTRIENTES
ENERGIA Estágio A: 30 a 35kcal/kg de peso/dia
Estágio B: 35 a 40kcal/kg de peso/dia Zinco, selênio, vitaminas A, D e do
Estágio C: 40 a 50kcal/kg de peso/dia complexo B, ácido ascórbico e
PROTEÍNAS Estágio A: 1,1 a 1,5g/kg de peso tocoferol parecem ter um efeito
Estágio B: 1,5 a 2g/kg de peso importante na manutenção da função
Estágio C: 2 a 2,5g/kg de peso imune e na redução da mortalidade.
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DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA OBESIDADE
Redução do peso corporal, resultando Uso sistêmico de corticosteroides
em valores abaixo de 90% do peso idea por esses pacientes, pode aumentar
l e em valores baixos de IMC, são fatores o risco, com maior distribuição de
prognósticos negativos independente gordura subcutânea no tronco e
da gravidade da doença. maior apetite, aumentando o
consumo alimentar.

OUTROS FATORES PARA


CAQUEXIA DEPLEÇÃO MUSCULAR
Está associada a um estado patológico de A administração prolongada de medicamentos
perda de peso associada a perda de massa como teofilina, por irritação gástrica, beta-2-
magra. A depleção muscular esquelética agonistas e cortecosteroides, podem mudar a
em pacientes com DPOC é desproporcional, função e a estrutura muscular. Redução dos
pois ocorre maior redução muscular nos níveis de testosterona e do hormônio do
membros inferiores. crescimento pode levar a atrofia muscular e
aumento de degradação proteica.
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IMC
Ainda é muito utilizado como Nestes pacientes, o ponto de corte do IMC é
marcador de depressão mas é diferenciado, ou seja, o paciente é considerado com
um índice pouco específico, depleção quando o IMC estiver abaixo de 21kg/m².
Já que não permite identificar
os compartimentos corporais.

DIAGNÓSTICO DE CAQUEXIA
Perda de peso de pelo menos 5% em 13 meses ou menos (livre de ÍNDICE DE MASSA MAGRA
edema) ou IMC <20kg/m² mais a presença de ao menos outros 3
fatores:
Nesses pacientes é utilizado como critério
Fadiga
para caracterizar depleção quando: igual
Diminuição da força muscular
inferior a 15kg/m² para mulheres e igual ou
Anorexia (consumo energético <20kcal/kg/dia)
inferior a 16kg/m² para homens.
IMM baixo
Anormalidades bioquímicas: aumento de marcados inflamatórios ou
albumina sérica

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GASTO ENERGÉTICO DE REPOUSO GASTO ENERGÉTICO TOTAL
Destaca-se a equação de Harris e Benedict, pois tem sido São indicados fatores entre 1,49 e 1,78
utilizada em diferentes doenças e em diversos graus de a serem multiplicados ao GEB para
gravidade. Apesar de não se especifica, o GEB estimado obtenção do GET nessa população.
assemelha-se aos valores da calorimetria indireta.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Eutrofia 50 a 60% de CHO
MACRONUTRIENTES 25 a 30% de lipídeos
Deve seguir as recomendações da 15 a 20% de PTN ou até 1,5g/kg/dia
população saudável, mas recomenda- Desnutrição Adequar para ganho de peso, aumentando o VET em
se uma oferta energética e proteica 500 a 1000kcal/dia
suficiente para melhorar ou manter o Obesidade Adequar para a perda de peso, diminuindo o valor
estado nutricional. energético em 500kcal/dia em relação ao GET

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Caracterizado por episódios repetidos de CONDUTA NUTRICIONAL
obstrução parcial ou total das vias aéreas Deve ser baseada na diminuição gradual
superiores, que resultam em períodos de do consumo energético, balanceado em
apneia ou hipopneia durante o sono. relação aos diversos nutrientes, por
meio de um planejamento alimentar
personalizado.
ESTADO NUTRICIONAL
Existe associação com
intolerância a glicose, aumento
da resistência à insulina e
diabetes tipo 2. Além disso,
as apneias e hipopneias, até
mesmo com um grau discreto
de dessaturação da oxi- AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
hemoglobina, estavam Circunferências cervical, abdominal e a relação
associadas com hiperglicemia. entre a cintura e o quadril são as mais utilizadas
por serem fáceis aferições e por demonstrar
maior acurácia que outras medidas como IMC.
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ÁCIDOS GRAXOS COLESTEROL
SATURADOS É essencial na formação das membranas celulares, na
Dentre eles, o láurico é o que síntese de hormônios sexuais, da vitamina D e de sais biliares,
mais aumenta o LDL-c, seguido além de desempenhar papel importante nos tecidos nervosos.
do mirístico e do palmítico. Já o
esteárico tem o menor efeito ÁCIDOS GRAXOS
na elevação do colesterol MONOINSATURADOS
plasmático de do LDL-c. Seu consumo promove melhor
controle dos fatores de risco
da DCV, especialmente quando
ÁCIDOS GRAXOS TRANS substitui as gorduras saturadas.
Apresentam correlação positiva
com o risco de DCV, já que ÁCIDOS GRAXOS
aumentam a concentração POLI-INSATURADOS
plasmática de CT e LDL-c e Apresentam efeitos benéficos na
reduzirem a de HDL-c, lipoproteína prevenção de DCV e aterosclerose por
relacionada inversamente a reduzirem o colesterol, o LDL-c e TG
eventos cardiovasculares. plasmáticos e aumentarem o HDL-c.
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FIBRAS ALIMENTARES FITOESTERÓIS
As fibras solúveis reduzem o tempo de Reduzem a colesterolemia por competirem
transito gastrointestinal e a absorção com a absorção do colesterol da luz intestinal.
enteral do colesterol. Já as insolúveis É necessária a ingestão de 2g/dia para
não atual sobre a colesterolemia, mas redução média de 10 a 15% do LDL-c.
aumentam a saciedade.

SOJA
FLAVONOIDES
Sua eficácia é comprovada quanto a
Podem estar envolvidos na prevenção da
capacidade de reduzir os níveis de colesterol
aterosclerose por inibirem a oxidação das LDL,
sanguíneo. As principais fontes na
diminuindo sua aterogenicidade e o risco de DAC.
alimentação são alimentos a base de soja.
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CONTROLE DE PESO DIETA DASH
É a maneira não medicamentosa mais Equilibra micro e macronutrientes de forma ideal para
efetiva para controlar a hipertensão; redução da PA. É composta por alimentos com baixa
mesmo pequenas reduções promovem quantidade de gordura, como peixe, frango, etc.
diminuições significativas na PA.

RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS
ATIVIDADE FÍSICA Controle do peso Manter IMC <25kg/m² até 65 anos
Manter IMC <27kg/m² após 65 anos
Reduz a PA e produz Manter CA <80cm nas mulheres e <94cm em homens
benefícios adicionais, como Padrão alimentar Adotar dieta DASH
diminuir peso, ação no Restrição de sódio Restringir para 2g/dia, ou seja, 2g de cloreto de sódio
tratamento de dislipidemias e Moderação no Limitar a 1 dose para mulheres e pessoas com baixo peso
diminuir a resistência à insulina. consumo de álcool e 2 doses para homens

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ENERGIA CARBOIDRATOS
A estimativa pode ser feita pela fórmula de Harris e Varia de 50 a 55% da ingestão
Benedict, acrescentando os fatores de injúria e energética total, priorizando os CHO
estresse. Ainda, o aporte 20 a 30kcal/peso/dia, integrais de baixa carga glicêmica.
atinge as necessidades na maioria dos casos.

LIPÍDEOS
Deve-se ofertar 25 a 30%
do VCT, priorizando PUFA e
MUFA, sendo 10 e 20% do
VCT, respectivamente.

RECOMENDAÇÕES SÓDIO
A dieta deve ser fracionada em 4 a 6 Recomenda-se a ingestão de até
refeições/dia em pequenos volumes, com 6g de cloreto de sódio ou sal de
consistência adaptada, devendo incluir 20 a 30g cozinha, que corresponde a
de fibras solúveis e insolúveis. A recomendação 2g/dia de sódio.
de água deve ser de 30mL/kg/peso.
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RECOMENDAÇÃO DE ENERGIA LIPÍDEOS
O GEB pode ser feito pela fórmula de Harris e Benedict, Deve-se ofertar 30 a 35% do VCT,
acrescentando os fatores de injúria e estresse para o priorizando PUFA, principalmente
cálculo do VET. Ou, 28kcal/kg/dia para pacientes em EN ômega-3 e MUFA, reduzindo
adequado e 32kcal/kg/dia para depletados. consumo de SFA e trans.

PROTEÍNAS
15 a 20% do VCT, priorizando
as proteínas de alto valor
biológico. Pacientes desnutridos
necessitam de até 2g/kg/dia.

CARBOIDRATOS
Varia de 50 a 55% do VCT, POTÁSSIO, CÁLCIO E MAGNÉSIO
priorizando os CHO integrais de O uso de diuréticos é comum no controle da IC, sendo
baixa carga glicêmica. Podem-se que alguns deles são depletores desses minerais, e sua
mesclar CHO simples e complexos. suplementação deve ser realizada quando necessário.
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DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Caracteriza todas as doenças hepáticas Pela grande capacidade funcional e
que podem apresentar curso crônico regenerativa do fígado, as manifestações
como hepatite, cirrose, insuficiência tendem a surgir tardiamente, quando o
hepática e carcinoma hepatocelular (CHC). parênquima hepático já apresenta lesões
graves e muitas vezes irreversíveis.

CIRROSE
Constitui a forma mais grave do dano hepático, sendo ocasionada
principalmente por infecção pelos vírus da hepatite B (HBV) E C (HCV),
pela ingestão excessiva de etanol, fármacos, doenças autoimunes e
alimentação ocidentalizada baseada em produtos industrializados
contendo xarope de milho rico em frutose, gordura saturada e trans.
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ESTEATOSE MICROVESICULAR ETIOLOGIA
Geralmente é resultante de alterações A esteatose hepática de qualquer etiologia
fisiopatógicas crônicas, envolvendo aumento da está relacionada à atividade necroinflamatória
síntese hepática de lipídios, oxidação deficiente e e fibrose diagnosticadas pela biópsia hepática.
redução da secreção hepática de lipídios para a
corrente sanguíneas e tecidos extra-hepáticos.

DEFINIÇÃO
É caracterizada pela infiltração
gordurosa nos hepatócitos, sendo INFLAMAÇÃO NO MICROAMBIENTE CELULAR
que a morfologia e o tamanho das A maior produção de colágeno favorece a evolução da
vesículas caracterizam o acúmulo esteato-hepatite não alcoólica (NASH) para cirrose,
de gordura como um processo promovendo a fibrose hepática, com consequente indução
agudo ou crônico. da cirrose, da insuficiência hepática e possivelmente do CHC.
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NASH
PATOGÊNESE DA DHGA
É mais prevalente entre obesos, sobretudo naqueles com
São complexos e envolvem
hipertensão arterial, hiperglicemia, RI, hipertrigliceridemia
diferentes gatilhos inflamatórios
superior a 150 mg/dL, com valores de lipoproteínas de alta
ativados concomitantemente
densidade (HDL) inferiores a 40 mg/dl e 50 mg/dL, para
associados à suscetibilidade
homens e mulheres, respectivamente.
genética, RI, padrão alimentar
ocidental e presença de disbiose
intestinal.

DEFINIÇÃO
É um termo genérico para designar várias
anormalidades hepáticas relacionadas com depósito
de lipídios no citoplasma dos hepatócitos em
pacientes sem consumo excessivo de etanol.
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PERDA DE PESO OFERTA DE CARBOIDRATOS
A redução de até 1 kg por semana é desejável Deve ser controlada e recomenda-se que
e pode ser obtida pela redução de 500 a 1.000 esse nutriente seja aproximadamente de 45
kcal das necessidades energéticas diárias, mas a 65% do valor energético total (VET), dando-
não são recomendadas estratégias que induzam se prioridade as carboidratos complexos de
o rápido emagrecimento. média e baixa carga glicêmica.

GORDURAS TOTAIS
Devem perfazer até 30% do VET, sendo que o consumo de ácidos
graxos saturados (SFA) não deve exceder 10%, em razão da
capacidade de esse nutriente modificar a microbiota intestinal,
favorecendo o crescimento de bactérias Gram-negativas.
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DOENÇA ALCOÓLICA DO FÍGADO (DAF) HEPATITE ALCOÓLICA AGUDA
Estima-se que consumo de 60 a 80 g/dia de Ocorre quando o consumo excessivo de álcool
etanol para homens e 40 a 60 g/dia de etanol persiste por 15 a 20 anos, podendo estar
para mulheres durante 10 anos aumente o risco associada com a colestase importante,
para o desenvolvimento da doença. geralmente mais grave nas mulheres em razão
de maior suscetibilidade ao abuso de etanol.

ESTEATOSE HEPÁTICA CIRROSE


Ocorre em aproximadamente 80% dos É a forma mais grave do dano hepático por
casos que apresentam ingestão excessiva ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e
de álcool, ocorrendo geralmente quando o ocorre por causa de inflamação persistente,
consumo diário de etanol for de necrose tecidual ocasionada pelo efeito tóxico
aproximadamente 40 a 60g. do acetaldeído com consequente ativação das
células de Ito e síntese de colágeno.
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HAV
É a mais prevalente e sabe-se HEPATITES VIRAIS
que a principal via de contágio é São causadas por cinco vírus: o
a fecal-oral, por contato inter- vírus das hepatites A (HAV),
humano ou por meio de água e HBV, HCV, D (HDV) e E (HEV).
alimentos contaminados.

HCV
Apresenta grande
variabilidade genética,
podendo ser classificado em TRANSMISSÃO DO HBV e do HCV
genótipos. Os genótipos 1 e 3 Ocorre por via parenteral, principalmente por meio do
dos vírus C estão associados compartilhamento de objetos perfurocortantes, como alicates,
com maior resistência à agulhas e seringas, piercings, tatuagens, manicure,
insulina (RI) e maior risco procedimentos odontológicos, ou cirúrgicos realizados em locais
para esteatose hepática. que não seguem adequadamente as normas de segurança.
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AIH do tipo 1 AIH do tipo 2
Apresenta positividade para anticorpos
Apresenta positividade para
antimicrossomal de fígado e rim tipo 1 (anti-LKM1)
anticorpos antinúcleo (ANA) e/ou
e/ou anticorpo anticitosol hepático tipo 1 (anti-LC1).
anticorpos antimúsculo liso (ASMA).

ALTERAÇÕES CLÍNICAS
As mais comuns são fadiga,
mal-estar, icterícia, dor
abdominal e, em alguns
casos, artralgias.
DEFINIÇÃO
É uma doença hepática MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
inflamatória, de origem Ainda são pouco esclarecidos, mas a hipótese mais aceita está
desconhecida, caracterizada por relacionada com a interação da predisposição genética, gatilhos
altos níveis de transaminases e ambientais e falha do sistema imune nativo, resultando em
imunoglobulina G (IgG). inflamação crônica do parênquima e posterior fibrose hepática.
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FATORES ETIOLÓGICOS
Pacientes com cirrose e que são subnutridos, quando Os principais são hepatites crônicas
submetidos ao TxH, têm maior risco para perda excessiva de virais, etilismo crônico, esquistossomose,
sangue no ato operatório, maior tempo de permanência na
unidade de terapia intensiva, aumento na morbimortalidade e
doenças autoimunes, doenças
permanência hospitalar mais prolongada após o transplante. metabólicas, intoxicação por fármacos e
ervas hepatotóxicos, doenças biliares
primárias, alterações vasculares e
doença hepática não alcoólica.

ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Tem como objetivo o tratamento da doença de base e o controle
das complicações relacionadas com o comprometimento das
funções do fígado, como ascite, peritonite bacteriana espontânea,
hemorragia digestiva (HD), síndrome hepatorrenal e CHC.
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ENCEFALOPATIA HEPÁTICA MÍNIMA (EHM)
É caracterizada pela presença de déficits
neurológicos bastante sutis, relacionados à
capacidade de concentração, memória, habilidade
visual, espacial e à coordenação motora fina.

DEFINIÇÃO
É uma síndrome neuropsiquiátrica PATOGÊNESE DA EH
complexa, relacionada com alterações Ainda não são estar completamente esclarecida,
da função cerebral, mas que pode atualmente sabe-se que o excesso de amônia,
ser potencialmente reversível quando mercaptanos, síntese de falsos neurotransmissores
identificada precocemente e tratada derivados dos aminoácidos aromáticos, inflamação,
adequadamente, estresse oxidativo e disfunção mitocondrial dos
astrócitos são os principais gatilhos.
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PADRÃO ALIMMENTAR
Para pacientes, incluindo maior fracionamento do CARBOIDRATOS
cardápio (5 a 6 refeições/dia), evitar longos períodos em Podem compor entre 50 e 65%
jejum, utilizar alimentos de fácil digestibilidade e alta do VET, dando-se preferência
densidade calórica, administrar no período noturno aos carboidratos complexos com
suplementos energéticos, proteicos e prescrever terapia baixa carga glicêmica.
nutricional enteral ou parenteral, quando indicada.

LIPÍDEOS PROTEÍNAS
Não sejam maior ofertados Pacientes com cirrose compensada e
acima de 30% do VET, para descompensada consumam dietas contendo entre
evitar desconforto abdominal, 1,2 a 1,5 g/kg/dia, em virtude do catabolismo
retardo no esvaziamento muscular geralmente associado a DHC avançada e
gástrico e hiperlipidemia. do risco de maior produção de amônia endógena.
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OBJETIVOS PROTEÍNA
Evitar ou controlar o catabolismo proteico
Os pacientes devem receber dietas contendo
muscular para reduzir a síntese de amônia, além
aproximadamente 1 a 1,2 g/kg/dia de proteína,
de favorecer o ritmo intestinal para reduzir a
associada se possível com a administração de ,
produção e a absorção intestinal de amônia.
g de BCAA/kg de peso corporal.

OPÇÕES TERAPÊUTICAS PRESCRIÇÃO DE DIETA


Envolvem principalmente medidas gerais que visam a Sugere-se a prescrição de dieta rica em
evitar ou tratar os fatores desencadeantes, como nutrientes anti-inflamatórios, antioxidantes e
disbiose intestinal, constipação, distúrbios fibras alimentares, e evitar longos períodos
hidroeletrolíticos e perda de massa magra. de jejum, principalmente noturno.
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CUPPARI, 2019.
PROTEÍNAS OFERTA DE ENERGIA
Recomenda-se entre 1,2 e 1,5 g/kg/dia Recomenda-se uma oferta em
considerando o estado nutricional e a torno de 35 a 40 kcal/kg/dia
presença de encefalopatia.

OBJETIVO
Promover a adequada cicatrização,
além de prevenir ou tratar PLANO ALIMENTAR
infecções e alterações nutricionais Prescrição normolipídica e inclusão
para melhorar o prognóstico do de fontes de boa qualidade.
paciente.
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EQUIPE MÍNIMA DE TRATAMENTO (TANE)
Deve ser constituída por médico Incluem quadros parciais de AN e BN,
psiquiatra, psicólogo e nutricionista. também chamados de atípicos ou subclínicos.

DEFINIÇÃO
São transtornos
psiquiátricos, com graves
complicações clínicas.

COMPLICAÇÕES CLÍNICAS DECORRENTES DOS TA


Relacionadas principalmente ao comprometimento do estado nutricional
(em função da restrição alimentar autoimposta) e às práticas
compensatórias inadequadas para o controle e perda de peso, como
vômitos autoinduzidos, uso de diuréticos, anfetaminas, enemas e laxativos.
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EXAMES LABORATORIAIS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
O nutricionista deve monitorar: Incluem medidas antropométricas, bioquímicas,
Densidade óssea, eletrólitos séricos, hemograma, clínicas e alimentares que, no atendimento
reticulócitos, ferro, ferritina, trasnferrina, nutricional a portadores de TA, devem ser
vitamina B12, creatinina, ureia, glicemia, albumina, utilizados com adaptações e cautela.
pré-albumina, colesterol total e frações.

ANAMNESES NÃO ESTRUTURADAS


Informações básicas; Informações quanto à Recomenda-se o uso de
saúde; Informações quanto ao peso corporal; entrevistas abertas, pautadas na
Informação quanto à alimentação; Informações escuta empática, que consigam
quanto aos comportamentos compensatórios; obter dados objetivos e subjetivos.
Informações quanto à prática de atividade física..
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ESPECÍFICOS DA BULIMIA NERVOSA COMUNS AO TRATAMENTO
Melhorar a estrutura, o consumo e as atitudes alimentares;
Cessar os episódios bulímicos e o uso de
Ajudar o paciente a perceber os sinais de fome e saciedade;
métodos compensatórios inadequados;
Diminuir ou eliminar os distúrbios e imagem corporal;
Normalizar as funções do trato
Diminuir a restrição alimentar autoimposta;
gastrintestinal (esvaziamento gástrico lento,
distensão gástrica, constipação). Estabelecer prática alimentares saudáveis.

ESPECÍFICOS DA ANOREXIA NERVOSA ESPECÍFICOS DO TCA


Restabelecer um peso corporal saudável; Cessar os episódios de compulsão alimentar;
Cessar as práticas para perda de peso; Promover, a perda de peso, se for necessária;
Cessar os episódios de compulsão alimentar
Corrigir sequelas decorrentes da desnutrição.
e uso de métodos compensatórios.
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TRATAMENTO DA AN E BN EQUIPE MÍNIMA DE TRATAMENTO
Pode ser feito em regime ambulatorial, de Deve ser constituída por médico psiquiatra,
internação completa ou parcial (hospital- psicólogo e nutricionista. Além destes, outros
dia), dependendo da gravidade e da profissionais podem contribuir para o tratamento,
cronicidade, tanto dos componentes clínicos como enfermeiros, educadores físicos,
quanto comportamentais da doença. terapeutas ocupacionais e assistentes sociais..

CRITÉROS CLÍNICOS PARA INTERNAÇÃO COMPLETA


Alterações clínicas, metabólicas e fisiológicas significativas; perda de peso
importante (ou falta de ganho de peso); diminuição rápida e persistente do
consumo alimentar; conhecimento de que, com peso semelhante, aquele
paciente já apresentou instabilidades metabólicas importantes,
agravamento ou surgimento de comorbidades psiquiátricas graves; etc.
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PRESCRIÇÃO DE DIETAS TERAPEUTA NUTRICIONAL
Procedimentos como prescrição de dietas (exceto na
Deve estabelecer, junto com o paciente,
fase crítica da AN), contagem de calorias ou pesagem
metas individuais de acordo com a sua
dos alimentos também devem ser desencorajados, por
necessidade específica. Um instrumento que
reforçar os sintomas e as atitudes típicos dos TA.
auxilia nesse processo é o diário alimentar.

SUPORTE NUTRICIONAL ESPECIALIZADO


É indicado quando o paciente não consegue atingir
SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO
suas necessidades energéticas por via oral, seu
Distúrbios metabólicos, como alterações de
quadro é extremamente grave e apresenta redução
fluidos e eletrólitos, edema, complicações
aguda do peso corporal, hipotensão grave, alterações
neurológicas, cardiológicas, pulmonares,
cardíacas, distúrbio dos eletrólitos, desidratação e
neuromusculares e hematológicas.
gravidade do ciclo de compulsão alimentar e purgação.
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CUPPARI, 2019.
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A doença celíaca, faz parte do grupo de reações INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
adversas a alimentos mediadas por mecanismos Fazem parte do grupo das
intolerâncias alimentares todas as
imunológicos, porém, apresenta uma fisiopatologia
reações adversas a alimento que não
diferente das alergias alimentares.
são causadas por toxinas e não
envolvem o mecanismo imunológico.

DESENCADEAMENTO
As intolerâncias alimentares podem ser
DEFINIÇÃO
desencadeadas por mecanismos metabólicos,
São reações adversas a alimentos
farmacológicos ou até mesmo por mecanismos ainda
que se diferenciam por envolverem
pouco definidos, como é caso de algumas desordens
ou não o sistema imunológico.
intestinais como a síndrome do intestino irritável.
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CUPPARI, 2019.
HIDRÓLISE DA LACTOSE ENZIMA LACTASE INSUFICIENTE
Ocorre pela ação da enzima, produzida na ápice Quando não há enzima suficiente para
da borda em escova que reveste o intestino realizar o processo de digestão da
delgado. Esse processo de digestão dá origem a lactose, ela permanece no intestino e
dois monossacarídeos, a glicose e galactose. é fermentada pelas bactérias do
cólon, acarretando na produção de
gases, como dióxido de carbono,
DEFINIÇÃO hidrogênio e metano; ácido láctico; e
É uma desordem ácidos grãos de cadeia curta, como o
metabólica causada pela ácido propriônico e ácido butírico.
ausência ou deficiência da
enzima lactase. TIPO DE INTOLERÂNCIA
CARACTERÍSTICAS
À LACTOSE
Primária ou hipolactasia Determinada geneticamente, é a forma mais frequente. A produção de
adulta lactase vai diminuindo com o passar dos anos.
Ocorre em razão de lesões da mucosa intestinal, geralmente desencadeada
Secundária por outras doenças, como gastroenterites, doença celíaca e doenças
inflamatórias intestinais (p. ex., doença de Crohn).
Forma extremamente rara da doença, manifesta-se no recém-nascido,
Congênita
sendo caracterizada pela ausência total da atividade de lactase.
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DIAGNÓSTICO INICIAL Em alguns casos excepcionais pode ser realizada
É feiro com base na história clínica de também biópsia duodenal para avaliação da atividade
sintomas gastrintestinais que ocorrem da lactase, mas por ser invasivo e de alto custo
após a ingestão de leite e/ou derivados esse exame costuma ser evitado.
e pode ser confirmado por dois testes:
1) teste de tolerância oral à lactose;
2) teste do hidrogênio. expirado.

TESTE DE TOLERÃNCIA ORAL À LACTOSE TESTE DE HIDROGÊNIO EXPIRADO


Amostras de sangue são coletadas em jejum e a São coletadas amostras do ar expirado em jejum e
cada 30 minutos, até 1 hora e meia após a após a ingestão de 25g de lactose. Quando há
ingestão de uma sobrecarga oral de lactose aumento na exalação de hidrogênio, em relação ao
(solução contendo 2g de lactose/kg até 50g). valor de jejum, teste é confirmado.
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De maneira geral, a exclusão dietética total da lactose é
TRATAMENTO desnecessária, com exceção apenas para os casos de IL
O tratamento da IL consiste na congênita. A maioria dos Adultos com IL é capaz de tolerar cerca
redução da lactose ingerida até 12g de lactose sem apresentar sintomas.
uma quantidade que não seja
capaz de provocar sintomas.

PRODUTOS FERMETADOS LACTENTES COM IL


Os iogurtes podem ser consumidos sem problemas Há possibilidade do uso de fórmulas infantis
pela maioria dos indivíduos com hipolactasia. Devido sem lactose. E já para crianças maiores e
as culturas de Streptococcus thermofilus e adultos existem no mercado opções de leite
Lactobacil us bulgaricus, fermentarem a lactose. e derivados com teor reduzido de lactose.
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MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Na fase adulta a mais comum é a síndrome da
ALIMENTOS ALERGÊNICOS
Oito alimentos se destacam na lista
alergia oral (prurido e edema restritos à cavidade
dos alérgenos alimentares mais
oral). Outras mais comumente observadas são
comuns. São eles: leite de vaca, ovo,
esofagite eosinofílica, angioedema, urticária e
trigo, soja, amendoim, castanhas,
anafilaxia induzida por exercício, sendo esta última
peixes e frutos do mar.
quase sempre associada ao consumo de trigo.

ALIMENTOS ALERGÊNICOS
DEFINIÇÃO ENTRE AS CRIANÇAS
São caracterizadas por reações imunológicas que São leite de vaca, ovo, soja e trigo, e
podem ser mediadas pelos anticorpos imunoglobulinas a maior parte delas adquire tolerância
E (IgE), não mediadas por IgE ou mistas. por volta dos 3 a 4 anos de idade.
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TESTE DE PROVOCAÇAO
O diagnóstico de alergia alimentar deve ser estabelecido por
ORAL (TPO)
médico. Testes como IgE e IgG4 não são válidos e não são
recomendados para o diagnóstico de alergias alimentares.. É o método mais fidedigno
para confirmar ou excluir a
relação entre a ingestão de
determinado alimento e a
ocorrência de reações
adversas reprodutíveis.

ALERGIA MEDIADA POR IgE


Dois exames podem auxiliar o processo ALERGIA NÃO MEDIADA POR IgE
de investigação diagnóstica: 1) dosagem Coprologia, endoscopia, colonoscopia e biópsias
do nível de IgE sérica específica para a podem ser utilizadas na investigação de acordo com
proteína investigada; 2) teste de os sintomas. Tem a possibilidade de uso do teste de
puntura (skin prick test). contato de leitura tardia (atopy patch test).
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INFORMAÇÕES CONTIDAS EM EMBALAGENS DIETA DE EXCLUSÃO
Orienta-se que o consumidor verifique as informações em Consiste na exclusão total
pelo menos três momentos: no ato da compra, ao guardar do alimento envolvido e no
os produtos em casa e antes de consumi-los ou utilizá-los. uso de medições em caso
de ingestão acidental.

REAÇÃO CRUZADA
Ocorre quando um mesmo componente alergênico é
encontrado em fontes alimentares distintas. Mediante
o percentual de risco de reatividade cruzada, o médico
deverá testar se a exclusão de um deve implicar ou
não a exclusão de outros alimentos..

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GLÚTEN
Principal fração proteica presente no trigo, centeio,
SINTOMAS CLÁSSICOS
Incluem diarreia crônica,
cevada (malte) e por contaminação na aveia, interage
constipação, distensão
com os marcadores HLA causando uma resposta
abdominal e má absorção de
imune anormal da mucosa intestinal e lesão tecidual.
vitaminas e minerais..

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Variam desde pacientes
assintomáticos até formas graves
de síndromes de má absorção.

DEFINIÇÃO SINTOMAS NÃO CLÁSSICOS


É uma enteropatia crônica imunologicamente mediada Anemia, fadiga crônica, depressão,
de intestino delgado e desencadeada por ingestão de infertilidade, osteoporose, dermatite
glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis, herpetiforme, doenças autoimunes, câncer
caracterizada pela presença dos marcadores gastrintestinal ou até mesmo formas
genéticos DQ2 e DQ8, d grupo HLA-DQ. inteiramente assintomáticas da doença
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CLÁSSICA ASSINTOMÁTICA
Presença de sinais e sintomas Ausência de sintomas comumente associados com a
disabsortivos com diarreia, esteatorrea, doença celíaca. Pacientes que habitualmente recebem o
perda de peso, baixa estatura e edema diagnóstico por meio de screening populacional.
secundário à hipoalbuminemia..
REFRATÁRIA
NÃO CLÁSSICA Sintomas persistentes e
Ausência de sinais e sintomas atrofia das vilosidades mesmo
disabsortivos (sem perda de após uma dieta isenta de
peso constipação ou dor glúten por mais de 12 meses.
abdominal), mas outros sintomas
presentes (anemia, osteoporose) SUBCLÍNICA
Ausência de sintomas detectáveis em avaliação
SINTOMÁTICA clínica, mas apresentação de alterações que
Presença de sintomas clinicamente indicam possibilidade de doença celíaca
evidentes, tanto gastrintestinais (hipoplasia do esmalte dentário, osteoporose,
e/ou extraintestinais, atribuíveis à anemia ferropriva e anormalidades nos testes
ingestão do glúten. laboratoriais de função hepática).
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AVEIA
Pesquisadores sugerem que o efeito GLÚTEN
deletério da aveia não se refere à avenina, Principal proteína de armazenamento dos
mas à contaminação com glúten que ocorre grãos de trigo, sendo uma mistura complexa
durante a colheita, o transporte, a moagem de centenas de proteínas relacionadas, mas
e o empacotamento. distintas, as gliadinas e gluteminas.

CÉLULAS T
Quando apresentam as moléculas de peptídeos
CEREAIS PEPTÍDEOS AGRESSORES
de glúten na lâmina própria do intestino delgado,
ocorre uma reação inflamatória e autoimune, a
Trigo Gliadina e gluteina
qual estimula os plasmócitos a produzir anticorpo
Centeio Secalina
antigliadina, antitrasglutaminase e antiendomísio.
Cevada (malte) Hordeína
.
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Os anticorpos IgA e IgG antigliadina são DIAGNÓSTICO
utilizados na prática clínica, porém possuem Deve ser estabelecido por
baixa sensibilidade e especificidade.. médico e é feito pela
combinação de avaliação clínica,
MARCADORES laboratorial e histológica.
Os marcadores mais sensíveis e
específicos utilizados para o
diagnóstico inicial da doença são os
anticorpos antitransglutaminase da
classe IgA e antiendomísio.

TESTES GENÉTICOS
Os testes genéricos HLA-DQ2/DQ8 não
devem ser usados de forma rotineira, mas PADRÃO OURO
são úteis para descartar a doença em Embora os exames sorológicos sejam
situações clínicas específicas, como biópsia bastante específicos e sensíveis, o padrão-
inconclusiva e na abordagem dos pacientes ouro para confirmação final do diagnóstico
com restrições à sua realização. ainda é a biópsia da mucosa intestinal.
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DISTRIBUIÇÃO DE No Brasil, a Lei Federal 10.674/2003 obriga a
MACRONUTRIENTES inscrição “contém glúten” ou “não contém glúten”,
De acordo com a AMDR conforme o caso, no rótulo de todos os alimentos
Gordura: 20 a 35% industrializados, como controle da doença celíaca.
Carboidrato: 45 a 65%
Proteína: 10 a 35%
Fibra: 25 a 35g/dia

DIETA ISENTA DE GLÚTEN


Ocorre uma substituição dos grãos (trigo, MUCOSA INTESTINAL
centeio, cevada e malte) por produtos à base Dependendo do grau de acometimento da
de milho, batata, arroz, mandioca, amaranto, mucosa intestinal, pode ocorrer deficiência na
quinoa, painço e trigo sarraceno com o produção de dissacarídeos. Por isso, pode-se
objetivo de atender às necessidades observar intolerância temporária à lactose, que
nutricionais do paciente de acordo com a idade é revertida com a melhora da mucosa.
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ATIVAÇÃO DA RESPOSTA AO ESTRESSE
TRAUMA
Envolve a regulação do sistema nervoso simpático
Entende-se como trauma um evento
e liberação de hormônios como cortisol, glucagon e
agudo que altera a homeostase, ou seja,
catecolaminas endógenas – assim como a liberação
o estado de equilíbrio de um organismo.
de citocinas pró-inflamatórias que induzem o
paciente ao estado de hiperinflamação, que por
sua vez será proporcional ao trauma sofrido.

CATECOLAMIAS
São responsáveis pela lipólise e GLICEMIA
consequente liberação de ácidos graxos É elevada, em decorrência o estímulo do glucagon à
para a circulação – resultando em aumento glicólise, e também à síntese de novo a partir de
dos níveis de triglicerídeos plasmáticos. aminoácidos liberados pela proteólise promovida pelo
cortisol – processo conhecido como gliconeogênese.
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CARACTERÍSTICA IDENTIFICADA COMPREENSÃO DO FENÔMENO
Identificada na resposta metabólica ao DA RESPOSTA METABÓLICA
trauma é o aumento da perda Para o auxílio na compreensão da resposta
proteica pelo organismo. metabólica ao trauma, é importante fazer
uma analogia com a adaptação fisiológica
observada em condições de jejum.

CARACTERÍSTICA DOCUMENTADA ESTADO DE JEJUM INICIAL


Documentada na resposta ao trauma foi (primeiras 15 horas),tal como após o trauma, leva à
o aumento do metabolismo energético, ativação neuroendócrina que envolve as mesmas
ainda que ele não apareça logo após o vias nervosas e os mesmos fatores hormonais,
evento traumático. entretanto com diferença de intensidade.
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FASE FLOW
EBB PHASE É dividida em duas situações metabólicas do
É a primeira fase da resposta hipermetabolismo: a primeira do consumo extremo,
metabólica ao trauma, e instala-se denominada aguda ou catabólica, e a segunda, também de
imediatamente após o evento maior demanda metabólica, mas com predomínio de
traumático – chamada fase de choque. síntese e reparação tecidual, denominada anabólica.

FLOW PHASE
É a fase que se inicia imediatamente após a estabilização
hemodinâmica. Com adequada perfusão e oxigenação tecidual – e
restauração das vias aeróbicas metabólicas – há inversão do estado
metabólico para situação de aumento do metabolismo e ativação do
sistema imunológico, gerando alta demanda energético-proteica.
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MECANISMOS BIO-HUMORAIS TNF-ALFA
E IMUNOLÓGICOS É um dos principais responsáveis pela
As citocinas medeiam uma grande variedade de redistribuição dos substratos energéticos
reações biológicas, algumas essenciais para a e, sobretudo, pelo catabolismo proteico
resposta metabólica, hemodinâmica, imunológica típico do trauma, com sacrifício das
e reparadora do organismo ao trauma. reservas periféricas e aumentada
incorporação das proteínas aos órgão.

MECANISMOS NEUROENDÓCRINOS
A resposta neuroendócrina ao evento traumático é
iniciada a partir de estímulos periféricos provenientes
de vários tipos de receptores, que são ativados em
resposta às diferentes solicitações e alterações da
homeostase (hipovolemia, dor, desidratação etc).
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PROTEÍNAS DO CHOQUE
ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO TÉRMICO (HSP)
Espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERO e ERN, São responsáveis por proteger as
respectivamente) são pequenas moléculas que podem célula dos efeitos do estresse
causar lesão de células hospedeiras e patógenos invasores traumático e, quando liberados por
por meio da oxidação de substratos de membrana celular. células danificadas, alertam o
sistema imunológico do dano tecidual.

AUTOFAGIA
A indução de autofagia promove uma
É um processo celular normal em que a
mudança da respiração aeróbia para a glicólise
célula promove a “limpeza” de organelas e permite que componentes celulares sirvam
mal funcionantes, proteínas agregadas no como substratos energéticos.
citoplasma frente a um sinal estressor.
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O aumento do fluxo sanguíneo privilegia os órgão DÉBITO CARDÍACO
nobres, que não suportam déficit de oxigênio: o SNC e o Com o aumento do débito cardíaco e do
miocárdio, e também os tecidos diretamente
fluxo tecidual, verifica-se aumento do
traumatizados, feridos ou com reação inflamatória.
transporte e da distribuição de O2 na
microcirculação, na tentativa de
compensar a aumentada necessidade de
oxigênio dos diversos órgãos.

OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS
Com o aumento da oxidação de
HIPERDINAMISMO substratos, paralela ao aumento de
Consiste em um aumente da velocidade do fluxo VO2, eleva-se também a produção
sanguíneo, causado pelo aumento do débito de CO2 (VCO2), o que causa um
cardíaco, clinicamente evidente pela taquicardia, e aumento da ventilação pulmonar, na
pela redução da resistência vascular periférica. tentativa de eliminar o CO2.
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LÚMEN INTESTINAL GLUTAMINA
Representa um grande reservatório de bactérias,
É o aminoácido mais abundante
sobretudo Gram-negativas, que em situações de
no organismo. A diminuição de
normalidades convivem em um regime de simbiose
sua concentração plasmática é
com outras bactérias e com a mucosa intestinal,
sinal característico da doença
contribuindo ativamente para sua homeostase.
aguda grave e do estresse.

INTESTINO
Metaboliza ativamente muitos dos substratos circulantes, sendo a
glutamina o aminoácido mais importante para o metabolismo das células da
mucosa intestinal, particularmente dos enterócitos, onde esse aminoácido
é consumido seletivamente de forma exacerbada como principal substrato
energético, tornando-o condicionalmente essencial nos casos de trauma.
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INFECÇÃO FEBRE
A infecção hospitalar pode ser O aumento da temperatura corporal acima dos valores
decorrente de duas naturezas – a normais é comum nas afecções graves, podendo ou
primeira por causa da doença primária; não ser resultante de infecção. Contudo, ausência de
e a segunda que se manifesta como febre e leucocitose na vigência de trauma ou estresse
complicação de medidas terapêuticas. pode estar presente em idosos ou imunodeprimidos.

DOR
FERIDA
Além do incômodo da sensação objetiva, a dor pode
A ferida acidental ou cirúrgica não é somente
ser limitante da atividade física e dos movimentos
um local de distribuição de tecidos, mas
em leito, deambulação, incursões respiratórias
também de inflamação e reparação, além de
profundas, tosses eficazes, entre outros, sendo
perda líquida por evaporação.
de grande relevância uma analgesia eficiente.
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A oferta de energia não deve ultrapassar 35
kcal/kg/dia em adultos para que os efeitos deletérios NECESSIDADE PROTEICA
da administração de quantidades maiores do que a Em geral varia de 1,2 a 2
capacidade de metabolização não sejam desencadeados. g/kg/dia de proteína
dependendo da condição clínica.

ARGININA
PADRÃO CONSAGRADO Suplementação com arginina
Consagrado para mensuração da necessidade de energia é a promove redução na excreção
calorimetria indireta, porém em decorrência do custo, da de nitrogênio, aumento na
necessidade de mão de obra especializada com disponibilidade e síntese proteica, cicatrização
da necessidade de fração de oxigênio inspirado menor que 0,6, tecidual mais rápida e melhora
há limitações para seu uso de forma ampla na prática clínica. da função imunológica.
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VIA DE ADMINISTRAÇÃO DA
NUTRIÇÃO PARENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL
É administrada sempre o trato
Via central é indicada quando houver
gastrintestinal não possa ser
necessidade de terapia nutricional por
utilizado ou quando a nutrição
tempo prolongado e possibilidade de
enteral por si só não seja
acesso venoso central; a administração
suficiente para suprir a demanda
por veia periférica é indicada quando não
de nutrientes requerida, conhecida
houver indicação de terapia nutricional
como parenteral suplementar.
por tempo superior a 7 dias.

NUTRIÇÃO ENTERAL
CONTRAINDICAÇÃO DA TNE
Se instituída nas primeiras 24 a 48 horas,
Além da instabilidade hemodinâmica, nas
resulta em benefícios, como a prevenção da
situações em que o intestino não tem
atrofia da mucosa intestinal e manutenção de
condições adequadas de uso, como nas
sua integridade, atenuação do hipercatabolismo
obstruções intestinais, no íleo adinâmico
em reposta à lesão, prevenção da translocação
e nas hemorragias digestórias altas.
bacteriana e menor incidência de complicações.
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Em pacientes com alterações do últimos pares cranianos, TRAUMATISMO
entubação prolongada e antecedente de doenças crônicas
CRANIOENCEFÁLICO
degenerativas neurológicas, existe o risco de disfagia e
broncoaspiração, sendo indicada avaliação por profissional
Quanto mais precocemente se inicia
da área de fonoaudiologia especializado. a terapia nutricional, com oferta
apropriada de proteínas e energia,
menor é pico máximo do
catabolismo e mais curta a duração.

DIETA ORAL CATABOLISMO PROTEICO


Somente deve ser iniciada quando É acentuado, dessa maneira é
os pacientes tiverem recuperado preferível o uso de fórmulas
completamente o nível de hiperproteicas. O recomendável é
consciência e quando os reflexos o início da nutrição nas primeiras
protetores das vias aéreas e de 24 horas após o trauma, com
deglutição estiverem funcionando. prioridade para a enteral.
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CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES COMPOSIÇÃO DA DIETA
Classificadas de acordo com sua extensão e profundidade e essas 50 a 60% do valor energético
características relacionam-se diretamente com a gravidade e o total na forma de carboidratos;
prognóstico desses pacientes. A análise da superfície corporal 20 a 30% na forma de lipídios,
queimada (SCQ) e o grau de lesão (1º, 2º ou 3º graus), bem como sendo estes divididos em 10% de
a avaliação de doenças crônicas do paciente, direcionarão o ácidos graxos poli-insaturados,
tratamento clínico e nutricional a ser instituído. 10 a 15% de ácidos graxos
monoinsaturados e 8 a 10% de
ácidos graxos saturados.

PROTEÍNA CORPORAL
Principal fonte de energia na fase aguda, SUPLEMENTOS
principalmente por meio da mobilização de As vitaminas A, C e E, e os
alanina e glutamina para a gliconeogênese. oligoelementos selênio, zinco
Preconizada uma reposição proteica de e cobre devem ser
2 a 2,5 g/kg/dia para adultos e 1,5 suplementados: a vitamina A
g/kg/dia para crianças. é recomendada na dose de
5.00 UI/1.00 kcal.
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A utilização de produtos que contenham em sua
formulação óleo de peixe e antioxidantes pode ser
útil, principalmente em pacientes com síndrome do
desconformo respiratório agudo (SDRA).

DIETAS RICAS EM GORDURA HIPOFOSFATEMIA


Leva à diminuição do transporte de
Apesar de reduzirem a produção de
oxigênio pelas hemácias, podendo causar
CO2, podem causar maior desconforto
hipocontratilidade do diafragma, e a
respiratório pela dificuldade em
hipomagnesemia está associada à
esvaziamento gástrico e por dificultar
a mobilização diafragmática. diminuição da força muscular.

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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NUTRIÇÃO PARENTERAL EXCLUSIVA
20 a 25 kcal/kg/dia iniciais com evolução a Está indicada para os casos de íleo
30kcal/kg/dia e 1,2 a 1,5 g/kg/dia de prolongado, fístulas pancreáticas e
proteínas; de 3 a 6 g/kg/dia de carboidratos; síndromes compartimentais abdominais.
de 0,8 a 1,5 g/kg/dia de lipídios, devendo ser
descontinuados se ocorrer hipertrigliceridemia.

PANCREATITE GRAVE
DIETA RECOMENDADA As complicações ou necessidades de cirurgia tornam a oferta
Rica em carboidratos, com nutricional precoce essencial, visando à prevenção dos efeitos
quantidade moderada de adversos da desnutrição. Nesse caso é preferível a dieta
proteínas e de moderada a enteral desde que o posicionamento da sonda enteral seja
restrita em gorduras. distalmente ao piloro guiado por endoscópio, proporcionando
assim mínima estimulação exógena pancreática.
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NUTRIÇÃO ENTERAL DIETA ORAL
Provoca o aumento do débito da fístula, Está condicionada ao débito da
esta deve ser imediatamente suspensa, fístula e é utilizada em fístulas
e o paciente deve ser mantido em distais no íleo terminal e cólon
nutrição parenteral exclusiva até sua cujos débitos são normalmente
resolução. Evidentemente não tem como baixos, ou em casos de fístulas
finalidade apenas nutrir, mas também exclusas do trânsito intestinal
proteger e preservar a mucosa como na árvore biliar.
intestinal, diminuindo o risco de
translocação bacteriana.
ADMINISTRAÇÃO DE
NUTRIÇÃO ENTERAL
GLUTAMINA Está contraindicada na
O uso da glutamina mesmo que presença de hipertensão intra-
endovenoso, é recomendado abdominal, pois o fluxo
na tentativa de manter o sanguíneo nessa situação pode
trofismo da mucosa intestinal. estar comprometido para
mucosa com risco de isquemia..
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EPIGENÔMICA NUTRICIONAL
Estuda a influência de nutrientes e NUTRIGENÔMICA
compostos bioativos presentes nos Estuda a modulação da expressão
alimentos em relação aos mecanismos gênica por nutrientes e compostos
epigenéticos, os quais regulam a bioativos presentes nos alimentos.
atividade e a expressão do gene.

NUTRIGENÉTICA
Estuda a influência da variabilidade
genética entre os indivíduos em
relação às necessidades de ingestão
de nutrientes, à promoção de saúde
e ao risco de desenvolvimento de
doenças crônicas não transmissíveis.
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INFLAMAÇÃO INFLAMAÇÃO CRÔNICA
É um componente central da imunidade inata Envolve progressiva alteração
(inespecífica), cuja função é a destruição de nos tipos celulares presentes
microrganismos, o que envolve a participação de no local da inflamação e
células efetoras, as quais entram em contato concomitantes destruição e
com agentes estranhos no tecido infectado. reparo de tecido em virtude
do processo inflamatório
vigente.

ÁCIDOS GRAXOS
ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS POLI-INSATURADOS
Apresentam a capacidade de estimular a resposta Ômega 3 e ômega 6 exercem relevante
inflamatória por meio da via de sinalização do modulação na resposta inflamatória,
receptor toll-like 4 (TLR4). Também podem induzir uma vez que originam diferentes séries
aumento da resposta inflamatória por meio da de eicosanoides, as quais têm efeitos
ativação do TLR2, o qual forma heterodímeros na distintos em relação à intensidade da
membrana plasmática com o TLR1 ou o TLR5. resposta inflamatória.
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VITAMINA D FONTES ALIMENTARES DA VITAMINA D
Refere-se a um grupo de pró-hormônios Que mais se destacam são peixes, cogumelos tipo
lipossolúveis, os quais exercem funções shiitake (desde expostos a raios UVB durante o
fisiológicas convergentes no organismo humano. cultivo) e gema de ovo, que podem fornecer
vitamina D nas formas de ergocalciferol ou
colecalciferol acontece rapidamente na derme.

CONVERSÃO DA VITAMINA D
VIAS DE ABSORÇÃO Ao alcançar o fígado a, é convertida à
Duas vias, contribuem para o estado nutricional sai forma circulante, 25 (OH) D, pela
da vitamina D: a síntese endógena – por meio da enzima 25-alfa-hidroxilase. Essa forma
exposição ao sol – e a ingestão de alimentos não é ativa, mas tem sua importância
fonte ou de suplementos. A exposição solar é por ser o principal biomarcador do
considerada a fonte primária de vitamina D. estado nutricional dessa vitamina.
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ABSORÇÃO DE CÁLCIO CALCITRIOL
O calcitriol, aumenta a absorção do cálcio no intestino Estimula sua própria degradação,
por promover a expressão gênica de canais de cálcio promovendo a expressão gênica da
da membrana apical de enterócitos, de proteínas enzima microssomal chamada 24-
ligantes de cálcio no citosol (calbindina D) e de bombas hidroxilase, a principal enzima de
de cálcio da membrana plasmática (ATP2B1). degradação da 1,25 (OH) 2D3.

CALCITRIOL NO TECIDO ÓSSEO


Age aumentando a reabsorção óssea FUNÇÃO CLÁSSICA DA VITAMINA D
de forma indireta, atuando sobre os Ocorre por meio da modulação da
osteoblastos para aumentar a expressão de genes específicos nos
expressão gênica do fator principais órgãos e tecidos envolvidos
estimulante de osteoclastos (RANKL). com a homeostase de cálcio, como o
intestino, rins e tecido ósseo.
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ZINCO ABSORÇÃO DO ZINCO
É um dos oligoelementos mais importantes É absorvido principalmente no duodeno,
do organismo, indispensável para o no íleo e no jejuno por um processo
crescimento e o desenvolvimento, sendo o mediado por transportadores, ou, mais
segundo mais prevalente no corpo humano. raramente, por difusão passiva.
RECOMENDAÇÃO DE
INGESTÃO DIÁRIA
RDA é de 9,4 mg/dia para
homens e 6,8 mg/dia para DEFICIÊNCIA DE ZINCO
mulheres. Nível máximo tolerável Pode causar atraso de
de ingestão é de 40 mg/dia. crescimento, alterações de
paladar, baixa imunidade, aumento
FUNÇÃO DO ZINCO do estresse oxidativo e da síntese
Componente essencial para proliferação, a de citocinas pró-inflamatórias.
diferenciação e apoptose celular, participa como Outros sintomas incluem reações
cofator na atividade de enzimas envolvidas no cutâneas, retardo na cicatrização
metabolismo intermediário, síntese de DNA, de feridas e redução da fertilidade.
transcrição do RNA, visão e cognição.
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EXCESSO DE ZINCO
Pode causar hiperatividade de células beta e aumento da
produção de insulina, que, em longo prazo, pode contribuir
para o desenvolvimento de resistência à ação da insulina
por meio do esgotamento ou do excesso de estimulação
dos receptores de insulina, bem como contribui também
para esgotamento e falência das células beta.

DIABETES MELLITUS 2
Está relacionada, principalmente, com a resistência à
ação da insulina nos tecidos periféricos (muscular,
ZINCO NO METABOLISMO DA GLICOSE
adiposo e hepático), que contribui para menor captação
Desempenha papel essencial por participar
de glicose por esses tecidos, menor inibição da produção
da cristalização, do armazenamento da
hepática de glicose (glicogenólise e gliconeogênese) e,
secreção e da sinalização da insulina.
consequentemente, induz aumento da glicemia.
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PROTEÍNA C REATIVA (PCR)
Não somente faz parte do protocolo clínico de
rastreamento de risco cardiometabólico como
também é o único biomarcador inflamatório com
pontos de corte estabelecidos pela diretriz da
American Heart Association para interpretação de
biomarcadores de risco cardiovascular.

EXPRESSÃO GÊNICA DE ADIPONECTINA BIOMARCADOR INFLAMATÓRIO


Ingestão de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 A PCR é o biomarcador mais investigado
possa aumentar a expressão gênica de por estudos de rastreamento amplo do
adiponectina por mecanismos nutrigenômicos, genoma (GWAS, do inglês genome wide
apenas em indivíduos carregadores do alelo G. association studies)
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OBESIDADE POLIGÊNICA
Resulta das interações de estilos de vida ETIOLOGIA DA OBESIDADE
desfavoráveis com variantes específicas de É multifatorial e o balanço energético
genes ou entre diversos SNP, os quais podem positivo, decorrente do aumento da
influenciar no controle do apetite, na preferência ingestão energética e da redução da
alimentar, no metabolismo energético e lipídico, na prática de atividade física.
sinalização da insulina, entre outros.

FATORES DESENCADEADORES FATORES GENÉTICOS


Herança genética, distúrbios hormonais, São responsáveis por 45% a 75%
envelhecimento, fatores comportamentais e das variações interindividuais no
ambientais, programação fetal e perinatal, índice de massa corpórea (IMC),
nutrição materna e aspectos relacionados à enquanto a adiposidade pode ser
amamentação. influenciada em 75 a 80%.
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METABOLISMO LIPÍDICO
Refere-se ao processo fisiológico de biossíntese,
transformação e degradação de lipídeos.

DISLIPIDEMIA
MONOGÊNICA
Quando o fenótipo é
resultante de mutações
em um único gene.

APOPOLIPOPROTEÍNA (APOE)
É um dos principais genes avaliados nos
estudos de intervenção nutricional. Existe
DISLIPIDEMIA POLIGÊNICA
comumente três isoformas: ApoE2, ApoE3 e
Causada pela associação entre
ApoE4, as quais se comportam de maneira
variantes genéticas em múltiplos genes.
distinta modulando os parâmetros lipídicos.
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DESFECHOS
Apresenta melhor desfecho em relação à
nutrição parenteral total (NPT), para melhor
a resposta imune, prevenir a atrofia
intestinal, evitando a translocação bacteriana,
e diminuir a resposta inflamatória.

SUBSTRATOS DEFINIÇÃO
Como os aminoácidos glutamina e Segundo Waitzberg (2017), entende-se por
arginina, os ácidos graxos ômega 3 e os terapia de nutrição enteral (TNE) um conjunto
nucleotídeos. O objetivo é melhorar a de procedimentos terapêuticos empregados
resposta imune e atenuar a resposta para a manutenção ou recuperação do estado
inflamatória, com a esperança de aliviar nutricional por meio da nutrição enteral (NE).
a sobrevida do paciente.
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A TNE deverá somente ser instituída CONTRAINDICAÇOES DE TERAPIA
quando for verificada a necessidade de NUTRICIONAL ENTERAL
utilizá-la por pelo menos 5 a 7 dias. Disfunção do TGI ou condições que requeiram
repouso intestinal
Obstrução mecânica do TGI
Refluxo gastroesofágico intenso
Íleo paralítico
Hemograma no TGI grave
Vômitos e diarreia grave
Fístula no TGI de alto débito (>500 mL/dia)
INDICAÇÕES Enterocolite grave
Existem duas situações. A primeira é Pancreatite aguda grave
quando houver risco de desnutrição, a Doença terminal
outra situação em que se faz necessária Expectativa de utilizar a TNE em período
é quando o trato digestório estiver total inferior a 5 a 7 dias para pacientes
ou parcialmente funcionante. desnutridos ou 7 a 9 dias para pacientes bem
nutrido

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RECOMENDAÇÃO
A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e DIFICULDADE DO USO DA TNE PRECOCE
Enteral (ASPEN) recomenda TNE precoce com Instabilidade hemodinâmica, íleo paralítico,
dieta polimérica hiperproteica para pacientes com distensão abdominal, náuseas, vômitos e
trauma nas primeiras 24 a 48 horas após a suspeita de isquemia intestinal dificultam uso
lesão, desde que o paciente esteja precoce da TNE,
hemodinamicamente estável.

ITERVENÇÃO
CONCEITO Visa a evitar que a ausência de nutrientes
Consiste na oferta de NE nas no TGI, especialmente no intestino, favoreça
primeiras 48 horas após a a hipotrofia intestinal, que pode levar à
ocorrência de um evento quebra de barreira imunológica e á maior
traumático ou infeccioso. permeabilidade intestinal, com possível
translocação microbiana.
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TÉCNICCAS UTILIZADAS
As técnicas utilizadas para o
acesso enteral podem ser às
cegas, por endoscopia, radioscopia,
laparoscopia ou cirurgia.

GASTROSTOMIA E
JEJUNOSTOMIA
RISCO DE ASPIRAÇÃO São utilizadas, em geral, quando
O local de administração da dieta enteral, se a duração da terapia nutricional
intragástrica ou pós-pilórica, é um dos fatores for superior a 4 semanas.
a ser considerado na seleção da via de acesso
para a NE. O risco de aspiração (pacientes
inconscientes, distúrbios de deglutição, história SONDA NASOENTERAL
de aspiração, refluxo gastroesofágico, São indicadas para pacientes que
gastroparesia) é um dos critérios para decisão. necessitem de NE por curto período
(inferior a 6 semanas).
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Administração intermitente ALIMENTAÇÃO INTRAGÁDTRICA
É escolhida por vários fatores: em primeiro lugar,
Utilizada a força da gravidade,
o estômago tolera mais facilmente que o intestino
volume de 50 a 500ml de dieta
delgado uma variedade de fórmulas; em segundo,
administrada por gotejamento, a
ele aceita normalmente grandes sobrecargas
cada 3 a 6 horas, precedida e
osmóticas sem provocar cólicas distensão,
seguida por irrigação da soda enteral
vômitos, diarreia ou desvios hidroeletrolíticos, o que
com 20 a 30 ml de água potável
não ocorre no intestino delgado.

ADMINISTRAÇÃO CONTÍNUA
Usa a bomba de infusão, 25 a 150 ADMINISTRAÇÃO EM BOLO
mL/h, por 24 horas, administrada Injeção com seringa, 100 a 350 mL
no estômago, n jejuno e no duodeno, de dieta no estômago, a cada 2 a 6
interrompida a cada a 8 horas para horas, precedida e seguida por
irrigação da sonda enteral com 20 a irrigação da sonda enteral com 20 a
30 ml de água potável 30 ml de água potável.
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COMPOSIÇÃO
A seleção de uma fórmula enteral
apropriada requer avaliação da capacidade
digestiva e absortiva do paciente, como
também o conhecimento das fontes de
substratos e da sua forma de apresentação.

LIPÍDIOS
Os óleos vegetais contêm variedade de
ácidos graxos essenciais. A ingestão de
ácidos graxos essenciais (sobretudo o
ácido linoleico) deve ser de 3 a 4% do PROTEÍNAS
total da necessidade energética. A qualidade proteica é atribuída ao
perfil dos aminoácidos: um perfil de
CARBOIDRATOS aminoácidos de pelo menos 40% dos
A diferença primária nos componentes dos carboidratos está essenciais é sugerido para os casos
relacionada com sua forma e concentração, predominantemente de anabolismo. Fonte predominante
o hidrolisado de amido de milho ou a maltodextrina. de proteína inclui a soja e a caseína.
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ÁGUA FIBRAS
O conteúdo de fibras nas fórmulas é, em
A quantidade de água é frequentemente
média, de 5 a 14 g/L. A recomendação de
relacionada em mL de água por 1.000 mL de
ingestão de fibra é de cerca de 20 a 25
fórmula ou mL de água/L de fórmula. A maioria
g/dia. A forma predominantemente utilizada
das fórmulas enterais contém de 690 a 860
nas fórmulas é o polissacarídeos da soja.
mL de água por 1.00 mL da fórmula enteral.

VITAMINAS E MINERAIS
As fórmulas comercialmente completas são adequadas em vitaminas e
minerais, quando o volume suficiente da fórmula é utilizado para satisfazer as
necessidades energéticas e dos macronutrientes. Suplementos vitamínicos e
minerais podem ser necessários para pacientes que recebem formulações
nutricionalmente incompletas ou fórmulas diluídas por períodos prolongados.
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OSMOLALIDADE
Função do tamanho e da quantidade de partículas iônicas e
moleculares (proteína, carboidratos, eletrólitos, minerais)
em determinado volume. A unidade de medida para
osmolalidade é mOsm/kg de água , enquanto a unidade de
medida para osmolaridade é mOsm/L.

PH DENSIDADE CALÓRICA
A motilidade gástrica é menor com soluções A taxa do esvaziamento gástrico
de pH menor que 3,5. O pH da maioria das pode ser menor para fórmulas
fórmulas enterais é maior que 3,5. com alta densidade calórica.
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FÓRMULAS POLIMÉRICAS
A maioria dos pacientes pode FÓRMULAS PARCIALMENTE HIDROLISADAS
beneficiar-se com esse tipo de Indicadas a pacientes com capacidade digestiva e
fórmula. Composição padrão: absortiva parcial. Médio conteúdo de lipídios: 3 a
proteínas 10 a 15%, carboidratos 40%. Média osmolalidade (250 a 650 mOsm/kg de
50 a 60% e lipídios 25 a 30%. água). Isenta de lactose. Nutricionalmente completa.

MÓDULOS
Indicados para
suplementar fórmulas e
individualizar a formulação.

FÓRMULAS ESPECIALIZADAS
Desenhadas para disfunções orgânicas
específicas e para condições de
estresse metabólico.
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DIETAS INDUSTRIALIZADAS DIETAS INDUSTRIALIZADAS
EM PÓ PARA CONSTITUIÇÃO LÍQUIDAS SEMIPRONTAS
Em geral, acondicionadas em pacotes São dietas prontas, apresentam-se
hermeticamente fechados, em porções em latas ou frascos de vidro com
individuais com 60 a 96g ou em latas com 230 a 260 mL, em quantidades
cerca de 400g; necessitam ser suficientes para um horário de dieta.
reconstituídas em água ou em outro
líquido.

DIETAS INDUSTRIALIZADAS PRONTAS


São as que já se apresentam envasadas,
acondicionadas em frascos de vidro ou bolsas
próprias com 500 e 1.000 mL, diretamente
acopladas no equipo.

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DEFINIÇÃO VANTAGENS
São aquelas preparadas à base de alimentos Individualização da fórmula quanto à
in natura ou de mesclas de produtos composição nutricional e o volume. Custo
naturais com industrializados (módulos), aparentemente menor do que o da
liquidificadas e preparadas artesanalmente dieta similar industrializada.
em cozinha doméstica ou hospitalar.

DESVANTAGENS
Instabilidade bromatológica, microbiológica e organoléptica do produto
final, acarretando um custo real maior do que o da dieta industrializada.
Não é de composição nutricional definida e há dificuldade para se
formular uma dieta com algum grau de especialização, por exemplo, à
base de hidrolisados proteicos ou ricos em nutrientes imunomoduladores.
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GASTRINTESTINAIS RESPIRATÓRIAS PSICOLÓGICAS
Náuseas, vômitos, estase gástrica, Aspiração pulmonar com Ansiedade, depressão, falta de
refluxo gastroesofágico, distensão síndrome de Mendelson estímulo ao paladar, monotonia
abdominal, cólicas, empachamento, (pneumonia química) ou alimentar, insociabilidade e
flatulência, diarreia/obstipação. pneumonia infecciosa. inatividade.

METABÓLICAS
Hiperidratação/desidratação,
hiperglicemia/hipoglicemia,
anormalidades de eletrólitos e
elementos-traço e alterações
da função hepática.
MECÂNICAS
INFECCIOSAS Erosão nasal e necrose, abscesso septonasal, sinusite
Gastroenterocolites por aguda, rouquidão, otite, faringite, esofagite, ulceração
contaminação microbiana no esofágica, estenose, fístula traqueosesofágica,
preparo, nos utensílios e na ruptura de varizes esofágicas, obstrução da sonda,
administração. saída ou migração acidental da sonda.
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NUTRIENTES TERAPÊUTICOS ARGININA
Os mais comumente utilizados Considerada um aminoácido não essencial em
comercialmente são a arginina, a glutamina, condições fisiológicas normais. Torna-se um
os nucleotídeos e os ácidos graxos da série aminoácido condicionalmente essencial em
ômega 3 (ácido eicosapentaenoico (EPA) e situações de estresse. Possui habilidade para
ácido docosa-hexaenoico (DHA). estimular a secreção de hormônios do
crescimento pela pituitária.
NUCLEOTÍDEOS
Os suplementos dietéticos com
nucleotídeos têm a capacidade de
otimizar a imunidade humoral
mediada pelas células T auxiliares.
GLUTAMINA
É a fonte energética preferencial dos enterócitos. É
ÔMEGA-3
A quantidade total de lipídios ômega 3
precursora da glutationa, substrato para a síntese da
fornecidos como EPA ou DHA que é
glutationa peroxidase, enzima que exerce importante
necessária para obtenção de um benefício
papel na metabolização de radicais livres, tanto no
clínico em geral entre 1,5 e 3 g/dia.
compartimento intra quanto no extracelular.
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TEMPO PARA INÍCIO NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA
Administrada no acesso venoso periférico, com a
Está cada vez mais relacionado ao risco
ponta do cateter localizada em uma veia de grosso
nutricional; quanto maior o déficit nutricional
calibre, normalmente nas veias das extremidades
ou o grau de hipercatabolismo, mais
superiores na mão ou no antebraço.
precoce deve ser a indicação.

CONCEITO
Consiste em uma solução estéril de nutrientes NUTRIÇÃO PARENTERAL CENTRAL
(aminoácidos, carboidratos, lipídios, sais minerais e Feita no acesso venoso central, a ponta do
vitaminas) infundida via endovenosa, por meio de cateter está localizada em uma veia de alto
um acesso venoso periférico ou central, indicada, fluxo sanguíneo interligada à veia cava
na maioria das vezes, na impossibilidade de superior ou ao átrio direito, com infusão
utilização do trato gastrintestinal (TGI). direta ao coração.
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A TNP deve ser indicada não apenas na impossibilidade SITUAÇÕES CLÍNICAS
da via digestiva, mas também em situações em que
Fístulas digestivas de alto débito,
exista déficit energético-proteico com o uso exclusivo
da via enteral. A TNP é contraindicada para pacientes síndrome do intestino curto,
hemodinamicamente instáveis. doenças inflamatórias intestinais,
obstrução intestinal, íleo
paralítico, vômitos persistentes,
pancreatites graves, grande
queimado, pré-operatório e
câncer.

PRINCIPAIS INDICAÇÕES DA TNP


São situações de impossibilidade de utilização da via digestiva,
como distúrbios disabsortivos, distúrbios obstrutivos,
sangramento do TGI e alteração do trânsito por fatores
metabólicos ou mecânicos, acarretando sintomas digestivos
graves, como diarreia, vômitos e distensão abdominal.
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GLICOSE
A glicose monoidratada apresenta maior interesse. Ocupa posição
central no metabolismo energético do organismo, exerce efeito
poupador de nitrogênio e é fundamental no metabolismo de alguns
tecidos, como sistema nervoso central, leucócitos, hemácias e
medula renal. Cada grama de glicose monoidratada fornece 3,4 kcal.

AMINOÁCIDOS EMULSÃO LIPÍDICA (EL)


As soluções-padrão de proteína comercialmente São isotônicas e podem ser
disponíveis são constituídas por aminoácidos cristalinos administradas por veia periférica.
essenciais e não essenciais, em concentrações que Diferente do óleo comum, que oferece 9
variam de 6,7 a 15%, disponíveis em frascos de 50, kcal/g, as EL a 10 e 20% fornecem 1,1
100, 250 e 1.000 mL. Cada grama de aminoácidos kcal/mL e 2 kcal/mL, respectivamente.
oxidados para energia fornece aproximadamente 4 kcal.
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CARBOIDRATOS
São as principais fontes de energia, e equivalem a
50 a 60% do valor energético total (VET) da dieta.
É recomendado o máximo de 7 g/kg/dia para
minimizar complicações metabólicas, como a
hiperglicemia, as anormalidades no metabolismo
hepático e o aumento do trabalho ventilatório.

LIPÍDIOS
PROTEÍNA Em condições normais, a recomendação é de 20%
a 35% do VET, baseada nas evidências coletadas
A recomendação entre 10 a 15% do VET da
para o estabelecimento das DRI. A recomendação
dieta para indivíduos saudáveis. A ingestão
da dieta não deve ultrapassar 2,5 g/kg/dia, para
de 0,85 a 1,1 g/kg/dia possibilita alcançar o
minimizar o risco de complicações metabólicas. Em
balanço nitrogenado positivo para a maioria
pacientes graves, a recomendação máxima de
dos indivíduos saudáveis.
lipídios via venosa é de 1 g/kg/dia.
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COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
Os fatores independentemente Podem ocorrer em um curto período e
associados com infecção de corrente necessitam de acompanhamento diário. As
sanguínea incluem: não utilização do principais complicações são hiperglicemia,
TGI, por haver intensificação da hipoglicemia, hipertrigliceridemia, distúrbio do
translocação bacteriana; higiene balanço acidobásico e disfunção hepática.
inadequada do paciente; inserção do
cateter venoso central sob
circunstâncias emergenciais; e, em
menor proporção, a gravidade da
doença e a duração da cateterização
venosa central.
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
São relacionadas ao uso de cateter venoso
(central ou periférico). Flebite, pneumotórax,
hemotórax, trombose venosa, embolia gasosa e
mau posicionamento do cateter são as principais
complicações mecânicas relacionadas à TNP.
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CUPPARI, 2019.
REFERÊNCIAS

CUPPARI, Lílian. Nutrição Clinica no Adulto. 4ª Ed.


Barueri: Manole, 2019.

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"Somos o que repetidamente fazemos. A excelência,
portanto, não é um feito, mas um hábito."

Study Nutri por Naryelle Rocha

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