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14, 03, 2023

Evangelhos de Marcos

Revelação da Autoridade de Jesus (Mc 1, 14-45)

Passado o prólogo, Batismo, tentação de Jesus no deserto.

Testificação de sua filiação entendida enquanto o “Projeto do Pai”. Deve passar pela
tentação.

Marcos não especifica as tentações de Jesus: quer dizer que sempre haverá uma tentação
fundamental: o Filho de Deus deve escolher para si um caminho para seguir.

No deserto entre as feras: volta ao tempo genesíaco. Em Mc 1, 1, esse novo princípio que
nesse momento se instaura, através da pessoa de Jesus Messias: o advento do Reino. A
autoridade em Jesus tem como tema o advento do Reino.

Verbo importante: Paradidomi: “entrega”. Esse verbo se repete na Paixão de Jesus.

Ergomai: Vem de uma eralidade exterior.

Kerísso: anunciar

Plerou ó kairós: o tempo de Deus/tempo salvífico se cumpriu.

Basileia tou Teou: Igreja de Deus – esse é o conteúdo da pregação de Jesus.

A Basileia se faz pelo próprio anúncio: a Palavra precede a ação. É uma força salvífica para
aquele que crê (Em 1, 16-17)

A pregação de Jesus – Evangelho – histórico não é sobre ele mesmo, mas sobre a realidade
da Basileia tou Teou.

Se adere a essa pregação, por meio da conversão – Metanóia – e pela fé – Epistemo.

Observação ulterior: Convertei-vos E crede no Evangelho, ou, Convertei-vos: crede no


Evangelho.

Primeiro aspecto: O Evangelho tem como conteúdo o ser humano e sua dignidade integral.

Após o prólogo há ainda uma síntese do que virá. Sintetiza o início do ministério de Jesus.

A fim de que o Reino de Deu se concretize, é necessário a conversão e a fé. João Batista toca
o Evangelho. A conversão, pregada por João, é o tema principal da pregação do Evangelho.
João é, portanto, parte do Evangelho.

Ser humano e sua dignidade integral. Início do ministério de jesus.

Os evangelhos são um conjunto literário, aleatoriamente escrito, sem ordem e sem


sistematicidade.

Vocação dos quatro primeiros discípulos. Esse texto está logo ao início da pregação de Jesus
(Mc). Em Lc, está em 5, 1-10.
Por que Mc coloca, logo no início da pregação de Jesus, o chamado e seguimento dos 4
primeiros a Jesus. Lucas coloca uma experiencia inicial dos 4 primeiros, antes do chamado e
seguimento. Mc coloca já no início, após o início da pregação de Jesus.

RESPOSTA: A cena demonstra de forma “concreta” o que significa converter-se e crer no


Evangelho.

R. Fabris: “A tradição de Marcos viu nessa cena de chamamento, não somente o começo
histórico da comunidade dos discípulos em volta de Jesus, mas também, o paradigma da
resposta cristã à fé”.

Seguir, seguimento, era assim que as primeiras comunidades cristãs viam a resposta a essa
conversão, a esse chamado.

Diante da perda de muitos adeptos, no ano 70, vê-se modelo catequético para que essas
comunidades tornassem isso um paradigma.

Segundo alguns autores, o exercício do seguimento será tão ou de maior esforço, como a
vida de um pescador: “Serão pescadores de homens”: trocadilho de Jesus que indica uma
realidade; a vida difícil de um pescador da Galiléia.

Essa questão em pauta, sugerida de forma implícita no texto, é que a missão tem uma
sentido amplamente lato.

1. Início do ministério
2. Forma paradigmática de seguir Jesus
3. Modelo evangelizador “do próprio” Jesus Messias. O modelo da evangelização de
Jesus. Mc 1, 21 – 45: “Jornada de Cafarnaum”; “Dia de Jesus”.
É demarcado por meio dos advérbios temporais e de lugar.
O modelo evangelizador: a catequese primitiva quer mostrar o que de fato é
evangelizar: muito trabalho duro.

1 Aspecto: o Reino de Deus que chega a todas as pessoas, em todos os lugares;

2 aspecto: a libertação dos homens: o Reino de fato é contrário a todo tipo de mal – Jesus
realiza cura e libertação do mal, em várias formas: 1, 40-45 (exemplificação).

4 Considerações

Primeira consideração

Mundo amplamente religioso. As realidades giram em torno da religião. Há aspecto positivo


e negativo. Há influência de magia, presente nessa época. Não havia fronteira entre doença
e possessão. Doença e possessão são “realidades do anti-Reino”.

A questão de maior evidência é a singularidade dos milagres. No aspecto da sobriedade com


a qual Jesus os realiza.
Outra realidade que diferencia é que a pessoa precisa entrar em âmbito de relação com o
Mestre. A fé da pessoa cura, trata de uma realidade relacional. Entrar nessa dinâmica de
relação e o leitor precisa se identificar com essa realidade. O Reino acontecendo no âmbito
da pessoa.

TERMO Dinamys/Teras: indicam o prodígio, a força que saía de Jesus.

João chama de Semeion (SINAIS). O TEXTO SE TORNA PERFORMATIVO QUANDO SE ENTRA


NO PROCESSO DO PRÓPRIO CRISTO. QUANDO NÃO, SE TORNA SOMENTE INFORMATIVO.

3 Consideração

Marcos tem cuidado para não identificar as curas e milagres com o messianismo de Jesus.
Essa é uma dimensão do Reino – as curas e prodígios – mas não se resume ao Reino. Há a
necessidade de o discípulo ter uma outra relação com o Pai e o Messias, não somente essa
relação. Por isso Jesus, em Marcos, pede que os curados não falem aos outros a respeito dos
milagres. Há necessidade de um outro tipo de relação e a necessidade de se descobrir uma
outra face do Messias e não somente, a face do Messias do prodígio. A vida não é assim.
Aqueles que creram não estão excluídos da perseguição, nem do poderio romano.

4 Consideração

Jesus exige do discípulo, tomar o caminho, com maturidade; tomar uma outra estrada.

5 Consideração

Os milagres tornam a salvação visível, atestam que a palavra de Deus faz o que diz.
Importante, contudo, que os milagres consistem em restituir ao homem, sua originária
plenitude, integridade.

A sobriedade do relato e a necessidade de alguma relação com o Mestre.

Necessário recorrer, na comunidade marcana, a diversos exemplos em histórias para se


esclarecer o discipulado de Jesus.

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