Toxicologia ocupacional

Sumário
1 Fundamentação teórica................................................1
1.1 Introdução...........................................................1
1.2 Monitorização ambiental....................................1
1.2.1 Limites de exposição ocupacional (LEO).........2
1.2.2 Frequência da monitorização..........................2
1.3 Monitorização Biológica......................................3
1.4 Vigilância à saúde................................................3
2 Vídeos sobre o tema.....................................................3
3 Bibliografia.....................................................................4

1 Fundamentação teórica saúde do trabalhador. É preconizada e exigida pela NR-7 do

Ministério do trabalho.

O monitoramento da exposição ocupacional é uma

1.1 Introdução
Conceitos importantes: Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO); Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA); NR-7; Vigilância da saúde;
monitorização biológica; monitorização ambiental.
Toxicologia Ocupacional é a área da Toxicologia que
identifica e quantifica as substâncias químicas presentes no
ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem.
A Toxicologia Ocupacional tem como um de seus objetivos,
a prevenção dos danos à saúde causados por
contaminantes químicos presentes no ambiente de
trabalho.
Trata principalmente de substâncias químicas que causam
efeitos tóxicos deterministas (dose/resposta). Ex: mercúrio,
chumbo, tolueno, tricloroetileno, benzeno.
Para isso, tornam-se necessárias a identificação e
quantificação desse risco.
Monitorização: atividade sistemática de medidas e
interpretações realizada com o objetivo de prevenir o
aparecimento de efeitos adversos decorrentes da
exposição.
O monitoramento da exposição ocupacional é parte
integrante e fundamental dos programas de prevenção a
atividade articulada que se utiliza de ferramental de
monitorização ambiental e monitorização biológica.
A proteção a saúde do trabalhador é realizada pela
“vigilância da saúde”, “monitorização biológica” e
“monitorização ambiental”, todos de forma articulada.
1.2 Monitorização ambiental
Consiste na determinação, habitualmente na atmosfera do
ambiente de trabalho, dos agentes presentes nesse
ambiente, para avaliar o risco à saúde, comparando-se os
resultados obtidos com referências apropriadas.
Diferentes fatores podem ser considerados “fatores
intervenientes” na determinação da exposição ocupacional
quando da avaliação ou monitorização ambiental:
– Atividades, tarefas ou funções exercidas pelos
trabalhadores.
– Área ou local de trabalho.
– Número de trabalhadores presentes e possivelmente
expostos.
– Movimentação dos trabalhadores pelo local de
trabalho.
– Movimentação dos materiais (fonte de gases, vapores
e poeiras).

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 Toxicologia ocupacional
– Condições de ventilação ou movimentação do ar,
temperatura e pressão atmosférica.
– Ritmo de produção.
– Outros agentes químicos ou físicos possivelmente
presentes que possam interferir nas avaliações ou na
exposição.
Estratégias de amostragem: Uma vez coletadas e analisadas
as amostras, os resultados devem ser comparados com os
limites de exposição ocupacional.
1.2.1 Limites de exposição ocupacional (LEO)
Legislação Brasileira:Limites de Tolerância. Portaria
Ministerial 3.214 do Ministério do trabalho e Previdência,
de dezembro de 1978, norma regulamentadora 15 (NR-15),
anexo 11. Fixa substâncias que caracterizam insalubridade.
Limites de Tolerância: Entende-se por "Limite de
Tolerância", para os fins desta Norma (NR-15), a
concentração ou intensidade máxima ou mínima,
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral.
Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores
ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de
insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os
limites de tolerância constantes do Quadro nº1.
Todos os valores fixados no Quadro no 1 - Tabela de Limites
de Tolerância são válidos para absorção apenas por via
respiratória.
Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes
químicos cujos limites de tolerância não podem ser
ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.
Amostragem (NR-15)
• A avaliação das concentrações dos agentes químicos
através de métodos de amostragem instantânea, de
leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em
10 (dez) amostragens, para cada ponto - ao nível
respiratório do trabalhador. Entre cada uma das
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amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo,
20 (vinte) minutos.
• O limite de tolerância será considerado excedido
quando a média aritmética das concentrações
ultrapassar os valores fixados no Quadro n.° 1.
Referências internacionais: ACGIH (American
ConferenceofGovernmental Industrial Hygienits) Congrega
especialista em Higiene e Toxicologia Ocupacional. Publica
anualmente suas TLV’s – Thresholdlimitvalues.
Concentrações de agentes químicos dispersos no ar.
Representam condições sob as quais se supõe que quase
todos os trabalhadores podem estar expostos dia após dia,
sem efeito adverso a saúde.
TLV-TWA(Time WeightedAverage) média ponderada pelo
tempo: Aplicado a substâncias que produzem efeito a
médio e longo prazo. Pode ter um pequeno período acima
do TLV, mas na média o limite deve ser obedecido.
TLV-STEL (Short TermExposureLimit)limite de exposição de
curto período: Concentrações que os trabalhadores podem
estar expostos em curtos períodos de tempo sem sofrer
irritação, lesão tecidual crônica ou irreversível, ou narcose
que comprometa a segurança. Não substitui o TLV-TWA,
sendo seu complemento. Pode ser atingido por 15 min, 4
vezes ao dia, com intervalos de 60 min. Algumas
substâncias tem TLV-STEL específico. Para as outras usar
uma variação de 3 em relação ao TLV-TWA.
TLV-C (Ceiling) Teto: Substâncias com elevada toxicidade a
curto prazo possuem limite teto, ou seja, concentração que
não pode ser ultrapassada em momento algum da jornada
de trabalho.
Nível de Ação: Concentração ambiental a partir do qual o
indivíduo é considerado exposto. Nível de ação = 50% do
LEO. Se atingir o nível de ação, então iniciar:
Monitoramento do ambiente de trabalho; Monitoramento
biológico; Vigilância da saúde.
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 Toxicologia ocupacional
Índice de exposição (IE): Razão entre o valor determinado
no ambiente e o LEO. Auxilia interpretação dos resultados
da monitorização.
1.2.2 Frequência da monitorização
Programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA).
Abaixo do nível de ação: bienal
Entre nível de ação e LEO: semestral ou anual.
1.3 Monitorização Biológica
Para a realização da monitorização biológica é essencial
existir um parâmetro biológico que possa ser medido e
avaliado e que expresse uma correlação com a exposição
ou com a eventual ação do xenobiótico no organismo. Esses
parâmetros são denominados como Biomarcadores ou
Indicadores Biológicos.
Medida e avaliação de substâncias químicas ou de seus
produtos de biotransformação ou de algum parâmetro
bioquímico para estimar a exposição e o risco à saúde por
comparação com referências apropriadas.
Indicador biológico, Bioindicador ou Biomarcador: Toda
substância ou seu produto de biotransformação, assim
como qualquer alteração bioquímica precoce, cuja
determinação nos fluidos biológicos, tecidos ou ar exalado,
avalie a intensidade da exposição e/ ou da intoxicação.
Vantagens da monitorização biológica sobre a
monitorização ambiental: Avalia a exposição global do
trabalhador; Considera todas as vias de introdução dos
agentes químicos; O indivíduo é o monitor da sua
exposição; Avalia melhor o risco da exposição; Avalia se há
risco aumentado no trabalho devido à exposição em
trabalho anterior; Mais adequada em casos de exposição a
agentes químicos de meia vida biológica longa.
Indicador Biológico de Exposição (ou dose interna):
Substância inalterada: Pentaclorofenol na urina; Chumbo
no sangue; Benzeno no ar exalado. Produto de
biotransformação: Ácido trans, trans-mucônico urinário
(ATTM) na urina → benzeno; Ácido hipúrico na urina →
tolueno.
Indicador Biológico de efeito: Pode ser definido como uma
alteração bioquímica, fisiológica ou outra no organismo
que, dependendo da magnitude, pode ser relacionada a
uma potencial alteração da saúde ou presença de doença.
Deve sempre refletir modificações precoces e reversíveis
que podem predizer a resposta nociva tardia (doença). São
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alterações precoces que podem ser avaliadas e
relacionadas com a dose interna.
Indicador biológico de susceptibilidade: Alteração
bioquímica, fisiológica ou outra no organismo que pode
identificar indivíduos mais susceptíveis aos efeitos nocivos
de substâncias químicas. Quase todos relacionados ao
polimorfismo genético.
Limitações da monitorização biológica: Inexistência de
bioindicador adequado (substâncias de efeito principal local
ou por desconhecimento da toxicodinâmica/cinética);
Impossibilidade de acesso ao material biológico sem risco
par ao trabalhador; Falta de estudos de toxicocinética que
permitam estabelecer critérios de amostragem;
Inexistência de métodos analíticos com condições
adequadas para análise rotineiras; Inespecificidade do
bioindicador que comprometa sua aplicação; Ausência de
ralação linear entre a intensidade da exposição e/ou efeito
e a magnitude do bioindicador.
Interpretação dos resultados da biomonitorização: Valor de
referência (VR). Valor limite biológico ACGIH =
BiologicalExposure Index (BEI). NR-7 (Brasil) = Índice
Biológico Máximo Permitido (IBMP).
Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP) (portaria 24 do
MT de 24/12/1994): É o valor máximo do bioindicador para
o qual se supõe que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas não corre o risco de dano à
saúde. A ultrapassagem deste valor significa exposição
excessiva.
1.4 Vigilância à saúde
Atividade sanitária desenvolvida pelo médico do trabalho
com o objetivo de evidenciar, o mais precoce possível, as
alterações do estado de saúde que podem ser
consequência da exposição a uma SQ.
O MB é um instrumento do médico do trabalho para
desempenhar corretamente um programa de vigilância da
saúde do trabalhador, o PCMSO – Programa de Controle
Médico em Saúde Ocupacional, de acordo com a NR-7.
2 Vídeos sobre o tema
Vídeo“Amianto”: mecanismos de toxicidade
https://www.youtube.com/watch?v=RkdYNGYP2yQ
Documentário TVEscola: Amianto
https://www.youtube.com/watch?v=qn66OZm6hxI
https://www.youtube.com/watch?v=Ynr-WDtuktE
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 Toxicologia ocupacional
https://www.youtube.com/watch?v=61qiVhkV4BY
Reportagem: trabalhadores em minas de amianto no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=OvMHW_dAft4

Assista ao vídeo “Amianto”: mecanismos de toxicidade e

faça um resumo crítico.

3 Bibliografia
OGA, S., CAMARGO, M. A. C.; BATSISTUZZO, J. A. O.
Fundamentos de Toxicologia. 3ª ed.São Paulo: Atheneu,
2008.

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