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Aula 2º
Nessa aula 02, vamos estudar sobre as em diversos tipos de concursos, provas de seleção
legislações educacionais que amparam a Educação e qualificação relacionados à área da educação,
de Jovens e Adultos – EJA, como sendo, atualmente, principalmente para as licenciaturas, uma vez que,
considerada uma modalidade de ensino pertencente atuar como docente na EJA é uma das habilitações
a Educação Básica, conforme prescrito na Lei de do(a) Pedagogo(a), segundo menciona as Diretrizes
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia
- nº. 9394 de 1996. (MEC, 2006).
Nessa perspectiva, sugiro a vocês, que organizem Qualquer dúvida com relação aos conteúdos
um espaço físico adequado para os estudos, bem propostos nesta aula, vocês poderão encaminhar
como, para anotações, pesquisas e leituras com um e-mail, postar questões no fórum ou mesmo na
viés reflexivo, crítico e questionador sobre esse ferramenta Quadro de Avisos!
assunto, pois o conteúdo dessa aula se faz presente
Boa aula!
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118 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos
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à articulação e ao desenvolvimento Educação Nacional nº 9.394/96, traz no Título V,
do ensino em seus diversos níveis e à Capítulo II, Seção V, dois Artigos relacionados,
integração das ações do poder público que
conduzam à: especificamente à Educação de Jovens e Adultos:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino; Seção V
IV – formação para o trabalho; Da Educação de Jovens e Adultos
V – promoção humanística, cientíÀca e
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada
tecnológica do País.
¢TXHOHV TXH Q¥R WLYHUDP DFHVVR RX FRQWLQXLGDGH GH
estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
Nessa perspectiva, verifica-se no primeiro item,
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos
como proposta da própria Constituição Federal de MRYHQVHDRVDGXOWRVTXHQ¥RSXGHUDPHIHWXDURVHVWXGRV
1988, a preocupação em eliminar o analfabetismo na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
sendo uma consequência de diversas manifestações, consideradas as características do alunado, seus interesses,
contextos políticos/econômicos e sociais de longas FRQGL©·HVGHYLGDHGHWUDEDOKRPHGLDQWHFXUVRVHH[DPHV
décadas, de acordo com o estudado na aula 01. E i|23RGHU3¼EOLFRYLDELOL]DU£HHVWLPXODU£RDFHVVRHD
é nesse sentido que a EJA passou a ser vista como SHUPDQ¬QFLD GR WUDEDOKDGRU QD HVFROD PHGLDQWH D©·HV
importante e necessária para o âmbito educacional, integradas e complementares entre si.
pois se percebia a existência de muitas pessoas Art. 38.2VVLVWHPDVGHHQVLQRPDQWHU¥RFXUVRVHH[DPHV
analfabetas, ou seja, sem o conhecimento linguístico, VXSOHWLYRVTXHFRPSUHHQGHU¥RDEDVHQDFLRQDOFRPXPGR
porém, com inúmeras experiências de vida, em que, currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em
em muitos momentos suas próprias experiências caráter regular.
i|2VH[DPHVDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJRUHDOL]DUVH¥R
culturais e sociais sobressaíram-se perante a ausência
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os
do conhecimento de ler e escrever.
PDLRUHVGHTXLQ]HDQRV
Na próxima seção, vamos estudar sobre a outra
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores
legislação que assegurou a educação de jovens e de dezoito anos.
adultos como garantia da Educação Básica, mediante i | 2V FRQKHFLPHQWRV H KDELOLGDGHV DGTXLULGRV SHORV
uma modalidade de ensino e não como projetos educandos por meios informais serão aferidos e
isolados de alfabetização. UHFRQKHFLGRVPHGLDQWHH[DPHV
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120 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos
relação à Educação de Jovens e Adultos, as campanhas acredita e exigindo aquilo que pode ser exigido por
e movimentos de massa não resolveram e não foram cada um. E “Cidadania”, neste contexto, é ajudar
capazes de resolver o problema do analfabetismo o educando a tomar consciência do que sabe, e a
desta população, pois esse problema tem raízes continuar aprendendo pela vida afora, recebendo e
históricas numa sociedade injusta e desigual. transmitindo conhecimento.
O problema do analfabetismo é gerado, segundo Gadotti (1989, p. 66) afirma que “[...] na
Oliveira & Paiva (2004, p. 26): concepção de Freire, o diálogo é uma relação
horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança,
[...] pela ausência e pela insuÀciência da fé e confiança”. O autor retoma essas características
escolarização das crianças e adolescentes.
do diálogo com novas formulações ao longo de
Boa parte dos analfabetos jovens e adultos
de hoje passaram um ou dois anos na muitos trabalhos, contextualizando-as. Assim, por
escola; aprenderam mal, e alguma coisa, exemplo, ele se refere à experiência do diálogo, ao
foi esquecida pelo desuso. Muitos jovens insistir na prática democrática na escola pública.
de hoje estão saindo da escola sabendo
Brandão (1981, p. 20-35), menciona em seu livro O
mal ler, escrever e contar.
que é método Paulo Freire?, que o mesmo não tem sequer
uma teoria pedagógica definitiva, mas tem o afeto e
Ao longo dos últimos anos, foi-se configurando
a sua prática. Em função disso fica difícil teorizar a
também nessa modalidade de ensino um novo sujeito
seu respeito, sem viver a prática que é o sentido desse
social: que é a juventude. Atualmente, é necessário
afeto. Por isso, é fácil compreender o que ele tem
atender de maneiras diferentes aos jovens e adultos,
falado e escrito, quando se parte da vivência da prática
pois cada um tem suas particularidades e diferenças.
do compromisso mais do que a teoria.
A dedicação e o amor são ingredientes fundamentais
Além da Seção V, específica para Educação
ao atendimento desses educandos. De acordo com
de Jovens e Adultos, a Lei de Diretrizes e Bases da
Freire (1995, p. 127) quem tem, “[...] o amor na
Educação Nacional – nº. 9394 de 1996 menciona em
educação é aquele que luta por aquilo que acredita”.
outros artigos e parágrafos, assuntos direcionados
Isso ocorre quando o professor ensina com amor,
aos jovens e adultos, conforme consta abaixo (as
no intuito de socializar o conhecimento, valorizando
partes abaixo sublinhadas, foram destacadas visando
o aluno com o objetivo de inseri-lo na sociedade,
reforçar os artigos e parágrafos próprios dessa
tornando-o “sujeito” crítico e reflexivo, capaz de agir
modalidade de ensino):
de forma democrática, conhecendo seus direitos e
exercendo sua cidadania, (que é o direito de ter uma
ideia e poder expressá-la livremente). TÍTULO III
De acordo com Carvalho (2004, p. 43) 'R'LUHLWR¢(GXFD©¥RHGR'HYHUGH(GXFDU
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será
Direitos humanos são aqueles direitos efetivado mediante a garantia de:
fundamentais, a partir da premissa obvia VII - oferta de educação escolar regular para jovens e
do direito à vida, que decorrem do adultosFRPFDUDFWHU¯VWLFDVHPRGDOLGDGHVDGHTXDGDV¢V
reconhecimento da dignidade de todo ser
VXDVQHFHVVLGDGHVHGLVSRQLELOLGDGHVJDUDQWLQGRVHDRVTXH
humano, sem qualquer distinção, e que,
hoje, fazem parte da consciência moral e IRUHPWUDEDOKDGRUHVDVFRQGL©·HVGHDFHVVRHSHUPDQ¬QFLD
política da humanidade. na escola;
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público
Exigir nossos direitos, defender nossas ideias, VXEMHWLYR SRGHQGR TXDOTXHU FLGDG¥R JUXSR GH FLGDG¥RV
associação comunitária, organização sindical, entidade de
é ter uma visão de mundo, conhecer nossas
classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério
relações sociais, familiares, profissionais e nossa
3¼EOLFRDFLRQDUR3RGHU3¼EOLFRSDUDH[LJLOR
ação no cotidiano, ampliando em cada indivíduo
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de
a capacidade de reflexão, sabendo que cada um FRODERUD©¥RHFRPDDVVLVW¬QFLDGD8QL¥R
pode escolher o perfil de cidadão que quer ser, I - recensear a população em idade escolar para o
pois os direitos e deveres existem, estão presentes ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele
na “Constituição Federal Brasileira” (1988), basta não tiveram acesso;
que cada educador conscientize seus educandos $UWLQVWLWX¯GDD'«FDGDGD(GXFD©¥RDLQLFLDUVHXP
para exercer essa “cidadania”, defendendo o que ano a partir da publicação desta Lei.
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i r 2 'LVWULWR )HGHUDO FDGD (VWDGR H 0XQLF¯SLR H Sugestão: Q¥RVHHVTXH©DPGHSHVTXLVDURV
supletivamente, a União, devem: SDUHFHUHVPHQFLRQDGRVDEDL[RVREUHD(-$
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens
e adultos insuȴcientemente escolarizados;
Parecer 05/97 do Conselho Nacional de
Fonte: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – nº. 9394 de 1996.
Educação – aborda a questão da denominação
“Educação de Jovens e Adultos” e “Ensino
Supletivo”; define os limites de idade fixados
Assim, a partir da Constituição de 1988 e da
para que jovens e adultos se submetam a exames
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
supletivos; define as competências dos sistemas de
(9.394/96), as novas construções da realidade
ensino e explicita as possibilidades de certificação;
brasileira passam a ser incorporadas ao aparato legal,
Parecer 12/97 do Conselho Nacional de
em um movimento parecido ao que vinha ocorrendo
Educação – elucida dúvidas sobre cursos e exames
em outros países.
supletivos e outros.
Em nível internacional, a Declaração de
Educação Básica para Todos – crianças, jovens e
adultos, de Jomtien, Tailândia, 1990 – é o primeiro 3Ȃ5HVROX©¥R&1(&(%Q|GH
marco, seguido da V Conferência de Educação de julho de 2000
de Adultos (Confintea), em 1997, em Hamburgo,
Alemanha, firmando a Declaração de Hamburgo e a
Agenda para o Futuro e reconhecendo dois aspectos 1RVVDTXDQWDFRLVD"""
fundamentais com que as nações, especialmente as &RQVWLWXL©¥R
mais pobres, conviviam: que era a maciça existência Legislação............
de jovens na modalidade de educação de adultos; 3DUHFHUHV
e o reconhecimento de que essa educação atuava, Diretrizes.........????
ou podia atuar alterando as construções sociais e a 2TXHGHYRHVWXGDUGHIDWR""
esfera dos direitos das populações, se pensada no TUDO????
sentido de aprender por toda vida.
Para que isso ocorra, é necessário que tenhamos Pode-se argumentar que, em resumo, a
novas práticas educativas com o educando (jovens e legislação para com a Educação de Jovens e
adultos), a fim de que o aprendizado seja significativo Adultos, é relacionada em seus aspectos relevantes: a
para ele. De acordo com as posições de Paulo Freire Constituição Federal de 1988 menciona a educação
(2003), a busca de novas práticas educativas nos levam como sendo dever do Estado e garantida a todos
a refletir sobre como está o processo de alfabetização de forma gratuita; enquanto que a Lei de Diretrizes
para jovens e adultos nos dias de hoje, tendo em vista e Bases da Educação Nacional – nº. 9394 de 1996
que a alfabetização é a aquisição da língua escrita, apresenta uma seção específica a essa modalidade
que por meio de um processo de construção do de ensino, garantindo-a como lei para sua oferta da
conhecimento e mediante uma interação do contexto Educação Básica (ensino fundamental e médio) e em
da realidade do educando, envolve também questões 2000, institui-se as Diretrizes Curriculares Nacionais
de ordem lógico-intelectual, afetiva, sociocultural, para a Educação de Jovens e Adultos, descrevendo
política e técnica. as especificidades próprias desta modalidade.
Baseando-se na reflexão de Paulo Freire,
podemos analisar que a alfabetização de jovens e Esta seção foi extraída dos seguintes
adultos, para obter resultados significativos, precisa documentos:
buscar novas tecnologias, adequadas à realidade do Resolução CNE/CEB nº. 1, de 5 de julho
educando. O papel do educador, nesse contexto, é o de 2000 – Estabelece as Diretrizes Curriculares
de mediar o processo de aprendizagem, priorizando Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
a bagagem de conhecimentos trazida por seus Parecer 11/2000 do Conselho Nacional de
alunos, ajudando-os de forma interativa a transpor Educação – faz referência às Diretrizes Curriculares
esse conhecimento para o “conhecimento letrado”. Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
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2 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDBEN nº. 9394 de 1996
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Vale a pena acessar
Nacional, nº. 9394 de 1996 menciona uma seção
específica para tratar da Educação de Jovens e
Biblioteca Digital EJA. Disponível em: <http://www.
Adultos, nos artigos 37 e 38, inserindo a EJA como
eja.ce.ufpb.br/eja/>. Acesso em: 10 de abr. de 2012.
modalidade de ensino garantido por lei, sendo parte
Site Pedagogia em foco – artigos
integrante da educação básica.
relacionados à EJA. Disponível em: <http://www.
pedagogiaemfoco.com.br>. Acesso em: 10 de abr.
3 - Resolução CNE/CEB nº. 1, de 5 de julho
de 2012.
de 2000
E, na última seção, relata sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais próprias a Educação de
Jovens e Adultos, visando detalhar os critérios de
acessibilidade para as pessoas que desejam frequentar Vale a pena assistir
essa modalidade de ensino e que não puderam estudar
em idade própria, bem como, as exigências que as
Instituições de Ensino precisam seguir para ofertarem 3URGLDQDVFHUIHOL]
a EJA, garantindo, assim, total qualidade na oferta 2V1DUUDGRUHVGH-DYp
desse curso mediante a elaboração de uma Proposta
Pedagógica condizente com essa realidade educacional.
Vale a pena
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