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JUSTIÇA NATURAL

Atividade complementar entregue


como requisito para nota de Tópicos
Especiais em Fundamentos Filosóficos do Direito

Santana de Parnaíba – SP
2023
JUSTIÇA NATURAL

A justiça natural é um conceito filosófico que se refere a um conjunto de princípios


éticos e morais que são considerados inerentes à natureza humana. Esses
princípios são vistos como independentes de qualquer sistema legal ou normativo
criado pelo homem e são baseados em ideias de equidade, igualdade e respeito
pelos direitos fundamentais.

A origem do conceito de justiça natural remonta à Grécia Antiga, com os filósofos


como Sócrates, Platão e Aristóteles discutindo a natureza da justiça e o que a torna
administrativa justa. Para esses pensadores, a justiça natural estava ligada a um
senso inato de certo e errado que era inerente à condição humana.

Ao longo da história, diferentes teorias sobre a justiça natural foram desenvolvidas


por diversos filósofos e teóricos. Alguns argumentaram que a justiça natural é
baseada em direitos fundamentais, como a vida, a liberdade e a propriedade. Outros
enfatizaram a importância da razão e do senso de equidade na herança do que é
justo.

Uma das teorias mais influentes sobre a justiça natural é a teoria do direito natural,
desenvolvida por filósofos como Tomás de Aquino. Essa teoria argumenta que
existem princípios morais objetivos que são universais e imutáveis, e que esses
princípios devem servir como base para qualquer sistema legal ou normativo.

A justiça natural também está intimamente ligada ao conceito de direitos humanos. A


ideia de que todas as pessoas têm direitos inalienáveis e que esses direitos devem
ser protegidos e respeitados por todas as sociedades é uma expressão da noção de
justiça natural. Os direitos humanos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade,
à igualdade e à dignidade, são considerados parte integrante da justiça natural.
No entanto, apesar de seu apelo intuitivo, a justiça natural é um conceito complexo e
controverso. Uma das principais críticas é que o que é considerado "natural" pode
variar de acordo com as culturas e com as circunstâncias históricas. Além disso,
alguns argumentam que a noção de justiça natural é muito abstrata e difícil de ser
aplicada de forma concreta em casos específicos.

Outra questão relacionada à justiça natural é sua relação com o sistema legal e
normativo existente. Enquanto alguns defensores da justiça natural argumentam que
os princípios da justiça natural devem servir de base para a criação de leis e
normas, outros acreditam que a justiça natural deve ser um guia crítico para avaliar
e criticar as leis e instituições existentes.

É importante ressaltar que a justiça natural não deve ser confundida com o
positivismo jurídico, que é uma abordagem legal que defende que a validade das leis
é exclusivamente em autoridade e não em princípios morais ou éticos.

Apesar das críticas e das controvérsias em torno do conceito de justiça natural, seu
apelo persiste. Muitas vezes, é visto como uma referência moral e ética que pode
ajudar a questionar a validade de leis injustas ou práticas sociais discriminatórias. A
justiça natural também desempenha um papel importante na discussão sobre a
responsabilidade global e o desenvolvimento sustentável, fornecendo um
fundamento ético para a proteção do meio ambiente e a promoção do bem-estar de
todas as pessoas.

Em suma, a justiça natural é um conceito filosófico que busca estabelecer princípios


éticos e morais, independentes de sistemas legais ou normativos criados pelo
homem. Embora seja um conceito complexo e controverso, a ideia de justiça natural
continua a influenciar os debates sobre ética, direitos humanos e criação de
sociedades mais justas e igualitárias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Pietro Nasseti. São Paulo: Martin


Claret, 2002.

STRAUSS, Leo. Direito Natural e História. Tradução de Miguel Morgado. Lisboa:


Edições 70, 2009.

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