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Wilson mesquita de Almeida


para todos? para todos? para todos? para todos? para todos? para todos? para todos? para todos? para todos? para todos?

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ressaltadas, a compreensão que temos ao término Como superar as deficiências da formação obtida Os estudantes selecionados desta pesquisa estão
da leitura é de que os sacrifícios para entrar e na escola pública e ingressar em uma das maiores entre aqueles que, carentes de todo tipo de capital
permanecer na universidade, demonstrando universidade do país? Como permanecer nela, conciliando – econômico, cultural, social – pareciam ter como
alguma competência, exigem um tipo especial estudo e trabalho e usufruir tudo o que ela oferece? As destino a reprodução das condições de vida e de
de pessoa. É dessa elite que a universidade respostas a essas questões são dadas por dezessete trabalho de seus familiares. Entretanto, teimosa e
pública precisa, a que valoriza o conhecimento de homens e mulheres, com idade entre 21 e 42 anos, insistentemente, aceitaram o desafio de ingressar
qualidade e se esforça para alcançá-lo.
Essa é a base empírica que Wilson Mesquita de
todos pertencentes aos segmentos populacionais com
desvantagens socioeconômicas, oriundos de escolas
para todos? para todos? para todos? para todos? na universidade pública. A história que nos contam
é marcada pelo esforço, pela luta cotidiana de
Almeida utiliza para discutir questões que dizem públicas, entrevistados por Wilson Mesquita de Almeida superação das deficiências escolares, a falta

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respeito à inclusão social no ensino superior. em sua pesquisa de mestrado, agora transformada em de tempo para o estudo, o pouco dinheiro e, em

USP PARA TODOS?


Resultado de uma pesquisa conduzida com grande livro. Eles foram retirados de uma amostra obtida entre alguns casos, a falta de incentivo de professores e
rigor teórico e metodológico, este livro representa os ingressantes na USP em 2003, definida com rígidos familiares. A grande maioria não consegue ingressar
uma importante contribuição aos estudos na critérios que permitiram selecionar apenas 54 estudantes, na primeira tentativa e o que vemos é a sucessão

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área da sociologia da educação, que têm nas dentre milhares, que podiam ser considerados como de vestibulares até que a barreira seja superada.
questões referentes à universidade o seu objeto de realmente pertencentes às chamadas camadas populares. Mas, sonho realizado, outra luta se delineia:
reflexão. Os dilemas e impasses do ensino superior
público na tentativa de atender a esse público
À primeira vista, esses dados parecem confirmar a
afirmação frequente de que, afinal, a universidade pública para todos? para todos? para todos? permanecer na universidade. O mesmo esforço, a
mesma dificuldade de conciliar estudo e trabalho,
são vislumbrados neste estudo, que aponta para é para a elite e que o aluno proveniente da escola pública a necessidade de aprender a se movimentar nesse
aspectos centrais do debate acadêmico. Nesse nela não tem lugar. Mas, o que se entende por elite? O novo “mundo”, com suas regras e as pressões para
sentido, os resultados desta pesquisa permitem autor nos fala da necessidade de uma “crítica da razão Estudantes com desvantagens realizar as tarefas com a competência exigida. O que

para todos?
ampliar a discussão a respeito das questões estatística” para esclarecer essa questão, recorrendo temos, então, é o relato das estratégias utilizadas
ISBN 978 85-7871-001-9 socioeconômicas e educacionais
referentes aos programas de inclusão propostos, a Pierre Bourdieu, seu grande inspirador analítico, para para entrar e poder aproveitar o que a universidade
como as cotas raciais e sociais, e as políticas nos fazer ver que certas generalizações apressadas mais
e fruição da universidade pública lhes oferece. Nem sempre conseguem, o cansaço e o
públicas de financiamento do ensino superior, escondem do que revelam a realidade da inclusão na Wilson mesquita de Almeida desânimo os oprimem, nem sempre seus esforços
como o FIES e o ProUni. universidade dos segmentos mais pobres da sociedade. são recompensados. Ainda que esses estudantes
não sejam considerados como um grupo homogêneo

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Heloisa de Souza Martins
e que as singularidades de cada um sejam
Professora do Departamento de Sociologia – FFLCH/USP

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