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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ- UESC

DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES


CURSO DE LETRAS VERNÁCULAS A DISTANCIA – EAD

MARIA D’AJUDA DOS SANTOS TINUM

ANÁLISE CRÍTICA

Ilhéus/Bahia
2021

MARIA D’AJUDA DOS SANTOS TINUM


ANÁLISE CRITICA: Realize uma análise crítica da citação acima e, nesta,
aborde de forma fundamentada sua percepção acerca dos/as estudantes e da
escola pública.

Análise crítica apresentada ao


curso de Letras, para obtenção da
nota da 2ª atividade à distância na
disciplina Sociedade e Educação
sob a orientação da professora:
Júlia Maria Silva Oliveira.

Ilhéus/Bahia
2021

Análise Critica
Conforme François Dubet (1998),

Certos alunos, com frequência os mais favorecidos, se


socializam e se subjetivam na escola. Eles se percebem
como os autores de seus estudos, suas paixões e seus
interesses convergem, têm o sentimento de se construir e
de se realizar nos estudos. Outros alunos de liceu, ao
contrário, vivem uma forte dissociação de seus gostos e
de seus interesses. Não percebem qual a utilidade de
seus estudos e engajam sua personalidade e inteligência
em atividades não escolares. Nestes casos, os indivíduos
se formam paralelamente à escola e se adaptam à vida
escolar não se integrando. Conhecemos todos estes
alunos que se colocam entre parênteses, que
desenvolvem condutas ritualísticas, sem verdadeiramente
jogar o jogo. Mas existem também aqueles que não
podem jamais construir sua experiência escolar; que
aderem com frequência aos julgamentos escolares que os
invalidam e os conduzem a perceber, a si mesmos, como
incapazes. Neste caso, a escola não forma indivíduos, ela
os destrói. Enfim, alguns resistem aos julgamentos
escolares, querem escapar e salvar sua dignidade, reagir
ao que percebem como uma violência, retornando-a
contra a escola. Eles se subjetivam contra a escola (p.30).

A citação acima, baseada na visão de Dubet, enfoca um processo que é


consistente com as próprias experiências sociais dos alunos e suas reflexões
sobre o que está acontecendo nas escolas públicas.
O teórico argumenta que os alunos que reprovam na escola hoje percebem
que seus esforços nas instituições de ensino são em vão e não podem produzir
os resultados que merecem. Ele também descobriu que as demandas dos
professores em suas funções educacionais correspondiam mais à defesa de
sua dignidade como professores do que à sua crença na capacidade de
fornecer a esses alunos uma educação de qualidade.
Segundo Dubet, essa consciência do ritual obriga os alunos a se libertarem
subjetivamente de qualquer envolvimento na escola. Em particular, esta
estratégia permite que os jovens mantenham a sua dignidade e sejam
justamente excluídos ao recusarem participar no sistema de ensino, o que não
permitem. A estratégia de autoexclusão é assim interpretada pelos professores
e pelo sistema como um todo como uma crise motivacional, como uma forma
de se proteger dos problemas acadêmicos e escapar das críticas. A lealdade
subjetiva à escola é muito perigosa para esses alunos. A escola é, portanto,
também uma instituição promotora da exclusão. A violência escolar decorre do
enfraquecimento das regras da comunidade e do domínio dos valores pela
classe média, que já não apoia o que a violência é tolerável. Muitas vezes e,
portanto, não sabendo mais como responder à violência. A condenação da
violência como categoria ética impede a propagação e o estudo de formas de
resistência e conflito.
Do ponto de vista analítico e crítico, Dubet, é possível nacionalizar e
compreender que alguns alunos da rede pública geralmente têm mais
benefícios, estão integrados à sociedade e estão sujeitos a ajustes. Suas
paixões e interesses convergem e eles têm um senso de construção e
crescimento em suas pesquisas. Em contraste, outros alunos do ensino médio
foram severamente discriminados em termos de gosto e preferência. Eles não
veem o significado da aprendizagem e não atraem sua personalidade e
inteligência para atividades extracurriculares. Nesses casos, os indivíduos se
formam na escola e se adaptam à vida escolar porque não se enquadram.
Sabe-se que todos esses alunos que se colocam entre parênteses
desenvolveram um comportamento ritual sem realmente jogar o jogo.
Eventualmente, alguns se opuseram à decisão da escola, querendo fugir e
preservar sua dignidade, responder ao que eles pensavam ser violência e
manda - lá de volta para a escola. Eles são contra a escola.
Dubet, portanto, insiste na ideia de que a experiência social reflete uma nova
socialização que não se baseia mais na unificação de normas e valores, mas
na subjetividade e reflexividade dos agentes. O teórico usa o conceito de
experiência social para estudar a violência nas escolas.
Segundo sua análise, o processo de educação em massa na França não
representa uma verdadeira democratização, pois novas hierarquias estão
surgindo. Se no passado era uma abordagem, hoje é a qualidade do ensino e a
real capacidade de algumas escolas para preparar os jovens. Em outras
palavras, as antigas escolas francesas, as escolas de uma certa elite, não
excluem mais os alunos que não estão mais nas mesmas categorias de antes;
todos têm acesso a ela, mas o próprio sistema de ensino se adaptou a um
novo público, do qual o próprio sistema tem poucas expectativas. Entretanto,
as escolas francesas da década de 1930 não eram consideradas exclusivas, o
número de diplomas atribuídos era inferior ao número de ofertas de emprego
no mercado de trabalho. Portanto, ele foi expulso antes da admissão. A Escola
Republicana Francesa não é uma escola exclusiva.

Referências:

FRAGA, Paulo Cesar Pontes;


MARTINS, Rogéria da Silva, Educação e Sociedade, v. 6, Ilhéus-BA,
2010.

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