Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
201:t
·Sl1;Ho no Processo Pcn.11 Cuurderiaç5u
eficiência e g.u.1111lsmo Anto11lo Sc.,rancc rcmandc!i
José l<aul Gavião cfo Ahrwlda
C(jortlcnJçJu . Maurído ZanolcJc de Moracs
Antonio Scor,incc rcrm,nc..lcs
José lfaul G:wl3o do Almclc..li1
Maurício bnoltJc cfo Moroo8
l'.tttlclpJm elesla ,ccllçiio ,Aluksn,n~19, ,Clcroc1110. A11thcl Aut-1us1u Mu11rlu1 Mal l,at.lu. Sigilo no Processo Penal
Am.lrc Pires ele AndrntlÓKcl,t.11. A111011lu Sc;irn11ltl rcrntuules. l )a11lcllu 5011,a úu Anrlratl1J
e SIiva. Diego foJnido M:iranha LcOo de SouLo. MMlo S61J1,lu Sul11l11lu1. M11urh.Jo
Znnoldc do Moracs. Rosl11ioho Vc11tura Leite. llmls Aruca 1Jnld111 l11c..11v11, eficiência c.garantismo
• 1('J1C,QPQelr.'.) (/'IU Ç)QO \'tJ\U. I U N P G \lU'~·
()111 1\1 t.Í o , ~ 0 1 'O ,..., P \J \'.,t., 1e I Do
tJG c,o RJ/)_wyy~ lV/ oZ / 2D~f-
fJllCll.CI Jlff1 Gfv OS I {)N\ C ON IV t,~J\8, r, O'
QI IZC. l 10 'J 1-:... /Jr·~bt~, N'\ LN I n1 1::; 00 (-\érJ ~OU,,
•
l'Mtltl1Ji.111t dest,1 N.llç~o
Alek~Rflthu tle11tti1tlé lJlt!!'jJ làJ111do I-A,11a1tl1,1 l.é~11 d~ tuu1n
Anti,~ AUHU~lu MernJes Màdtoilu MãtlU t€1y,iU t 1,l,1111l111
Aml1e llitEi9 tle A11dri1tJe Ké lttli M,w tft.111 / 11r,1Jl,l1=1 111=1 IA<,,afli;
At1IUIIÍIJ !Jlrl là liU! 1t111t.Hitle~ ~usit,telrt! VPt1lllt11 f "''"'
U~tlui lllh•tll!it lvll81, ti!! Ctif•lujjÃ~i_
,, 11~ lluLliu~itl (Ul'I Danlelle ~UULà de Attdfàtls ~ f,1lvà ·11,;;(~ /ift}{.R IJAII l,11 1llt AV!f
(tí;,1m litA;ll~h~ tJu llvttJ, SII fi,~,111 ,,.
--.. ,-;-
~ªM11u1kl1J
u ,',nfúniu !iwanrnMura@§,
p~nal I
~lgll11110 p11u ts~q,j
/ ,rnoltle de
t>fltl~nt111@ g,;ifiltifi'illlO / ww1le1111,
1!11ul U,wliiu
I tsllliH1tJ!!'11 Ju'i~
-= !nw 11ulo 1 11
1111 ,',l111!'itl11,
1·t111111a li11vl'ifll riu~
IIIIJU11al9, WUIJ,
VJ1l,19 !lUIUl!J§,
Ui~lltJWllflll,
IIJIJJ.J 911.1-M,20 J,JJ IIJ. 1
1, l'tt)t eq~fj jJélllif (l)lt!'lftt) "' u,111111 'l, !il~ilu 1, 1!'IIIEllll lr-<§, ,',1111J11l11
11.,wf <liwMo tltJ, IIL Mu,,M, M~111/du
tJ1 tll!Hl1 e, li, ,',f111til1Ji1, J1,1A l'~--GT:~~'~..;,.
/ ~fl'Jl1IB ,ld,
L.!~!!?J.!!!~!~.,..\
UIHJ/U/1
1,;;;,;lil ,.,,;;;;,,,,-;:.,.,11~
H 1, 11111 l1
1
' '• ,, "
r·.
(!
28 1Antonio Scarance Fernandes
r,
j !
WUNoERUOI, Alexandre (Org.). Escritos d, direitos humanos. ln: CARVALHO, Saio 11(
i
e,. lidade e publicidade externa, na fase processual, após a EC 45/2004
.. - /,. 1
-Conclusão - Bibliografia.
i
lntrodl!ção campo casuístico e atécnico ~ passe a
1nii; ter um norte de análise, propõe-se, no
•· Tema sempre tormentoso é saber texto, a utilização do princípio da pro-
illl!.
,!}'
11. 1 até que ponto está garantida a publici- porcionalidade.
1:lil dade dos atos persecutórios e em que Claro que a finalidade do traba-
flj medida ela pode ser limitada. Saber lho não é exaurir o estudo da propor-
que a publicidade é a regra não resolve cionalidade, mas apenas traçar-lhe as
'/,f a questão, pois as dúvidas estão nas hi-
l
principais características e definir-
i\.J póteses em que ela pode ser excepcio- lhe o conteúdo, voltando-o sempre à
. i~;'~ 1
nada e, ainda, nos limites e na extensão sua inserção no âmbito do processo
/J!t' em que isso se dará. penal, mais especificamente da per-
,li: Para tmtar oferecer um critério secução penal (fase preliminar inves-
que possa fazer que o debate saia do tigativa e processual).
i:1111
rtít_~.
\
11
-;.3 0 \ Maurício Zanoide de Moraes li(r:·
h"'
PUBLICIO.-.DE E PR()POI\CIONALICV.DE \, • 31
1 '/\-.\'
·1 \:•
:.\ i:,,, .
.)
.,.,
\
' · Nesse mister, após expor, em bre- ,
....,
ves linhas. a ess~ncia do princípio da só~ca, a proporcionalidade teve maior Esseprincipio,quenasceuparacoi-
! ;1:~onstitucional expressa que lhe faça
aphcação nos âmbitos administrativo
proporcionalidade, procurou-se apli-
e penal. 2 ~ referCnci~ ou lhe trace o conteúdo, bir os excessos punitivos {administra-
\ cá-lo em várias hipóteses conflituosas ·: p9,(~Jl1 não há quem negue sua sedes tivos e penais) do Estado; protegendo
.\ ·ocorrentes na fase persecutória in- Em nossa Constituição, diversa- f 111:f~eriae naquele diploma juspol!tico, os direitos fundamentais do indivíduo,
vestigaliva e, também, já em instante ment_e do que ocorre, por exempl_o, t1 ~ ja.,P,~rquan~o decorra da conç:epção hodiemamente assume, outrossim,
processual, na resolução do aparente no direito ponuguês,3 não há norma t,'~çJ~~tado .d e Direito,. seja porque insi- um relevante papel de equiHbrio para
',\ . conflito entre o direito à intimidade e f~J~ aspectQ material do principio do .a coexistência ou para a resolução de
o direito à informação, instituído pela lhães. O prindpio da propo~lonalidaàe ..,.SiG~do processo legal (substantive due eventual entrechoque de outros prin-
~! e ningui<m pode ser forçado a fazer o ; -· geral e abstrato e não podem ter efeito dpio da pmpottionalid,de - dm ,._, :
que ela não ordenaff. Para a área penal, :.,,? 1· retroactivo nem diminuir a extensão e o entendida, na abrangfncia de sua no-
1
11
1. Lineamentos do princípio da
11
1 proporcionalidade aplicados foi redigido o an. 7.º: "Ninguém pode ·;?\,Í. alcance do conteúdo essencial dos pre- ção conccitual, não só sob o aspecto . ,
....
,: 1 ser acusado, preso ou detido senão ceitos constitucionaisff. meramente formal, que impõe restri-
à persecução penal
•i nos casos determinados pela lei e de 4. No sentido cÍeextrair a proporcionali- ções de caráter ritual à atuação do po- ;
,.., A idéia de proporcionalidade, acordo com as formas por esta prescri- dade do Estado de Direito, o qual en- der público (procedural due process of . .
..
no âmbito legal, teve seus primeiros tas. Os que solicitam, expedem, exe- feixa uma plfiade de princípios cons- law), mas, sobretudo, em sua dimen-
cutam ou mandam executar ordens titucionais expressos, tomando-se são material (substantive due process of
acenos na Grécia e na Roma antigas,
I.! porém, somente alcançou estatura
arbitrárias serão castigados; porém, centro de gravidade da ordem jurldica law). que atua como decisivo obstáculo
r de princípio de direito com as idéias
todo o cidadão convocado ou detido
em virtude da lei deve obedecer ime-
para defesa dos direitos fundamentais
do cidadão, ver consistentes exposi-
à edição de atos normativos revestidos
de conteúdo arbitrário ou irrazoável.
,,l1 ilumini'stas de controle dos excessos diatamente, caso contrário toma-se ções de Paulo Bonavides (Curso de di- A essCncia do substantive duc process of •
" reito constitucional. 15. ed. São Paulo:
do.poder estatal.' Nessa fase jusfilo- culpado de resistCncia". law reside na necessidade de proteger
l, :· :: :,·; r;. ~-
·i• · ·· . . 3. A Constituição portuguesa de 1976, Malheiros, 2004. Capítulo 12, itens 3 os direitos e as liberdades das p essoas •
contra qualquer modalidade de legisla- . ~
.
L . ··:·i :•, SÓ~n;.:11 origem longínqua e sua con-' sem mencionar o termo "proporciona- e 11) e de Suzana de Toledo Barros (O
:i . .
1
:i ~'4.figÜ~ção_principiológica a partir dos lidade", traça o ãmbito em que poderão princípio... cit., Capitulo lll, item 2). ção ou de regulamentação que se revele 1
:i: .;,·, stcúlos XVII e XVIII, ver, por todos: ser criadas leis restritivas de direitos fun- 5. Nesse sentido, ver: MENDES, Gilmar opressiva 01' destituída do necessário •.
Ferreira. Direitos fundamentais e con- !
1 ./1
li/
GoMES, Mariãngela Gama de Maga- damentais, deixando expresso o que a coeficiente de razoabilidade~.
.,
~
,li
íl j .,_ ..
, )'~
llt
'1'"'./
32 1Maurício Zanoide de Moraes
1~·-.
PUBllODAOI: E PROl'ORCIONAI.ID,\OE \ 33
;t·;
,, I'
-:fef
l
p·
!-
, '~l ':: l
so, da persecução penal. Neste traba- investigativo pode adentrar na esfera ít;âque,o princípio da proporcionali- estrito) e "extrínsecos" (judicialidade
lho, a persecução deve ser entendida jurídica do cidadão. âe\x>~a ser aplicado de maneira co- e motivação).
,1f !
,;j em sua concepção mais ampla e con- Fixada a importante finalidade ,. lÚ legítima'- única forma de se es-
. Repise-se: para chegar à conclusão
, 11.. 1
tinente tanto da fase investigativa pré- que a proporcionalidade ·desempenha ibêlecer até que ponto uma garantia ou
.11' \
' 1
processual quanto da fase judicial. no equilíbrio e na funciorialidade cl:o ~é~to (undamental pode ceder diante
de que o ato de compressão dos direitos
:i 11! fundament~is do cidadão é legítimo;
Nesse contexto; tendo como um sistema, perce~eu-se' qú.e ~ á'rsimples [~ ato estatal persecutório, sem com
11 ,1 porquanto proporcional, é necessário
i.1!i paradigma os direitos fundamentais concepção -não seria sufic_iente p·a ra ~\'gerar vlolações constitucionais ou
_~!, , ' - • 1 •
. que ele passe por todos os filtros au-
dispostos para -pr9teção do cidadão lhe conferir a segurança e a ·consisten'.. ifunstitucionais.
1
1
· '' torizadores daquele princípio (pressu-
eia necessárias para ser utilizada pelos' ós''préssiipostos •âividem~se em: postos e requisitos) . Qualquer disso-
l1. ~~ diante do· Estado e~como outro para-
operadores do direito, notàdamente os .
digma, o ,inter~e da. persecução de ~- _.ut tKãÜcdrres'pondente à "legalidade" nância entre a conduta e esses filtros
· crimes, passa ,o princípio da propor- magistrados. A sua inserçã9 sell} qual- ' L~ i ,:~fpraticado) e mater_ial (consis- · toma o ato constitucionalmente ilegí-
cionalidade a servir como importante quer delimitação de contéúdÓ de re-
, ., •
ou
I
;I:·
~ ~ tt · na ~ua "justificação teleológi- timo. Fora do ãmbito da proporciona-
i'
instrumento de ponderação para, con- gramento propicia uma incontrolável , ~. 1 if'ffj,fôs requisitos dividem-sé em: lidade, qualquer compressão a direito
fo_rme o caso concreto, fixar um ponto tendência de utilizá-la pa~a justificar : · 1t--'i.llitHnsecos" : (idoneidade, necessi- fundamental é ato ilegal de abuso de po-
sólido e constitucional de equilíbrio. qualquer abuso persecutório do Esta- ,· · } -ãWcfe e proporcionalidade·em sentido der, seja sob a forma de excesso de poder
·;i,fjf:·cp
~,,., 1 .,. . .. . . . ' .. .
: Tratando-se do âmbito da perse- do. Assim, sem sua clara definição; a .\~~:;, : . ' . .. . .~ , seja como desvio de poder.
cução penal, no qual os conflitos sur- proporcionalidade poderia ser usada :'ft':5Í, à hermenêutica jurídica, os pressu- Analisem-se, apenas para o que im-
até para justificar a inconstitucional .i:·-~k ,-, postos da legalídade e da justificação
gem do entrechoque entre os direitos ~;.;:, teleológica e os requisitos extrínsecos porta no presente estudo, os principais
tortura (física ou psicológica) de pes-
fundamentais (individuais) e o inte-
resse persecutório (estatal), a propor- soas para a apuração de crimes.graves .f
{t;- da motivação e judicialipad!!: Com aspectos de cada um daqueles filtros·.
jj;}c\ '. iss.o, o autor espanhol não destoa da O pressuposto formal (legalidade)
cionalidade interfere para determinar (por exemplo, terrorismo, crimes vio- ,:-{~~--'. .doutrina e da jurisprudência interna-
quanto aqueles direitos podem ceder,
lentos, genocídio). f~-"' êionais, 'ápenas lhes.confere melhor e
desempenha
da
importante papel seletivo
constitucionalidade dos atos restri-
sem que essa compressão signifique Dessaforma,adoutrinae,posterior- 1,,.\- mais detalhada classificação. Referin-
mente, a jurisprudência, com pequenas -. i}.;,· do-se àqueles pressupostos e requisi-
tivos de direito fundamental do cida-
l
sua supressão. __ .
nuancés tenninológicas e/ou taxiológi- i f~" tos, mas sem tratar de fonna detida, dão, uma vez que é norma basilar de um
A proporcionalidade, seja por sua
cas, conceberam pressupostos (dois) e
j{~,-. a doutrina tradicional aceita o que o Estado Democrático de Direito que, no
gênese histórica seja por sua sedes ma- ,"::;r\ processualista citado nomeia como âmbito criminal (penal ou processual
--<.
requisitos (cinco)6 a serem atendidos i ::. : "requisitos intrínsecos" (idoneidade,
teriae, é posta na defesa das garantias e penal), somente poderá acontecer co-
dos direitos fundamentais do cidadão, necessidade e proporcionalidade es- erção da esfera de direitos individuãís
6. No presente trabalho, aceita-se a po- trito senso), porém, denomina-os ora
sem que isso signifique mantê-los into- sição de Nicolas Gonzalez Cuellar se houver lei anterior clara, estrita e
como elementos, ora como princípios
cados e sempre superiores ao interes- Serrano (Proporcionalidad y derechos parciais ou, diversamente, como sub- escrita que a defina (nulla coertío síne
se persecutório. Também os direitos fundamentales en el proceso penal. Ma- princípios da proporcionalidade. Nes- lege) .7 A legalidade, que deve obede-
fundamentais não podem ser dogmas dri: Colex, 1990. Capítulo 5, item 1), se sentido: BARROS, Suzana de Toledo.
absolutos a ponto de impedirem que também compartilhada por Antonio O principio... cit., Capítulo li, item 2; 7. A legalidade processual é decorrência
qualquer ato persecutório restritivo de Scarance Fernandes (Processo penal BUECHELE, Paulo Arminio Tavares. O da legalidade penal, desta haurindo
constitucional. 5. ed. rev.,atual.eampl. princtpio da proporcionalidade e a inter- todos os encômios histórica e doutri-
direito fundamental seja vedado. A di-
São Paulo: RT, 2007. Capítulo 4, item pretação da Constituição. _Rio de Janei- nariamente a ela tributados. Sobre ale-
fícil tarefa da proporcionalidade reside 4.5), uma vez que, mais ápropriada e ro: Renovar, 1999. Capitulo lll, item galidade como pressuposto fonnal do
"1 em, diante do caso concreto, delimitar exaustiva, ainda tem a vantagem de 3.2; MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos principio da proporcionalidade, ver o
11 até que ponto esses direitos poderão se destinar -ao processo penal. Dessa fundamentais ... cit., parte 1, item 1.3.3; Capítulo 5 da citada obra de Nicolas
!j ser comprimidos ou, da perspectiva maneira insere, para além da doutrina BoNAVIDES, Paulo. Curso... cit., Capitu- Gonzalez Cuellar Serrano (Proporcio-
ij persecutória, até que ponto o interesse dirigida ao ãmbitQ constitucio~l ou lo 12, item 2. nalidad... cit.).
ili
--
34 \ Maurício Zan~ide de Moraes
PUBLICIDADE E PROP0ROONALIDADe \
:,11,.
cer
de ª l!0 dos 0·· ~ di~mes
.
constitucionais exaure de modo suficiente a casuística
'·~"¾
'v•, , ~
.tos·extrlnsecos), se o meio escolhido ficando impedida a sua realização com
produção \eg1Slativa,8 confere a um Isso de modo algum autoriza a retirad~ base na proporcionalidade, porquanto
··i_ciõn~o, -necessário e proporcional
só tempo (i) ~ segurança jurídica a to- desse pressuposto como primeiro fil- vedada por esse segundo filtro.
,tj:{'uisitos intrínsecos). , • ..
dos 0 ~ ~içla#;o~ para conhecerem em tro para se identificar se o ato é ou não 'I·
Quanto à relevância social, há um
,yJ;Lbgo, se.o fim estiver vedado pela
qua~. ~ipó~~~ ~ cÓm que intensidade l~giti~amente justificado pela propor- erro em imaginar que, por ser a perse-
~nstituição ou não se mostrar social-
o~ ,agen~n! . per~~cutórios podem agir cion_ahdade. Assim, e continuando no " ~e1felevante; esse pressuposto não cução penal uma atividade desejada e
_e 1.ta~~ém,,_qq,,a previsibilidade neces- exemplo da prisão em flagrante, se a lei. ,e,' !r-ãferidido e não se passará à aná- , incentivada pela Constituição, sempre
sá~:PªW.,Ae;,~ p,temã~, saber quando define quais as hipóteses de flagrância, haverá, dessa perspectiva, uma legiti-
., li!~'Pdos rêquisitos. Exemplificando:
não limita de modo claro e estrito nem
o~:~~ni~.PB~lkos agem dentro dos ·,J ?[~êia_d a na Constitu_ição qualquer ma justifi_caçã? teleológica. E o erro se
lill!~\e,5 Je~~!s.e: se estão autorizados ·a mesmo indicando critério~ p~ra" ~bter ·.; .. 9,rma·de tortura;1º assim, porque te- dá já em primeira aproximação, por-
r~-~~n&ir..~-~ ~-~~eitos fundamentais. o tempo máximo de restrÍção da liber- [f', êélogicamente inconstitucional, não que a persecução, entendida nesse pas-
dade do cidadão por aquela esp~cie de · ~ r,~sslvel ~ exercido qe_·qualq~er ato so como atividade (conjunto de atos),
\ Assim,. y.g.; a busca pessoal pode
ser realizada pelo agente público sem
_prisão cautelar. Esse vazio legislativo,
propiciador de abusos, não d~legiti-
. ~srsecutóno, mesmo que previsto em não é sempre socialmente relevante,
_{ jQi, se a finalidade de sua utilização haja vista as hipóteses materiais de cri-
mandado judicial prévio apenas e tão-
ma a previsão das hipóteses autoriza- :,~ for a tortura de alguém. Desse modo, minalidade de bagatela, de potencial
\\ somente se houver prisão do revistado
doras; muito ao contrário, mostra que
ou em caso de "fundada suspeita de l t~bora a lei preveja o ato de inteno- lesivo insignificante ou, ainda, quando
\ aquela insuficiência legal deve ser re-
que a pessoa esteja na posse de arma :i ~~tório, atendendo-se , ao . primeiro o crime se insere na área do consenso
\ parada urgentemente. . · ..
.· ·. .,' J P.tessuposto (legalidade processual), penal.11 Em uma segunda abordagem,
proibida oÚ de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito", ou, ain-
O segundo pressuposto do princi- }~e por meio dele se almejar a tortura é preciso .
ressaltar que a proporciona- - ~
pio da proporcionalidade é o da "justi- JJjsica ou psicológica d<t cidadão (por lidade não deve ser analisada para o ~-,
da, "qua~do a medida for determina-
ficação teleológica" .9 Sendo a propor- f{~emplo, com a longa duração do ato conjunto da atividade persecutória, -
. ·da no curso de busca domiciliar" (art. •fÍI!
·cionalidade um juízo de ponderação ~~m se penííitir que o individuo satis- mas, individualmente, para cada ato
244 do CPP). Com essa previsão legal, entre o meio a ser utilizado e o fim a ser ~Jaça necessidades fisiológicas básicas que a componha, ante o caso concreto ~
toda pessoa sabe que o agente públi_s;_o & ·.
atingido, a justificação teleológica visa . ~'7' -COmer, ·beber, medicar-se etc. - ou e a pessoa a ser a ele submetida. Até
pode_fazçr uma busca pessoal (segu-
rancà jundica} roas para isso deverá •
introduzir nessa análise de meio-fim t_:q~éalizá-lo sob constani~ameaça de pri- mesmo porque, em uma atividade 91
exatamente essa última parcela, qual :lsão ou de condenação), tal finalidade complexa (como a persecução penal), •
a_girpelos motivos e nos limites previs-
.tos em.lei (previsibilidade). lgualmen-
seja o fim. Nesse pressuposto, cabe
analisar se o fim almejado é constitucio-
1Ji~o atenderá ao pressuposto da justifi- nem todos os atos significam restrição •
cação teleológica, tomando o ato ilegal · a·direitos fundamen13:is_._ r•
. · - "te acontece com a prisão em flagrante, . nalmente legitimo e se possui relevância e jamais autorizável pelo princípio da
para a qual o legislador prevê as situa- Qu~nto aos req~isit~s. são dois os •
social. Esse "fim" almejado, se social· proporcionalídàde, pouco importando denominados requisitos extrínsecos ·
ções (art. 302 do CPP) que, se verifica- mente relevante e constitucional, é que se o crime investigado é ou não clas- do princípio da proporcionalidade: a •
das, autorizam a restrição cautelar da . dº•~ta
. l'd
1 a d.e e a motivação. O primei- • 1
servirá de parâmetro para o estudo de sificado como grave ou hediondo. A JU
.
liberdade do indivíduo. todos os requisitos intrínsecos e ex- inexistência de exceção constitucional ro diz respeito a quem está constitucio- 411!
Claro que não são poucos os exem- trínsecos da proporcionalidade. autorizadora da tortura veda e não legi-
••.
plos em que a legalidade é insuficien- Com a definição de um fim legíti- tima qualquer tentativa nesse sentido, 11. Quanto à análise da pertinência de
té _o_u falha, pois a lei não é clara nem mo é que se poderá saber, por meio de cada ato que compõe a atividade perse-
uma decisão judicial motivada (reqtii- 10. Dispõe o texto constitucional como cutória, será mais bem tratada a seguir
8.. . Yer. arL 59 e ss. da Constituição e, garantia fundamental do cidadão: quando abordarmos os requisitos in-
· ,em mattria penal e processual penal, "Art: 5.0 (. • •) lll - ninguêm será sub- trinsecos da proporcionalidade (ido-
9.' Sobre o tema, ver o Capitulo 6 da obra
o seu art. 22, l, que define a compe- de Nicolas Gonzalez Cuellar Serrano
metido a tortura nem a tratamento de- neidade ou adequação, necessidade e
t~cia privativa da União em legislar sumano ou degradante; (...)•. propmcionalidade estrito senso).
sobre a matéria.
(Proporcionalidad... cit.). '11
36 1Maurício Zanoide de Moraes
PUSLICID.4.0E E PROPORCONAI.ID.4.0E 1 37
n~lmen~e autorizado a determinar me- Há, na Constituiçã~, a reserva de ~~~~e_cim!!nlo do julgador e referentes
dida de mtervenção restritiva. É, pois, jurisdição, que é principio a garantir ao ·. medida Pileiteada. Esses atributos in- após ceno tempo, por não mais aten-
um requisito de destinação subjetiva. PoderJudiciárionàoapenasdaraúltima i;.1~9s a: qualquer decisão jurisdiêio~al der àqueles requisitos.
Quanto ao segundo requisito (motiva- palavra em matéria de restrição daque- 'a pham mais peso e relevo quand~ Sobre oprimeiro requisito intrínse-
ção), relaciona-se à forma, impondo les direitos ("monopólio dos.tribunais~ jr!gi~os a justificar a compressão de co (idoneidade), deve-se observar que,
que a decisão exponha de maneira ela- ou "mono~lio da. última palavx:a,~), if~i~os J~ndamentais por via da pro- para saber se um meio utilizado para
ra e completa as razões e o limite (ex- mas, outrossim, assegurar sua marufes- :9.r.pq~ahda4e. A ponderação de valo- a consecução do fim (constitucional e
tensão e duração) da ordem restritiva. tação já no primeiro instante em que a . ._ ; ,.deve ~mergir clara e exaustiva tanto socialmente relevante) é ou não idôneo
São denominados requisitos extrinse- restrição se faça necessária ("mo~~p~ ,· .~i;- ., .~,Çll aspect~ jurídico como em seu ·ou adequado, haverá um juizo de pon-
cos porque não se relacionam com a lio do 1·uiz" ou "monopólio da primeira
, · •r·'--"'
'':;,.~ p~cto .. .
fático. \ . .
. deração qualitativo e quantitativo do
~nálise,,do ;to res!ritivo em si, mas de palavra") . Durante toda a pe:-'ef~ção , , .~h~~;/:Os :· requisitos intrinsecos, tam- ato em relação ao sujeito que sofrerá a
quem e como ele é determinado, penal, o juiz é o g~r~nte c~~utucio_nal '. :<t ffm .denominados de subprincípios medida restritiva. A idoneidade "cons-
no caso ~oncreto. u de qualqu~r res~çao a direito funda~ · ·: ':f.;~ propor~ionalidade ou elémentos de titui um critério de caráter empirico,
Anahsando o requisito da judicia- mental do investigado/acusado. 1
, , •;~ êu conteudo, são: (i) a idoneidade ou inserto na proibição constitucional de
lidade, no direito brasileiro, verifica-se O outro requisito extrínseco é a . . . , 1 , ~e_quaç_ão; (ii) a necessidade; e (iii) a excesso, que faz referência, tanto de
que qualquer restrição a direito funda- " motivação", imprescindível a qual- ·:~.proporc1onalidade em sentido estrito. uma perspectiva objetiva quanto sub-
mental do cidadão seja previamente. quer decisão judicial. A Constituição, t ~ ess~lte-se, por ser de extrema impor- jetiva, à causalidade das medidas em
determinada pelo juiz natural (art. 5.º em seu art. 93, IX, determina de ma- 1ft ãncia, que esses requisitos somente relação com seus fins e exige que as in-
XXXVII e LIII, da CF), único ente pú~ , neira peremptória a fundamentação â:podem ser examinados diante do caso gerências facilitem a obtenção do êxito
blico competente para restringir direi- ' de toda decisão, sancionando-.r: de j~~pncreto, quando são oferecidos todos perseguido em virtude de sua adequa-
to fundamental, como decorrência ou nula se estiver dela carente. A mouva- i!tf;~dados Íáticos ao juízo de. pondera- ção qualitativa, quantitativa e de seu
não de atividade estatal persecutória. ção é garantia política e process~al ~e ft~Q, perm~tirrdo.- lhe. a avaliação jurf- âmbito subjetivo de aplicação" .15
Outros entes est ta· ( 1. . legitimidade das manifestações JUns- -,dica da oportunidade e a medida para Por ~se requisito, selecionam-se
a is po 1c1a e . . f l lo ' 1 · -
Ml·n1·stério Puºbl.1co) , CUJas
. .b . õ dicionaisl4 e umca orma pe a qua :•,4\1ª quer restnçao de direitos de um não apenas uma, mas todas as medidas
· 1·
l . .
atn mç es
•
envo vem atos d e mvest1gaçao e pro- J·uiz ' exteriorizando .e matena
. dãizan·°
d
.,: '4n· dºvíd ··
1 uo especifico. . aptas à consecução do fim almejado,
moção da ação penal, podem e devem sua convicção, perm~te ao c1da o im- Não .é possível que, com base em analisa-se sua propensão, não sua efi-
atuar na busca do es cl arec1men
. t o d os pugnar o ato. determmado
. se o enten- t
. fundamento
•
legal
•
e para fins 1·ustificá- cácia. Esse último atributo será objeto
fatos, mas estão impedidos legalmen- ' der 1.1const1tuc1ona1. . l veis; u~ magistrado decida, mesmo de análise rio requisito da "necessida-
te de determinar qualquer ato do qual motivação deve ser a mais com- 1 q~e m?ttvadamente, por restrição adi- de", pois, nesse segundo instante, es- -
decorra compressão de garantia ou de pleta possível, abarcan~o todos os a_s- !
reno fundam:nt~l de maneira genérica colher-se-á qual é o melhor meio para
direito fundamental. ll pectos jurídicos _envolVIdos na questa~ l
e ab~trata: Nao e possível extrair pro- a consecução do fim.16
e com eles relacionando os dados fáu- , porc1onahdade na persecução penal No instante da adequação, enu-
. 12. Sobre esses requisitos, ver os Capí- cos específicos da realidade levada ao \ antecipadamente, mas apenas diante meram-se quais são, em tese., os meios
tulos 7 e 8 da citada obra de Nicolas do caso concreto e da pessoa a ser a tal aptos à obtenção do resultado para o
Gonzalez Cuellar Serrano (Proporcio- mente·militar (art. 5.0 , LXI, da CF), ato submetida. Além disso, o exame caso concreto e as pessoas investiga-
nalidad. .. cit.) . para as quais a ordem de pfisão não é não deve limitar-se ao instante da de-
13. Essa regra somente comporta exce- precedida de ordem judicial. 15. Tradução livre de conceituação propos-
. terminação da medida restritiva, mas
ção se prevista na ConstituiÇão, corno · 14. Sobre a rnotjvaçào, como dúplice ga- ta por Nicolas Gonzalez Cuellar Serra-
1 ser permanentemente refeito durante
ocorre, v.g., no primeiro instante da' rantia, ver: GOMES FtLHO, Antonio Ma- no. Proporcionalidad. .. cit, p. 154.
prisão em flagrante, da prisão por galhães. A motivaçdo das decisões penais. toda a realização do ato, podendo 0
16. BARROS, Suzana de Toledo. O princi-
transgressão militar ou crime propria- São Paulo: RT, 2001. Capitulos l1l e IV. juiz natural determinar sua cessação,
pio... cit., p. 74-76.
·:38 :\ Maurício Zanoide de Moraes
~;• PueuoDADE E PROPORCIONALIDADE\· 39
'li
ª'
das/acusadas. Há, pois, nesse instante, •tl
r1:,., •
~ue sejam suficientemente aptas à sa-
uma flexibilidade na escolha. o critério usfação do fim perseguido e a eleger, jgo, a necessidade não determina tendo em vista a necessidade de oiti-
da .idoneidade busca apenas verificar finalmente, aquela que seja a menos 1~1-o m~io mais eficaz entre os idô- va do investigado, a prisão mostra-se
;~~. mas_o suficientemente eficaz. A ·desnecessária, pois há equivalência da
qu~is as medidas mais adequadas em gravosa para o direito dos cidadãos" .18 · · lha. entre os eficácia das medidas (intimação e pri-
1 qu~li~de. ~ quantidade ante o sujeito Portanto, o requisito intrínseco da
co~prova~mente relacionado com o "necessidade" determina
reQs, ' ,será. -feita pela -preferência são), impondo-se ao julgador a escolha 20
Com isso fica claro que o julgador, -~tfm~neira, deverá o julgador, em regra, cuidado e explicitação em sua motiva-
nha _d epositado em ou recebido depó-
cletéx:i~i~r à 'menos gravosa (intima-:
·..-i~.·.t@,1
sito da conta corrente investigada), e no instánte de verificaresse requisi~ ção, pois, entre os direitos em conflito
por tempo diverso do investigado (por to, deve sempre partir da perspectiva
·t!:s,t~~), 1, 1 • ,
apurar crime cuja demonstração da persecução que se mostra necessá na. · t &emplo, para impedir que o investi- ta verdadeira escolha a completar os -
~
~teriaUclade. prescinda daquele tipo
Tradução livre de conceituação ofereci- ·_fgfdo, de qualquer modo, prejudique requisitos anteriores, correspondendo
de informação, o que pode ocorrer, a . 18.
a apuração dos fatos. Não havendo à última forma de ponderação do juízo
da por: CUEtuR SERRANO, Nicolas Gon- . ,
princípio, e apenas exemplificando, no demonstração objetiva de atos que de proporcionalidade. É opção subjeti-
zalez. Propon:ionalidat.l.:.'ctc:, p: 189. ·,
•
,•.
crime de omissão de notificação de do- 19. BA1tROs,SuzanadeToledo.Oprincfpio... \ prejudiquem a investigação, apenas va do julgador, que, diante dos dados
ença (art. 269 do CP). cit., p. 78, com base em Robert Alexy , fálicos específicos, deverá decidir se
O requisito da necessidade,17 tam- (Teorta de los derechos fundamentales), Alexy caracterizou-a da seguinte for-
ma: para a consecução de um fim F, exi- 20. SCARANCE FERNANDES, Antonio. Proces-
~
bém denominado da "intervenção mí- preceitua sobre esse ponto: "A 'neces- ,
nima", da "subsidiariedade" ou "da sidade' de uma medida restritiva, bem 1 gido por um direito Dl, existem, pelo so penal... cit., p. 59, cita como exemplo
de ver, traduz-se por um juizo positi- l menos, dois meios, Ml e M2, que são que, se a prova de um fato pode ser feita
altçmativa. menos gravosa", por sua
'
vo, pois não basta afirmar que o meio 1 igualmente adequados para promover por um documento, sua obtenção deve
vez, "obriga os órgãos do Estado a com-
p~rar as medidas restritivas aplicáveis ,
escolhido pelo legislador não é o que
menor lesividade causa. O juiz há de
f: M2 afeta menos intensamente o ti-
tular de 01, já que Ml restringe um
ser empreendida por meio de requisição ,i j
a órgão público ou instituição financei-
indicar qual o meio mais idôneo e por outro direito seu D2. Para atingir F e ra, ou, ainda, ser tentada a sua substi-
17. Sobre o tema, ver: CUE1.1.AR SERRANO, que objetivamente produziria menos ·., realizarDl éindiferenteseeleja.Ml ou tuição por prova testemunhal, antes
4 1
Nicolas Gonzalez. Propordonalidad...
ciL, Capítulo 10.
consequências gravosas, entre os vá-
rios meios adequados ao fim colimado.
M2, mas para o titular dos direitos D1 e
D2 só M2 t aigtvd" (destaque nosso).
que se determine a busca e apreensão
domiciliar na casa do imputado. -
r
1 40 ' 1Maurício Zanoide de Moraes PUULICll»-OE E PROl'ORCIOW.LI0AOE 1 41
i_
1,
i,
!
l:•i
1~
1jh·
,i1!
•11
.l,l
poderia ser diferente: na mesma es-
teira preceitua serem públicos os atos
processuais, exceção feita a hipóteses
previstas em lei para a "defesa da in-
. Não é legítima' portanto' qu'alquer
lei que, embora aprovada pelo Con-
°
gresso Nacional • segund processo
legislativo constitucional, vede a pu- . :
~-,
. • . (')
, 11..~outrina processual, a publi- de seus direitos. i à defesa técnica
d.~ '<lomporta várias classificações e à autodefesa; (ii) ao contraditóno
. .
nio mediata e imediata ativa e pas- pleno e eficaz; ("m') ª recorrer de even-
~-~arcial ou plena) sendo a mais re- tual medida constritiva; (iv) ao exer-
·111 \l1t
1
timidade, ou: do l'interesse social".21 blicidade dos atos da persecução penal ·•i~. para O presen~e estudo, aquela cício efetivo do habeas corpus, entre
l.111 11,. Para incrementar ainda ·mais a certe- para, ·por exemplo, tomá-~a mais' ágil "'di\'.iqe em interna e externa. tantos outros.
l ,,,' z.à' tle!que1bs atôs'do processo devem ouparaqueose_nvolvidosnãoex·erçam_ · \ blicidadeinternaserefe~eàque- Não se deve defender, com isso,
sêf'públfêôs; detenniria que todos os ª~?l~ d~fes~ (au,todef~ e d7~~a téc~ :tfÍl:tida\F partes, a seus defenso- que a pu~li~idade ~nterna nunca d:s::
}ulgiitiiêhro~' bti'détísões judiciais' se- mca). Ta~leis,_conquan~o,fo~~ln,ien • .~Hetnaisoperadoresdodireitoque ser restrmg1d~, e e ex~tamente ~ ,
t • • • ', ~
lf~ na p_ersecução penal (policiais, ponto que se msere ~ 1mp~rtãnc~a do
4 l \ ,
1
' t , ," · !:;, • ' .
Jam ·públicos "podendo a lei limitar
· . • , · - · , , 1 ~, - ' , .\ Í
0 - ' '
te, ca.rre~s, s_7~~~-~m ~.u~~tã~c-~,a âes-
á p'reseríça: em determinados atos, às proporc1ona1s ~:• P;º~t~?t.~,,~de,~ít~~ª-~·. . ·:dores judiciais, peritos_ particu- princípio da proporc1onahdade. E p~r
próprias·p~;t~s·e'; s~~s advogados, ou . Desses c:lJsp<:>s\ti\;Qs,}\º!1stit~c10- j-·~i ~ ·ou públicos etc.). Publicidade ex- esse crivo que ~ev~m passar os a~os h-
sóme~t~ a estes".is Há, nas palavras nais destacados, extr~_~m:se duas cer- · '.: t ~ é a que se garante aos terceiros mitadores de direitos ou garan~ias ~o
d~ lui i F~rrajoli, um "nexo ind~ tezas: a primeira, que a public;idade da · ' } j{rj nhos à persecução. . · . · . cidadão para q~e sejam consmuc~o-
lúvel enrre; pu ici ade e democracia perse~ução é regra; e a segun~~! ~ue as , ;l f:Apublicidadeextemasempreéres- nalmente legíttmos e dessa maneira
~~~":26 . exceçoes somente poderão ser ~n~das ~ '1rgida quando se pretende a proteção se exerçam.
~o~ le~, de_sde que estas _se •hmitem :~ffl~ntimidade das pessoas envolvidas Cada uma dessas _espécies d~ pu-
as JUStificauvas também dispo s no sta ,~ •persecução (investigado/acusado, blicidade será, nos itens segumtes, ,
de, publicidade e eficiência e, também, . -"'t:.• ·· . -
ao seguinte: ( ...)". texto maior. -,;' . lima, testemunhas, parentes e seus analisada em uma fase da persecuçao
24. Este·é o texto do inc. LX do art. 5. da 0
Toda e qualquer persecução penal ~-:presentantes etc.) ou da proficuidade e sob o crivo da proporcionalidade. De
'CF: "A lei só poderá restringir a pu- é atividade pública, com inevitáveis :, ~issà ·ativididé estatal, não havendo, início, analisar-se-ão a publicidade na
-~~
blicidade dos atos processuais quan- instantes de excepcionalidade cons- i<r 9íii sua restrição, qualquer prejuízo fase investigativa e as hipóteses pro-
do a defesa da intimidade ou o inte-
_resse social o exigirem". Porém, há titucional de· sigilo para alguns atos e · ~râ os juridicamente interessados na porcionais de sua restrição. Em tópico
outros dispositivos constitucionais em certas circunstâncias. Essa excep- f~bsa (partés e seus representantes). posterior, será a publicidade estudada
que também regulam a publicidade cionalidade é que deve, em cada caso ··ti#:· A limitação da publicidade inter- na fase processual, como ponto de con-
, 1:
,1
/!=
dos atos processuais. .
· 25.. Trecho extraído élo inc. IX do art. 93,
cuja redação integral é: "IX - todos
concreto, passar pelo crivo da pr~po~-- . ,. _~ . ·por sua vez, mesmo que por um .. flito entre o direito__à intimidade dos .
cionalidade, com o objetivo de atmgu---. i- · período, tem o efeito imediato de criar ~:-envolvidos na causa penal e o interesse
a legitimidade constitucional indis- ·· f uma desigualdade na persecução, pois público à informação.
/il:1 os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e funda- pensável a todo ato estatal. ~ somente ocorre para uma parte da per-
1
secução, qual seja o sujeito investiga- 3. 1 Proporcionalidade e publicidade
1
• l
i!
1/
mentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar a 3. Publicidade interna e externa na do/acusado, remanescendo irrestrita interna na fase investigativa
i
j ilr
presença, em determinados atos, às persecução penal a publicidade interna para os demais Iniciando a análise pela fase preli-
próprias partes e a seus advogados,
l Com a diretriz desenvolvida no sujeitos atuantes (Policia Judiciária e minar investigativa da persecução pe-
ou somente a estes, em casos nos
' .quais a preservação do direito à inti- item anterior (publicidade como re- Ministério Público). nal, devem-se verificar os dispositivos
. ·· . . midade do interessado no sigilo não gra), deverá ser analisada, da perspec- . Além desse efeito imediato, ainda que tratem da relação publicidade-sigi- .
prejudique o interesse público à. in- 1
..
tiva da proporcionalidade, a constitu- ~ há limitações ao exercício de outros lo diante da regra constitucional já des- . . ,
:, . formação". ·
26. Tradução livre de trecho de Luigi Fer-
cionalidade dos preceitos relacionados direitos fundamentais do cidadão que tacada, qual seja: os atos persecutórios ie.
. rajoli, Dirittoeragione... cit., p. 634. com o sigilo na persecução penal. sofre a restrição, como a diminuição são, em regra, públicos.
';d1~.-
44 l Maurício Zanoide de Moraes i:J;N1-
i·" •·-t PUBLICIDADE E PROPORCIONAl.10/\0E 1 45
. ~·
·1
~
que qualquer limitação à publicidade
se dê por ineio de "lei•, e nenhum da-
lador, preocupado com o controle de
todo o material colhido em violação
'..·.,, ::~~desproporc~onais, pois violam, de pla-
íl ::.''J / no, o citado.pressuposto da legalidade
de certas medidas persecutórias, seria
inviável permitir o seu acesso aos au-
. queles atos inicialmente citados são da intimidade do cidadão, ao editar a ll .;••;
. .h . ){ rt. 5 .°, X, XI e XII , da Co
.~;;-~a · · -
_nstitmçao; tos ou a parte deles enquanto aquelas
¾ editados segundo o processo legis-
'
e Lei 9.296/96 (conhecida como "Lei de j i~}·~;;âns. 2. , parágrafo único, e 5. da Lei não findarem. Nessas hipóteses, en-
1
0
'.•. !,
!· 0
lativo constitucional Máxime, para Interceptações Telefônicas"), inseriu o ,_~~:; ;4V,b.'J:96/96; e art. 243 do CPP). . · quanto o ato sigiloso, determinado
essa segunda razão, se notarmos que dever de "segredo de justiça" do mate- \.~ -.u",. !!J i . . \ .
segundo os pressupostos e requisitos
1-':i;.~j'•,1iJ_,,-Acrescente se ainda, na esteira do
7
1\
va da União (art. 22, I, da CF). (art. 10). i l.-~ ...,~ ~ ;J.
vestigação. Porém, encerrada a razão
i /·."~½'.•:f ~-~ -etrização legal de previs'º do ato
Mesmo quando o ato invasivo é Outra hipótese de violação da prp- ! :~{:-:~: ?}8y~tigativo. Isso ~e dá, por.exemplo, que justificava o sigilo ínsito à medi-
analisado no caso concreto, por juiz porcionalidade é aquela decorrente de .·: ~113 _captação ou gravação de conversa da requerida, caso não haja outro fato
i natural em decisão motivada, ainda ordem judicial desprovida de limita- ·':": - 1'Ambiental(art. 2.0 , IV, da Lei 9.034/95), impeditivo, de mesma natureza, ainda
~• poderá restar desproporcional quanto ção para o ato invasivo. Nessa hipóte- em curso (outras diligências intrinse-
;11 . {é~locàção de sinalizadores em ~ens do
camente sigilosas), o sujeito que so-
1 ao sigilo de seu conteúdo. Isso aconte-
cerá sempre _que o ju~,_ao decidir pela
realização do ato, não ~ r o necessário
se, pode ocorrer desrespeito ao pres-
suposto da legalidade e, também , aos
requisitos intrínsecos da necessidade
J nvestigado (ainda não regulada em
·f)e~); infiltração de agentes policiais
~{art. 2.0 , V, da mesma Lei citada), en-
freu a medida deve ter acesso a todo o
conteúdo da investigação.
1fi
~ sigilo de seu r~11ltad~,perante tercei- e adequação. -' tre outros. Para o ato ser considerad<;2 Após realizado o ato excepcional,
1~
~ ros. Nes5a$ hipó_teses, o ato será ilegíti- Para que a medida seja adequada e tconstitucionalmente proporcional, é volta-se à regra constitucional da pu-
~ -1'
(1Illprescindível.que, no vácuo (total ou blicidade interna para o investigado,
mo po~quanto a desproporcionalidad~ necessária, é curial que venha definida
'~
1~
resulta da violação do pressuposto da·
justificação teleológica.
É aceitável, como pressuposto ~
justificação teleológica (pressuposto
material da proporcionalidade), que
o ato restritivo da intimidade do in-
de forma estrita em sua extensão e du-
ração, e qualquer falha nesse sentido
não só permite o abusõae·poder, como
contaminará de ilegítima constitucio-
nalmente a medida exêcutada.
Toda e qualquer limitação de direi-
·~parcial) da lei, tenha seus lindes traça- restando a publicidade externa preju-
dos na decisão jurisdicional, para que dicada se o material colhido na inves-
::não se violem, nesses casos, os requi- tigação contiver dados da intimidade
~itos intrínsecos da necessidade e da das pessoas envolvidas (suspeito, víti-
) 4ondda~e. Além de se poder suprir ma, testemunhas etc.). Publicidade in-
de maneira segura, ao cidadão, o pJes- terna que se impõe com mais força se,
süpósto · formal da proporcionalidade daqueles atos, intrínseca e excepcio-
~ vestigado ceda, em algumas hipóteses to fundamental, quando determinada,
(legalidade).
1(1,
1,1
~1 definidas pelo juiz, diante do interesse deve ter seus limites especificados. Se
nalmente sigilosos, derivarem outras
Outro ponto a ser destacado, no medidas constritivas de bens, de direi-
persecutório. Não há como se tolerar, os limites derivam de exigência de lei
~
!~,
,a.1
porém, que o cidadão, após violada a
sua intimidade de modo justificável,
(constitucional ou infraconstitucio-
nal), a falta de sua especificação, de
que diz respeito à regra da publicidade tos, de valores ou da liberdade pessoal
dos atos de investigação e aos indefec- do investigado.
JI possa ter o resultado dessa violação plano, descumpre a legalidade neces-
tíveis instantes de sigilo, é aquele refe- Passado o instante em que o sigi-
ii ~
exposto a terceiros estranhos à perse- sária ao ato, exigência imposta já no
rente ao instante de ciência dos autos lo se mostrou medida proporcional e ,
por parte do investigado. portanto, um hiato constitucional na
~
cução ou ao público em geral. Nesse instante do pressuposto formal da pro-
caso, é perfeitamente proporcional e porcionalidade (legalidade). Assim, Idealmente, o investigado deverá publicidade da investigação criminal,
: 1. deve ser-determinada pelo juiz a limi- exemplificando, uma interceptação de ter acesso aos autos n0 instante em que deverá o procedimento retomar o seu
íl
;~
1,
~
tação da publicidade externa, co~ res-
trição de acesso aos autos, ou a parte
conversa telefônica sem tempo ou pes-
soa determinados, ou, ainda, uma bus-
sua esfera de direitos passe a sofrer res- curso normal: a publicidade volta a
trições em decorrência da investigação sera regra.
l;
:ij
1.·. : -:_ J
·~·,,..• .
'~ • ' • - ---•.
'
\
1
.;48 1Maurício Zanoide de Moraes ;~?~~1!'". l 49
·n··•.i-:-:,i PueuaOAOE E PROPO~CIONALIDADE
1
)., 1!!;-~
•11'.-
1,·,
lof.'- ~ ~
~<:-< ·
•· .-.,'s.' 1· · • XIV. todos do art 5
ºda
1\ " , ' · Esses 'aspectos citados não trazem greco-romana eram públicos, pas- .~)~ 'e;Dessa~te, aquele acréscimo esta- preV1S~o ~o_mc. , _ _ · ·
'. ! -muita novidade à postura generalizada sando a ser sigilosos ao final do Im- ,.,tt~l~ceria 1 um curso _diametra~~ente Consutu1çao da Republica. .
L na doutrina e na jurisprudência nacio- pério Romano e, como regra, durante ::"':1 cjp0sto a todas as posições polmcas e Essa identidade de sedes matenae
:1 nais. Fato referente à publicidade e à a Inquisição. A partir do Iluminismo, ~\4tµrtdicas desenvolvidas na história e garante que, no entrechoque de ambos
1'
.L proporcionalidade - e que traz novo houve um paulatino progresso de to- . ::;::t,~ !justificam a limitação da publici- em algumas situações concretas, não
':< debate-ainda carente de uma mais de- das~ legislações nà direçãci'ila'publi- . ~~ e i extem~ apenas e tão-somente se se possa determinar, de antemão, que
•f
tida reflexão é a alteração feita pela EC cidade dos atos p_ersecu~óri.os; com al- , -~ .,... ilitimidade.'dos envolvidos e a perse- um sempre deva prevalecer sobre o ou-
45/2004 no inc. IX do an. 93 da CF.
·~~
guns reveses nos regimes di~to~ais. :;i~~µ.~o estivereri ameaçadas. tro. Em nosso sistema jurídico, não _!:á '
1 · Preceituava esse dispositivo antes A publicidade externa começava·a set: ~~~;qtanté d~e novo texto constitu- _E.rincípio ou direito_ l~ndam~~tal que
~ da reforma constitucional: "An. 93. Lei limitada somente para a pr~;teção,
i •.
cb .;~ çftjh ;1l, cabe, no presente estudo, para J)àa comporte restr1çoes legitimas, se
i; ·,;
•1 complementar, de iniciativa do Supre- intimidade dos envolvidos pa, :causa i :~{t:kU$oristrar a importância .do princí- ~ quando fundadas na concepção de
~l 19 •"<t~ 1·d
~
mo Tribunal Federal, disporá sobre o penal (acusado, vitima, tesr~munh~s.
11)' ·-,!l' n10,
.,,., " da proporcionalidade•no campo ,-· nwporqona · 1 a d e.
1 Estatuto da Magistratura, observados os seus representantes ou parentes etc.) 1 ·1;;ifo processo penal, encetar alguns as- Com isso, afasta-se, de inicio,
ou para evitar tumulto social e garan- ' · · ···;-Íi(~tos sobre se há ou não consonância eventual entendimento d e que sempre
f
~
J
seguintes princípios: ( ... ) JX - todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judi- tir a ordem e a normalidade·dos atos 't ç&pstitucional daquele ponto destaca- que houver o conflito entre a preser-
ciário serão públicos, e fundamentadas processuais. · ·.-: · ; ,AA,pa citada Emenda. vação da intimidade do imputado e o
t)! todas as decisões, sob pena de nulidade, . Naatualidade,pode-se'díié'tqu~;cie · :?~r;Reafinnando-se todo o já expendi- interesse à informação, este sempre
~
½
podendo a lei, se o interesse público o as
maneira geral, em todas legislações í•:do sobre a fundamental importância, prevalecerá.
~ exigir, limitar a presença em determi- editadas co~ lastro nos trâtados in- ·. :~·p~ra um Estado Democrático de Direi- Analisando o novel dispositivo
ambos
Inicialmente,
os
cabe
interesses em
destacar
conflito
que
têm
à informação pudesse impedir o juiz d e
decretar a restrição à publicidade ex-
tema para preservar sua intimidade e
de uma interpretação sist~mica, pode 1 . natureza constitucional. O direito à in- imagem? Na mesma hipótese, porém
parecer claro que o interesse público . li timidade, em seus vários aspectos, está sendo o imputado uma personalidade,
....
.-;:-::''I
pode-se asseverar que, em regra, os à infonnação sempre deve prevalecer previsto nos incisos X, XI e Xll, e o in- seria mais aceitável aquele impedi-
~
...
teresse à informação, por sua vez, está mento ao julgador?
~
processos criminais na Antigüidade sobre o direito à intimidade.
.,. ; , ..... ._1?-a~
·"""
S2 • / Maurício bnOide deMoraes
PuBUOClf.OE E PROf>OROoNAtio,,.oe I S3
f f) ' .
~
,;=, Em ambas as hipóteses a resposta modo irreversível. Um risco. para a.! li -~i:_:'. ·ser feito no campo jurídico por meio a solução dos citados dilemas constitu-
. deve ser negati,,a, pois, caso seja proi• coexistf ncia de direitos fundamen• ~ ::'). .:: dé..boletins informativos processuais
, ll
cionais, a dou trina e a jurispruMncia ·
,, b,ido ao julga4or vedar a publicidade tais em um Estado Democrático de· 1f,·· a serem elaborados - sugere-se - por construíram uma teia de pressupostos
,l f:'(tema ~esses _casos, cstar•se•á pi:3ti• Direito, pois não é possível que, para o ,;;f" t.·•ncionários dos tribunais, formados
•• -;" i,; . -,:./" . . . e requisitos para tal princípio.
01 ~ -~do_~u-~ violtncja con~ a vítima_ exercício de um direito, o ou tro tenha ,~/:(;::,ou, ~o em jornalismo, tudC? ~pervi-
:J
t- 1
~,.no s~~ip4? ':250'..dcsuo,çan_dq~se ?,. seu núcleo essencial total e definiti"\'.a- .:~f!~:·sfõn'âdo pelo
..,,.. .. ;.,; ·• Of ! ...... \
causa.
juiz da Essa
.
su-
Desse modo, para que o ato res-
tritivo de direitos fundamentais do
ri p rincípio
,. .._da.presunção
. . . . .de.,inoc~ntia ,, · ,•;-• · men te.supnm1 · ·do. . , .,_ ·., .•·:•
· -~- :_t l gestão, inclusive, permitiria o controle
fílt
i do imputado ~ iIJe!ersív~! ~os~-
' ~ f mídia.· ., . l ' ' ' . '
· .. . . .
Para se preservar O d1Spos1t1vo [i1)~-új¾
-i:~::
~ ..' 's egredo
eficaz\de eventuais violações de
de j ustiça decretado por aque-
cidadão seja considerado constitucio-
nalmente proporcional, é necessário
çã_ , · . ·,· •, •: ;,.;_ :,,, .. , :· . constitucional como atualmente·redi- ~,- ~_,.,. 1 ,_ ;>" . , que: diante do caso concreto, somen-
• •
~
Percebe-se
. -. • pois,
constitucional
.· .. .que- o acréscimo
inserido .pela
,.
citada
--. gt·do· dia nte d o pnnc1p10
• ' !'da
• - · d a propor-·
.
,
.
· .. i~:;::.;~:;~?torid~de.__ . . . te o juiz decida de maneira motiva-
~
. .. -- • c1ona 1 de deve-se fazer sua,le1tura :-·:,.\?,r-· A instituição dessa nova forma de
ri,. da, determinando, entre as medidas
...~
'
Emenda. não apresenta
teleológica
. . •-justificação
(pressuposto
. nalida.d ·) ·· da . · matenal
· . ·
da . .
' . com todos os dematS
em consonância
. .
pnncíp1os consntuc10na1S. .
.
, , • , .,,
:f ::,:
1 c~mp~tibilizar a in timidade e a infor-
f~:-- ritação impede que o exercício de um
restritivas de direito previstas em lei
e aptas à consecução de um fim consti-
1
e evo1ta para uma
r}i »
,,,
proporc10 .
maior proficui<bdé persecutória' na . : Nessa alheta, caberá sempre ao
· -~; desses direitos leve à supressão do
i: :·outro. Até mesmo .porque é objetivo
tucional e socialmente rele,·ante, qual
a mais eficaz, restringindo os direitos
busca de um mdhor julgamento. Eni' Julgaâor, ' garan te constitucional dos
~,·
~
li
uina sociedade midiática, os riscos de direitos fundamentais, em cada caso
::). primaz da proporcionalidade permi-
•'f '.· tir a compressão de alguns direitos
fundamentais apenas no limite do ne-
cessário se, no cotejo entre os valores
perturbação da normalidade dos ·atos concreto, verificar se os dados da· in-
~•' perante outros, sem que com isso se em conflito, entender que o interesse
~ li processuais e de aumento dj pressão timidade expostos na causa penal são
•l . .-40.-.: aniquile o núcleo essencial do direito, persecutório deva prevalecer perante
AObre os operadores do direito, princi- de tal intertSidade que sua exposição
11
·,
apenas mo_E1entânea e excepcional-
~
1~,
~r. paimente.quando os julgadores são os causará um mal irreversível ao cidadão
jurados leigos (casos de competência nela envolvido. Caso haja risco de isso
niente restringido.
o sujeito investigado/acusado.
No atual momen~o constitucio-
,.J do tribunal do júri), são muito mais ocorrer, d everá vedar a publicidade nal, em que a publicidade dos atos
. .l
~1 prováveis do que uma contribuição externa plena, determinando medidas
Conclusão
persecutórios (investigativos ou pro-
iw
~ f' para um mdhor julgamento. A expe- pelas quais haja parcial e seletiva in;
riência tem demonstrado que, quando formação dos mais significativos atos
1:m um Estado Democrático de
Dfreito, no qual estão previstos e ga-
cessuais) é a regra, pretendeu-se ofe-
recer algumas soluções para questões
:'.j se expõe a intimidade dos envolvidos processuais, sem que, por meio dessa~ rantidos muitos direitos fundamen- ainda candentes no cotidiano proces-
na causa penàl, o debàte·}urídico é es- informações, exponha-se a intimidade tais, é natural que, no cotidiano das sual penal, sempre com base em uma
:~1 J
quecido ou serve de pseudo-escada ~os interessados. · inter-relações entre cidadão e Estado, incidência prática do princípio da
r,· haja entrechoques ou conflitos entre proporcionalidade. Assim, demorIS-
para debates morais, preconceituosos • Essa informação parcial e dirigida
','··I/ o exercício daqueles direitos e os in- trou-sc que:
e, quase se~pre, dirigido_s para a for- . aos aspectos mais relevantes dos atos
: /' mação da convicçã_ó q$.pQpulação por processuais persectltórios deve-se dar teresses estatais. Para esses instantes, a) a autoridade persecutória admi-
~ uma das teses que o meio de comuni• como é feito no campo médico, quan- de aparente inconciliaç:lo constitu- n6""tr-Jtiva somente poderá limitar a pu-
i/1
l·i/,, cação quervervenccdom. ·. do se está diante de um fato de interes• ciQnal, tem-se conferido bastante for- blicidade interna e externa, sem ordem
1Jij ça .\ utilização do princípio da pro- judicial, se ainda não houver identifica•
li. ,I A referida emenda constitucional . se nacional. Nessas hipóteses, pessoas
i'1
'j li teve o ·cs~opo cxchi~i_vó de tutelar o previamente selecionadas produzem porcionalidade. do um suspeito pcb infrnç-lo penal;
lnteresso,da mídia, n1esmo que parn I 'Informativos médicos para relatar •u Contudo, pam que a proporciona- b) somente uma amoridnc\ejudi-
r
1
Isso ? lnúmidlldc dos Interessados populaçao o caminhar <lo trnt::unento
corresse o risco de ser destroçada de e as rcuçôcs dos pacien tes. Isso pode
lid.t<le ganhe cm aplicabilidade segum ciiria, em deci~lo motivada e diante
e orlcntadom de t~cnic.isjur{dic:ts pum do caso concreto, podent limitar a
54 j Maurício Zanoide de Moraes PUBLICIIJ,._DE E PROf'OROON.'ILIDADE r !-5
publicidade interna de invesligação do, por tempo e modo excessivos, o MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos funda·
IÍ 1
~~
1· ~
munhas etc.);
Bi~liografi~
e) a autoridadejudi~iária não pode
limitar de forma aprioiistica e abstratá BARROS, Suzana de -Toledo. O principio da
i.1·r_ijl a publicidade (externa ou interila) de . ,·, propprcionalidqde e o controle de.cons•
~il
1.
invesligação, mesmo que para issoian-
ce mão de atos normativos (r~oluções,
titucionalidade das l~is restritivas de
direitos fundamtntais. Brasília: -Brasí-
1~ ..
,,·r,,.,
na-se ilegal se o sigilo necessário para GOMES, Mariãngela Gama de Magalhães. O
a execução do ato restritivo se esten- princípio da proporcionalidade no di- •
r.
l , der por toda a fase preliminar, privan- reito penal. São Paulo: RI', 2003.
li 1:1 ...IrJ