Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v.

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OS BENEFÍCIOS DA EQUOTERAPIA A CURTO PRAZO EM UMA

CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO1

THE BENEFITS OF SHORT TERM EQUOTHERAPY IN A CHILD WITH

CEREBRAL PARALYSIS: STUDY OF CASE

Cássia Cristina Ferreira de Souza2 Claudia Karolina Ferreira da Mata² Fernanda A.Vargas de
Brito e Alves3 Mariane Santos Nogueira4 Rafael Martins Custódio Mendonça5 Renata Pereira
da Cunha6 Thayza de Paula Araújo7 Aleandro Geraldo Alves8 Eduardo Lino de Souza9
Pedro Henrique Faria Valente10 Cláudia Oliveira Cusinato11

Resumo
A Paralisia Cerebral (PC) abrange uma série de síndromes não progressivas de distúrbios
motores e de postura, que resulta de um dano irreversível no sistema nervoso central em
desenvolvimento. A equoterapia é uma técnica fisioterapêutica que utiliza o cavalo como
agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais. Este trabalho tem como
objetivo identificar os benefícios adquiridos por uma criança com paralisia cerebral após ter
praticado doze sessões de equoterapia. Participou do estudo uma criança com paralisia
cerebral com dez anos de idade do gênero feminino. Foram realizadas avaliações pré e pós
aplicação do método equoterapêutico. Sendo doze atendimentos, um a cada semana todas as

1
Trabalho de conclusão do curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos.
2
Acadêmicas do 8º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos. E-mail:
cassiacfsouza@hotmail.com; ckfdamata@hotmail.com
3
Fisioterapeuta, Mestre em Genética, Coordenadora e Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Montes
Belos. Email: fernandavargasbra@gmail.com
4
Fisioterapeuta, Esp. em Fisioterapia Neurológica, Docente e Supervisora de Estágios da Faculdade Montes
Belos. Email: nogueira.slmb@hotmail.com
5
Fisioterapeuta, Esp. MBA em Gestão de Negócios, Docente e Supervisor de Estágios da Faculdade Montes
Belos. Email: rafael- -martins@hotmail.com
6
Fisioterapeuta, Esp. em Fisioterapia Neurológica, Docente da Faculdade Montes Belos. Email:
renattinhacunha@hotmail.com
7
Fisioterapeuta, Esp. em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva, docente do curso de Fisioterapia da
Faculdade Montes Belos. E-mail: thayza_araujo@hotmail.com
8
Fisioterapeuta, Orientador, Mestre em Genética, docente e coordenador de Estágios do Curso de Fisioterapia
Faculdade Montes Belos. Email: aleandrogalves@hotmail.com
9
Fisioterapia, Especialista em Fisioterapia Geral com Ênfase em Fisioterapia Hospitalar. Email:
edu_dudu_@hotmail.com
10
Fisioterapeuta, docente da Faculdade Montes Belos, Especialista em Gestão Estratégica em Educação.
Email:pedrohenriquefv@bol.com.br
11
Fisioterapeuta, Orientadora, Esp. em Fisioterapia neurológica; docente do curso de Fisioterapia da Faculdade
Montes Belos. E-mail: cusinatofisio@yahoo.com.br
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terças-feiras no período matutino, com duração de trinta minutos cada sessão. A intervenção
foi realizada pela fisioterapeuta do local, por um mediador lateral e um auxiliar guia. Para a
avaliação pré e pós tratamento foram utilizados seis testes, direcionados a avaliar equilíbrio
estático e dinâmico, postura corporal, marcha e independência, todos com resultados
negativos antes da intervenção. Na reavaliação três testes mostraram resultados positivos o
que mostra uma melhora significativa principalmente na postura corporal, equilíbrio estático,
dinâmico e independência. Concluí-se que a equoterapia em curto prazo apresenta benefícios
significantes ao tratar uma criança com paralisia cerebral principalmente em relação à postura
corporal e equilíbrio, acredita-se que se as sessões não se limitassem e o prazo de tratamento
fosse prolongado os benefícios adquiridos seriam ainda maiores.

Palavras Chave: equoterapia assistida, paralisia cerebral, equilíbrio postural.

Abstract

The Cerebral Paralysis (CP) includes a series of syndromes no progressive of motor

disturbances and of posture, which results of an irreversible damage in the central nervous
system in development. The hypotherapy is a physiotherapist technique that uses the horse as
agent promoter of physical, psychological and education earnings. This work has as objective
identifies the acquired benefits for a child with cerebral paralysis after having practiced
twelve hypotherapy sessions. It participated of the present study a child with cerebral
paralysis with twelve years old and feminine gender. Evaluations pre and post the
hypotherapeutic methods. They were made twelve sessions being one per week every
Tuesday in the mornings, with duration of thirty minutes each session. The intervention was
accomplished by the physiotherapist of the place, by a lateral mediator and an assistant guide.
For the evaluation pre and post treatment six tests were used, addressed to evaluate the static
and dynamic balance, corporal posture, marches and independence, all with negative results
before the intervention, in the revaluation three tests showed positive results what shows a
significant improvement mainly of corporal posture, static and dynamic balance and
independence. We concluded that the short term hypotherapy shows significant benefits when
treating a child mainly with cerebral paralysis in relation to corporal posture and balance, we
believe that if the sessions were not limited and the period of treatment was prolonged the
acquired benefits would be still larger.
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Key Word: Attended Hypotherapy, Cerebral Paralysis, Postural Balance.

Introdução Nacional de Saúde surgem 17000 novos

casos por ano. Considera-se como provável
Os casos de paralisia cerebral (PC) que a incidência de PC é alta devido à
estão entre as deficiências de maior limitada precaução com as gestantes.
ocorrência na infância, chamam a atenção Existem diversas causas que podem
por serem as mais comuns entre crianças induzir ao quadro clínico de paralisia
que apresentam incapacidade motora. As cerebral: anóxia cerebral perinatal,
limitações neuromotoras e sensoriais principalmente quando é associada à
estabelecidas pela PC conduzem à prematuridade, lesão traumática do cérebro
instalação de padrões anormais de postura no nascimento, geralmente de trabalho de
e movimento (BRASILEIRO et al, 2009; parto prolongado ou uso de fórceps,
SILVA & DALTRÁRIO, 2008). eritroblastose por incompatibilidade Rh,
Segundo Rotta (2002), a paralisia infecções cerebrais (encefalite) na fase
cerebral foi descrita pela primeira vez em inicial do período pós-natal,
1843, pelo ortopedista inglês William J. desenvolvimento congênito anormal do
Little, atualmente conhecida como cérebro, particularmente do cerebelo
encefalopatia crônica não evolutiva da (FERNANDES & LEITE, 2004).
infância, sendo uma “patologia ligada a Os fatores etiológicos se devem ao
diferentes causas e caracterizada suprimento insuficiente de sangue ou de
principalmente, por rigidez muscular”. A oxigênio para o cérebro em
paralisia cerebral é uma série de síndromes desenvolvimento, dividindo-se em: pré-
não progressivas de distúrbios motores e natais, perinatais e pós-natais. Porém, a
posturais, que resulta da deterioração paralisia cerebral é raramente
irreversível no sistema nervoso central em diagnosticada nos primeiros meses após o
desenvolvimento (FLETT, 2003). nascimento, sendo a causa precisa da lesão
Segundo Ashwal et al (2004) apud cerebral em uma criança assiduamente
Araújo (2007), a cada 1.000 nascidos vivos especulativa (SHEPHERD, 2006).
cerca de três crianças são acometidas de Conforme a distribuição do
algum tipo de PC. Stokes (2000) mostra comprometimento motor, a PC é
que não há um estudo no Brasil conclusivo classificada em quadriplégica: membros
a respeito, de acordo com a Organização superiores, membros inferiores e o tronco
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são acometidos; diplégica: todo A Equoterapia utiliza o cavalo

corpo é afetado, mas os membros como agente promotor de ganhos físicos,
inferiores são mais acometidos que os psicológicos e educacionais, juntamente
membros superiores; ou hemiplégica: com uma equipe multidisciplinar. Este
somente um dos lados do corpo é método busca o desenvolvimento
comprometido. O membro superior é mais biopsicossocial dos praticantes,
comprometido que o inferior e pode ser contribuindo também para o
classificada também em tetraparética, desenvolvimento da força, tônus muscular,
diparética e hemiparética. O termo paresia flexibilidade, relaxamento, coordenação
ou plegia pode ser aplicado motora e equilíbrio (ANDE-BRASIL,
indistintamente, o primeiro termo significa 2011-B).
paralisia menos acentuada (FONSECA & Segundo Wickert (1999), ao
GAUZZI, 2004). deslocar-se ao passo o cavalo faz chegar ao
Quanto a movimentos involuntários cavaleiro uma série de estímulos através de
classifica-se em espástico: aumento do seu dorso. Estes se dão por um movimento
tônus muscular; atetósico: movimentos tridimensional, isto é, o seu centro de
lentos, suaves acometendo a parte distal gravidade sofre três deslocamentos: para
dos membros; hipotônico: diminuição do cima e para baixo, para os lados, para
tônus muscular; atáxico: falta de frente e para trás. Ao observar a marcha
coordenação de movimentos que pode humana o autor notou que ela é idêntica ao
afetar a força muscular e o equilíbrio e a movimento do cavalo ao passo, é este
forma mista: onde existe uma combinação movimento que gera os impulsos que vão
entre as manifestações anteriores (STYER- ativar o sistema nervoso a produzir
ACEVEDO, 2002). respostas para continuar o movimento.
Para obter a reabilitação física e [...] “em seu “Livro das Dietas”,
readaptação social das crianças com Hipócrates da Loo (458-370 a.C.), afirma
paralisia cerebral a Fisioterapia vem que a prática da equitação melhora o tônus
utilizando métodos alternativos, que dos músculos e é indicada principalmente
trabalhe o paciente de forma holística, no tratamento da insônia...” (HORNE E
englobando vários aspectos importantes, CIRILLO, 2005 apud SILVA, 2006, p.19).
dentre os tratamentos complementares a Silva (2008) mostra a importância
equoterapia, cujo principal objetivo é a da Equoterapia em pessoas com
melhora física, social e psíquica dos necessidades especiais, estimulando a
praticantes (IZIDRO, 2005). coordenação motora. Relata também
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melhora na questão de interação
social, coordenação global, equilíbrio
estático e dinâmico, orientação espacial e
nos aspectos comportamentais
emocionais dos praticantes.
De acordo com Aquino (2007), a
equoterapia promove uma
mobilidade da pelve e articulações da
coluna, normalização do tônus e melhor
controle da cabeça e do tronco. Esses
resultados explicam porque algumas
crianças com paralisia cerebral, após
sessões de equoterapia, andam com maior
facilidade, demonstram melhora na função
motora global e apresentam maior ganho
funcional, em relação a sua independência.
Para a implantação do método no
Brasil foi criada em 10 de maio de 1989 a
Associação Nacional de Equoterapia -
ANDE BRASIL. Está é uma sociedade
civil de caráter filantrópico, terapêutico,
educativo, cultural, desportivo
assistencial sem fins lucrativos, com
atuação em todo território nacional, com
sede e foro em Brasília – DF, porém só foi
reconhecida e declarada como entidade de
Utilidade Pública Federal em 20.11.1992 e
está registrada no Conselho Regional de
Medicina/DF, nº. 763 (ANDE-BRASIL,
2011-A). Em 27 de março de 2008, o
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional publicou no Diário Oficial nº.
63, seção1, o reconhecimento
equoterapia como recurso terapêutico
(COFFITO, 2008).
O presente trabalho propõe
e constatar se o método equoterapêutico
apresenta benefícios após doze sessões em
uma criança com paralisia cerebral, além
maior de propiciar maior conhecimento sobre a
técnica e seus benefícios com intuito de
melhorar o conhecimento geral sobre esta
abordagem terapêutica.
A equoterapia não busca somente
ganhos motores para seus praticantes, mas
também o desenvolvimento biopsicossocial
permitindo que o paciente evolua as
capacidades relacionais juntamente com
uma comunicação afetiva e uma maior
interação para os praticantes com a
sociedade em que vivem.
Os objetivos da pesquisa foram
identificar os benefícios adquiridos por
uma criança com paralisia cerebral após ter
e praticado doze sessões de Equoterapia no
Centro de Equoterapia e Equitação Bosque
da Matrinchã – Israelândia-GO; constatar
melhora no comprometimento motor e no
desempenho da marcha; favorecer os
ajustes biomecânicos e tônicos; promover
maior independência à praticante;
mensurar a melhora do equilíbrio estático e
dinâmico e observar os padrões de marcha
e postura corporal
da
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responsabilizariam pelos danos decorrentes

Metodologia
da pesquisa, assumindo todas as despesas
De acordo com Marconi e Lakatos do tratamento, além do praticante ser
(2010) trata-se de um estudo de caso de segurado pela PROSEG seguros, através
caráter quantitativo-descritivo. Foi da Ande Brasil.
realizada no Centro de Equoterapia e Os critérios de inclusão utilizados
Equitação Bosque da Matrinchã situado a 8 na seleção da amostra para a pesquisa
km da Rodovia GO 060 km 191 no foram: ter entre 05 e 10 anos, ser portador
Município de Israelândia-GO onde prestam de paralisia cerebral com seqüelas
atendimento às pessoas com deficiências funcionais motoras relativas à marcha,
físicas e mentais ou com necessidades nunca ter se submetido à técnica
especiais, tais como: lesões neuromotoras equoterapêutica, ter autorização e
de origem encefálica ou medular; consentimento do responsável e ter
patologias ortopédicas, congênitas ou permissão médica. Os critérios de exclusão
adquiridas por acidentes diversos, foram: ser portador de paralisia cerebral
disfunções sensório motoras, necessidades com seqüelas motoras não relacionadas
educativas especiais e distúrbios com a marcha, apresentar faixa etária
evolutivos, comportamentais, de maior ou menor que a determinada, ter se
aprendizagem e emocionais. Foram submetido à técnica equoterapêutica, não
realizados doze atendimentos sendo um a ter consentimento e autorização do
cada semana toda terça-feira pela manhã, responsável e do médico.
com duração de trinta minutos cada sessão. Os dados foram coletados através
Participou do estudo uma criança de fichas de avaliações já estabelecidas
com Paralisia Cerebral, gênero feminino, pelo Centro de Equoterapia e Equitação
com dez anos de idade, sendo esta a Bosque da Matrinchã (em anexo) e uma
primeira vez que se submete a equoterapia. ficha de avaliação e reavaliação
Antes de iniciar as avaliações, o fisioterapêutica elaborada pelas
responsável assinou o Termo de pesquisadoras (em apêndice), as avaliações
Consentimento Livre e Esclarecido (em foram feitas por uma equipe
apêndice), conforme a Resolução 196/96 multidisciplinar e pelas pesquisadoras. Na
do Conselho Nacional de Saúde. Se os avaliação médica foi constatado que a
pesquisadores percebessem algum risco ou voluntária possui hipertonia e fraqueza
dano à saúde do sujeito participante da muscular em cintura pélvica; na avaliação
pesquisa, suspenderiam imediatamente e se fisioterapeutica foi classificada como
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diparética espástica, hipertônica, areia coberto, areia aberto e o de grama

possui pé plano, joelho valgo e deambula aberto.
com o auxilio da mãe. Os programas de exercícios
Foram realizados pelas utilizados pela fisioterapeuta foram
pesquisadoras os testes de Romberg, exercícios de equilíbrio através de
Romberg modificado, teste de inclinação atividades que elevam os membros
frontal do tronco, teste de levante e ande, superiores acima dos ombros;
teste de avaliação da marcha em três alongamentos de extensores e flexores de
metros e teste de avaliação da marcha em punho, abdome, paravertebrais, flexores,
cinco metros. Após as avaliações iniciou- extensores e adutores de ombro para
se a intervenção baseada na equoterapia. obtenção de relaxamento; dissociação de
Foi utilizado um cavalo sem raça definida, cintura escapular através de exercícios que
dez anos de idade, pesando 330 kg, 1,55 trabalham a rotatividade do tronco com uso
metros de altura e três anos de prática de de bastão para a melhora no padrão de
equoterapia, os equipamentos (mantas, marcha; fortalecimento de abdome e
estribo, rédea), estratégias e inclusive o paravertebrais visando melhora da postura
cavalo foram direcionados ao perfil da corporal; posição esporte para o
praticante escolhidos pela fisioterapeuta fortalecimento dos membros inferiores;
Silvana Paula Santos CREFITO 11-134- fortalecimento de abdutores e flexores de
041-F e o equitador Wesley Neves Barros. ombro com garrafinhas com areia visando
Ao total foram realizados doze melhora da força; treino de coordenação
atendimentos sendo um a cada semana motora arremessando a bola na cesta;
toda terça-feira no período matutino, com treino de pinça fina utilizando tábuas com
duração de trinta minutos cada sessão, velcro, botões, zíper, garrafas com diversas
realizadas pela fisioterapeuta do local tampas; treino de equilíbrio realizando
acompanhada por um mediador lateral e abdução de ombro, dissociação de cintura
um auxiliar guia durante as doze sessões. escapular e fazendo circuito com cones
Na primeira sessão foi realizada a posicionados no picadeiro; treino de
apresentação do cavalo à praticante que lateralidade com bastão e com a praticante
montava na rampa e apeava na rampa ou guiando seu cavalo. Logo após o término
solo, a montaria foi realizada sobre a das doze sessões a fisioterapeuta e as
manta com estribo. Ao final de cada sessão pesquisadoras efetivaram as reavaliações
a praticante se despedia agradecendo seu da praticante
cavalo. Os picadeiros utilizados foram o de
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ficarão em total sigilo no período de cinco

Para a análise dos dados colhidos anos em poder das pesquisadoras. Os
foram utilizadas fichas de avaliação e dados coletados foram divulgados em
reavaliação elaboradas pelas pesquisadoras forma de tabelas feitas no programa
(em apêndice), fichas de evolução, Microsoft Excel 2010.
avaliação e reavaliação estabelecidas pelo
centro (em anexo), imagens e vídeos, em Resultados e Discussões
que somente serão divulgados para fins Na Tabela 1, apresentam-se as
didáticos, de pesquisa e divulgação de avaliações iniciais, ou seja, antes do
conhecimento científico, assim como as tratamento equoterapêutico, na Tabela 2 as
informações colhidas, estes materiais avaliações finais ou após o tratamento.

Tabela 1 – Avaliações Iniciais

TESTES

RESULTADOS T1 T2 T3 T4 T5 T6 TOTAL %

POSITIVO ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___

NEGATIVO X X X X X X 6N 100%N
Legenda: T1: Teste de Romberg; T2: Teste de Romberg modificado; T3: Teste de levante e ande; T4: Teste de
inclinação frontal; T5: Teste de marcha em 3 metros; T6: Teste de marcha em 5 metros. N: Negativo; P:
Positivo.

Tabela 2 - Avaliações Finais

TESTES

RESULTADOS T1 T2 T3 T4 T5 T6 TOTAL %

POSITIVO ___ ___ X ___ X X 3P 50%P

NEGATIVO X X ___ X ___ ___ 3P 50%N

Legenda: T1: Teste de Romberg; T2: Teste de Romberg modificado; T3: Teste de levante e ande; T4: Teste de
inclinação frontal; T5: Teste de marcha em 3 metros; T6: Teste de marcha em 5 metros. N: Negativo; P:
Positivo.
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atendimentos por semana totalizando vinte

Na tabela 1 foi possível observar e seis sessões da técnica equoterapêutica
que todos os testes realizados mostraram observou uma simetria em ambos os
resultados negativos, já na tabela 2 membros inferiores, que facilita um maior
observa-se melhora da praticante de 50%, alinhamento e controle postural durante a
pois obtivemos resultados positivos após a marcha, transformando-a em uma marcha
prática equoterapêutica. mais funcional e viável, maior ganho de
funcionalidade em relação a sua
independência e ainda encontrou-se
Após as doze sessões de também a melhora da mobilidade articular,
equoterapia foi possível observar principalmente em tronco, resultado não
benefícios significantes como a melhora da encontrado na presente pesquisa.
segurança da praticante durante as sessões Benda et. al., (2009), mostram que
e também ao deambular e sentar sozinha já o cavalo com a andadura simétrica ou seja,
na quarta sessão. Constatamos a melhora ao passo, ao deslocar a criança
do equilíbrio estático e dinâmico, postura repetidamente para trás através da linha
corporal, melhora da independência da média juntamente com a circunferência do
praticante e um melhor desempenho na animal fornece aos músculos adutores
marcha através dos testes com resultados alongamentos contínuos dos mesmos o que
positivos mostrados na tabela 2. Não ajuda a diminuir a espasticidade. O autor
observamos melhoras significativas quanto notou uma melhora significativa na
ao joelho valgo e o pé plano apresentado simetria durante a deambulação, quando
pela voluntária. tratou vinte e cinco crianças com paralisia
Silva et. al., (2003), afirmam que a cerebral com a equoterapia durante seis
integração do cavalo proporciona meses, com duração de apenas dez minutos
independência e equilíbrio através do cada sessão.
movimento que desloca o ponto de Os resultados encontrados na
equilíbrio invariavelmente na andadura, ou pesquisa corroboram com os de Araújo
seja, o movimento tridimensional do (2007) que mostra em seu trabalho um
cavalo. Observou-se este movimento ganho expressivo no alinhamento postural,
durante as doze sessões realizadas que devido à melhora no equilíbrio do tronco.
mostrou resultados semelhantes com os de Já Cardillo & Valdiviesso, (2004) ao
Aquino (2007). Ao realizar dois tratarem uma criança com paralisia
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cerebral por dez sessões muscular tendendo à normalidade,

observaram no final de cada sessão de
equoterapia que não houve melhora
significativa no desempenho motor, mas
foi possível observar melhora qualitativa
no alinhamento postural. Sterba et. al.,
(2007), analisaram um grupo heterogêneo
de crianças com paralisia cerebral de leve a
grave, e notou que andar a cavalo traz
benefícios à função motora
especialmente em caminhar, correr e pular.
De acordo com o estudo de
Zadnikar & Kastrin (2011) médicos e
terapeutas podem recomendar
equoterapia como tratamento
melhorar equilíbrio, postura e
influenciar a melhora da funcionalidade na
execução de atividades de vida diária e a
qualidade de vida de crianças com paralisia
cerebral. Seguindo a mesma idéia Sterba
(2006) também concluiu que profissionais
da área da saúde podem recomendar a
hipoterapia para crianças com paralisia
cerebral, pois relatam que é uma terapia
eficaz para a reabilitação da função motora
grossa.
Conclusão
Após doze sessões de equoterapia
desenvolvimento da independência,
melhora da postura corporal e melhora do
equilíbrio estático e dinâmico, apesar de
que a avaliação final de equilíbrio
permaneceu negativa a praticante
conseguiu deambular sem apoio. Acredita-
se que seja pelo espasmo ainda presente,
porém diminuído nos membros inferiores
grossa, precisamente nos músculos posteriores da
coxa e adutores dificultando ainda mais o
equilíbrio da praticante. Resultados de
vários autores condizem com os resultados
a encontrados na pesquisa.
para Concluí-se então que a equoterapia
assim a curto prazo traz benefícios significantes
para uma criança com paralisia cerebral,
porém acreditamos que se este prazo fosse
prolongado e os atendimentos não se
limitassem a uma vez por semana os
benefícios do tratamento equoterapêutico
seriam ainda maiores.
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possível observar benefícios decorrentes

do tratamento os quais foram à melhora no
comprometimento motor e no desempenho
da marcha, pequena alteração no tônus
 Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (74-141), 2014 ISSN 18088597
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