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EQUILÍBRIO FINANCEIRO EM CONTRATOS DE EXECUÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA

O que é?
O reequilíbrio econômico-financeiro serve para manter a justa relação econômica entre o contratado e o
contratante, prejudicado por superveniência (alteração de uma situação firmada em fato anterior) de fato
imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis. Apesar do reequilíbrio ser frequentemente utilizado
para aumentar os valores de contrato, sua aplicação serve tanto para aumentar, quanto para reduzir.

Pressupostos
Nesse caso, embora garantida pela Constituição Federal, no artigo 37, inciso 21, para procedência desse direito é
preciso evidenciar se estão presentes os pressupostos necessários para concessão do reequilíbrio econômico-
financeiro do contrato pela Administração Pública.

Tais como:

a) Elevação dos encargos do particular;

b) O vínculo de causalidade entre a situação ocorrida e a majoração dos encargos do contratado;

c) Ocorrência do evento após a formulação das propostas;

d) Ausência de culpa do contratado pela majoração dos seus encargos, dentre outros.

Como mensurar?

Basicamente, existem 3 formas para promover o reequilíbrio ou realinhamento econômico-financeiro do


contrato:

1 - Revisão

A revisão está prevista no artigo 65, II, “d”, da Lei nº 8.666/93, em que se busca o realinhamento
contratual a partir de uma situação imprevisível.

Mas de consequências incalculáveis, que impedem ou retardam a execução dos serviços, ou ainda, quando


ocorrem situações de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe.

Configurando-se em alea econômica extraordinária e extracontratual, na forma estabelecida a seguir:


Art. 65.  Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:

(...)

II - por acordo das partes:

(....)

 Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a
retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
imprevisíveis, ou previsíveis.

Porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda,


em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e
extracontratual. 

2 - Reajuste

O reajuste tem por objetivo realizar a atualização dos valores avençados nos contratos em face dos efeitos
provocados pelo processo inflacionário ordinário ocorridos no mercado mediante a aplicação de índices
econômicos gerais ou setoriais, ou outro critério adequado e suficiente.

Vale destacar que, nos termos da lei n º 10.192/2001 (Lei do Plano Real), a periodicidade para aplicação do
reajuste utilizado nos contratos deve ser de duração igual ou superior a um ano, vedada a sua incidência
em período inferior, e será contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do orçamento
a que essa se referir.

 
3 - Repactuação

A repactuação, por sua vez, é considerada uma espécie de reajuste, a qual objetiva a atualizar os contratos
de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra.

Tal instituto encontra respaldo na Instrução Normativa nº 05/2017, que dispõe sobre as regras e diretrizes
do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da
Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional.

Para proceder à repactuação é necessária a solicitação formal da empresa contratada, acompanhada de


demonstração analítica da alteração de custos, por meio de apresentação de planilha de custos e formação
de preços, com o novo acordo coletivo ou dissídio coletivo da categoria profissional envolvida no
objeto contratado.

Ressalta-se que é vedada, por inclusão da repactuação, benefícios não previstos na proposta inicial, exceto
quando se tornarem obrigatórios por força de instrumento legal, sentença normativa, acordo coletivo ou
convenção coletiva.

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