Antes da regulamentação da profissão, a Psicologia tinha influência de outras
áreas, como: medicina, ciências biológicas, educação, entre outros. Como a psicometria estava em alta as pessoas tinham suas capacidades intelectuais e aptidões medidas, analisadas e segregadas em uma espécie de seleção usando como base a teoria da Evolução de Charles Darwin, ocorreu o que se pode ser chamado de Biologização dos fenômenos escolares. Os alunos eram classificados de acordo com a sua normalidade e anormalidade, através das testagens. Essa ideia de normatizar e tratar as anormalidades fez parte da chamada higiene mental escolar. Em 1938 foi criado o serviço de saúde escolar e os médicos que coordenavam estes e outros serviços tinham ligação com a psicanálise, sendo que foram os responsáveis por trazer essa teoria para o Brasil e aplicar nas escolas. Isso continuou segregando os alunos, mas ao invés de serem chamados de anormais passaram a ser chamados “alunos problemas”. E nesse contexto passou a ser considerado também as configurações familiares. Apesar da origem tão remota a profissão de Psicólogo, surgiu somente em 1962. Entre 1960 e 1970 depois de regulamentada de fato surgiram psicólogos que se voltaram aos estudantes, mas ainda predominava esse olhar de ajustamento, um tratamento que ainda exerce alguma influência nas práticas do psicólogo ate hoje e pode ser comparada aos processos industriais, se alguém não produzia da forma esperada era necessário consertar essa pessoa. Então, na década de 70 surgiu a teoria da carência cultural originária dos Estados Unidos, que tentava justificar os déficits de aprendizagem na pobreza, e como forma de tentar compensar essa desigualdade surgiu como proposta a merenda escolar e grupos de reforço e aprendizagem, por exemplo. Foi então, que em 1981começaram as criticas para que todo o contexto escolar fosse analisado não apenas o aluno ou o professor, mas que fossem considerados a sociedade, a politica e a cultura que fazem parte do processo educativo em questão. Assim, o fracasso escolar não era culpa do indivíduo, então era importante considerar uma série de fatores, incluindo políticas públicas, educacionais, formação docente, material didático, a organização do espaço escolar e outros. A função do psicólogo escolar passou a ser de identificar criticamente as origens dos processos educativos que dura até hoje.