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Para fins de aplicação do regime de competência contábil, as entidades sem finalidade de lucros devem
provisionar despesas que se torna
PROVISÕES DE RECEBÍVEIS
É necessário constituir provisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas, com base em
estimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar os valores prescritos, incobráveis e anistiados.
Desta forma, quando determinada receita, já contabilizada, tiver sua realização prejudicada, por inadimplência
do devedor, deve ser feito a provisão correspondente, para que o balanço não registre valores irreais.
A provisão para perdas, chamada de “Provisão para Devedores Duvidosos”, será uma conta redutora (credora)
do Ativo Circulante. O lançamento é como segue:
Quando o valor se tornar definitivamente irrecuperável, por ter sua prescrição (ou seja, a possibilidade de
cobrança – administrativa ou judicial – ter se expirado), deve-se baixar o correspondente valor, mediante débito
á conta da respectiva provisão e crédito da conta do ativo.
Exemplo:
Atendendo ao regime de competência, a entidade que mantém empregados deve constituir, mensalmente, a
provisão para o pagamento de férias e 13º salário.
Esta provisão é calculada á base de 1/12 mensal, sobre a remuneração dos empregados. No caso de férias,
acrescer 1/3 constitucional.
O montante da provisão para pagamento de remuneração de férias, 13º e dos encargos sociais incidentes sobre
referida remuneração será debitado em conta de despesas, de acordo com a natureza da utilização dos serviços
dos empregados. Se os empregados forem da área administrativa, debita-se a conta respectiva no subgrupo
Despesas Administrativas.
Sugere-se que, para fins de análise gerencial, a folha de pagamento (incluindo as provisões de férias e 13º
salário) seja contabilizada globalmente, e após, seja transferida para as atividades o correspondente valor do
pessoal alocado, através das contas "(-) Transferência para Atividades".
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No caso de empregados que estiverem vinculados á execução de obra de construção civil, o débito será à conta
de Construções em Andamento, no Imobilizado.
A conta de provisão, classificada no passivo circulante, será debitada, até o limite provisionado, pelos valores
pagos a qualquer beneficiário cujas férias ou 13º salário ali tenham sido incluídas.
Caso não haja saldo suficiente na conta de provisão, o excedente será debitado diretamente a despesas. Exceção
no caso de empregados na construção, cujo débito será a Construções em Andamento.
ENCARGOS SOCIAIS
Contabilizar os encargos sociais (20% do INSS, quando a entidade não tiver isenção da quota patronal, FGTS,
percentuais devidos ao SAT e a terceiros) sobre o valor da provisão determinada, cujo ônus cabe à entidade e
que incidirão por ocasião do pagamento das férias e 13º salário.
Exemplo:
Constituição da provisão para pagamento de férias em entidade que não tenha isenção da quota patronal do
INSS no período encerrado em 30/junho:
1) Pelo valor da provisão para pagamento das férias (férias vencidas, proporcionais e 1/3), incluindo os
respectivos encargos sociais:
Nota: nos exemplos não consideramos os dados relativos ao Imposto de Renda na Fonte e o INSS retido do
empregado.
Adiantamento
Os empregadores adiantam metade do 13º salário por ocasião da concessão das férias a partir do mês de
fevereiro, quando solicitada pelo funcionário, ou até 30 de novembro.
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O valor do adiantamento será registrado em conta de adiantamento no Ativo Circulante, até a data da quitação
da gratificação, ou seja, até o pagamento do saldo do 13º salário.
Exemplo:
Quitação
O empregador deve efetuar o pagamento do saldo do 13º salário até o dia 20 de dezembro ou por ocasião da
dispensa sem justa causa ou pedido de dispensa do funcionário.
O valor do saldo do 13º salário pago poderá ser registrado contabilmente a débito da respectiva conta de
provisão no Passivo Circulante, até o limite do valor provisionado.
Nesta ocasião, o valor do adiantamento registrado no Ativo Circulante será transferido para a conta que registra
a provisão para pagamento da gratificação no Passivo Circulante.
Exemplo:
Pagamento da 2ª parcela do 13º salário, no total de R$ 9.000,00, relativo á quitação dos valores em 20 de
dezembro. O valor da primeira parcela paga foi de R$ 8.000,00.
Lançamento da transferência dos valores adiantados do 13º salário para a conta provisão de 13º salário:
Supondo-se que houve um saldo credor de R$ 900,00 na conta “Provisão de 13º Salário”, após os lançamentos
anteriores, deve-se ajustar este saldo, da seguinte forma:
Nota: o saldo da provisão de 13º salário deverá ser zerado na ocasião de sua quitação.
Isto porque, se não forem provisionados tais custos e despesas, ao final do projeto as respectivas verbas
rescisórias (como o FGTS – multa e indenização) terão que ser pagas por ocasião da dispensa do empregado.
Estando o projeto já encerrado (e talvez a respectiva prestação de contas já aprovada), as respectivas verbas irão
consumir recursos próprios da entidade, o que é incorreto.
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Exemplo:
Entidade Social mantém um projeto com prazo determinado de 24 meses, recebendo recursos de entidade
pública nacional. A folha de salários do respectivo projeto é de R$ 10.000,00 mensais. Então teremos as
seguintes provisões de verbas rescisórias, mensalmente:
3. FGTS – Adicional Instituído pela LC 110/2001 (para rescisões ocorridas até 31.12.2019, conforme previsto
no art. 25 da MP 905/2019)
Considera-se que o projeto será encerrado em abril, sendo que a data base dos trabalhadores do
respectivo projeto é 01 de maio de cada ano.
Conclui-se que, para fins de provisionamento de verbas rescisórias (itens 1 a 4), teremos um valor total mensal
de R$ 1.233,34
D - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante)
C - Provisão de Verbas Rescisórias (Passivo Circulante)
R$ 1.233,34
Nota: é recomendável, para fins de controle, que a conta “Provisão de Verbas Rescisórias”, seja dividida em
subcontas distintas, uma para cada projeto e subdividido por verba rescisória.
AJUSTE PERIÓDICO
Deve-se também ajustar, periodicamente, o saldo da conta Provisão de Verbas Rescisórias, em decorrência do
aumento da base de cálculo das verbas sujeitas a incidência rescisória, como, por exemplo, o crédito de juros e
correção monetária das contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores.
O ideal é que este ajuste se faça mensalmente. Porém, pelo menos por ocasião da data-base da categoria dos
trabalhadores e por ocasião da prestação de contas (total ou parcial) devem ser feitos tais ajustes.
Exemplo:
Ajuste decorrente do crédito de juros e correção monetária nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores:
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1. FGTS – Multa por Rescisão sem Justa Causa: R$ 5.000,00 x 40% = R$ 2.000,00
2. FGTS – Adicional Instituído pela LC 110/2001: R$ 5.000,00 x 10% = R$ 500,00
3. Total das verbas rescisórias ajustadas (1+2) R$ 2.500,00
4. Valor contabilizado anteriormente: R$ 2.300,00
5. Diferença a ajustar (3 – 4): R$ 200,00
Teremos então, considerando-se que os recursos do projeto advêm de entidade pública nacional:
D - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante)
C - Provisão de Verbas Rescisórias (Passivo Circulante)
R$ 200,00
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