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Projeto: “Sua vida vale ouro”

Quem cuida da mente cuida da vida

Contexto/Justificativa

Janeiro é o mês dedicado à saúde mental e, para promover discussões acerca do tema,
foi criada a campanha Janeiro Branco, tendo como principal objetivo discutir a relevância da
saúde mental e do cuidado com as emoções. No entanto, fazemos a leitura de que a Saúde Mental
deve ser discutida o ano inteiro, incorporando a campanha “janeiro Branco” como uma cultura à
Saúde Mental.
Compreendemos que colocar a Saúde Mental em evidência e gerar uma abordagem
mais direta às ações, orientações e reflexões a respeito das condições e características emocionais
de todos nós, é essencial à conscientização sobre a importância de prevenir os danos emocionais.
Destacamos o contexto atual de pandemia que estamos vivenciando, tornando ainda mais
relevante atentarmos que a falta de atenção com a saúde mental influencia ao aparecimento de
outros males físicos e psicológicos.
Nessa perspectiva, ao se pensar em saúde do trabalhador, é preciso pensar por inteiro,
biopsicossocialmente, contemplando promoção da saúde, prevenção da doença, assistência à
reabilitação e vigilância em saúde. Muitos são os riscos aos quais os colaboradores estão expostos
nos ambientes do trabalho em saúde. É interessante destacarmos que as mais diversas
manifestações de sofrimento psíquico dos colaboradores é um problema que a coordenação da
rede saúde mental se dispõe a abordar, ainda que seja no intuito de conhecer os fatores de risco e
promover meios adequados para preservar a saúde de seus servidores.

Experenciamos uma realidade da qual, frequentemente, as situações cotidianas no


ambiente de trabalho demonstram que existem adversidades de diferentes naturezas que
atravessam as relações e não é sempre que o trabalhador consegue, de fato, colaborar com o
dispositivo do qual faz parte. Muitas vezes ele encontra e/ou cria dificuldades que o fazem agir de
forma avessa às diretrizes da rede, de modo a não serem, efetivamente, parte ativa e integrada à
mesma, gerando dificuldades para a rede.
Nesse sentido, compreendemos que esses impactos podem relacionar-se diretamente
com a demanda de cuidados à Saúde Mental dos nossos servidores, que se faz evidente pelos seus
relatos espontâneos no dia a dia de trabalho. Visualiza-se que o sofrimento psíquico é, de forma
crescente, cada vez mais evidente, e se apresenta de diversas maneiras, o que compromete a
qualidade do atendimento dispensado aos pacientes, muitas vezes culminando com absenteímos¹
ou afastamento temporário do nosso servidor, que se mostra incapaz de lidar com as
especificidades de seu ambiente de trabalho e suas emoções.
Diante disso, a intencionalidade do projeto é convidar as pessoas a refletirem sobre
suas emoções, a qualidade de suas relações e incentivar o debate em todos os espaços,
considerando que precisamos falar sobre saúde mental, no sentido de expor suas dificuldades de
ordem pessoal e/ou no enfrentamento de situações relacionadas ao trabalho; estimulando a
compreensão de que, igual ao físico, a mente também requer cuidados especiais. Aponta-se ainda,
para a demanda do corpo gestor que, reconhecendo os demais fatores, entende ser de primeira
necessidade a acolhida e escuta dos servidores visando a construção do cuidado em saúde mental.
Ademais, em consonância com a Política Nacional de Humanização (Brasilia, 2013)
também visa proporcionar uma mudança na cultura e no modelo de gestão das organizações de
saúde, para a formação de relações cooperativas e responsáveis e de um novo padrão de
comunicação, participação e integração entre todos os atores envolvidos. Assim como a Política
Nacional de Humanização (Brasilia, 2013), baseia-se no método da tríplice inclusão - gestor,
trabalhador e usuário.
De acordo com essas diretrizes é importante ressaltar que não é possível uma política
de humanização dos cuidados em saúde sem que se incluam os profissionais de saúde neste
escopo de trabalho. Em 2012 foi instituída a Portaria nº 1.823 que institui a Política Nacional de
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Brasil, 2012), que tem por objetivo desenvolver ações
de atenção integral à saúde do trabalhador nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS). Parte do entendimento de que o trabalho é um dos determinantes do processo saúde-
doença e propõe uma série de estratégias voltadas para a promoção e prevenção de agravos à
saúde do trabalhador.
Nesse intento, a coordenação da Rede de Atenção Psicossocial – (RAPS) junto com o
Ambulatório de Saúde Mental, incorporaram este desafio e elaboraram um projeto a ser
implementado com uma proposta de qualificar a demanda de cuidados à Saúde

¹ Absenteísmo, ou absentismo, significa a falta de pontualidade e assiduidade no cumprimento de um dever ou obrigação.

Mental dos nossos servidores, identificando as causas atribuídas pelo servidor ao sofrimento
psíquico, visando subsídios para implantação de estratégias e ações voltadas à promoção de saúde
mental e qualidade de vida dos servidores, fortalecendo espaços de troca e de produção de sentido
de “janeiro a janeiro”, discutindo e construindo o cuidado em saúde mental o ano inteiro.

Objetivo Geral:

Instituir uma cultura à Saúde Mental na RAPS de forma permanente, e qualificar a


demanda de cuidados à Saúde Mental dos nossos servidores, identificando as causas atribuídas
pelo servidor ao sofrimento psíquico, objetivando subsídios para implantação de estratégias e
ações voltadas à promoção de saúde mental e qualidade de vida dos servidores, de “janeiro a
janeiro”, discutindo saúde mental o ano inteiro.

Objetivos específicos:

• Identificar as necessidades de Saúde Mental dos servidores;


• Qualificar a demanda interna de saúde mental;
• Planejar e promover ações e estratégias voltadas à promoção e prevenção à saúde mental
do servidor ao longo do ano (mensalmente);
• Promover espaços de discussão e de construção coletiva;
• Minimizar os impactos de absenteísmo na RAPS;
• Fortalecer a integração multidisciplinar;
• Fortalecer as relações de trabalho;
• Aumentar o grau de satisfação dos servidores que atuam na RAPS.

Metodologia:

O desenvolvimento deste projeto ocorrerá em duas fases e serão abordadas diversas


linhas de atuaçãoe envolverá todos os servidores do dispositivo.
Para dar início ao processo, neste primeiro momento, no intuito de acolher as
necessidades de saúde mental dos servidores, acontecerá uma reunião mensal no período
matutino com toda a equipe do Ambulatório.
Neste momento, os servidores serão convidados a refletir sua saúde mental, suas
emoções, por meio de um disparador que ficará exposto através de cartaz na parede, bem como as
instruções de como proceder, depositando em uma caixa sua reflexão. O disparador à reflexão
será:

 VOCÊ JÁ PERCEBEU COMO ESTÁ SE SENTINDO AGORA?


 QUE TAL ESCREVER COMO SE SENTE E NOS AJUDAR A PENSAR EM AÇÕES
PARA O SEU CUIDADO?
 APROVEITE ESSE ESPAÇO PARA ISSO!

A partir disso, com as necessidades de saúde mental identificadas, classificaremos em


categorias de análise para a construção e desenvolvimento de estratégias e ações voltadas à
prevenção e promoção de saúde mental, momento este, que compreenderá a segunda etapa do
projeto.

Resultados Esperados:

Com este projeto buscamos a democratização e capilarização dos conhecimentos


atrelados à saúde mental. Queremos desenvolver formas de se pensar e agir individual e em
coletivo, que contemplem ações de respeito, consciência e valorização à saúde mental, em
construção permanente de laços de cidadania, de um modo de olhar de cada sujeito em sua
especificidade.
Acreditamos que a incorporação de uma cultura à saúde mental no Ambulatório de
Saúde Mental, contribuirá na construção e desenvolvimento de uma metodologia de trabalho para
a implantação de estratégias e ações de humanização voltadas aos servidores, oportunizando a
análise da relação entre saúde mental e trabalho em busca da construção de troca, produção de
sentido e produtores de saúde, bem como condições de otimização dos processos de trabalho.
Vislumbramos que a médio e longo prazo esses movimentos irão contribuir
efetivamente para mudanças significativas da cultura institucional tornando-a cada vez mais
humanizada, fortalecida e orientada aos pressupostos do SUS.
Por fim, este projeto terá relevância no desempenho da educação e conscientização em
saúde mental, melhorando as relações interpessoais, atendimento aos pacientes e produções do
Ambulatório de Saúde Mental.

Avaliação do Projeto

A avaliação do projeto será realizada por meio da:


• Incorporação das ações educativas nas práticas dos servidores no cotidiano do trabalho;
• Impacto no indicador de Absenteísmo;
• Aplicação do instrumento de avaliação de reação (após as oficinas).

Cronograma: A POSTERIORI... (SEGUNDA ETAPA)

Recursos Necessários:

1 Pincel Atômico Azul - G


4 Papel A4
1 Fita Emp. PVC 48X50 TRANSP
5 Refil p/ Cola Quente Fino
4 Placas de EVA Cores Diferentes
Referencias Bibliográficas:

BRASIL: Politica Nacional de Humanização, 1ª Reimpressão, Brasília – 2013.

BRASIL. Saúde Legislativa. Sistema de Legislação da Saúde. Portaria Nº 1.823, de 23 de agosto


de 2012. Brasília, 2012.

HCFAMEMA: Projeto “Perceba-se” Por uma cultura da saúde mental - Quem cuida da mente
cuida da vida. Marília – SP – 2021.

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