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Praça Barão do Rio Branco, nº. Centro-Ponta Grossa-PR.

Fone: (42) 3223-7799

Aluna: Gabriela Viviane Nabozny Ribeiro


Professora: Kelly de Lara Soczek
Turma: 10º período de Psicologia
Disciplina: Psicologia e Saúde no Trabalho

SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR


Ao abordar o tema “Saúde mental do trabalhador”, primeiramente deve-se
levar em conta os fatores que permeiam as condições de saúde no contexto laboral,
e eles são vários. A jornada de trabalho, a pressão sofrida dentro de um cargo ou
função, o ambiente físico, as metas impostas, as atividades realizadas, o esforço
físico, o salário, até mesmo as condições climáticas do local de trabalho podem
afetar na saúde mental do trabalhador.
Cada vez mais o trabalhador tem sido visto como uma máquina que precisa
alcançar o máximo da produtividade, levando em conta o pensamento capitalista e o
lucro almejado dentro do ambiente de trabalho, acarretando assim, entre outras
questões, na competitividade, que em excesso também pode ser considerada um
fator que afeta a saúde mental.
Assim, cabe à empresa fornecer um apoio profissional para que os
trabalhadores que estão sofrendo com algum tipo de adoecimento mental sintam-se
amparados e acolhidos, e não excluídos ou vistos como motivo de zombaria ou
fraqueza por colegas e superiores. Desde muito antes, se dá atenção à saúde física
do trabalhador, tendo em vista ações como a prevenção à acidentes de trabalho
com máquinas, fornecimento de EPIs, entre outras estratégias.
A saúde mental do trabalhador deve ser considerada tão importante quanto a
sua saúde e integridade física, permeada por ações que visem sua promoção, em
como a prevenção de transtornos e sofrimentos mentais.
Em contrapartida, é necessário falar sobre a presença do profissional de
psicologia nos ambientes de trabalho, ainda muito escassa. Quando este se
encontra no contexto laboral, sua ação pode ser muito mais concreta do que quando
ele não se encontra inserido nesses locais. Neste caso, o profissional pode
colaborar com a sua prática clínica de psicoterapia, auxiliando o trabalhador a
respeito do seu trabalho, bem como sobre outras questões de sua vida que podem
estar sendo prejudicadas por causa dele.
Ele pode também atuar por meio da prevenção, oferecendo conhecimento a
respeito do tema por meio de palestras e conscientização dentro do ambiente de
trabalho. Cabe a ele alertar também sobre sintomas iniciais de transtornos mentais
que podem se desenvolver e se agravar, fazendo com que os trabalhadores que
identificarem estar manifestando tais sintomas, possam procurar ajuda antes que a
situação piore. O profissional de psicologia ao oferecer seus serviços dentro da
empresa, pode fazer algum tipo de parceria, a fim de ofertar descontos para
trabalhadores que buscarem o seu trabalho, se achar viável.
Falando sobre a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e sobre sua
aplicação e funcionamento, pode-se pensar algumas estratégias voltadas para à
saúde mental. Sugere-se inicialmente o levantamento das necessidades e
demandas da população, bem como das situações em que está exposta dentro do
território. Posteriormente, é importante avaliar e tentar estabelecer um nexo causal a
respeito dessas demandas levantadas, para pensar no que pode ser feito, visando a
prevenção de doenças e transtornos mentais e a promoção de saúde.
Essa política precisaria também ser implementada em locais que realmente
funcionem, que tenham equipe capacitada para atuar com tal demanda, podendo
assim o psicólogo oferecer, dentro desses locais, atenção e ajuda necessária para
quem procura o serviço, sendo ela em tempo integral, ou senão, pelo menos com o
funcionamento durante o dia. Segundo esse viés, o profissional de psicologia
também poderia promover, através de grupos, para atingir maior número de
pessoas, ações visando a saúde mental do trabalhador.
O trabalho desses locais deveria ser melhor e mais divulgado na rede de
saúde mental, bem como nas empresas e locais como Agências do Trabalhador e
por Sindicatos, para informar sobre o serviço prestado e atingir o maior número de
pessoas. O objetivo central é amparar esse trabalhador que muitas vezes se vê
sozinho em situações de doença, principalmente aquelas relacionadas à esfera
mental do ser humano.
Este serviço, baseado nas diretrizes da PNST, deveria também fiscalizar os
ambientes de trabalho, prevenindo que doenças e transtornos se desenvolvam
nesses locais e atinjam o trabalhador. Poderia também ser levantada uma
estatística que abordasse a epidemiologia das doenças por territórios, para serem
traçados objetivos e ações pontuais para tais demandas.
Para que seja realizado um programa de prevenção de doenças e transtornos
mentais, primeiramente deve-se estabelecer o nexo causal das mesmas com o
ambiente de trabalho, para que não se espere que elas aconteçam, podendo atuar
diretamente na melhora do ambiente laboral, promovendo saúde mental e bem estar
do trabalhador.
Para que o nexo causal seja estabelecido, também é preciso fazer um
trabalho individual a respeito das demandas, analisando a vida pessoas fora do
trabalho de cada pessoa, buscando semelhanças e diferenças para assim chegar a
uma conclusão geral. Também é necessário o trabalho multiprofissional, levando em
conta a condição biopsicossocial do ser humano.
Referências:
Jacques, M. D. G. C. (2007). O nexo causal em saúde/doença mental no trabalho:
uma demanda para a psicologia. Psicologia & sociedade. São Paulo, SP. Vol. 19,
ed. esp. 1 (2007), p. 112-119.

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