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Universidade Estadual do Centro-Oeste

Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

Nome: Gabriela Viviane Nabozny Ribeiro


Turma: 2º ano de Psicologia
Matéria: Psicologia Social

O autor inicia o texto conceitualizando e contextualizando o termo “estigma”,


abordando-o tanto no passado, como no tempo presente e suas aplicações na
sociedade atual. Como “estigma” entende-se marca ou aspectos considerados
“estranhos” presentes em um indivíduo. Abordando estes aspectos, podemos
considerar estigma todas as características consideradas incomuns à maioria, o que
não se espera que uma pessoa possua, por isso o indivíduo estigmatizado causa
tanto estranhamento, porque o que se esperava dele não é correspondente à
realidade por ele apresentada.
Deparamo-nos com essas situações diariamente pois na maioria dos lugares
encontramos os chamados “estranhos”. Goffman diz que estamos constantemente
fazendo exigências em relação às pessoas que estão à nossa volta, esperando
delas comportamentos e características que achamos que elas deveriam ter (2008,
p. 6). Pensamos assim, que quanto mais exigências fazemos às pessoas, menos
elas vão atender às nossas expectativas, e mais elas vão apresentar características
estigmatizadas ao nosso ver.
Goffman também apresenta os termos identidade social virtual e real. A
identidade social virtual corresponde àquela que é baseada no que esperamos da
pessoas, as características que nós colocamos no indivíduo. A identidade social real
corresponde às verdadeiras características que o indivíduo apresenta, suas
experiências, vivências, bem como suas marcas.
Na medida em que tomamos conhecimento da verdadeira identidade do
indivíduo e se este possui algum tipo de estigma, tendemos a diminuí-lo e
menosprezá-lo (GOFFMAN, 2008, p. 6). Não só na literatura, no texto de Goffman,
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Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

mas no dia-a-dia vemos isso explicitamente, quando sentimos pena de alguém que
carrega um estigma, quando o excluímos ou nos sentimos superiores à ele.
Goffman diferencia os conceitos “desacreditado” e “desacreditável”. O
primeiro refere-se ao indivíduo que possui um estigma que é visível, como
deficiência corporal. Estes indivíduos têm tendência em tentar corrigir esse estigma,
seja de maneira direta ou indireta, e ele afetará suas relações sociais
demasiadamente. Já no segundo caso, o estigma que o indivíduo carrega consigo
não é visível, desta forma será mais fácil “escondê-lo” dos demais.
O estigmatizado, quando em contato com pessoas consideradas normais
(Goffman utiliza o termo “contato misto”), pode se sentir em exibição (2008, p. 16),
por isso vemos tão presente na sociedade grupos em que apenas pessoas com o
mesmo estigma participam e nele compartilham suas experiências.
Mesmo que o livro tenha sido escrito em 1963, os conceitos e situações
apresentados nele são usados até os dias atuais e se aplicam fielmente na
sociedade hoje em dia.
Pensando em uma maneira de intervir na sociedade, focamos nos
“desacreditáveis” portadores de HIV. Sabe-se que a maioria das pessoas portadoras
de HIV tendem a tentar esconder dos demais o seu estigma, talvez por medo de
sofrer julgamentos e preconceito, até exclusão. Deveria ser pensado uma forma dos
serviços de saúde atenderem esse público com um certo sigilo, preservando sua
identidade, se assim for desejado, quando o serviço for procurado pra confecção de
exames, distribuição de medicamentos, etc.

Referência:
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.
4. ed. Rio de Janeiro: LTC. 2008.

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