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mas no dia-a-dia vemos isso explicitamente, quando sentimos pena de alguém que
carrega um estigma, quando o excluímos ou nos sentimos superiores à ele.
Goffman diferencia os conceitos “desacreditado” e “desacreditável”. O
primeiro refere-se ao indivíduo que possui um estigma que é visível, como
deficiência corporal. Estes indivíduos têm tendência em tentar corrigir esse estigma,
seja de maneira direta ou indireta, e ele afetará suas relações sociais
demasiadamente. Já no segundo caso, o estigma que o indivíduo carrega consigo
não é visível, desta forma será mais fácil “escondê-lo” dos demais.
O estigmatizado, quando em contato com pessoas consideradas normais
(Goffman utiliza o termo “contato misto”), pode se sentir em exibição (2008, p. 16),
por isso vemos tão presente na sociedade grupos em que apenas pessoas com o
mesmo estigma participam e nele compartilham suas experiências.
Mesmo que o livro tenha sido escrito em 1963, os conceitos e situações
apresentados nele são usados até os dias atuais e se aplicam fielmente na
sociedade hoje em dia.
Pensando em uma maneira de intervir na sociedade, focamos nos
“desacreditáveis” portadores de HIV. Sabe-se que a maioria das pessoas portadoras
de HIV tendem a tentar esconder dos demais o seu estigma, talvez por medo de
sofrer julgamentos e preconceito, até exclusão. Deveria ser pensado uma forma dos
serviços de saúde atenderem esse público com um certo sigilo, preservando sua
identidade, se assim for desejado, quando o serviço for procurado pra confecção de
exames, distribuição de medicamentos, etc.
Referência:
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.
4. ed. Rio de Janeiro: LTC. 2008.