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Modelo de Funcionamento Comunitário

O Modelo de Funcionamento Comunitário, desenvolvido por Stein, Test


e Marx, tem como objetivo principal facilitar as relações na comunidade e os
seus níveis de funcionamento, e foi desenvolvido a partir do momento em que
foi constatado que as hospitalizações sucessivas não surtiam resultados
positivos no que diz respeito à integração na comunidade e que o que era
aprendido neste ambiente não era transferido para a população.

Devido a isso, foi pensado na lógica de prestação de serviços à


comunidade, onde competências para aumentar a autonomia seriam ensinadas
à população a fim de prevenir o grande número de hospitalizações e minimizar
a sintomatologia psiquiátrica. Essas competências se reúnem em quatro áreas
principais:

 Competências de resolução de problemas do dia-a-dia;

 Competências vocacionais e habitacionais;

 Competências de utilização dos tempos livres;

 Competências nas relações interpessoais.

As seis linhas de orientação desse modelo são: a minimização das

hospitalizações, prevenindo a institucionalização; o foco dos serviços no ensino


de competências; o desenvolvimento de um trabalho com os familiares,

transformando-os em agentes de suporte e colaboração; a atenção por parte

dos profissionais na concretização das atividades fundamentais para a

manutenção dos usuários dos serviços dentro da comunidade; o estreitamento

das relações entre instituição e indivíduos, fazendo com que todos possam

colaborar; o envolvimento permanente, por parte dos profissionais, dos

usuários dos serviços, para que estes assumam a responsabilidade de

participação, progressivamente.
Modelo de Gestão de Serviços pelos Consumidores

Este modelo é caracterizado pela administração, prestação e avaliação


dos serviços realizadas pelas próprias pessoas com experiência na doença
mental, os consumidores, que já passaram por serviços na área da saúde
mental. Desta forma, é possibilitada a troca de informações, orientações e
encorajamento, proporcionando uma rede de suporte em um ambiente de
confiança e proximidade.
Neste modelo, existe a liberdade de escolha por parte dos
consumidores, no que diz respeito à participação voluntária nos serviços,
sendo que estes devem responder às necessidades que são definidas pelos
próprios usuários, que assim podem selecionar áreas específicas de interesse
para participarem.
Aqui, não existem diferenças entre profissionais e consumidores, visto
que todos são membros de um grupo e podem estar em ambas posições: dar e
receber ajuda, e a operacionalização se dá a partir da democracia participativa.

Modelo de Suporte Social

Neste modelo, a prestação de serviço é realizada por agentes


comunitários não-profissionalizados, remunerados (Modelo de Rhinelander) ou
voluntários (Modelo de Cooperação), ou seja, por cidadãos que atuam com
agentes de suporte comunitário que proporcionam apoio emocional ou
instrumental.
Este modelo não substitui os serviços profissionalizados, mas funcionam
como um complemento na prestação de serviços, facilitando o
acompanhamento de situações individuais como por exemplo na medicação,
na defesa cívica e nos aspectos gerais da vida comunitária.
Aqui se preza a ideia de que o conhecimento e as competências podem
ser ensinados nos espaços naturais em que as pessoas vivem, visto que este
relacionamento individualizado aumenta o sentimento de pertença, a
autoestima e as competências sociais, prevenindo re-hospitalizações e
evitando o isolamento social.

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