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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SANT’ANA

GABRIELA VIVIANE NABOZNY RIBEIRO

ÉTICA NA INTERVENÇÃO GRUPAL RELACIONADA AO FILME “CLUBE DA


LUTA”

PONTA GROSSA
2019
Ética na intervenção grupal relacionada ao filme “Clube da Luta”

A primeira manifestação sobre grupo que aparece no filme são as cenas dos
grupos de autoajuda para diversas doenças do ser humano. Segundo Zimerman
(2000), neste tipo de grupo os participantes têm o mesmo objetivo ou características
em comum, e por isso é considerado homogêneo. Os grupos de autoajuda,
diferentemente da psicoterapia de grupo não tem necessariamente um enfoque
teórico, servindo mais para troca de experiências e ajuda mútua.
No que segue o filme, com a formação do grupo “Clube da Luta”, pode-se
perceber vários aspectos que podem se relacionar analogicamente com a ética na
intervenção grupal dentro da psicoterapia de grupo. Logo que se inicia a formação
de tal grupo, o “líder” estipula regras a serem seguidas, que podem se assemelhar
ao contrato grupal, feito já nos primeiros momentos da criação de grupos dentro da
psicoterapia, com a contribuição de todos os participantes do grupo, diferentemente
de como foi feito no filme, quando o contrato foi estipulado apenas pelos “criadores”
do grupo.
A primeira regra do grupo do filme é “não falar sobre o grupo”. Essa regra
pode se assemelhar ao sigilo requerido de todos os participantes de um grupo
terapêutico, visto que o que acontece no grupo, os tópicos a serem tratados, devem
ficar apenas entre os participantes.
Também pode-se perceber no decorrer do filme a importância da
voluntariedade para participar dos encontros grupais. Assim como na psicoterapia
individual, a participação do grupo terapêutico também deve ser voluntária.
Percebe-se também a necessidade que os participantes têm de pertencer a algo,
assim forma-se um novo senso de identidade, pautada no grupo e nos preceitos
deste.
Uma das falas que também podem ser associadas à ética na intervenção
grupal é a mudança que o grupo fornece ao participante, no sentido de que “você
não sai o mesmo que entra”. No filme, essa fala refere-se ao físico da pessoa,
porém na grupoterapia, podemos perceber a mudança que as práticas e
intervenções grupais promovem na vida emocional e principalmente social dos
participantes.
É de grande importância para a realização do grupo a definição do grupo e
no caso do filme, fica claro que o grupo é apenas para homens. Assim como no
filme, nas grupoterapias também é definido o público para o qual se aplicará a
intervenção: crianças, adultos, adolescentes, idosos, mulheres, homens, ou ambos
os sexos, se tem uma demanda em comum ou não, pertencentes à uma instituição
ou não, entre outros.
No filme também tem a cena em que é deixado claro que as brigas devem
ocorrer uma por vez, ou seja, dois brigam por vez. Uma das regras do contrato
grupal, que é necessária para o bom funcionamento do grupo, é de que cada
participante terá sua vez para falar e que apenas um fala por vez. Em alguns tipos
de grupo, como por exemplo nos grupos de círculo restaurativo, existe o objeto da
palavra e quando ele está com uma pessoa, é apenas essa pessoa que tem o
direito de falar.
Ao final do filme, são dadas “tarefas de casa” pelo líder do grupo, o que pode
ocorrer também na intervenção grupal, em que o terapêuta designa tarefas de casa
para os participantes, a fim de auxiliar no progresso do tratamento psicoterápico.
Para concluir, é visível através do filme a importância que o grupo pode ter na
vida de seus participantes, influenciando em sua rotina, em suas decisões e
tomadas de atitude, em que todos se ajudam e todos estão ali para um objetivo
geral: obter a melhora do emocional, social e alcançar o equilíbrio para a saúde
mental.

Referências:
ZIMERMAN, D. Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre: Artmed,
2000.

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