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Heteronimos fernando pessoa – resumos

Alberto Caeiro
 Recusa do pensamento - pensar é não compreender - anti metafísico (sem análise e
interpretação das coisas)
 Valorização do sentir - sensacionista (visão como sentido primordial que apreende o real)
 Poeta bucólico - estabelece uma relação de harmonia e comunhão com a natureza, aceitando
a forma como decorre
 Defensor do objetivismo - procura um olhar ingénuo sobre as coisas - o sentido das coisas
reduz-se à sua existência, ou seja, não procura o significado oculto das coisas
 Vive o presente, sem pensar no passado nem perspetivar o futuro (evita a nostalgia)

Álvaro de Campos
 Poeta da modernidade – constitui o imaginário épico - a civilização industrial, a técnica, a
força, a violência e o excesso da vida urbana e moderna
 O seu estado emocional manifesta-se no canto eufórico, reflexo da agitação provocada pelo
rodar da máquina, símbolo do progresso
 Deseja identificar-se com o mundo exterior mas por querer viver a vida moderna com tanta
intensidade acaba por ficar apático e render-se ao cansaço
 Sendo incapaz de se integrar na vida moderna ganha consciência de si mesmo e da
passagem do tempo – reflexão existencial – leva à dor de pensar e à nostalgia de infância
como forma de evasão do presente disfórico

Fases de Álvaro de Campos:
(1) Decadentista: Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia
– necessidade de novas sensações
(2) Vanguardista e sensacionista: celebra a civilização industrial e mecânica e expressa o
desencanto do quotidiano citadino
(3) Intimista: Após toda a euforia causada pela modernidade deixa-se levar pela inadaptação,
pelo cansaço e pela angústia, sente-se vazio e que é um incompreendido

Ricardo Reis
 Angústia devido à consciência da efemeridade da vida, da passagem do tempo e da ameaça
do destino - morte inevitável do ser humano
 Epicurista - evita a dor, vivendo o momento presente e sabendo que apreciar o prazer das
coisas é o caminho para a felicidade, ou seja, baseando-se no carpe diem (aproveita a vida).
Assim, procura ignorar tudo conscientemente, pensando apenas no momento e no prazer de
cada instante.
 Gosto pela fruição da natureza
 Defende o estoicismo: vive a vida como uma simples encenação do momento da morte, ou
seja, em conformidade com as leis do destino e com indiferença à dor, ao impulso dos
instintos e às perturbações da razão. Apresenta assim uma indiferença cética, ou seja, sabe
que tudo tem o seu fim
 Pretende atingir a ataraxia: momento de relativa felicidade e de tranquilidade interior, sem
perturbações.
Normas para o conseguir:
(1) Aceitação: face ao destino que é inevitável
(2) Autodisciplina: o pensamento deve ser o princípio orientador e controlador dos impulsos e
emoções.
(3) Abdicação e indiferença: a tudo o que possa provocar perturbação
(4) Renúncia: ao prazer, à vida social e aos bens efémeros que são causa de desequilíbrio

Classicismo: recurso à mitologia, tom moralista (uso do imperativo), rigor verbal e estrutural,
vocabulário erudito e cuidado, simbologia e sintaxe alatinada

Neopaganismo: crença nos deuses antigos e atitude perante o mundo que consiste em aceitar
qualquer religião e a existência de deuses em tudo

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