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Justifica-se o presente trabalho,

ainda, pelo resultado insatisfatório de muitos estudantes ao serem avaliados em provas


como SARESP1, Avaliações da Aprendizagem em Processo (AAPs)2, Prova Brasil3, nas
habilidades que envolvem o conhecimento sobre esses elementos. Uma das possibilidades
apresentadas nas matrizes de referência do SARESP (material enviado pela Secretaria da
Educação com a avaliação do desempenho dos alunos em questões aplicadas nestas
avaliações) é que os discentes não conseguem compreender o papel importante desses elementos
linguísticos na sucessão do encadeamento do fluxo informacional do texto e nos sentidos por eles
produzidos.

1
O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) é aplicado pela Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo com a finalidade de produzir um diagnóstico da situação da escolaridade básica
paulista, visando orientar os gestores do ensino no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da
qualidade educacional. No Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP), os
alunos do 3º, 5º, 7º (por amostragem) e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio têm seus
conhecimentos avaliados por meio de provas com questões de Língua Portuguesa, Matemática. Os resultados são
utilizados para orientar as ações da Secretaria de Educação e também integram o cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP).
2
Diagnosticar o nível de aprendizado dos estudantes matriculados na rede estadual de ensino é o objetivo da
Avaliação de Aprendizagem em Processo dos alunos das escolas Estaduais do Estado de São Paulo. O caderno de
perguntas e respostas é formado por uma redação, questões dissertativas e de múltipla escolha de língua portuguesa e
matemática, tendo como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo. O exame é aplicado três
vezes ao longo do ano letivo para alunos a partir do 2º Ano do Ensino Fundamental, Anos Finais do Ensino
Fundamental (6º ao 9º ano) e todas as séries do Ensino Médio, totalizando um número superior a 3,9 milhões de
participantes. Os índices extraídos são utilizados pela Educação do Estado de São Paulo para produzir orientações
aos educadores, desenvolver programas e projetos que atuem nas dificuldades dos alunos. Nas escolas, os
educadores recebem o manual “Comentários e Recomendações Pedagógicas”, desenvolvido por especialistas da
Pasta, que contém sugestões de trabalho para cada etapa da escolaridade.
3
A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são avaliações para diagnóstico, em
larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir
de testes padronizados e questionários socioeconômicos. Nos testes aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono
anos) do ensino fundamental, os estudantes respondem a itens (questões) de língua portuguesa, com foco em leitura,
e matemática, com foco na resolução de problemas. A partir das informações do Saeb e da Prova Brasil, o MEC e as
secretarias estaduais e municipais de Educação podem definir ações voltadas ao aprimoramento da qualidade da
educação no país e a redução das desigualdades existentes, promovendo, por exemplo, a correção de distorções e
debilidades identificadas e direcionando seus recursos técnicos e financeiros para áreas identificadas como
prioritárias. As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ao lado das taxas de aprovação. No caso da Prova Brasil, ainda pode
ser observado o desempenho específico de cada rede de ensino e do sistema como um todo das escolas públicas
urbanas e rurais do país.
Nesse processo de formação, para desenvolver a habilidade escrita, de
forma mais específica, foram desenvolvidas atividades que auxiliam os alunos na
compreensão dos conectivos de forma reflexiva. De acordo com Hanks (2008,
p.49) , “o acesso a língua padrão através da educação fornece acesso aos lugares
de poder na qual ela é empregada”. Por sua vez, o “processo completo constitui
um tipo de dominação simbólica na qual as variantes não-padrão são suprimidas e
aqueles que as falam são excluídos ou levados a aceitar esta exclusão” (p.49).
Percebe-se, assim, que a escola é o espaço para orientação do bom uso
linguístico, e, se faz necessário que haja atividades que levem o aluno a refletir
sobre a língua, percebendo esses jogos de poder, em que
O comportamento linguístico é um indicador claro de
estratificação social. Os grupos sociais são diferenciados pelo
uso da língua. Em sociedades com histórica distribuição
desigual de renda (entre as quais o Brasil pode ser considerado
paradigmático), as diferenças são acentuadas e tendem a se
perpetuar. Pode-se afirmar que a distribuição injusta de bens
culturais, principalmente de formas valorizadas de falar, é
paralela à distribuição iníqua de bens materiais e oportunidades.
(BORTONI-RICARDO, 2005, p.14)

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