Você está na página 1de 14

Instituto médio técnico profissional

Antibióticos

Docente: Regina Alfredo

Chimoio, Maio de 2023


Instituto médio técnico profissional

Antibióticos

Discentes: nº

Abcharda Lourenço 1
Adiola Eugenio Mandofa 2
Admira Samusson 3
Ancha Rui Chibante 4
Antunes Lapson Samuel 5
Argentina Jorge Jairosse 6
Bento Domingos 7

Docente: Regina Alfredo

Chimoio, Maio de 2023

2
1 Índice
2 Introdução..................................................................................................................................4
3 Objectivos...................................................................................................................................4
3.1 Geral:..................................................................................................................................4
3.2 Específicos..........................................................................................................................4
4 O que é um antibiótico?.............................................................................................................5
5 Como um antibiótico induz resistência?.....................................................................................5
6 Mecanismo de resistência aos antibióticos................................................................................6
7 Como saber qual antibiótico é o mais eficaz?............................................................................7
7.1 Que tipo de infecções são tratadas com antibióticos?.......................................................8
7.2 Efeitos colaterais................................................................................................................8
7.3 Dose e tempo de tratamento.............................................................................................9
8 Antibióticos mais usados na prática clínica................................................................................9
8.1 Penicilinas...........................................................................................................................9
8.2 Cefalosporinas..................................................................................................................10
9 Quinolonas...............................................................................................................................11
10 Conclusão.............................................................................................................................13
11 Referencias bibliográficas.....................................................................................................14

3
2 Introdução
O advento dos antibióticos no final da década de 1920 revolucionou a ciência e
trouxe a medicina para a era moderna. Pela primeira vez tivemos o poder de
combater e vencer bactérias causadoras de diversas infecções, a principal causa de
mortalidade à época.

Os antibióticos são drogas que agem contra infecções bacterianas, não sendo
efetivos contra infecções de origem viral, parasitológica ou fúngica. Para esses
germes, existem drogas específicas, denominadas antivirais, antiparasitários e
antifúngicos, respectivamente.

Neste artigo falaremos das principais classes de antibióticos utilizadas na prática


médica. Vamos explicar como funcionam os antibióticos, que tipos de infecções são
tratadas por eles, o que significa resistência ao antibiótico e quais são os efeitos
colaterais mais comuns.

3 Objectivos
3.1 Geral:
 Falar de assuntos relacionados com os antibióticos.

3.2 Específicos
 Falar da definição do antibióticos;
 Falar de tipos de antibióticos;
 Descrever alguns efeitos causados pelos antibióticos;
 Tratar de assuntos relacionados com os mecanismos dos antibióticos.

4
4 O que é um antibiótico?
Consideramos antibiótico toda a substância capaz de matar ou inibir o crescimento
de bactérias. Os antibióticos podem ser bactericidas, quando destroem diretamente
as bactérias, ou bacteriostáticos, quando impedem a multiplicação das mesmas,
facilitando o trabalho das nosso sistema imune no controle da infecção.

Para ser efetivo e tolerável, o antibiótico precisa ser uma substância nociva às
bactérias, mas relativamente segura para as nossas células. Isso não significa que
não possa haver efeitos secundários, mas por definição, um antibiótico deve ser
muito mais tóxico para germes invasores do que para o organismo invadido. De
nada adiantaria matar bactérias que causam a pneumonia se também estivéssemos
matando as células do pulmão.

O primeiro antibiótico descoberto foi a penicilina, em 1928, pelo bacteriologista


inglês, Alexander Fleming. A sua descoberta ocorreu por acaso quando suas placas
de estudo com a bactéria estafilococos foram acidentalmente contaminadas por um
fungo do gênero penicillium. Fleming notou que ao redor destes fungos não existiam
bactérias, o que o levou a descobrir a penicilina, uma substância bactericida
produzida por estes seres.

Atualmente os antibióticos são substâncias sintéticas, produzidos em laboratórios,


muitos deles derivados de substâncias naturais, como no caso da penicilina.

Atenção: não confundir antibióticos com anti-inflamatórios. Leia: Diferenças entre


antibiótico e anti-inflamatório.

5 Como um antibiótico induz resistência?


Um dos maiores problemas da medicina moderna é o uso indiscriminado dos
antibióticos, o que tem levado ao surgimento de bactérias resistentes aos mesmos.

Quando os primeiros antibióticos começaram a ser comercializados, tinha-se a ideia


de que as doenças infecciosas estavam com os dias contados, e que era apenas uma
questão de tempo para estarmos livres de qualquer tipo de infecção bacteriana.

Porém, conforme o uso de novos antibióticos foram se tornando mais disseminados,


cepas resistentes de bactérias foram surgindo e multiplicando-se, criando-se, assim,
um círculo vicioso que persiste até os dias atuais. Quanto mais antibióticos criamos,
mais bactérias resistentes surgem.

5
Mas se o antibiótico mata as bactérias, como ele induz a criação de cepas
resistentes? A resistência aos antibióticos pode ser entendida através das leis da
evolução e da seleção natural. Acompanhe o texto junto à ilustração abaixo.

6 Mecanismo de resistência aos antibióticos


Proponho imaginarmos uma infecção urinária causada pela bactéria E.coli. Quando
há uma cistite, estamos falando de milhões de bactérias atacando a bexiga. Essas
bactérias são da mesma espécie, mas não são exatamente iguais; não são clones.
Quando escolhemos um antibiótico, optamos por aquele que é eficaz contra a
maioria das bactérias presentes. Nem sempre o antibiótico mata 100% das bactérias.
O que acontece é que se reduzirmos o número de bactérias para 5% ou 10%, a
infecção desaparece porque nosso sistema imune é capaz de controlar o que sobrou.

Porém, muitas vezes o nosso organismo não consegue se livrar completamente


dessas bactérias, permitindo que as mesmas se reproduzam e causem uma nova
infecção, agora composta apenas por bactérias resistentes ao antibiótico escolhido
inicialmente.

Este é um exemplo simplificado do que ocorre na realidade. Geralmente são


necessários alguns cursos repetidos do mesmo antibiótico, ao longo de meses ou
anos, para surgirem bactérias resistentes. Este processo é nada mais do que a seleção
natural, na qual os mais fortes sobrevivem e passam seus genes para seus
descendentes.

Algumas espécies de bactérias são propensas a criar resistência, assim como alguns
antibióticos causam resistência com mais facilidade.

Alguns fatos, entretanto, favorecem o surgimento mais rápido de cepas resistentes.


O principal é a interrupção precoce do tratamento. Se um antibiótico está prescrito
por 10 dias, é porque se sabe de antemão que este é o tempo necessário para matar
praticamente todas as bactérias. Algumas bactérias mais fracas morrem com 24
horas, outras precisam de 7 dias. Se o tratamento é interrompido com 5 dias, por
exemplo, as bactérias mais resistentes, que precisavam de mais tempo de antibiótico,
continuarão vivas e poderão se multiplicar, levando, agora, a uma infecção bem
mais resistente

Outro fator importante é o uso indiscriminado de antibióticos. Muitas das infecções


que temos são causadas por bactérias que vivem naturalmente no nosso corpo,
controladas pelo nosso sistema imune, apenas à espera de uma queda nas defesas

6
para atacarem. Se o paciente usa muito antibiótico sem necessidade, como, por
exemplo, para tratar infecções por vírus, ele estará previamente selecionando as
bactérias mais resistentes, e, futuramente, quando houver uma real infecção
bacteriana, esta será causada já por bactérias resistentes.

7 Como saber qual antibiótico é o mais eficaz?


Através de estudos prévios conhecemos antecipadamente o perfil de cada espécie de
bactéria. Por exemplo, sabemos que a E.coli, bactéria que causa infecção urinária,
costuma ser sensível aos antibióticos Bactrim e Ciprofloxacina. Entretanto,
pacientes com quadros de infecção urinária de repetição, com múltiplos cursos de
antibióticos, podem ter E.coli resistentes a estes antibióticos.

Além disso, nem toda infecção urinária é causada pela E.coli, podendo haver
infecções por bactérias com perfis de sensibilidade completamente diferentes. Como
saber, então, especificamente para cada caso, qual bactéria é responsável pela
infecção e qual antibiótico é o mais indicado?

A única maneira de se ter certeza do perfil de sensibilidade de uma bactéria é através


do exame de cultura, que pode ser uma cultura de sangue (hemocultura), de urina
(urocultura), de fezes (coprocultura), etc.

Nessas análises, coletamos uma pequena quantidade de um fluido ou secreção que


imaginamos conter a bactéria infectante e colocamos em um meio propício ao
crescimento de bactérias. 48 a 72 horas depois conseguimos identificar exatamente
qual bactéria está presente e realizar vários testes com diversos antibióticos,
procurando saber quais são eficazes e quais são ineficazes.

Esse teste é chamado de antibiograma. Todo exame de cultura apresenta no seu


resultado, o nome da bactéria identificada e uma pequena lista de antibióticos
resistentes e sensíveis, para o seu médico poder escolher qual a melhor opção.

Quando o paciente encontra-se grave e não pode esperar por 72 horas para
iniciarmos o antibiótico, optamos inicialmente por antibióticos fortes, que cobrem
um amplo espectro de bactérias, trocando-o, após os resultados das culturas, pelo
antibiótico mais específico indicado pelo antibiograma.

7
7.1 Que tipo de infecções são tratadas com antibióticos?
Qualquer infecção bacteriana pode e deve ser tratada com antibióticos. Infecções por
vírus não melhoram com antibióticos e, portanto, não devem ser tratados com os
mesmos.

Lembre-se:

Infecções com vírus devem ser tratadas com antivirais (quando necessário).

Infecções por fungos devem ser tratadas com antifúngicos.

Infecções por parasitas devem ser tratada com antiparasitários.

Infecções por bactérias devem ser tratadas com antibióticos.

No MD.Saúde já abordamos diversas infecções bacterianas que devem ser tratadas


com antibióticos, entre elas:

 Tuberculose.
 Pneumonia.
 Amigdalites.
 Infecção urinária.
 Gonorreia.
 Sífilis.
 Meningite.
 Sinusite.
 Erisipela.
 Infecção pelo H.pylori.
 Endocardite infecciosa.
 Hanseníase.

7.2 Efeitos colaterais


O efeito colateral mais comum são as náuseas e a diarreia. Alguns pacientes são
alérgicos a determinadas classes de antibióticos, sendo as mais comuns, penicilinas e
sulfas.

Grávidas devem ter muito cuidado com antibióticos, pois algumas classes estão
associadas a má formações. As penicilinas e cefalosporinas são as mais seguras.
Nunca tome antibióticos sem autorização explícita do seu obstetra.

8
Muitos antibióticos são eliminados pelos rins, por isso, podem se tornar tóxicos em
pacientes com insuficiência renal, já que a sua eliminação torna-se afetada. Nestes
casos, muitas vezes, faz-se necessário um ajuste da dose para evitar excesso de
antibióticos na corrente sanguínea.

7.3 Dose e tempo de tratamento


O tempo de tratamento e a dose dependem de dois fatores: tempo de circulação da
droga no sangue e perfil de resistência da bactéria. Uma mesma infecção pode ser
tratada por tempos diferentes dependendo do antibiótico prescrito.

Por exemplo, uma faringite pode ser tratada com:

Uma dose intramuscular única de penicilina benzatina.

Três dias de Azitromicina 1 comprimido por dia.

Dez dias de Amoxicilina 1 comprimido de 8/8h.

Algumas infecções são facilmente tratadas com curtos cursos de um único


antibiótico, como gonorreia, clamídia ou cistites. Outras, como a tuberculose,
precisam de 3 antibióticos e um tratamento de pelo menos 6 meses para serem
curadas.

Nas infecções mais brandas, a escolha do antibiótico é empírica, baseada no


conhecimento prévio de sensibilidade. Nos casos mais graves ou nas infecções que
não respondem inicialmente aos antibióticos prescritos, uma cultura de material
apropriado deve ser feita para melhor guiar a escolha do antibiótico.

8 Antibióticos mais usados na prática clínica


8.1 Penicilinas
A penicilina foi o primeiro antibiótico desenvolvido e deu origem a vários outros
estruturalmente semelhantes. Os principais antibióticos derivados da penicilina são:

 Amoxicilina.
 Ampicilina.
 Azlocilina.
 Carbenicilina.
9
 Cloxacilina.
 Mezlocilina.
 Nafcilina.
 Penicilina.
 Piperacilina.
 Ticarcilina.

penicilina em si é atualmente pouco usada, pois a maioria das bactérias já é


resistente a mesma. Porém, a penicilina ainda é indicada para sífilis, amigdalites e
erisipela.

É importante salientar que apesar de serem todas da família da penicilina, o espectro


de ação entre cada uma é muito diferente, sendo a piperacilina, por exemplo, usada
em infecções hospitalares, enquanto a amoxicilina é geralmente indicada para
infecções simples das vias aéreas.

8.2 Cefalosporinas
As cefalosporinas surgiram logo depois da penicilina e apresentam mecanismo de
ação muito semelhante a estas. Exemplos:

Cefaclor.

Cefadroxilo.

Cefazolina.

Cefixime.

Cefoperazona.

Cefotaxima.

Cefotetan.

10
Cefoxitina.

Ceftazidima.

Ceftriaxona.

Cefuroxima.

Cefalexina.

Cefalotina.

Loracarbef.

Assim com nas penicilinas, as diferentes cefalosporinas apresentam espectro de ação


muito variável, também podendo ser usadas para desde infecções graves, como
meningite, até simples feridas de pele.

9 Quinolonas
As quinolonas são muito usadas para tratar infecções de bactérias originárias do
intestino, entre elas, diarreias e infecções urinárias. As novas quinolonas também
são eficazes para pneumonias.

Ciprofloxacina.

Enoxacina.

Levofloxacina.

Lomefloxacina.

Moxifloxacina.

Norfloxacina.

Ofloxacina.

Aminoglicosídeos

Os aminoglicosídeos são antibióticos usados na imensa maioria dos casos apenas de


modo intra-hospitalar, pois são administrados por via intravenosa. São indicados

11
para infecções graves. Existem algumas formulações para uso tópico ou como
colírio.

Amicacina.

Gentamicina.

Canamicina.

Neomicina.

Estreptomicina.

Tobramicina.

Macrolídios

Os macrolídios são geralmente usados para infecções das vias respiratórias, muitas
vezes em associação com alguma penicilina ou cefalosporina, para acne, clamídia
ou, em muitos casos, como substituto da penicilina em pacientes alérgicos.

Azitromicina.

Claritromicina.

Eritromicina.

Tetraciclinas

As tetraciclinas são atualmente usadas para o tratamento da acne, da cólera, algumas


DST, e leptospirose.

Doxiciclina.

Minociclina.

Tetraciclinas.

12
Conclusão
Antes da existência dos antibióticos ocorriam mais mortes por doenças infecciosas,
conforme a ciência evoluiu, os cientistas encontraram um medicamento capaz de
combater o crescimento bacteriano e inclusive em determinados casos sua morte. No
entanto, nos tempos atuais, a produção de antibióticos diminuiu de forma bastante
considerável, visto que a velocidade que tem surgido bactérias resistentes, capazes
de inativar a ação destas substâncias, é superior a velocidade com que eles estão
sendo desenvolvidos. Desta maneira e também através do uso indiscriminado
surgiram diversos tipos de antibióticos restritos. A partir do interesse inicial do tema
de pesquisa, procurou-se identificar, particularizar e demarcar o problema associado
a antibióticos de uso restrito. O objetivo desta pesquisa foi realizar revisão
bibliográfica para determinar conceitos de antibióticos, pesquisar se existem
protocolos e critérios de utilização de antibióticos em área hospitalar, aprofundar
conhecimentos sobre a Klebsiella pneumoniae carbapenemase, (KPC) e observar a
eficiência dos antibióticos. O referido trabalho fundamentou-se em bibliografias e
artigos atualizados com ampla discussão sobre o tema. Constatou-se que os
resultados encontrados não possuem unanimidade entre as instituições hospitalares.

13
10 Referencias bibliográficas

A brief history of the antibiotic era: lessons learned and challenges for the future –
Frontiers in Microbiology.

Understanding the mechanisms and drivers of antimicrobial resistance – The Lancet.

Overview of antibacterial susceptibility testing – UpToDate.

Bennett, J. E., Dolin, R., & Blaser, M. J. (Eds.). (2019). Mandell, Douglas, and
Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases (9th ed.). Elsevier.

Brunton, L. L., Hilal-Dandan, R., & Knollmann, B. C. (Eds.). (2017). Goodman &
Gilman’s: The Pharmacological Basis of Therapeutics (13th ed.). McGraw-Hill
Education.

Katzung, B. G., Trevor, A. J. (Eds.). (2017). Basic and Clinical Pharmacology (14th
ed.). McGraw-Hill Education

14

Você também pode gostar