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Meu objetivo é que você saia daqui com clareza de qual é melhor forma de estudar
Antibióticos para dominar essa classe e se sentir seguro na prática com esses
medicamentos.
A gente vai sair de farmacêutico que entendem pouco ou nada sobre antibióticos a
farmacêuticos que dominam essa classe.
Só que para alcançar isso, existe um caminho. Existe um método. E é ele que eu
estou te mostrar aqui durante os próximos dias.
O plano ACC é o caminho para você sair de um farmacêutico com raciocínio clínico
fraco sobre antibióticos, para um farmacêutico que domina essa classe.
Quando você constrói seu alicerce, tem uma contextualização adequada e
consegue entender como aplicar esses conhecimentos na prática ter um
raciocínio clínico aguçado é inevitável.
É consequência.
A segurança que você busca, vem.
Então ou você decide que não quer aprender Antibióticos como tem que ser e
desliga essa live, ou você decide que quer dominar essa classe e abandonar a
insegurança de uma vez.
E para mim foi muito mais difícil porque ninguém estava me entregando um plano.
Eu sei que você deve ser resistente em relação a isso, porque, provavelmente,
assim como eu, quando você recebeu seu diploma você também acreditou que já
tinha estudado tudo que precisava e que tinha se livrado disso.
Mas não...agora você tá vendo que a vida tá pedindo algo diferente de ti.
Você pode fazer parte desse movimento...Desse novo perfil de farmacêuticos que
inovam na forma de estudar, tem facilidade de lembrar do que estudam e que são
seguros na prática.
Você quer?
Se sim, vem comigo!
O CONTEXTO
Hoje, a gente vai dar mais um passo rumo à essa segurança no uso de antibióticos.
A gente precisa entender que tudo que a gente aprende sobre medicamentos, existe
um contexto e ele não pode ser ignorado.
Então aqui a gente vai fazer o caminho contrário de como a gente aprendeu na
faculdade.
Lá a gente aprende primeiro o antibiótico, depois o que ele mata e pra qual infecção
ele serve.
Só que na hora que você chega à prática, esse tipo de conhecimento mais confunde
do que te ajuda.
EXEMPLO:
Você aprende que a amoxicilina serve para: infecções de pele, otite, sinusite,
pneumonia etc.…
Mas na hora que chega uma prescrição de uma dessas infecções você não sabe
avaliar se aquela é uma boa ou má prescrição. Você não consegue entender porque
o médico tomou a decisão de escolher aquele antibiótico.
-> Pneumonia comunitária -> Agente: S. pneumoniae -> Gram positivo -> Cipro
cobre gram positivo? não -> então quer dizer que existem opções melhores.
Entende?
Então é assim que quero que você comece a raciocinar também.
Faz muito mais sentido no dia a dia.
É importante porque se a gente não sabe qual é o raciocínio que o médico deve ter
na hora de prescrever um antibiótico, como é que a gente vai saber se aquela é
uma boa uma má para prescrição?
humm...interessante
"E como é que a gente vai saber isso?"
A gente vai fazer isso entendendo primeiro quais são as 5 perguntas que o médico
deve se fazer antes de prescrever um antibiótico…
Para isso, precisamos fazer 5 perguntas. Elas que vão nortear nosso
raciocínio.
Então, quais são as perguntas que precisam ser respondidas antes de indicar um
antibiótico para alguém?
1. Essa infecção precisa mesmo de um
antimicrobiano?
SIM OU NAO
Parece lógico que existe uma infecção, deve ser prescrito um antibiótico para ela,
mas nem sempre é assim. Em alguns casos que não precisa ser prescrito um
antibiótico, por exemplo:
Então aquela história de que o paciente está com febre tem que dar antibiótico não
existe.
Se a gente sabe que a infecção está na pele e qual é a microbiota da pele, isso
vai nos orientar já qual antibiótico que tem ação sobre aquelas bactérias.
Sim, por exemplo feridas na pele que chegam a um certo nível de necrose e estão
sendo colonizadas por anaeróbios.
Não.
Então, o que não é frequente a gente não vai se apegar às exceções, mas sim
principalmente às regras.
TRATAMENTO
Tratamento para infecções de pele pela maioria são causadas por Gram-positivos
a gente vai ter preferência dos B-lactâmicos, principalmente, penicilinas.
Clindamicina também pode ser uma ótima opção para alguns casos.
Normalmente 75% das vezes não precisa de antibiótico, por que na grande
maioria das vezes é causada por vírus (adenovírus e agora covid como a gente está
vendo agora) e os outros 25% pode ser bacteriana (Estreptococos pyogenes).
Por isso toda aquela história de: não pare de tomar o antibiótico depois que os
sintomas melhorarem.
O tratamento de escolha para pneumonias comunitárias 99% das vezes sempre vai
ser B-lactâmico. A associação com um macrolídeo pode acontecer dependendo
do caso. (Amanhã a gente vai ver um caso clínico sobre isso).
A primeira coisa que a gente precisa saber é que a maior carga de bactérias do
nosso corpo inteiro está no trato gastrointestinal.
Ela vai aumentando conforme vai descendo, então no esôfago tem menos,
estômago já aumenta um pouco de intestino é onde a gente tem a nossa maior
carga microbiana.
Nosso intestino tem tantas bactérias que é como se fosse outra pessoa vivendo ali
dentro. Hoje a gente só conhece 30% dessa flora bacteriana que coloniza nosso
intestino.
O que é diarreia?
Em 99% dos casos são autolimitadas. Ou seja, não precisa de tratamento com
antibióticos.
TRATAMENTO
Devido a carga de Gram Negativos ser alta, provavelmente uma infecção abdominal
será causada por eles.
Então como tratamento para esses germes temos algumas opções: Quinolonas,
Aminoglicosídeos. Pela presença de muitos anaeróbios Metronidazol costuma ser
uma boa opção também.
É bem parecido com as da parte final do intestino grosso que são como eu falei
principalmente escherichia coli e klebsiella.
TRATAMENTO
Então quando a gente for pensar no tratamento de infecções urinárias precisamos
pensar em tratamento que cobrem gram-negativas principalmente.
Importante saber que não tem anaeróbios porque tem bastante oxigênio e
anaeróbios não se dão bem com ambientes oxigenados.
Cistite e Pielonefrite
Então quando acontece algum desequilíbrio, o patógeno sobe pela uretra, atingindo
a bexiga (cistite) ou os rins e ureteres (pielonefrite).
Então infecção na ITU baixa vamos pensar em cistite, que é uma infecção simples
de ser tratada.
Agora, na pielonefrite (ITU alta), ela tem febre alta (> 38oC) com calafrios,
lombalgia (dor nas costas), queda do estado geral, náuseas e vômitos.
Bacteriuria assintomática:
Quando tratar?
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gestante ou em pacientes que serão submetidos a procedimentos invasivos
urológicos ou receptores de transplante renal já condiciona o tratamento.
2.5 PACIENTES GRAVES E BACTÉRIAS
MULTIRESISTENTES
São vários fatores que aumentam as chances de uma pessoa em UTI ser infectada
por uma
Principais Bactérias:
Enterococos sp
S tafilococos
K lebsiella
A cinetobacter
P seudomonas
E scherichia coli
- Glicopeptídeos
- Daptomicina
- Oxazolidinonas: Linezolida e tedizolida
- Cef de 4 e 5 ger: Cefepime e Ceftarolina
- Ceftazidima + avibactam
- Polimixinas: B e E
Continuando…
Não adianta nada você identificar infecção, você identificar o local, possível agente
se for prescrito um antibiótico que não funciona ou que não está aprovado para
aquela indicação.
O antibiótico tem OU NAO TEM indicação para a infecção que você está
querendo tratar?
Ex:
1. Ciprofloxacino para Pneumonia
2. Tigeciclina para infecção da corrente sanguínea
3. Daptomicina para Pneumonia
Daptomicina tem ótima ação em gram-positivos então poderia muito bem ser
usada para pneumonia, mas ela é inativada pelo surfactante dos pulmões, por
isso não está aprovada para pneumonias.
Então voltando…
- Menor espectro
(induz menos resistência, lembrando que causar resistência microbiana é
erro médico quando o antibiótico for mal prescrito...)
- Menor toxicidade (menos reações adversas)
- Via de administração mais adequada;
- Penetração em concentração eficaz no sítio da infecção;
Não adianta nada ter um antibiótico ótimo para aquele agente se ele não
penetra onde o agente está.
- Posologia mais cômoda (possibilidade de troca para o oral depois da
melhora) (EX: METRONIDAZOL- 100% biodisponibilidade)
- menor custo
E por último o antibiótico deve ser tomado só pelo tempo necessário, nem mais
nem menos, e deve ser suspenso assim que possível.
Isso é stewardship...
Então, vocês conseguiram entender como deve funcionar nosso raciocínio, né?
Vamos de resumo:
Já avançamos pelos dois primeiros pontos que vão dar sustentação para a nossa
prática com antibióticos. Alicerce e Contexto.
Vamos entender na prática como usar as 4 perguntas de ouro para avaliar se uma
prescrição de Antibióticos é boa ou não.
Então se você quiser evoluir a sua clínica e o seu raciocínio clínico relacionado a
Antibióticos, você precisa estar aqui amanhã.
Te vejo amanhã.