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ALTARES

Altares são utilizados no culto das divindades em praticamente todas as religiões


antigas ou modernas.

Nas Américas, por exemplo, maias, incas e astecas, usavam um altar de pedra para
os sacrifícios humanos que se ofereciam aos deuses.

Esses sacrifícios tinham o propósito de promover a constante renovação da ordem


cósmica e a alimentação dos deuses, que se nutriam do sangue e do coração da
vítima.
Segundo os astecas, Tezcatlipoca, o Quinto Sol, foi criado graças ao sacrifício dos
deuses, que mais tarde criaram a guerra entre os humanos justamente para que os
guerreiros capturados fossem ritualmente mortos.

A guerra asteca se travava, em parte, para fornecer vítimas sacrificiais aos principais
templos.

Nas ruínas de Babilônia encontraram-se altares quadrados de adobe; no Egito usava-


se o granito polido ou o basalto; os druídas usavam altares triangulares de pedra; na
Grécia e em Roma os altares eram suntuosos, sendo dignos de menção os de Hera
em Samos, de Pan e Zeus na Olímpia e de Heracles em Tebas.
Para as religiões primitivas, a presença da divindade era indicada pelos elementos da
Natureza e supunha-se que os deuses poderiam ser induzidos a habitar ou a se
manifestar no lugar em que as oferendas, invariavelmente cruentas, lhes fossem
servidas.

A matança ritual servia como alimento ou como oferecimento de vida às divindades,


com o propósito de agradecer, adivinhar, renovar a vida, continuar um ciclo sazonal
ou cósmico, ratificar um acordo ou aliança, expressar a sua comunhão, assegurar um
favor, afastar o mal, etc. Assim é que ainda nos dias atuais as religiões afro-brasileiras
utilizam-se desta prática ritual.

Na grande maioria das vezes, o sangue das vítimas era lançado sobre uma grande
pedra, que veio a tornar-se o primevo altar.

Na Bíblia, evidencia-se a preferência dos sacrifícios cruentos sobre os não cruentos,


quando Deus não dá atenção à oferta “do fruto da terra” de Caim, preferindo a
oferenda de Abel, que lhe trouxe “dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua
gordura” (Gênesis 4:3-4). Caim, inconformado com essa preferência, acabou matando
seu irmão.

A primeira menção que se faz a um altar está em Gênesis 8:20: “E edificou Noé um
altar ao Senhor; e tomou todo o animal limpo, e de toda a ave limpa, e ofereceu
holocaustos sobre o altar”. Como se vê, esse primeiro altar bíblico era um local
específico onde seriam ofertados holocaustos a Deus.

A Segunda menção bíblica sobre um altar está em Gênesis 22:9: “E vieram ao lugar
que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e
amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha”. Sabemos
todos que Isaque foi substituído na última hora por um carneiro, oferecido em
holocausto a Deus.

Muitas são as menções de altares dedicados a Deus e a outras divindades na Bíblia.


Esses altares eram toscamente construídos em pedras sobrepostas formando uma
meseta e eram utilizados, sempre, para se oferecer sacrifícios em que se queimavam
inteiramente animais, isto é, eram altares de holocaustos.

Em Êxodo 20:24-26 Deus fornece instruções específicas a Moisés sobre como deviam
ser usados e construídos os altares: para sacrifícios em holocausto de ofertas
pacíficas de ovelhas e vacas, sendo vedado o uso de degraus para que não ficasse à
mostra a nudez e deviam ser feitos de terra ou de pedra, proibindo-se
terminantemente que estas fossem lavradas, pois o buril ou cinzel profanariam o altar.

Estes altares de sacrifícios ou de holocaustos foram os únicos empregados pelos


judeus até a construção do Tabernáculo por Moisés, ocasião em que se passou a
fazer uso de dois altares: o altar dos holocaustos ou dos sacrifícios e o altar dos
incensos ou dos perfumes. No Templo de Salomão estes dois altares se faziam
presentes, o primeiro confeccionado em bronze e o segundo em ouro.
O altar-mor das igrejas católicas, onde são celebradas as missas, se originou do altar
dos sacrifícios dos judeus. Durante a missa, são ofertados o pão e o vinho,
simbolizando a carne e o sangue de Jesus Cristo.

Nos Templos Maçônicos estão presentes cinco altares: *Altar dos Juramentos, Altar
dos Perfumes, Altar do Venerável Mestre e Altares do Primeiro e do Segundo
Vigilantes*
Autor: Almir Sant’Anna Cruz

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