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AS DECLARAÇÕES DE DIREITO E AS

NORMAS DE DIREITOS HUMANOS


Por que motivo repetir-se uma Declaração, se os
direitos declarados forem os mesmos e se já
obtiveram proteção eficaz por meio das
Constituições?
AS DECLARAÇÕES DE DIREITO E AS
NORMAS DE DIREITOS HUMANOS
• Declaração de Direitos de Virgínia. 12 de
Janeiro de 1776.
• Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão. Assembleia Nacional Francesa 26 de
Agosto de 1789.
• Declaração Universal dos Direitos Humanos.
10 de Dezembro de 1948.
AS DECLARAÇÕES DE DIREITO E AS
NORMAS DE DIREITOS HUMANOS
Declaração de Direitos de Virgínia

“Todos os homens são por natureza igualmente


livres e independentes, e têm certos direitos
inerentes, dos quais, quando entram em qualquer
estado de sociedade, não podem por qualquer
acordo, privar ou despojar os pósteros; que dizer, o
gozo da vida e liberdade, com os meios de adquirir
e possuir propriedade, e perseguir e obter
felicidade e segurança.”
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Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

“os homens nascem livres e continuam livres e iguais em


direitos.”
“as distinções sociais só podem fundar-se na utilidade
comum.”
“o fim de toda associação política é a conservação dos direitos
naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a
liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à
opressão.”
“Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não está
assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não
tem Constituição.”
AS DECLARAÇÕES DE DIREITO E AS
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A Declaração francesa tinha um cunho nitidamente
individualista, subordinando a vida social ao
indivíduo e atribuindo ao Estado a finalidade de
conservação dos direitos individuais.
A Declaração de Virgínia já tinha predominância do
liberalismo e prevaleceu a orientação passiva do
Estado, como simples conservador dos direitos dos
que já os possuíam, sem nada fazer pelos que não
tinham qualquer direito a conservar.
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A Declaração de Direitos Americana, por
exemplo, teve como resultado final a aprovação
de um conjunto de emendas que foram
incorporadas à Constituição dos Estados Unidos
da América. Esse conjunto de emendas,
contendo declarações de direitos fundamentais
e suas garantias, passaram a ter, desde então,
excepcional importância para a garantia da
liberdade e dos demais direitos fundamentais
nos Estados Unidos.
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Na prática, a Declaração de Direitos norte-
americana, constantemente reinterpretado pela
Suprema Corte, que além disso assegura a
eficácia de seus preceitos como normas
constitucionais, tem sido de extrema
importância para a incorporação de novas
demandas sociais ao sistema constitucional de
direitos e garantias dos Estados Unidos.
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Após a II Guerra Mundial, o problema dos
direitos fundamentais da pessoa humana foi
posto novamente em debate. Em 26 de junho
de 1945 aprovou-se a Carta das Nações Unidas,
destinada a fornecer a base jurídica para a
permanente ação conjunta dos Estados, em
defesa da paz mundial. Não poderia haver paz
onde não houvesse paz social, surgindo então a
ideia de uma Declaração de Direitos que fixasse
as diretrizes para a reorganização dos Estados.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama


os direitos fundamentais.

Não há concessão ou reconhecimento dos


direitos, mas proclamação deles, significando
que sua existência independe de qualquer
vontade ou formalidade.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos

Assim sendo, tratando-se de direitos


fundamentais inerentes à natureza humana,
nenhum indivíduo ou entidade, nem os
governos, os Estados ou a própria Organização
das Nações Unidas, tem legitimidade para retirá-
los de qualquer indivíduo.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos

Essa declaração consagrou três objetivos


fundamentais:
• Certeza dos direitos;
• Segurança dos direitos;
• Possibilidade dos direitos.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos

- Certeza dos direitos: fixação prévia e clara dos direitos e deveres, para
que os indivíduos possam gozar dos direitos ou sofre imposições.

- Segurança dos direitos: impor uma série de normas tendentes a


garantir que em qualquer circunstância, os direitos fundamentais serão
respeitados.

- Possibilidade dos direitos: exigindo que se procure assegurar a todos


os indivíduos os meios necessários à fruição dos direitos, não se
permanecendo no formalismo cínico e mentiroso da afirmação da
igualdade de direitos onde grande parte do povo vive em condições
subumanas.
AS DECLARAÇÕES DE DIREITO E AS
NORMAS DE DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos: direitos previstos em tratados e demais
documentos internacionais, que resguardam a pessoa humana de uma
série de ingerências que podem ser praticadas pelo Estado ou por
outras pessoas, bem como obrigam o Estado a realizar prestações
mínimas que assegurem a todos existência digna. São os direitos
previstos em tratados e outros documentos internacionais, ainda que
não incorporados ao ordenamento jurídico de um país. São posições
jurídicas que se reconhecem ao ser humano como tal,
independentemente de sua vinculação com determinada ordem
constitucional, e que, portanto, aspiram à validade universal, pata
todos os povos e em todos os lugares, de tal sorte que revelam um
caráter supranacional (internacional) e universal.
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NORMAS DE DIREITOS HUMANOS
Direitos Fundamentais: são aqueles direitos,
normalmente direcionados à pessoa humana,
que foram incorporados ao ordenamento
jurídico de um país. São direitos reconhecidos e
positivados na esfera do direito constitucional
positivo de determinado Estado.
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DIREITOS GARANTIAS

NORMAS DE CONTEÚDO NORMAS DE CONTEÚDO


DECLARATÓRIO ASSECURATÓRIO

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, HONRA, HABEAS CORPUS, VEDAÇÃO AO


DIREITO À INFORMAÇÃO ANONIMATO, SIGILO DA FONTE
AS DECLARAÇÕES DE DIREITO E AS
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O grande problema, ainda não resolvido, é a consecução de eficácia das
normas de Declaração de Direitos.

Adotou-se a praxe de incluir nas próprias Constituições um capítulo referente


aos direitos e garantias individuais, justamente porque, dessa forma,
incorporadas ao direito positivo dos Estados, aquelas normas adquirem plena
eficácia.

Num esforço de dar eficácia à proclamação dos direitos fundamentais da


pessoa humana, a ONU aprovou inúmeros documentos que estabelecem com
mais precisão e de modo mais concreto os direitos de todas as pessoas ou de
segmentos especiais, como mulheres, crianças, deficientes físicos e mentais,
fixando regras precisas para a proteção e promoção desse direitos.
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São os chamados Pactos de Direitos Humanos

O marco inicial do processo de incorporação de tratados


internacionais de direitos humanos pelo Direito Brasileiro
foi a ratificação, em 1989, da Convenção contra a Tortura
e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
Degradantes. A partir desta ratificação, inúmeros outros
importantes instrumentos internacionais de proteção dos
direitos humanos foram também incorporados pelo
Direito Brasileiro, sob a égide da Constituição Federal de
1988.
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A partir da Carta de 1988 foram ratificados pelo Brasil:

a) a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em


20 de julho de 1989;
b) a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24 de setembro de
1990;
c) o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de
janeiro de 1992;
d) o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
em 24 de janeiro de 1992;
e) a Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro
de 1992;
f) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher, em 27 de novembro de 1995.

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