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A edumção escolar não foi uma opção de primeira hora dos jesuitas: ela
representou uma saída para o fracasso das phmeiras fomtas de atividade missionária
na costa, no contexto da ruptura povoamento/colonizaçãoi. Temos que pensar na
ação missionária jesuítica desdobrando-se em diferentes etapas, que são avançadas
quando a anterior se mostra um insucesso:
Forense/Un versitá'F..O Camba l Idos Soldadas de Crfslo na Terra dos Papagaios. Rio de Janeiro:
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Mattos. os recolhimentos seriam sustentadosjuridi(b-financeiramente pelas Coi ili
rias, instituições locais criadas por Nóbrega. autónomas, "descentralizadas", c. .
bens próprios de raiz" (gado,terras e escravos)e dirigentes leigos, ficando os jestlit
com o encargo espiritual e educacional.Quando em 1556. com a morte de Loy(
e a aprovação das Constituições. passa a predominar na ordem a "politica (
retraimento e pauperismo franciscanizante" de Diogo Mirão e Luasda Grão. (it
proibiu as Confrarias9, abre-seum espaço que será preenchido pelos estabelecimp
tos de educação escolar, os colégios secundários
A interpretação de Mantos é criativa. mas pode ser ajustada e desenvolvida
luz de uma conexão catequese-educaçãoescolar bem mais complexa. cuja análi
propomos a seguir.
Uma leitura da correslS)ndênciajesuíticado período 1549-62io peniti
distinguir um primeiro projetoÜe anãocatequéticados jesuitasque foi(literalmenl
ensaiadonas naus" e implicavaem "viver em aldeias",isto é, com os índio
pregando-lhes a doutrina, aprendendo sua língua e ensinando-lhes o português. Es:
prometocatequético de contato e convencimento lhes parecia fácil e triunfante, p(
estava baseado numa visão do indígena que negava a sua alteridade em relação i
branco: diziam os jesuitasque "os índios em coisa nenhuma crêem e estão pap
branco para neles escrever à vontade". Os adultos seriam catequizados pela pregaçÉ
da Palavra, mas às crianças seria ensinada a doutrina em "escola de ler e escrever
Para os brancos das vilas há outra proposta, com pregações na igreja e atendimen
aos doentes, como trabalho suplementar ao do clero secular. É clara a divisão (
tarefas na Companhia. nos primeiros anos, entre: padres-catequistasque doutrina
e ensinam a língua falada e escrita aos catecúmenos, como Vicente Rijo e Simé
Gonçalves. na vila da Bahia, Diogo Jácome, que doutrina em Porto Seguro e llhéi
e o "língua" A. Navarro, que prega aos adultos e ensina os pequenos a ler e rez
nas aldeias das redondezas de Salvador; e aqueles missionários que trabalham co
os brancos, como Nóbrega, que prega ao govemador-geral, e Leopardo Nunes. qt
prega aos cristãos em Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente.
Foi a chegadaem 1550. de 7 meninosórfãos, escolhidosentre aquel
abrigados em lisboa pelo padre Domenech (que não era jesuíta). vinda decidida
Europa e que N6brega e seus companheiros não pediramii, pois não estavam n.
seusplanos sedentarização e estabilidade, foi essachegada que levou os jesuitas
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colonial mercantilista. superando a tentativa de implantação do sistema imperial d
dominação"i3
Para os jesuítas restou o "viver em poltronas'. o rotineiro trabalho de "ensin'n
meninos" bmncos. tão temido por N6brega como antimissionáriopor excelência
mas que passara a ser apoiado pela Coroa com as dotaçõespara os "colégios
secundários. Explicam-se assim as colocações de Koshiba e Hoomaert sobre teretl
sido os jesuítas pouco influentes na colónia, no "mundo dos engenhos" , ao contrári'
do que ocorrera nos anos de povoamento, no "mundo dos indígenas" . Desarticulado
pela experiência do tráfico e pelasquestões de política intema da Companhia e self
arranjos com a Coroa, os jesuítas passam a desenvolver seu novo prometo em funçã'
da "economia cristã dos senhores de escravos", Isolando-se nos colégios secundário'
distantes da missão catequética entre os naturais da tema, seu primeiro projeto
13 KOSHIBA.LOp. clt., p. 17
14 DEBESSE.M. A Renascença./n: DEBESSE.M. e MIALARET. G. História da Pedagogia, Trata\(l
das Ciências Pedagógicas 2. São Paulo: Nacional, 1977(1rad.) e MESNARD. P. A Pedagogia d(
Jesuitas.In: CHATEAU. J. (Olg.)Os Grandes Pedagoglstas.São Paulo.Nacional. 1978(trad.)
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D. Sardinha. que chegara à Bahia em meados de 1552, colocou restrições
existência da Confraria, dos aldeamentos e dos recolhimentos e ao uso na catequese
de músicas. danças e cantos adaptadosao ritmo indígena.Nóbrega procurou outra'
pontos da colónia para desenvolvercom mais liberdade essaspráticas,que eviden
coam para L. A. Mattos, "um apego à realidade social da tema" por parte do jesuíta
e são explicadas por Baeta como "a permeabilidade das tontas não institucional'
às concretas necessidades de proselitismo missionário" . Em Pemambuco, "capitania
antiga e comipta", a catequese não dera os resultados esperados. Concentrou pois
sua atenção na conquista do sertão do sul. que tomou-se a "promessa de traballlr
missionário". Um ano depois está em São Vicente, "porta do sertão e caminho'
O sertão almejado tinha. para Nóbrega, nessaépoca, um horizonte definido
o Paraguai. de onde vinham notíciasdos guaranis como "índios que já estavamell
bons costumes. senhoreados e assentados" e da existência de muitos "língua" pai?
o trabalho da catequese: "MuitoFesel.ocos estamos já todos de ir descobrir o sertão
porque nos diz o espírito que lá está u/n grande tesouro de almas, e a nenhuma part'
poderemos ir que não haja melhor disposição para fazer cristãos...", diz ele aí}
provincial de PortugaliS.Alcançaro Paraguaiera um prometoantigode Leonardo
Nunes que, desde 1551. escreviaa Nóbregadizendo ter a intençãode partir para lá
quando temllnasse a construçãoda igreja na vila vicentina. N6brega apoiou a
proposta, sendo que ele mesmo planejou participar da missão. Tomo de Souza
opôs-se à viagem, para impedir que os portugueses despovoassemo litoral. Nóbreg'a
cedeu. mas continuou sonhando com a missão do Paraguai: "Vivi com essedesejo
e deixei de põ-lo em obra", lamenta ele em carta da Bahia, de 2 de setembro dc
1557. Mas, em companhia do "língua" Poro Correia e outros jesuítas,inclusive do
irmão ferreiro que tinha um papel fundamental na etapa do contato. avançou no
sertão IO léguas além do núcleo de São Vicente. e em junho de 1553. escrevia quc
jó havia conseguido reunir cerca de 50 catecúmenosno alto da serra, em um
aldeamento situado entre o Tamanduateí e o Anhangabaú.
Uma linha interpretativa bem conhecida explica a escolha desse sitio a partir
de desentendimentos entre Jogo Ramalho e Leonardo Nunes, que forçaram os
jesuítas, impedidos de se instalarem na região de Santo André, domínio dos Ramalho
a avançar mais para o interior. Essaversão é fundamentada na obra de limão de
Vasconcelos, do final do século XVI, cujas colocações tendem a minimizar a
influênciade Nóbregaem relaçãoàquelade Anchieta,na fundaçãodo núcleo
piratiningano. A ela se opõe Serafim Leite, pondo em destaquea iniciativa de
N6brega na superação desse conflito. Promoveu-se uma aliança entre missionários
e povoadores. mas, como Santo André estava a 3 léguas do Tietê, o local acolhido
para instalar o posto avançadodos missionáriosfoi junto ao rio. AÍ, segundoa
conespondência, Nóbrega teria rezado missa em 29 de agosto de 1553, retirando-se
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lí'' . t
Gregário dá gramátim (...) e o irmão José cuida de alguns outros estudantes" '*
ano depois, 2 cartas de Anchieta falam apenas das atividadesde doutrinação
betização: 'Temos uma grande escola de meninos Índios, bem instruídos em lei
escrita e bons costumes. os quais abominam os usos de seus progenitor'
Estamos (...) em esta aldeia de Piratininga, onde temos uma grande escol
meninos. filhos de índios, ensinados já a ler e escrever. e aborrecem muit'
costumes de seus pais e alguns sabem ajudar a cantar a missa..." Mas. nã'
indicação do professor-catequista,nem referênciade que, nessaocasião, em
Paulo. se ensinasse a gramática latina.
18. LEI'rE.Páginas..
19. MATTOS.Clt.. P. 195. 197-9
um cursoseriadade humanidades
com 2 classes,a de gramáticalatina e a de
humanidades, respectivamente com 30 e 15 alunos de "fora". mais os da casa; uma
aula de filosofia ou artes, para 10 alunos de "fora" mais os da casa; e uma aula de
teologia e "lição de casos" para os da casa, mais 3 ou 4 alunos de fofa. Em Ollnda,
havia aula de ler e escrever para 40 crianças. gramática latina para 12 estudantes
de "lição decasos
Essesdados são muito interessantes porque mostram que mesmo o 'plano dos
colégios" não era um todo homogeneamente desenvolvido, e que ele incluía as aulas
de ler e escrever e doutrinação dos projetos missionários anteriores. embora
constasse das normas da Companhia o ensino a parar do curso de humanidades.
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apenas
apenas a aula de "pregar, ler. escrever e contar": segundo S. Leite21. em 1 5t)
"colégio" de Piratininga
colégio" de Piratininga era
- formado por 3 padres. 2 irmãos coadjutoraç
estudante, cujo
estudante, cujo sustento
sustento provinha
l parte dos donativos dos paulistas e parte
subsídios
subsídios do Colégio do Rio.
R em vinho, azeite e farinha. Para esse autor. a cas.
s(
São Paulo vai aparecer somente em 1631 como "collegium inchoatum", ist
começando
começando a ter personali
personalidade jurídicaindependentedo Colégio do Rio2Z.Mas
verdade.o
verdade. o destino
destino ulterior
ulterior desseestabelecimento ainda precisa ser recuperado
ele
ele próprio diz que no an(
próprio ano de 1640. funcionavam apenas a classe elementar f
cerca
cerca de
de 100
100 alunos
alunos e
eaad
de latim. com 50, suspensasessastambém a 13 de ji
desse ano.
desse ano. quando,
quando. em
em decorrência
dÉ de desentendimentos entre jesuitas e cair
pelo interdito
interditodo Papa
Papa Urbano
Urt Vlll ao tráfico de índios, o prédio foi ocupado
padres residentes expulsos.
padres residentes expulso Em 1653 reabriram o estabelecimento,que terei
mantidoativo
mantido ativoaté
até1759.
1759. sotLa
s( denominação de "Colégio de Santo Inácio
Ainda
Ainda segundo
segundoSeraf
Serafirl Leite. no Colégio restauradoteve início. em 170i
curso de teologia moral. (Os cursos de Artes ou Filosofia funcionavam "quand
número
número de alunos
alunos o perra
permitia ou assegurava.Se não havia número bastante, l
jov
este Curso Superior, os jovens paulistas iam estuda-lo ao Colégio do Rio ou à Bi
(...)". Em f732.
1 .)". Em f732. o corpo
corpo docente
d do Colégio paulista era constituído pelos pa(
Nicolau
Nicolau Tavares,
Tavares, mestre
mestre dede filosofia, vindo de Recite; Francisco de Toledo, presid(
dos Círculos
dos Círculos de
de Filosofia
Filosofia de
de São Paulo; Manual Rodrigues, presidente das Contei
clãs de TeologiaMoral.
Moral, vindo
v do Rlo de Janeiro; Manual de Frestas.mestre
Humanidades.vindo
Humanidades. vindo de
de Bomes
Bc (sic);e Agostinho Mandes, mestre de elementar
Guardam. Assim,
GuardaZ3. Assim, aa despem
despeito do que diz a bibliografia, apenas no início do sé(
XVlll
XVlll éé que
que oo estabelecime
estabelecimentode São Paulo estevemais perto de funcionar cc
um
um colégio
colégio completo,
completo, dadesde a aula elementar de alfabetização até os estu
teológidõs. expu
teológidõs. No ano da expulsão. 1759, o anexo construídopara Seminário abria
23internos
23internos.
Reler
Reler a
a correspondêi
correspondência jesuítica e a bibliografia publicada é rever o r
propagado
propagado em torno
em torno da
da ah
atuação dos jesuítasem São Paulo, que faz de um cola
a origem de uma cidade.
a origem de uma cidade. Os jesuitasnão tiveram (nem quiseram ter) colo!
secundários de
secundários de humanidades
humanidac desde o início de suas atividades. O trabalho
colégios
colégios nãofoicontínuo
não foi continuo e
e de êxito espetaculardesdeo século XVI. O "Colégi(
São Paulo" aparece na maior parte dessamemória-história como uma "casa
meninas" para doutrinação e alfabetização. E nem se chamava São Paulo