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Matheus Baarini Martim,

RA: 11201722323.

PONTE, João Pedro da; QUARESMA, Marisa; MATA-PEREIRA, Joana. Como desenvolver o
raciocínio matemático na sala de aula?. Educação e Matemática, n. 156, p. 7-11, 2020.

Esse texto apresenta forte relação com um trabalho anterior de João Pedro
da Ponte, onde ele discute sobre diversos tipos de tarefas matemáticas,
classificando-as entre fáceis ou difíceis, abertas ou fechadas. A descrição de
diferentes tipos de raciocínio que podem ser aplicados na matemática pode ser
exemplificada, na maioria das vezes, pelas tarefas consideradas abertas
(explorações e investigações matemáticas), ou até mesmo por problemas e
situações problema quando apresentadas de uma maneira específica.

Os autores discordam do uso único do raciocínio dedutivo como forma de se


entender matemática, apresentando outros dois tipos os raciocínios indutivo e
abdutivo. Enquanto o dedutivo se preocupa com a utilização de fatos, axiomas,
regras e postulados para se chegar a uma conclusão, o raciocínio indutivo se utiliza
de casos particulares, exemplos e contra exemplos, assim como suposições feitas
pelo aluno para se alcançar uma generalização. O raciocínio abdutivo está muito
relacionado com a criação de hipóteses baseado no conhecimento prévio dos alunos
e conta com uma dose de criatividade e “achismo”, sendo que nesse caso os
caminhos tomados por diversos alunos podem diferir enormemente e ainda assim
alcançar resultados equivalentes.

Outro ponto importante deste artigo são os exemplos de aplicações de tarefas


e os raciocínios utilizados pelos alunos em cada uma delas, desde o
reconhecimento de padrões geométricos até a associação de conceitos da
aritmética, álgebra e geometria durante a atividade, como exemplificado pelo aluno
Vasco ao falar sobre funções, retas paralelas, taxa de crescimento e o uso da
linguagem natural para falar de “somas” e “acréscimos”.

Finalmente os autores comentam sobre boas práticas para aplicações de


tarefas. A apresentação deve ser clara para todos e feita através de
questionamentos, e assegurar que todos os alunos estejam confortáveis e
familiarizados com a linguagem utilizada. Durante o trabalho da turma, o professor
deve estar presente e ciente das elaborações de cada um, ajudando os alunos com
dificuldade por meio de questionamentos orientadores sem diminuir o nível de
dificuldade da tarefa. Por fim, a discussão em grupo não deve desvalorizar o esforço
de quem não obteve sucesso e incitar a argumentação entre as diferentes
justificativas, procurando validar, complementar ou provar se certas justificativas se
enquadram na resolução do problema ou atendem o que foi proposto na exploração.

Os diferentes tipos de raciocínio estão presentes em toda forma de ensino e


aprendizagem, e é interessante que os professores não limitem a forma que seus
alunos aprendem, nivelando pelo formalismo acadêmico que preza pelo raciocínio
dedutivo acima de outros.

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