Você está na página 1de 148

Dr.

Uronal Zancan

A conquista da
Supersaúde
Princípios básicos ao alcance de todos

Porto Alegre, 2018


© Uronal Zancan, 2018

Reservados todos os direitos de publicação para


Pro Ser Desenvolvimento da Saúde Integral Ltda
Rua Desembargador Augusto Loureiro Lima, 129/202
Cep 90.470-120 – Porto Alegre – RS
www.prosersaude.com.br
contato@prosersaude.com.br
Facebook: www.facebook.com/uronalzancan
Instagram: @dr.uronalzancan
YouTube: www.youtube.com/druronalzancan
Site: www.uronalzancan.com
Email: uronal@prosersaude.com.br
Foto de Capa: Katia Andreia Silva de Farias

Whatsapp: 51 99793-2197
Índice

Introdução

O mapa do tesouro da saúde perfeita

O que é saúde?
Saúde é a nossa natureza
Definição de saúde
Como se forma a saúde nos organismos animais e no ser humano?
A importância da epigenética
É possível melhorar a proteção epigenética?
Características de um indivíduo saudável:
A curva biológica da capacidade física e a queda após os 30 anos no ser humano

Perda momentânea de saúde


Como e por que se perde saúde?
Quais são as principais causas de agressão ao corpo, e que levam à perda de saúde?

A homeostasia e a recuperação da perda momentânea de saúde


O que é homeostasia?
Como funciona a homeostasia?

Perda progressiva de saúde


Manifestações físicas das perdas progressivas
As mitocôndrias são as únicas responsáveis pela produção de energia
Como aumentar as mitocôndrias e a produção de energia?
Sinais de perda de saúde e início das doenças
Manifestações bioquímicas

O acúmulo das perdas de saúde e o aparecimento das chamadas doenças pela Medicina Tradicional
Manifestação e diagnóstico de doenças
Tipos de doenças: degenerativas, autoimunes e traumáticas
Inflamação crônica
A piora das doenças e o aparecimento de novas doenças
Multiplicação das doenças até a morte

Diferenças entre Medicina da Saúde e Medicina da Doença

Indicadores de saúde e indicadores de doença


Quais são os Indicadores de Saúde?
Sinais de saúde 100%
Indicadores subjetivos de saúde
Indicadores subjetivos de doença utilizados para avaliar saúde
Gerenciamento dos principais indicadores de saúde

Os principais recursos para a melhoria da saúde

Diminuição da perda de saúde


Perda biológica de saúde
Analisando a perda da capacidade física

Recuperação da saúde perdida e aumento da saúde

O cérebro reptiliano é o único coordenador da saúde e da vida


Como motivar o cérebro reptiliano a aumentar a saúde?
O cérebro reptiliano pode “melhorar o corpo”?

As mitocôndrias são as principais estruturas da saúde


O que são mitocôndrias?
Relação entre cansaço e mitocôndrias
Como estimular a produção de mitocôndrias (mitocondrogênese)?
Como se dá a função mitocondrial nos outros órgãos?
Como ficam as pessoas que estão sedentárias há muito tempo ou aquelas que têm limitações?

A utilização da hormese para conquistar o melhor nível de saúde da vida


O que é a hormese?
Recursos horméticos para aumentar a saúde

O ser humano: animal racional ou irracional?


Como o cérebro funciona?
É possível desenvolver a racionalidade?

O aumento da saúde e a cura das doenças


Manifestação da doença
A ação da Medicina da Doença
A ação da Medicina da Saúde
Mecanismo de autocura
Cura milagrosa e cura quântica
Crença na cura X crença na doença

A cultura da doença e do envelhecimento


Cultura da doença: complexo de manada
A saúde é consequência de ações conscientes; a doença é fruto da inconsciência
O maior inimigo da saúde é o autossabotador
Mudança de mentalidade

O aumento da saúde até a saúde 100% é possível


Ter saúde 100% é:
Algumas considerações sobre o conceito de Saúde 100%
Esforço é a moeda da saúde
Sair da zona de conforto

Benefícios da saúde 100%


A relação entre saúde, prosperidade e felicidade
Os seis neurotransmissores da felicidade
A relação entre saúde e sucesso verdadeiro
Desacelerar, bloquear e reverter o envelhecimento
O que é envelhecimento?
Envelhecimento X Longevidade
Busca da Longevidade Saudável
Telômeros, telomerase
Limite de Hayflick
Longevidade saudável e função mitocondrial
Geração Saúde
A cura do envelhecimento
Dois caminhos diferentes para o combate ao envelhecimento

As sete dimensões da saúde


A saúde integral

A supersaúde e o supercérebro
Conquistar a supersaúde e o supercérebro
Ter uma supersaúde é:
Supercérebro
Aumentar a energia disponível para desenvolver o supercérebro
O cérebro não é um órgão vital
Desenvolver o supercérebro
Princípios para desenvolver um supercérebro
Fornecer nutrientes de alta qualidade

Morrer sem ficar doente?


A morte é inevitável, mas não deve ser antecipada
Nascemos para viver 120 anos

Mudar a saúde no Brasil


A saúde no mundo
É possível um indivíduo recuperar a saúde perdida
Um indivíduo saudável contagia outros
O centésimo macaco
Ponto de virada
Projeto de vida: mudar a saúde no Brasil
Ações sociais para a saúde
Visão futura, não tão futura assim
Palavras finais

O que é o Pro Ser?


Quem pode participar do Pro Ser?
Qual é o objetivo do Pro Ser?
Como funciona o Pro Ser?
A conclusão do Pro Ser
Introdução
A saúde é a natureza do ser humano

Acredite, este livro não está em suas mãos por acaso. De alguma forma, você foi chamado para entender e para
aplicar sua mensagem.

Você está preparado e é merecedor de conquistar uma saúde muito melhor do que a que você tem agora.

Ao abrir este livro, você já começou a caminhar em direção à supersaúde.

Todos nascemos para ter saúde durante toda a vida. No entanto, algumas questões parecem nos encaminhar para a
perda da saúde ou, o que é ainda pior, para a ideia de que “perder saúde é natural”, inevitável, e de que não temos
como escapar dessa premissa.

Essas crenças erradas e prejudiciais são intensificadas pelo que se pode chamar de “cultura da doença” e acabam se
alojando na parte mais profunda do nosso inconsciente. Isso gera pensamentos negativos que cristalizam essas
ideias também negativas e que nos afastam da possibilidade de tomar decisões corretas sobre a melhoria da nossa
saúde e sobre a conquista de mais saúde.

Além disso, existe uma indústria da doença, que lucra exorbitantemente com ações para nos deixar doentes e para
tratar essas doenças, sem nunca conseguir curá-las.

É possível quebrar este ciclo?


Sim, é plenamente possível!
Podemos fazer muito mais do que acreditamos.
E podemos alcançar resultados que nunca imaginamos.

Recuperar toda a saúde perdida e conquistar mais é possível.

E o que é recuperar a saúde? É diminuir as doenças até o ponto de curá-las, reduzindo e até mesmo eliminando o
uso de medicamentos. É conquistar um nível de saúde para nunca mais ficar doente, mesmo atingindo idades muito
avançadas.
O primeiro passo você já deu quando abriu este livro: se permitiu pensar sobre o assunto.

Você tem dúvidas e começa a não aceitar passivamente certas premissas, como a da doença como algo inevitável;
isto é muito positivo.

Este livro não chegou às suas mãos por acaso: você está pronto para conquistar mais saúde.

Siga em frente: a conquista de mais saúde é, sim, uma possibilidade inquestionável.

O que fazer?

Você precisará de uma dose de ESFORÇO, o SEU ESFORÇO POSSÍVEL, de acordo com o seu momento, a sua
capacidade e o seu tempo disponível, e de acordo com o tamanho do seu desejo de abandonar de vez a ideia de que
a perda de saúde é inexorável.

Lembre-se: qualquer que seja o tamanho do seu esforço, mesmo que muito pequeno, provocará em você
algum resultado positivo. E todo o resultado alcançado fará com que o próximo esforço exija menos energia.
Dessa forma, os resultados vão se retroalimentando, e os avanços serão sequenciais e progressivos. Cada esforço
realizado gera satisfação, e os resultados o motivarão a avançar no caminho da conquista de uma saúde cada vez
melhor.

Esses esforços o levarão a alcançar a melhor saúde da sua vida. Então, você começará a buscar 100% de saúde e, ao
atingir essa meta, seu objetivo passará a ser o de ter ainda mais saúde. Você vai buscar a SUPERSAÚDE, que é ter saúde
101, 102, 105% ou mais. Lembrando que, quanto mais aumentar a saúde física, mais aumentarão a saúde emocional e
a de todas as demais dimensões. Assim, mais aumentará a longevidade saudável, livre de doenças. Também
aumentarão as capacidades cognitiva e intelectual, e maior será a produtividade funcional no dia a dia. Enfim, a cada
aumento de saúde, aumentam a qualidade de vida e o nível de felicidade, e você se torna um ser humano cada vez
mais evoluído.

O seu esforço, que são as ações que você fará a cada dia em busca de mais saúde, será a força motriz para girar a
roda que o levará à MUDANÇA DE MENTALIDADE: Eu posso conquistar a supersaúde.

A mudança de mentalidade vai encaminhá-lo à MELHORIA DA SAÚDE com:

• DIMINUIÇÃO DOS SINTOMAS DE DOENÇAS E DE PROBLEMAS DE SAÚDE EM GERAL;


• REDUÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS;
• MENOS DORES;
• MENOS DESCONFORTOS;
• MAIS ENERGIA;
• MAIS DISPOSIÇÃO;
• MELHOR FUNCIONAMENTO DE TODOS OS ÓRGÃOS.

Independente da sua idade e das suas limitações, sempre é possível conquistar uma saúde mais elevada. Mais do
que isso: é possível alcançar um nível de saúde que você nunca teve ao longo da vida.
Ao mudar suas crenças e começar a realizar ações focadas na saúde, ainda que sejam pequenas ações, você caminhará
para o DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA PARA A SAÚDE, abandonando gradativamente a ideia imposta pela cultura
de que a doença faz parte da vida.

Você prestará atenção nas suas escolhas e nas consequências delas sobre a sua saúde e passará a fazer melhores
escolhas. A isso chamamos MUDANÇA DE HÁBITO e é a partir dessa mudança que você estará pronto para a
TOMADA DE DECISÕES que o levará à conquista de mais saúde, num processo de evolução que trará a melhoria
constante dos RESULTADOS que você gradativamente for alcançando.

Não importa a situação em que você se encontra no momento, se você tem muita ou pouca saúde. Você certamente
quer mais! E uma saúde melhor está ao seu alcance.

E o que VOCÊ CONQUISTA ao fazer esse movimento e abandonar sua zona de conforto?
• NOVO COMPORTAMENTO,
• NOVOS HÁBITOS,
• AUTO-CONHECIMENTO,
• UM CORPO FORTE,
• UM CORAÇÃO FORTE,
• UM CÉREBRO DE ALTA PERFORMANCE,
• UMA MAIOR QUALIDADE DE VIDA E
• UM NÍVEL MAIS ELEVADO DE FELICIDADE

Você conquista SAÚDE!


E pode conquistar uma SUPERSAÚDE!

A melhoria da saúde física provocará automaticamente a melhoria da saúde emocional, da saúde mental, da
cultural, da social, da ambiental e da espiritual, pois todas as dimensões da saúde estão completamente interligadas.
As melhorias progressivas da saúde nas sete dimensões impactarão diretamente a sua vida, tornando-a mais plena e
gratificante. Você se dará conta de que estará se transformando num novo ser mais humano, consciente e evoluído.
E descobrirá que cada avanço vem acompanhado de mais felicidade, pois ela está diretamente ligada à saúde que
conquistamos.
CAPÍTULO 1

O mapa do tesouro da saúde perfeita

Existem aquelas pessoas que gostariam de conquistar mais saúde e estão à procura dos caminhos que as levem a
um nível de saúde melhor. São os buscadores de saúde. Buscam achar o “mapa do tesouro” e, quando encontram
algum caminho, pensam que não é o verdadeiro, o colocam de lado e continuam procurando outro que acreditam
que será o verdadeiro. São as pessoas que buscam cursos sobre saúde, assistem a vídeos, compram livros, mas não
colocam nada em prática.

E há os conquistadores, que são os que querem ter mais saúde e não apenas gostariam de ter. Querer é uma
aspiração seguida de ação, enquanto gostaria é apenas um vago desejo.

Aqui vamos apresentar o mapa definitivo para encontrar o tesouro que é a conquista da supersaúde integral.

Conquistar a supersaúde integral é muito mais do que ter uma supersaúde física, é viver uma vida longa e altamente
produtiva, sem nunca ficar doente, e morrer com idade avançada sem passar por doenças ou por sofrimento nos
últimos anos.

Supersaúde integral é ter supersaúde em todas as demais dimensões: emocional, mental, cultural, social, ambiental
e espiritual; é viver uma vida mais plena, energizada, realizadora; é ser muito mais feliz e se tornar um ser muito
mais evoluído, um super-humano. É se tornar modelo do que deveria ser a raça humana.

Esse mapa é como todo mapa, mostra apenas a representação do território a ser conquistado. E esse território será
diferente para cada indivíduo. O caminho inicial é conhecido e já foi trilhado, talvez por você mesmo, mas, à medida
que você avançar, encontrará matas virgens nunca exploradas e terá que criar caminhos pessoais que o levem
adiante.

O mapa mostra a direção certa, mas não mostra os obstáculos e as dificuldades que serão encontradas. Talvez você
precise de outros pequenos mapas para alguns trechos dessa longa caminhada. Mas todos aqueles que se dedicarem
encontrarão “os mapas” e as indicações do que fazer quando sentirem a necessidade e conseguirão chegar ao
tesouro em algum momento da vida.
Esse mapa do tesouro está representado por um esquema ao final do capítulo. Nele é possível encontrar os pontos
do caminho que terão que ser atingidos para poder avançar até o tesouro, que é a grande riqueza assinalada no final
do esquema.

Os dois primeiros itens representam os passos dados até esse momento, que fizeram com que você tenha perdido
saúde e se afastado do verdadeiro caminho.

Eis aqui cada etapa dessa caminhada:

1. SAÚDE

Só existe saúde e perda de saúde. A doença não existe, são rótulos colocados para a perda de saúde, como veremos
adiante.

É fundamental conquistar a saúde nas sete dimensões: física, emocional, mental, cultural, social, ambiental e
espiritual, mas não há dúvida de que, sem conquistar a melhor saúde física, ninguém consegue avançar na conquista
da saúde nas demais dimensões. Pode-se até melhorar um pouco, mas nunca será possível avançar de forma
significativa e intensa sem que se tenha os melhores níveis de saúde física.

No início do PRO SER – eu acreditava que depois de 90 dias desenvolvendo a saúde física, os participantes
estariam prontos para desenvolver a saúde emocional e a saúde das outras dimensões. Porém, a prática me fez
repensar o programa e aumentar para um ano o tempo de desenvolver a saúde física. Ainda assim, após esse
período, a maioria das pessoas não está preparada para aprofundar a aplicação dos recursos que desenvolvem a
saúde nas demais dimensões.

Por isso, o conquistador da saúde deve investir o máximo de tempo possível para desenvolver a saúde física. Não
precisa deixar de se preocupar ou de realizar ações para desenvolver as outras dimensões da saúde, mas não deve
dar prioridade máxima a elas.

A definição de saúde que vamos trabalhar ao longo do livro e que baseia todas as orientações é: Saúde é o
funcionamento ADEQUADO de todas as células do corpo, interligadas em tecidos, órgãos e sistemas, que funcionam
de forma harmônica e equilibrada.

O ideal para alguém ter essa supersaúde seria os seus pais terem conquistado a melhor saúde possível antes mesmo
da concepção, já que assim poderiam transmitir a esse indivíduo uma epigenética* forte assim como, uma gestação
e uma vida o mais saudáveis possível. Uma vida saudável ao ponto de não só nunca ficar doente, mas também de
viver num nível de tanta saúde que permita o desenvolvimento de todas as condições em potencial que temos
dentro de nós, como seres humanos.

* Epigenética, que veremos no próximo capítulo com mais detalhes, são as condições que estão sobre os genes e que atuam para bloquear as
manifestações de doenças que fazem parte dos genes. A epigenética é herdada de nossos pais e pode ser modificada pelas nossas ações no dia
a dia.

Talvez ninguém tenha tido essa saúde em nenhum momento de sua vida, mas todos podem conquistá-la. Não é
impossível! É apenas muito difícil.
Não é necessário acreditar que chegará lá no alto do morro onde está o tesouro. Você pode conquistar a supersaúde
mesmo sem acreditar que consiga. Você só precisa dar o primeiro passo na direção certa. E a cada passo dado,
imediatamente será possível perceber uma sensação positiva no corpo, demonstrando que você deu um passo certo.
Isso o estimulará a dar o próximo passo. E assim se criará um ciclo virtuoso de desenvolvimento de saúde, e a cada
passo a caminhada ficará mais fácil.

Esse feedback positivo, de sentir um bem-estar sempre que dá um passo certo, é o que motiva a todos a investirem
na busca do caminho correto dentro de uma mata nunca desbravada. E, se um passo é dado na direção errada, o
corpo também sinaliza. Por isso é importante desenvolver a consciência corporal para entender os sinais do corpo.

2. PERDA DE SAÚDE

Não vamos adotar, nessa filosofia, o termo doença, utilizado pela Medicina Tradicional; vamos chamar de perda de
saúde, para manter o foco sempre no positivo.

É preciso que se acredite que o organismo tem todas as células, tecidos, órgãos e sistemas completamente
interligados. Qualquer alteração que aconteça com qualquer órgão, afeta todas as células, e as alterações ocorridas
em cada célula acabam afetando o todo.

Essa afirmação pode parecer óbvia e infantil, mas toda a medicina da doença está estruturada em cima da tese
de que os órgãos são completamente independentes. Assim, quando aparece um sintoma em algum órgão, este
imediatamente precisa ser diagnosticado e rotulado com o nome de alguma doença para que então se estabeleça
um tratamento focado apenas nesse órgão, como se o resto do corpo estivesse completamente saudável.

Na verdade, a doença não tem existência sozinha. Ela só acontece quando o indivíduo perde algum grau de saúde.
Um indivíduo saudável não tem nenhuma doença e nenhum problema de saúde. E, quando alguém perde algum
grau de saúde, perde em todas as células do organismo. É claro que algumas perdem mais enquanto outras perdem
menos.

A doença é apenas esse rótulo que a Medicina Tradicional coloca para dizer que todos os indivíduos que perdem
muita saúde num órgão e apresentam alguns sintomas e sinais semelhantes respondem a determinados
medicamentos.

A Medicina Tradicional tem o foco exclusivamente na manifestação bioquímica (exames laboratoriais) e nos sinais e
sintomas que o indivíduo que está perdendo saúde apresenta, quando já perdeu muita saúde.

Todas as chamadas doenças começam com uma minúscula perda de saúde, que repercute em todas as células do
corpo, mas mais intensamente em algum órgão. Esse órgão mais frágil irá perder saúde gradativamente com mais
intensidade que outros órgãos ou sistemas do corpo.

A doença não existe. Ela é apenas uma maneira errada e fragmentada de interpretar a perda de saúde.

3. DIMINUIR A PERDA DE SAÚDE

Se você abriu este livro é porque se deu conta de que é ilógico e irracional continuar perdendo a saúde de forma
automática sem fazer nada para diminuir essa perda. Esse dar-se conta é o primeiro passo e também o mais difícil e
importante. Esse você já deu ao adquirir este livro.
A grande maioria das pessoas acredita que perder saúde é inevitável e é consequência do avançar da idade, mas isso
é um grande erro.

É correto pensar que a perda gradativamente maior da condição física faz parte da nossa natureza e ocorre em todo
o reino animal. Após chegar à maturidade sexual e atingir o clímax da capacidade reprodutiva (no Homo sapiens
ocorre em torno dos 30 anos), o organismo tende a perder cada vez mais capacidade física, apresentando sinais de
envelhecimento à medida que avança na idade.

Essa perda de capacidade física pode ser acelerada com as mais variadas ações de autossabotagem, como
sedentarismo, alimentação prejudicial, estresse, tabagismo, por exemplo. Esses hábitos atuarão no desenvolvimento
de perdas progressivas de saúde. Por outro lado, a perda de capacidade física também pode ser retardada com o uso
de alguns recursos de desenvolvimento da saúde, como exercícios, meditação, alimentação saudável.

Existem centenas de recursos que podem ser utilizados para diminuir a perda de saúde. Alguns, inclusive,
conseguem até recuperar a saúde perdida. Diminuir a perda de saúde significa apenas que, em vez de ter uma
doença grave, como um infarto ou um câncer, aos 60 anos, pode-se retardá-lo para os 65. Isso ninguém quer. O que
queremos é parar de perder saúde para nunca ter um infarto.

4. BLOQUEAR A PERDA DE SAÚDE

Todo o trabalho para conquistar a melhor saúde da vida se dá por etapas sucessivas:
a. primeiro é necessário decidir que não se quer mais continuar perdendo saúde no ritmo em que se vem perdendo;
b. depois é o momento de começar a aplicar alguns recursos de saúde para diminuir a velocidade da perda;
c. ao notar sinais e sintomas de melhora, é a hora de aplicar cada vez mais recursos e de aplicá-los cada vez com
mais intensidade, até chegar ao ponto de parar de perder saúde.

Bloquear a perda de saúde é ter todos os indicadores de doença estabilizados, sem pioras, e inclusive melhorando
esses indicadores.

Indicadores de doença são aqueles que pioram à medida que a doença avança e melhoram à medida que a doença
diminui, até chegar aos valores ideais. Indicador de saúde é aquele que melhora à medida em que a saúde vai
melhorando. No capítulo oito, apresentaremos com mais detalhes a diferença entre esses dois tipos de indicadores.

5. RECUPERAR A SAÚDE PERDIDA

Apesar de ninguém querer uma doença grave no seu caminho, é certo que ela acontecerá em todas as pessoas que
perdem saúde. O que a maioria quer é ter saúde e poder adiar, se possível evitar, a ocorrência das doenças. No
entanto, há quem queira mais que isso, há aqueles que querem recuperar toda a saúde perdida e conquistar um
nível de saúde que nunca tiveram na vida.

Todas as doenças, sem nenhuma exceção, podem melhorar com a aplicação dos recursos de saúde, diminuindo o
uso de remédios. A grande maioria delas, inclusive, pode melhorar ao ponto de atingir a cura.
Para recuperar toda a sua saúde perdida e conquistar um nível de saúde que nunca teve na vida, é necessário aplicar
uma única regra: Utilizar o máximo possível dos recursos de desenvolvimento da saúde e utilizar cada um
desses recursos da melhor maneira possível.

A palavra possível significa que os recursos devem ser aplicados de acordo com as capacidades de cada pessoa, de
acordo com as suas limitações e suas prioridades no momento em que está vivendo.

Não existe pílula mágica, procedimento milagroso ou bênção divina. A recuperação da saúde depende apenas do
esforço pessoal. Quanto mais esforços são dedicados, maiores e mais rápidos serão os resultados. Trata-se de
merecimento.

Recuperar a saúde perdida:

• é ter todos os indicadores cada vez mais próximos dos valores ideais;
• é eliminar cada vez mais a gordura desnecessária;
• é diminuir gradativamente a manifestação dos sinais, dos sintomas de perda de saúde e dos indicadores de
doença;
• é diminuir, até conseguir parar, o uso de medicamentos de uso contínuo;
• é diminuir, até conseguir parar, o uso de medicamentos de uso eventual;
• é recuperar a capacidade física perdida;
• é aumentar os indicadores de saúde.

Para conseguir isso, não basta apenas aplicar os recursos de desenvolvimento da saúde, é preciso aplicá-los com
muita intensidade e constância. É necessário muito esforço. Somente alguns conseguem ter a disciplina, a
perseverança, e a dedicação para avançar nesta etapa.

6. CONQUISTAR A MELHOR SAÚDE DE SUA VIDA

Nessa etapa, o indivíduo já eliminou todos os sinais e os sintomas de perda de saúde e já conquistou a melhor saúde
da sua vida. Pode apresentar ainda pequenas intercorrências clínicas de perda de saúde, que são momentâneas e
que não necessitam de uso de medicamentos, pois o próprio organismo resolve essas intercorrências.

Seus exames de sangue estão no nível ótimo, todos os indicadores de doença estão no nível mínimo e seus
indicadores de saúde estão cada vez melhores, atingindo níveis cada vez mais altos.

Nesse estado, é impossível ficar doente, e seu envelhecimento ou estará bloqueado ou estará numa curva muito
leve e imperceptível.

Depois de atingir esse nível de saúde, serão necessários menos esforços para mantê-lo do que foi necessário para
chegar até aqui. Basta fazer algum esforço diário para manter essa saúde dia após dia, sem manifestar novas perdas e
sem apresentar nenhuma intercorrência clínica.

Se o indivíduo se esforçar a cada dia para não perder saúde, ele chegará em idades muito avançadas, provavelmente
acima dos cem anos, com a saúde elevada, sem nunca mais ficar doente, mantendo sua capacidade física, sua
produtividade, sua capacidade intelectual e sua lucidez elevadas até o último momento e não sofrerá nenhuma doença
até morrer.
7. CONQUISTAR A SAÚDE 100%

As pessoas que conseguem chegar à melhor saúde de suas vidas não querem apenas permanecer nesse estágio; elas
lembram que não foi tão difícil dedicar esforços para conseguir a melhor saúde de suas vidas e, então, querem mais,
querem a saúde 100%, e depois irão em busca da supersaúde.

Conquistar a SAÚDE 100% é ter todas as células do corpo funcionando da maneira mais adequada possível, sem
nenhum problema ou perturbação e ter todas elas integradas em tecidos, órgãos e aparelhos, funcionando de forma
harmônica e equilibrada.

A palavra correta é adequada e não perfeita, já que as estruturas intracelulares, biologicamente, podem sempre
melhorar. É o que acontece na supersaúde.

É muito difícil encontrar alguma pessoa portadora de saúde 100% que não tenha participado de programas
avançados de desenvolvimento da saúde. Existe um bom número de participantes do PRO SER que já conquistaram
tanta saúde, que é possível assegurar que se encontram muito próximos da saúde 100%.

A característica comum entre essas pessoas é que estão sempre dispostas a fazer esforços extras para dar um passo
a mais, a fim de conquistar um pouco mais de saúde.

8. CONQUISTAR A SUPERSAÚDE (SAÚDE MAIS DO QUE 100%)

Ninguém que conquista a saúde 100% fica satisfeito com esse nível de saúde conquistada. Todos dedicam cada vez
mais esforços para evoluir mais ainda e chegar a uma saúde 101, 102, 103, 104% e assim por diante.

E por que querem sempre mais? Não é por ambição, por vaidade e nem por orgulho. É porque, quanto maior for a
saúde conquistada, mais estarão vivendo uma vida com maior qualidade e mais felicidade:

Ter uma supersaúde (mais do que 100%) é:

• viver sem manifestar nenhum sinal ou sintoma de doença ou de qualquer intercorrência de perda de saúde;
• ter a capacidade física e a produtividade no trabalho mais elevadas do que já tiveram e em constante
aumento;
• conquistar aptidões físicas extraordinárias, fora dos padrões comuns de pessoas até mais jovens;
• viver uma capacidade intelectual e uma capacidade cognitiva elevadas, uma clareza mental e uma criatividade
que nunca teve na vida. O cérebro funciona com alta performance, como nunca tinha funcionado;
• bloquear ou, no mínimo, retardar o processo de envelhecimento;
• adquirir a certeza de que é possível viver por muito tempo, ultrapassando os 100 anos de idade, não apenas
lúcido, como mantendo toda a capacidade e a produtividade física, mental e intelectual, permitindo, inclusive,
que se mantenha a capacidade plena de trabalho.

9. DESENVOLVER A MELHOR SAÚDE POSSÍVEL EM TODAS AS DIMENSÕES


Cada melhoria na saúde física é acompanhada de melhorias em todas as demais dimensões da saúde (emocional,
mental, cultural, social, ambiental e espiritual), apenas utilizando os recursos de desenvolvimento da saúde física.

Uma vez que o corpo humano é completamente integrado, é impossível melhorar a saúde física sem melhorar a
saúde emocional e a das demais dimensões.
A cada avanço na melhoria da saúde, é natural que venha a necessidade de incorporar novos e mais detalhados
recursos para continuar melhorando a saúde física, ao mesmo tempo que há motivação para adotar alguns recursos
específicos para aprimorar a saúde emocional, a mental, a cultural, a social, a ambiental e a espiritual.

Aos poucos, é possível curar os problemas e os conflitos emocionais, despertar capacidades mentais adormecidas e
latentes, expandir a consciência, melhorar cada vez mais o relacionamento com outras pessoas, aumentar as ações
para tornar o mundo melhor socialmente e ambientalmente; e cada vez mais essa saúde se instala com atributos
elevados, como compaixão, altruísmo, caridade, bondade, paz, alegria, humildade, ética, integridade, honestidade,
tornando as pessoas cada vez mais lúcidas e evoluídas.

Ao aumentar a saúde cultural, o indivíduo sente a necessidade imperiosa de pesquisar e de estudar mais sobre como
melhorar a saúde. E, quanto mais estuda, mais adquire conhecimento, aperfeiçoa os recursos que já utiliza, aprende
novos recursos e tem a certeza de que poderá conquistar a supersaúde em todas as dimensões.

10. DESENVOLVER TODA A POTENCIALIDADE HUMANA

Nesse ponto a ciência ainda não chegou. Nunca a ciência descreveu um processo tão completo de aumento da saúde.
Talvez nunca ninguém tenha conquistado essa supersaúde que descrevemos. Se alguém a conquistou, nunca foi descrito.
E já que a ciência não pode nos ajudar, para avançar a partir desse ponto, precisamos fazer uso da filosofia e da
metafísica.

Ao acompanhar com atenção o raciocínio exposto até aqui, é plausível concordar que não é impossível conquistar
uma supersaúde. Talvez possa ser improvável, já que, na história da civilização, não se tem notícia de que alguém
tenha desenvolvido essa saúde. Mas possível é. E, se é possível, podemos lutar por esse objetivo.

Ao continuar avançando, o indivíduo desenvolverá todas as potencialidades do ser humano que estão adormecidas ou
atrofiadas. Assim como a vida surgiu da matéria há 3 bilhões de anos com o primeiro ser vivo unicelular, porque a vida
estava dentro da matéria, e a consciência surgiu da vida (há 40 mil anos) porque estava dentro dela, também podemos
esperar que a próxima etapa (transcender as condições atuais e tornar-se um super-humano) pode acontecer a partir
de uma vida consciente.

11. TORNAR-SE UM SUPER-HUMANO

Ao conquistar a supersaúde, o indivíduo não será mais o mesmo, ele terá TRANSCENDIDO as condições do ser
humano conhecidas em todas as dimensões. Ele será um novo ser, bem mais evoluído.

Quem acredita em Deus ou num Ser Supremo criador do homem deve ter a certeza de que o final da criação não é esse
Homo sapiens limitado e problemático que somos hoje. Ele deve ter criado um ser humano para se tornar muito, mas
muito melhor do que chegamos a ser até hoje.

O agnóstico ou materialista, que só acredita no processo evolutivo, certamente tem uma expectativa de que o
processo ainda não terminou e que pode ser aperfeiçoado para melhorar muito mais.
O que não se pode negar é que temos inúmeras potencialidades para desenvolver. E essa conquista da supersaúde deverá ser
a condição básica para desenvolver toda a potencialidade humana. Em algum momento, a evolução levará à superação das
condições limitantes do Homo sapiens e será possível que se chegue a um novo, superior e transcendente ser humano.
CAPÍTULO 2

O que é saúde?

Saúde é a nossa natureza

O ser humano foi programado por Deus ou pela natureza para ser completamente saudável.

Se você acredita que uma Inteligência Superior criou o ser humano, deve aceitar que Deus criou um corpo perfeito,
logo, completamente saudável. Deus não criaria a doença.

Se você não acredita que uma Inteligência Superior tenha criado o ser humano e acredita que ele é apenas fruto da
evolução darwinista, lembre-se de que a evolução da natureza, durante milhões de anos, foi aperfeiçoando o organismo
humano, eliminando todos aqueles que tinham falhas, e desenvolveu um corpo teoricamente perfeito, para não ficar
doente.

A saúde é, portanto, a única condição aceitável do nosso organismo. A doença é uma falha de funcionamento de
algum mecanismo do corpo, é um defeito que se instalou no organismo.

Definição de saúde

Do ponto de vista físico, saúde é o funcionamento adequado de todas as células do corpo, sem nenhum problema, sem
nenhuma perturbação, sem nenhuma alteração. É ter todos os órgãos e tecidos funcionando de forma harmônica e
equilibrada. Este estado chamamos de saúde 100%.

Para a OMS – Organização Mundial de Saúde – saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social.

Aqui interessa ampliarmos esse conceito, tornando-o mais abrangente para que se possa entender a saúde a partir
de sete dimensões: saúde é o estado de completo bem-estar físico, emocional, mental, cultural, social, ambiental e
espiritual. Essa conceituação em dimensões é completamente teórica. Você pode adotar quantas dimensões quiser,
mas é preciso sempre levar em conta que nosso organismo é completamente integrado e não pode ser dividido.
Como se forma a saúde nos organismos animais e no ser humano?

A saúde dos organismos animais, e também a do ser humano, se forma a partir de três fatores: a genética, a
epigenética e o crescimento. E é bem importante que se entenda a importância de cada um desses fatores e sua
influência no desenvolvimento da saúde do indivíduo.

Em primeiro lugar, é preciso desconstruir a ideia de que a genética define a saúde como se fosse uma espécie de
decreto, determinando, a priori, as doenças que a pessoa terá ao longo da vida. A genética não é importante, o que
vale é a epigenética. Todos aqueles que nasceram com uma genética muito desfavorável podem viver mais de cem
anos e morrer sem nunca manifestar a doença genética de que são portadores.

Aqui vale um breve depoimento: Minha mãe e minha avó paterna morreram com câncer de intestino. Isso significa que
é certo que tenho o gene para câncer de intestino. Não posso fazer nada para eliminar esse gene, nem pude impedir
que fosse transmitido a todos os meus descendentes. Mas eu não nasci com câncer e não desenvolvi a doença ao longo
da minha vida. Isso acontece porque existe um mecanismo que bloqueia completamente esse gene. Esse mecanismo é a
epigenética, que nasceu comigo. E enquanto eu tiver essa proteção, o gene do câncer de intestino nunca se
manifestará, mesmo que eu viva 120 anos.

A importância da epigenética

Então, mesmo que a pessoa não possa fazer nada para eliminar o gene do câncer, ou de qualquer outra doença, ela
poderá fazer inúmeras ações para ter uma epigenética mais desenvolvida ainda e, dessa forma, nunca desenvolver
qualquer uma dessas doenças. Estará “na sua mão” aumentar cada vez mais a proteção epigenética. Quanto maior
for a camada protetora da epigenética, menos chance terá a doença genética de se manifestar.

Essa capacidade de impedir a genética de se manifestar depende exclusivamente do estilo de vida adotado pelo indivíduo: a
cada ação, a pessoa pode estar aumentando ou diminuindo a camada de proteção epigenética. E, no momento em que
não tiver mais proteção, a doença se manifesta.

As características epigenéticas também são herdadas e estão relacionadas à epigenética dos pais e dos avós no
momento da concepção. O feto recebe, portanto, os padrões epigenéticos dos pais e dos avós.

A natureza, porém, é muito sábia e sempre provém ao recém-nascido uma epigenética superior à de seus pais. Por
exemplo, um casal que tenha uma doença genética, como diabetes tipo 2, porque perdeu toda a proteção
epigenética e que concebe uma criança. Ela estará ainda protegida e nascerá com o gene da diabetes bloqueado,
podendo manter essa epigenética protetora durante muito tempo e só desenvolvendo a doença se destruir a
proteção epigenética ao longo de sua vida.

A genética, portanto, não é o fator mais importante no desenvolvimento da saúde; importante é a epigenética,
porque o indivíduo pode, dependendo de suas ações, melhorar a epigenética e, assim, ficar protegido do
surgimento de doenças que estejam em sua herança genética por toda a sua vida, por mais longevo que o indivíduo
seja.
É possível melhorar a proteção epigenética?

Tudo o que for feito para proteger e para fortalecer aquele órgão que tem uma genética desfavorável aumenta a
epigenética. E, toda a ação que possa agredi-lo ou deixar de protegê-lo, diminui a epigenética.

Vamos imaginar dois irmãos gêmeos univitelinos, cujos ancestrais, tanto do lado paterno como materno, tenham
morrido com menos de 50 anos por problemas cardíacos. É certo que eles são portadores de genes para doença
cardíaca. Mas eles não nasceram com a doença e nem a manifestaram até a idade adulta.

Ao chegar à juventude, um deles passa a ter uma vida sedentária e estressante, come muito carboidrato e comida
industrializada, dorme pouco, fuma. Aos trinta anos, tem um infarto fulminante e morre. As pessoas acreditam que
“morreu por causa da genética”.

O outro irmão, porém, sempre investiu na saúde cardiovascular e realiza muitas ações para fortalecer o coração. Faz
exercícios intervalados, musculação, meditação, dorme cedo. Adotou uma alimentação saudável, parou de comer
carboidrato para não criar placas nas artérias e viveu mais de 100 anos sem nunca ter doença cardíaca.

Os dois tinham a mesmíssima genética. E nasceram com a mesma epigenética. O que aconteceu? Simples: um deles
destruiu a epigenética com que nasceu; o outro, não só a protegeu como a melhorou o máximo que pôde.

No caso de quem tem um gene para câncer de intestino, como eu, bloqueado pela epigenética, quanto mais investir
na saúde intestinal, maior será a proteção epigenética e menores serão as chances de que a doença se manifeste.
No caso do filho de diabéticos, quanto mais ele comer carboidrato, mais depressa destruirá sua proteção
epigenética, favorecendo o surgimento da doença.

Não importa, portanto, saber que genes estão gravados no seu DNA. Vale, isso sim, investir muito esforço no
sentido de melhorar a epigenética a ponto de que esses genes, sejam eles quais forem, jamais encontrem as
condições para a manifestação das doenças de que são portadores.

Características de um indivíduo saudável:

O indivíduo que possui todos os órgãos e tecidos funcionando de forma harmônica e equilibrada:

tem energia suficiente para realizar todas as tarefas do dia, incluindo aquelas muito desgastantes, e chegar
à noite sem estar cansado, contando ainda com reserva de energia;

• tem todas as células do corpo funcionando adequadamente, isto é, sem nenhuma perturbação, nenhum
sintoma ou sinal de mau funcionamento de nenhuma célula e de nenhum dos órgãos ou tecidos;
• está sempre pronto para enfrentar qualquer dificuldade ou agressão do meio ambiente, sem que haja
diminuição do funcionamento homeostático;
• tem o sono adequado e profundo, capaz de realizar a reparação de todos os danos causados durante o dia;
• tem o coração com maior capacidade para bombear sangue. A circulação de sangue é mais eficiente. Os
pulmões oxigenam mais o sangue. Tem todas essas capacidades elevadas acima de suas necessidades diárias.
Isso faz com que todas as células, que já têm mais mitocôndrias, recebam mais oxigênio para produzirem ainda
mais energia;
• tem músculos fortes, que provocam o fortalecimento de todos os órgãos do corpo (existe uma relação
diretamente proporcional entre a força e resistência da célula muscular e de todas as demais células do
corpo);
• tem todos os órgãos funcionando adequadamente e todos os exames laboratoriais no nível ótimo e não
apenas “normais”;
• tem uma saúde hormonal adequada, equilibrada e constante.

Todos estes fatores retardam o processo de envelhecimento, chegando a bloqueá-lo e até mesmo revertê-lo.

O aumento gradativo das qualidades e das aptidões de saúde não tem limites, sempre podem aumentar um pouco
mais. E, quanto melhores forem as capacidades biológicas, maiores serão as capacidades cognitivas, intelectuais,
emocionais e espirituais, e maiores serão as capacidades sociais e produtivas, levando o indivíduo a viver uma vida
mais plena, mais abundante, mais gratificante, com mais sucesso e mais felicidade.

A curva biológica da capacidade física e a queda após os 30 anos no ser humano

O indivíduo nasce, cresce e aumenta a sua capacidade física e a saúde até os 20 anos. A partir dessa idade, ele aperfeiçoa
essa capacidade e saúde e fortalece as células e todos os órgãos do organismo até os 30 anos.
Entre os 20 e os 30 anos, ele se encontra no clímax da capacidade reprodutiva e tem as melhores condições para
realizar a homeostasia e reparar os danos sofridos pelo corpo. Essa capacidade será tanto maior quanto for a saúde
construída até esse momento.

Em torno dos 30 anos, as capacidades física, reprodutiva e de reparação começam a diminuir gradativamente. Isso
exige que o indivíduo diminua as agressões e os danos a serem reparados. Caso não o faça, há a tendência de que
esses danos se acumulem, provocando a diminuição gradativa da saúde celular e dos vários órgãos e manifestando
alterações de funcionamento do organismo, que são tradicionalmente chamadas de doença ou de envelhecimento.

Quanto mais avançada for a idade, maior será a tendência à diminuição da capacidade de reparação dos danos, o
que pode levar a aumentar a manifestação de perda de saúde, desencadeando as doenças e revelando sinais
crescentes de envelhecimento, processo que é considerado normal e inevitável pela Medicina da Doença.

Sim, essa tendência de perda de capacidade física é normal, porque acontece com a imensa maioria das pessoas, mas
não é inevitável. A Medicina da Saúde defende não só que é possível evitar a perda da capacidade homeostática, a
perda da saúde e o envelhecimento, como também que é possível recuperar a saúde e a capacidade homeostática
perdidas e até mesmo reverter o envelhecimento, como será demonstrado pela melhoria dos indicadores do
envelhecimento e da longevidade. Nos próximos capítulos, veremos como se pode conquistar isso.

Essa mudança do paradigma da doença para o paradigma da saúde é fundamental para que se compreenda que é
possível recuperar toda a saúde perdida e conquistar cada vez mais saúde no caminho em direção à supersaúde.
Vale enfatizar que todos devemos manter a mente focada apenas na melhoria da saúde, realizando ações diárias
para melhorarmos seu nível progressivamente e não nos deixando sugestionar por mensagens negativas produzidas
pela cultura e pela economia baseadas na doença e focadas erroneamente na perda de saúde.

A Medicina da Saúde defende que mesmo alguém que já perdeu muita saúde, a ponto de precisar tomar remédios
para alguma doença, poderá recuperar gradativamente a saúde perdida e diminuir o uso de medicamentos até o
ponto de eliminá-los por completo. Ainda, é importante salientar que, enquanto houver necessidade de medicação,
não se deve deixar de tomá-la, uma vez que esses remédios têm a função de impedir que a doença se agrave e cause
ainda mais prejuízos ao corpo.
Capítulo 3

Perda momentânea de saúde

Como e por que se perde saúde?

É importante salientar sempre: a saúde é a nossa única natureza. A perda de saúde (doença) é um defeito, fruto de
uma falha no organismo.

Por isso, é fundamental entender como o corpo perde saúde para, nos próximos capítulos, saber o que fazer para
alcançar a saúde 100% e a supersaúde.

As perdas de saúde ocorrem sempre que o corpo sofre uma agressão e não tem as condições para reparar os danos
sofridos.

Essas perdas se dividem em quatro tipos:

1. Perdas momentâneas: algumas agressões são reparadas de imediato, aparentemente sem provocar danos, como
ocorre quando se passa de um ambiente quente de ar condicionado para um ambiente frio. O corpo sofre uma
agressão, mas consegue se recuperar sem dificuldades.

2. Perdas diárias: são as perdas que ocorrem durante um dia e que podem ser reparadas durante a noite por meio
de um sono adequado. São de dois tipos:
• internas: decorrentes do funcionamento do corpo - metabolismo, respiração, digestão, movimentação,
trabalho, sedentarismo;
• externas: comidas prejudiciais, intoxicação por químicos, situações estressantes, poluição.

3. Perdas persistentes: são aquelas que não foram reparadas no mesmo dia ou em até um ou dois dias depois da
agressão.

4. Perdas permanentes: são aquelas que já não podem ser reparadas, como a tireoidectomia (retirada da tireoide).
Quais são as principais causas de agressão ao corpo, e que levam à perda de saúde?

1. Inconsciência

Este é um fator fundamental para determinar a perda de saúde, porque é a falta de consciência a responsável pelas
escolhas erradas. A pessoa que não tem consciência realiza qualquer ação de forma impulsiva, sem pensar nos
resultados. Ela busca o prazer momentâneo sem avaliar as consequências. Toma as decisões baseadas no que gosta
ou no que não gosta, sem pensar nas implicações que elas podem trazer para sua saúde e para a sua vida.

O indivíduo consciente – e com foco na saúde – pensa antes de fazer suas escolhas e é capaz de prever as
consequências de suas atitudes, porque entende que é livre para decidir suas ações, mas sabe que agride a sua
saúde ao praticar ações erradas, e, portanto, pensa também em como minimizá-las por meio de futuras ações
positivas.

Não ter consciência é tomar atitudes de forma impulsiva, sem pensar, ou simplesmente porque todos fazem.

2. Sedentarismo

O corpo humano foi desenvolvido durante mais de 3 milhões de anos para estar em movimento constante. Ficar
parado prejudica o funcionamento do organismo. Há pesquisas que mostram que ficar sentado durante o dia mata
tanto quanto o cigarro e anula todo o exercício realizado na academia.

A vida moderna está organizada para que as pessoas tenham tudo ao alcance da mão. O indivíduo que, durante o dia,
realizou todas as atividades sentado e fez seus deslocamentos de carro, encontra no sofá da sala o seu repouso, de
preferência com o controle remoto da TV ao alcance da mão.

Esse corpo certamente sofrerá as consequências, porque esse indivíduo “parou de se mexer”. E a explicação está na
nossa história ancestral: o sedentarismo não é da natureza do ser humano.

Ser sedentário é considerado, no seu conceito mais radical, ficar imóvel durante um tempo, como permanecer sentado
durante mais de uma hora sem se mexer. Mas é claro que se deve levar em conta que existe a necessidade de um
repouso momentâneo durante o dia, principalmente após uma atividade muito intensa, como praticar exercícios de alta
intensidade.

3. Perda de força física

Esta perda é traduzida pela diminuição de massa muscular. Quanto maior é a perda da massa muscular e, por sua
vez, da força física, maior será a perda da função e da força de todos os órgãos e tecidos, e maior será a perda de
saúde e o aparecimento de doenças. Já vimos que a ciência relaciona força e resistência muscular com a força e a
resistência de todos os órgãos.
Dos três fatores mais significativos de perda de saúde, esse é o principal. Os outros dois, que veremos a seguir, são a
perda da capacidade cardiovascular e a falta de controle do estresse.

Basta que se observe a história ancestral do ser humano para ver que, quanto mais fortes eram os músculos e o
organismo, mais condições tinha o indivíduo de sobreviver.
O corpo humano está programado para perder massa muscular a partir dos 30 anos. Ainda que percam menos
massa muscular do que aqueles que trabalham em atividades intelectuais, mesmo os indivíduos que trabalham em
atividades físicas intensas apresentam essa perda.

Esse processo de perda de músculos será responsável pela perda da capacidade física, da saúde e pelo
envelhecimento natural, de todos os órgãos, ou seja, do corpo inteiro. Mas é possível frear essa perda e até
recuperá-la com exercícios de força como a musculação de alta intensidade (ação antinatural).

Infelizmente, a vida moderna, extremamente sedentária, não está apenas acentuando essa perda de força, como a
está antecipando. Hoje é possível observar a perda de massa muscular em idades mais precoces, antes mesmo dos
30 anos.

4. Diminuição da capacidade cardiovascular

Capacidade cardíaca é a capacidade do coração de bombear o sangue a cada batida, para que as artérias o levem a
circular, e para que os capilares possam distribuí-lo a todas as células.

É preciso, porém, ter clareza da diferença entre capacidade e resistência cardiovascular. Capacidade elevada é
conseguir que o sangue circule em altos volumes numa necessidade urgente como fugir de um leão, conforme
faziam nossos ancestrais. Ter resistência é conseguir manter volumes adequados de sangue circulando durante
muito tempo, como é necessário numa maratona ou numa caminhada de quinze horas.

Assim como ocorre com a força muscular, existe um processo de perda progressiva da capacidade cardiovascular a
partir dos 30 anos, que pode ser antecipada em muito, dependendo da vida sedentária da criança e do adolescente
e/ou do sedentarismo na vida adulta, mas que também pode ser retardada por exercícios que aumentem essa
capacidade.

5. Estresse crônico

Estresse é a falta de capacidade mental para enfrentar as dificuldades da vida.

Esse fator de perda de saúde pode, sozinho, eliminar todos os outros esforços para sua recuperação.

Não existe situação estressora ou chefe estressor. Essas são apenas dificuldades a serem enfrentadas. O estresse é
sempre interno, causado pela maneira como reagimos a uma situação.

O estresse libera grandes quantidades de hormônios, como o cortisol, que é muito útil no estresse agudo, mas é
altamente danoso quando o estresse se torna crônico.

O estresse agudo, que ocorre em uma situação desafiante (falar em público, saltar de paraquedas) é positivo para a
saúde, desde que ele se manifeste pouco tempo antes da atividade. Ele prepara o indivíduo para enfrentar os
desafios, como nossos ancestrais se preparavam para enfrentar o inimigo ou um predador. É diferente do estresse
crônico, que é começar a se preocupar um mês antes de falar em público.

Existe também uma diferença entre estresse percebido e não percebido. O primeiro é aquele que acontece
quando alguém discute no trânsito. A pessoa sabe na hora que ficou estressada. Esse tipo de estresse não traz
tanto problema, desde que não ocorra com frequência. O estresse não percebido é aquele que ocorre quando
alguém fica preocupado com uma questão do futuro, como achar que não será possível pagar um financiamento,
ou que não conseguirá entregar um trabalho. Esse estresse é altamente prejudicial para a saúde.

6. Sono inadequado

As agressões diárias sofridas pelo corpo provocam perdas de saúde momentâneas, que são recuperadas durante o
sono. É durante um sono adequado que o organismo realiza todas as reparações dos danos ocorridos durante o dia.
Caso isso não aconteça, a perda passa a ser persistente e o indivíduo não recupera integralmente a saúde perdida.

Apenas uma noite sem sono reparador provoca prejuízo no funcionamento de todos os órgãos e tecidos do corpo,
sendo os mais sacrificados o cérebro e os órgãos vitais como o fígado e o coração. Uma consequência clara que
demonstra o prejuízo no organismo de uma noite mal dormida é a pessoa acordar e passar o dia com embotamento
cerebral depois desse sono insuficiente.

Se a situação persiste, somando-se várias noites mal dormidas, o somatório de perdas de saúde não recuperadas
fará com que haja um acúmulo de perdas progressivamente maiores, levando à manifestação de doenças e à
aceleração do envelhecimento.

7. Alimentação inadequada

A alegada falta de tempo faz com que os alimentos rápidos – os processados industrialmente, o pão, o macarrão
instantâneo, os diferentes tipos de fast foods – sejam as escolhas mais frequentes, levando ao consumo exagerado
de químicos e de carboidratos em preparações pobres em nutrientes.

Além desses fatores, também a quantidade de alimentos ingeridos leva a grandes perdas de saúde.

A alimentação é prejudicial:

• quando o excesso de carboidratos provoca aumento da produção de insulina, que leva a um aumento da
inflamação crônica que, por sua vez, desencadeia e agrava todos os sinais e sintomas de doenças;
• quando não fornece os nutrientes necessários para o corpo realizar a reparação de todas as células, tecidos
e órgãos que sofreram agressões e danos. É fundamental que a alimentação forneça aminoácidos
(proteínas), ácidos graxos (gorduras) em quantidade suficiente, as 13 vitaminas e os 18 minerais essenciais;
• quando causa prejuízo ao organismo, como na ingestão de alimentos inflamatórios (carboidrato, glúten) ou
de alimentos com substâncias químicas (industrializados e processados);
• quando há a ingestão de alimentos em excesso, mesmo que sejam saudáveis;
• quando se come muitas vezes por dia, contrariando os mais de três milhões de anos de nossa história, em
que só se comia uma ou duas vezes por dia, se houvesse comida.

8. Falta de contato com o sol


A falta de contato com o sol não só provoca perdas significativas de saúde, por baixar o nível de produção da
vitamina D, como dificulta a recuperação da saúde perdida.

Essa falta impedirá que o organismo se beneficie, além da vitamina D, de outros elementos do sol que fazem bem para a
saúde e aos quais nem sempre é dada a devida importância: o contato direto com o sol diminui o risco de doenças
cardiovasculares, melhora o sono, aumenta a imunidade, facilita o emagrecimento, melhora o humor e as doenças
emocionais em função da liberação de endorfina e de serotonina, diminui as dores crônicas, aumenta a libido, combate
lesões da pele, entre outros benefícios.

9. Falta de suplementos

Dificilmente alguém adota uma alimentação tão saudável a ponto de suprir o organismo de todos os nutrientes e
micronutrientes necessários para a reparação que precisa ser feita constantemente.

O empobrecimento gradativo do solo e a monocultura são as principais causas da diminuição dos nutrientes nos
alimentos.

Sempre que faltar algum aminoácido, ácido graxo, vitamina ou mineral na alimentação, pode não ocorrer a
reparação de algum dano, o que pode passar a gerar uma perda de saúde persistente. Algumas pessoas têm
dificuldade de absorção de algum micronutriente e por isso é importante suplementá-lo.

Vale salientar que existem suplementos que não são utilizados para a reparação de danos, mas servem para melhorar o
funcionamento do corpo.

10. Processo de intoxicação e falta de desintoxicação

Substâncias tóxicas são todas aquelas (sintéticas ou naturais) consideradas estranhas ao nosso organismo, porque
não são utilizadas no metabolismo e sempre causam agressões que levam à diminuição da saúde.

As piores são as substâncias químicas, pois nosso organismo não consegue utilizar nenhuma dessas moléculas. Como
não é possível eliminar a substância química inteira, ela precisa ser processada (não metabolizada, mas “quebrada”
em várias partes) pelo fígado para ser eliminada pelo suor, pela urina, pelas fezes.

As substâncias químicas entram no organismo pela boca (alimentação, cigarro), pela pele (cosméticos, fragrâncias) e
pelo nariz (poluição). Uma mulher, por exemplo, chega a utilizar em média 185 substâncias químicas diferentes por
dia pelo uso de cosméticos e, segundo alguns estudiosos, a fumaça do cigarro contém em torno de 5.000 substâncias
químicas diferentes. Nosso organismo ainda não reconhece NENHUMA substância química. Todas, sem exceção, são
consideradas venenos e precisam ser eliminadas ou retiradas da circulação.

Se o fígado estiver doente ou sobrecarregado com outras tarefas, como metabolizar carboidratos, essas toxinas
químicas retornarão ao sangue e serão armazenadas na gordura de todos os órgãos. Isso causa grandes transtornos
ao cérebro, ao fígado, aos rins, ao coração, aos músculos, enfim, a todos os órgãos e tecidos. O corpo tem urgência
em retirar as toxinas do sangue. Por isso, a quantidade de toxinas químicas armazenadas nas gorduras pode chegar a
ser de quinhentas a mil vezes maior do que as toxinas circulantes.
As toxinas naturais, diferentes das substâncias químicas, são provenientes de animais e de vegetais e podem ser
entendidas pelo organismo como veneno, promovendo imediatamente uma reação de combate a ela. O exemplo
clássico é a diarreia provocada por intoxicação bacteriana. Algumas toxinas naturais são venenosas e podem matar,
mas, quando entram em pequenas doses, o organismo consegue se adaptar de forma gradativa até chegar ao ponto
de ingerir uma dose que seria mortal e não sentir nada. Isso faz parte da hormese, que será apresentada no capítulo
14. Existem algumas substâncias agressivas produzidas pelos vegetais, como o resveratrol, como forma de afastar os
predadores, mas que no ser humano estimulam reações positivas pelo nosso organismo e são chamadas de
antioxidantes.

Para realizar a desintoxicação do corpo, é muito importante diminuir as substâncias químicas que entram no
organismo e recuperar a capacidade do fígado de processar as toxinas, mobilizando essas toxinas armazenadas e
aumentando a capacidade de excreção.

Os principais agentes para a desintoxicação são os exercícios de alta intensidade com sudorese (a melhor forma) e o
suor por meio da sauna, além da alimentação saudável.

11. Diminuição da saúde intestinal

O intestino tem inúmeras funções fundamentais, que não apenas eliminar fezes. É no intestino que se processa o
final da digestão de todos os alimentos que ingerimos e que penetram no organismo através da membrana
intestinal.
É por isso que a frase “nós somos o que comemos” está errada; nós somos o que absorvemos pelo intestino.
Porque é através da membrana do intestino saudável que entram todos os nutrientes naturais. Um intestino doente
não conseguirá concluir a digestão e parte dos alimentos saudáveis sairão pelas fezes.

Se a membrana intestinal estiver doente, ela se torna permeável e permite que entrem pedaços de nutrientes ainda não
digeridos, microrganismos, toxinas, metais pesados, corpos estranhos que provocarão agressões no local e à
distância, causando agravamento da inflamação intestinal, que aumenta mais ainda a permeabilidade, assim como
aumenta a inflamação crônica do organismo, que é a principal causa de perda de saúde e será a principal causadora
das doenças autoimunes.

O intestino é considerado o segundo cérebro, pois ele tem mais terminações nervosas que qualquer outro órgão,
incluindo a medula e os nervos periféricos, perdendo apenas para o próprio cérebro. Há uma interligação muito
íntima entre o intestino e o cérebro. Tudo o que acontece com ele afeta o cérebro e vice-versa.

Para exemplificar: o intestino produz 80% da serotonina do corpo, enquanto o cérebro produz apenas 20% desse
neurotransmissor. Ele também produz mais de 75% das células imunológicas do nosso corpo. É por isso que, quando
o intestino perde saúde, todo o organismo perde mais saúde ainda, o que pode provocar doenças de todos os
tipos.

12. Falta de contato com a natureza

Durante vários milhões de anos, o ser humano viveu no meio da natureza. As cidades surgiram há apenas 10.000
anos com o início da agricultura e, mesmo assim, permaneceram completamente integradas à natureza por vários
milhares de anos. Somente nos últimos séculos é que as cidadelas se tornaram metrópoles e foram afastando
cada vez mais as pessoas da natureza.
A perda de contato com a natureza é um fator importante para diminuir a saúde, mesmo que pareça que as
pessoas estão completamente adaptadas a essa situação.

13. Exposição a campos eletromagnéticos

A crescente exposição a campos eletromagnéticos está desencadeando cada vez mais perdas de saúde sutis,
imperceptíveis, mas progressivamente maiores.

Não existe ainda comprovação científica inequívoca desta relação, até porque existe muito pouco financiamento
para realização dessas pesquisas, já que, se comprovada esta tese, haverá uma crise de grandes proporções, pois
toda a economia mundial está baseada no uso de tecnologia que emite ondas eletromagnéticas.

Embora não haja interesse em que essas pesquisas avancem e sejam divulgadas, já há muitos estudos sobre os
efeitos danosos do celular, que, além de emitir grandes quantidades de radiação – boa parte diretamente no ouvido
e no cérebro –, a quantidade de tempo de uso por dia torna-se cada vez maior com o uso de aplicativos e a
ampliação dos recursos que o aparelho é capaz de fornecer. O celular no bolso é considerado uma das causas da
diminuição crescente e assustadora da produção de espermatozoides nos adultos jovens.
CAPÍTULO 4

A homeostasia e a recuperação da perda


momentânea de saúde

O que é homeostasia?

A homeostasia é o processo por meio do qual o corpo recupera o equilíbrio e a harmonia interna depois de sofrer
alguma agressão. É a capacidade que o organismo tem de recuperar a saúde perdida em função das agressões
sofridas ao longo do dia.

Um corpo saudável, já sabemos, é aquele que tem todas as suas células funcionando adequadamente sem nenhuma
perturbação ou deficiência e no qual todos os tecidos e órgãos funcionam em harmonia e equilíbrio. O processo
homeostático trabalha constantemente para manter o corpo tão saudável quanto estava no dia anterior e para
evitar que as agressões provoquem perdas acumulativas de saúde.

Como funciona a homeostasia?

O corpo sofre agressões durante o dia, algumas decorrentes do próprio funcionamento metabólico, outras realizadas
por nós de forma inconsciente e ainda as que são provocadas pelo meio exterior (o ambiente), que são agressões
involuntárias, das quais é impossível escapar. As principais são as agressões que fazemos ao nosso corpo e também
as omissões de ações que deveríamos fazer e não fazemos.

Para reparar essas agressões, que ocorrem a todo o momento, o organismo imediatamente provoca adaptações e
correções para tentar recuperar e manter o funcionamento do corpo da melhor maneira possível, esforçando-se
para que o organismo volte a ter o nível de saúde anterior às agressões: processo homeostático.

Algumas ações ocorrem momentaneamente, como a recuperação da função cardiovascular e respiratória quando
ficamos muito ofegantes ao subir rápido uma escadaria.
Mas as principais ações de reparação das lesões sofridas e das perdas momentâneas durante o dia ocorrerão
durante o sono, desde que este seja realizado nas melhores condições possíveis e que o organismo disponha de
“material” para a reparação. Esses materiais são os aminoácidos, os ácidos graxos, as vitaminas e os minerais que
são absorvidos por meio de uma alimentação saudável.

Porém, se a quantidade de agressões for maior que a capacidade homeostática, ou se o indivíduo não possibilitar as
condições de nutrientes e de repouso adequadas para o organismo realizar seu trabalho homeostático, o resultado
será insuficiente, e o organismo não irá recuperar integralmente a saúde perdida.

É importante entender, ainda, que a principal reparação se dá na noite do mesmo dia em que o dano ocorreu e que
o organismo tem poucos dias para completar o trabalho homeostático de reparação dos danos. Depois desse tempo,
ele não terá mais condições de recuperar integralmente a saúde anterior, e o indivíduo passará a viver num estágio
de saúde inferior. Só para exemplificar, se ele estava antes com um nível de saúde 80%, ele passa a viver num nível
de saúde 79%.

A capacidade homeostática, então, será utilizada para manter a saúde no patamar de 79%. E seu esforço a partir
desse ponto passa a ser para preservar esse nível de saúde, agora menor que o anterior. Se o indivíduo continuar
acumulando danos e agressões não reparadas, ele seguirá perdendo cada vez mais saúde e começará a ficar doente.

De acordo com as perdas de saúde e a diminuição da capacidade de funcionamento do corpo, a capacidade


homeostática vai também diminuindo gradativamente os patamares para recuperação de saúde. A função da
homeostasia é evitar a perda de mais saúde e a diminuição da capacidade física do corpo e dos órgãos; ela não
consegue realizar nenhum tipo de ganho de saúde.

A única maneira de recuperar a saúde perdida ou aumentar o nível de saúde é por meio da hormese, que é a
capacidade de reagir a determinadas agressões sofridas, tornando o corpo melhor do que estava antes de sofrer a
agressão. Somente as reações horméticas conseguem aumentar a saúde, enquanto as reações homeostáticas
conseguem, no máximo, recuperar a saúde perdida.

Para otimizar a homeostasia, há três cuidados obrigatórios:


1. causar o mínimo de danos ao organismo. Dessa forma, o corpo terá menos trabalho para reparar as agressões;
2. ter uma alimentação baseada em proteínas, gorduras, sementes oleaginosas e sementes em geral e muita salada,
para ter material de reconstrução e de reparação em quantidades adequadas;
3. deitar o mais cedo possível e proporcionar as melhores condições para um sono profundo.

Já vimos, nos capítulos anteriores, que o corpo humano é a estrutura mais perfeita que existe e está preparado para
reparar, por meio da homeostasia, uma certa quantidade de danos sofridos durante o dia, recuperando todo o nível
de saúde que o corpo tinha antes de sofrer as agressões. O corpo foi feito, portanto, para estar em equilíbrio.

Porém, mesmo este corpo perfeito tem um limite suportável: se os danos forem muito intensos ou não forem
reparados imediatamente, o corpo perderá saúde e, em consequência, diminuirá a capacidade homeostática.

Existem cinco fatores que concorrem para que a reparação dos danos não seja completa:

• Falta de material para o corpo realizar a reparação, por não ter havido uma alimentação adequada nos dias
anteriores, que fornecesse todos os nutrientes e micronutrientes necessários para uma reparação completa;
• Problemas de sono, pois é durante um sono adequado que se realizam as principais tarefas de reparação;
• Danos excessivos que superem a capacidade de reparação do corpo;
• A perda de saúde do corpo, a diminuição da produção de hormônios (como o hormônio de crescimento), a
deficiência de substâncias vitais (como a vitamina D) e de enzimas (que favorecem as reações de
reparação) provocam também a diminuição da capacidade homeostática. Quanto mais doente for o
indivíduo, independentemente da idade, menor também será a sua capacidade de reparação;
• O avançar da idade, após os 30 anos, diminuirá progressivamente a capacidade homeostática como veremos
mais adiante, e se o indivíduo mantiver a mesma quantidade de agressões poderá não conseguir reparar
todas elas.

O organismo foi feito para funcionar adequadamente e sem problemas, e a mínima perda de saúde não reparada
sempre provocará alterações de dois tipos:

a) bioquímicas (medidas por exames de sangue);


b) físicas (medida por sinais e sintomas no corpo).

A questão é que os milhões de anos de evolução prepararam o indivíduo para se adaptar a essas perdas sem que se
tenha consciência sobre as consequências físicas que estão ocorrendo. E esta capacidade de adaptação é tão
poderosa que só é possível perceber as perdas de saúde e das condições física e funcional quando já estão muito
avançadas, tornando mais difícil a recuperação da perda de saúde.

CAPÍTULO 5

Perda progressiva de saúde

Manifestações físicas das perdas progressivas

Quando não ocorre a recuperação, as perdas vão se tornando cada vez maiores e criam o ambiente para o
surgimento de sinais e sintomas que sinalizam essas perdas e que, quando ficarem muito grandes, serão chamadas
de doença pela Medicina Tradicional.

O cansaço é a primeira manifestação física de perda de saúde. Chegar ao final do dia cansado e com pouca energia é
o primeiro e mais significativo sinal de perda de saúde ou início de doença e um dos indicadores de que a pessoa
está envelhecendo.

Não importa se a pessoa realiza muitas e exaustivas tarefas em seu cotidiano: chegar cansado ao final do dia é sinal
de que a produção de energia não foi suficiente para a carga de atividades realizadas.

Essa energia utilizada pelo corpo chama-se ATP e é produzida pelas mitocôndrias. Ou seja, chegar ao final do dia
cansado, depois de ter realizado tarefas cotidianas, é sinal de que as mitocôndrias não estão produzindo ATP
(energia) em quantidade suficiente.

Um médico que faz plantão na emergência de um Pronto Socorro extremamente agitado e chega cansado ao final do
dia, não está produzindo a energia que deveria para cumprir aquela tarefa. Estão faltando mitocôndrias. Esse
cansaço é o principal sinal de perda de saúde. É diferente de um indivíduo que trabalha sentado e, num determinado
dia, faz a mudança da sua casa, carregando muitos móveis pesados. Chegou cansado ao final do dia, mas este não é
o seu cotidiano. Esse cansaço pode não ser sinal de doença, mas também significa que tem pouca reserva de
produção de energia.

As mitocôndrias são as únicas responsáveis pela produção de energia

Para entender o que acontece com o organismo, pega-se o exemplo da célula cardíaca, que tem em média 5.000*
mitocôndrias. Levando em conta que cada mitocôndria tem uma vida média de 10 dias, a cada dia deverão ser
renovadas 500 mitocôndrias em cada célula cardíaca. Quem coordena essa renovação é o cérebro reptiliano
(capítulo 12), responsável pela manutenção da vida e pelo funcionamento de todos os órgãos, os tecidos e as células
do corpo. Mas ele não atua como um robô, com programações prévias; ele analisa cada situação antes de “decidir o
que irá fazer”.

Ao ter que renovar as 500 mitocôndrias que precisam ser substituídas nas células cardíacas, o cérebro reptiliano
analisará se precisa renovar todas, por serem necessárias; se pode economizar energia e renovar menos, pois estão
sendo subutilizadas; ou, ainda, se deve fazer um grande gasto metabólico e renovar um número maior do que as
500, por estarem trabalhando em sua capacidade máxima. Como a enorme maioria das pessoas passa dias sem
utilizar a capacidade cardíaca máxima, o cérebro reptiliano, substituirá sempre um pouco menos de mitocôndrias.

Uma vez que o custo metabólico e a energia gasta para aumentar qualquer estrutura no nosso organismo é muito
“caro”, o cérebro reptiliano só realizará esse “trabalho extra”, utilizando inclusive recursos de reserva, se ele concluir
que a vida está correndo risco.

Se o indivíduo foi para a academia, fez um treino intervalado de alta intensidade durante o qual o coração teve que
trabalhar acima da frequência cardíaca máxima, mesmo que só por 30 segundos, ficando extremamente ofegante, o
cérebro vai interpretar que essa pessoa estava lutando pela vida (fugindo de um leão), e concluirá que faltou energia
e que, portanto, estão faltando mitocôndrias. Logo, ao substituir as 500 mitocôndrias que precisavam ser
substituídas naquele dia, ele fará o enorme sacrifício de produzir mais mitocôndrias e produzirá, por exemplo, 510.

Por outro lado, se o indivíduo passou o dia sentado, sem elevar em nenhum momento os batimentos cardíacos, o
cérebro reptiliano vai concluir que esse indivíduo tem mitocôndrias sobrando e as está subutilizando. Logo, não será
o caso de fazer esforço extra para substituir as 500, basta produzir 495 novas mitocôndrias.

Como aumentar as mitocôndrias e a produção de energia?

O mesmo processo acontece com os músculos: se durante algum treinamento ou tarefa, a pessoa fizer esforços a
ponto de esgotar o músculo, o cérebro reptiliano providenciará o aumento do número de mitocôndrias daquele
músculo, além de melhorar as fibras musculares para realizarem um trabalho melhor no próximo exercício. Ao
contrário, se, num dia inteiro, todos os músculos forem subutilizados, o cérebro reptiliano concluirá que estão
sobrando mitocôndrias e não substituirá a totalidade daquelas que precisariam ser substituídas nem precisará reparar
toda a capacidade funcional daquele músculo, pois não está sendo necessário.

Em resumo, todos os órgãos do corpo precisam de muita energia para funcionar, e essa energia é fornecida pelas
mitocôndrias de suas células. Os músculos e o coração são os únicos órgãos capazes de desencadear o aumento ou a
diminuição do número de mitocôndrias. Os demais órgãos do corpo só conseguem aumentar o número de
mitocôndrias a partir do aumento das mitocôndrias cardíacas e musculares. Quanto mais conseguirmos, através de
exercícios, aumentar as mitocôndrias do coração e dos músculos, mais aumentarão as mitocôndrias de todas as
células do organismo.

Esse processo é muito importante para o cérebro, que é um órgão que pesa menos de 2,5% do corpo, mas consome
mais de 25% de energia para funcionar. A única maneira de ele ter mitocôndrias para fornecer energia em altas
quantidades a fim de funcionar melhor é realizando exercícios de alta intensidade suficientes para aumentar as
mitocôndrias cardíacas e musculares e, assim, aumentar as mitocôndrias cerebrais.
Quanto mais uma pessoa realiza trabalhos intelectuais, mais precisará de energia e de mitocôndrias e, por isso, mais
intensos devem ser os exercícios rotineiros. O que vemos na vida real não é isso. Quanto mais intelectualizado ou
espiritualizado é o indivíduo, menos ele realiza exercícios apropriados (alta intensidade), entendendo a atividade
cerebral como algo independente do corpo.

É importante entender que, se falta energia para as tarefas cotidianas, certamente faltará energia durante o sono
para os processos de reparação e de regeneração dos danos ocorridos nas células, tecidos e órgãos naquele dia. O
processo homeostático não poderá, assim, cumprir sua função; os danos não serão inteiramente reparados; e o
indivíduo perderá saúde. E se faltar energia para as tarefas cotidianas e para reparar os danos, certamente faltará
energia para fornecer ao cérebro, prejudicando a saúde e as capacidades cerebral e intelectual.

Então há uma relação muito íntima entre cansaço e perda de saúde. Toda a vez que você sentir cansaço de forma
continuada, pode acreditar que está perdendo saúde. E à medida que as perdas de saúde vão se acumulando, outros
sinais e sintomas físicos começam a se intensificar e a se tornar mais conscientes.

É fundamental entender, ainda, que cada nova perda de saúde que não foi reparada é acompanhada também da
diminuição da capacidade homeostática de reparação das próximas perdas. E duas situações ocorrem:

• A homeostasia não consegue mais reparar tantos danos quanto conseguia na condição anterior.
Hipoteticamente, se alguém tem uma saúde nível 65 e uma condição homeostática de reparar uma perda de
4 unidades, e sua saúde cair para 64, sua capacidade homeostática só conseguirá reparar perdas de 3,9
unidades.
• Nesse caso, a capacidade homeostática se adapta para recuperar a saúde perdida só até o nível de 64 e não mais 65.
Isso é o que torna a perda de saúde progressiva, mas não necessariamente permanente, pois essa perda de saúde
pode ser recuperada pelo mecanismo da hormese.

Sinais de perda de saúde e início das doenças

Além do cansaço inicial, o segundo principal sinal de perda de saúde é qualquer acúmulo de gordura, mesmo os
muito pequenos que normalmente são desprezados.

Existem muitos outros sinais e sintomas que não são valorizados no seu início, são negligenciados (inconsciência) e
até considerados normais, porque quase toda a população os tem.

Mas é fundamental que se entenda que esses sinais, mesmo pequenos e sutis, são importantes manifestações de
perda de saúde que levarão a perdas ainda maiores e mais significativas.

Vale lembrar, mais uma vez, que um indivíduo saudável não terá nenhum dos seguintes sinais ou sintomas:

1. cansaço;
2. acúmulo de gordura desnecessária;
3. qualquer dor, mesmo que muito leve, em qualquer parte do corpo, sem motivo. Aqui entra também qualquer
tipo de irritação ou de desconforto;
4. urina muito escura (sinal de desidratação);
5. mal-estar, desconforto sem motivo;
6. perda mínima de força ou de resistência, fraqueza sutil;
7. qualquer tipo de problemas de sono ou de sonolência;
8. mínimos sinais gastrointestinais: náuseas, mau hálito, gases, alterações nas fezes, mudança no apetite para mais
ou para menos;
9. qualquer alteração na pele: coceira, caspa, manchas, espinhas, acne;
10. qualquer edema ou inchaço leve, localizado ou generalizado;
11. qualquer sintoma respiratório: pigarro, tosse, garganta seca;
12. qualquer tipo de infecção: faringite, resfriado;
13. sintomas neurológicos: cefaleia, tonturas, tiques, dormência, formigamento;
14. qualquer sintoma sutil na visão, na audição ou no olfato;
15. sinais sutis de estresse, irritabilidade, depressão, ansiedade ou transtornos de humor;
16. qualquer tipo de esquecimento ou lapso de memória (mesmo que seja por cansaço ou estresse);
17. diminuição da capacidade intelectual mesmo que sutil (névoa cerebral, diminuição da criatividade, raciocínio
lento);
18. diminuição da libido.

Manifestações bioquímicas

Antes que o indivíduo se dê conta de qualquer um desses sinais ou sintomas, o corpo que está perdendo saúde já
manifesta alterações bioquímicas (medidas por exames de sangue) desde a primeira perda sutil de saúde.

Ainda assim, é comum que o indivíduo procure um médico para investigar o que pode estar havendo só quando as
primeiras manifestações físicas de perda de saúde se agravam. O médico solicitará os exames de sangue.

O indivíduo retorna ao médico com os resultados, e o médico o cumprimenta porque todos os resultados estão
dentro do padrão considerado “normal”. Porém, vale lembrar que os índices considerados normais são uma média
entre os piores e os melhores resultados. Assim, o valor mediano está entre os índices ótimos e os muito ruins.

Uma análise mais demorada dos resultados poderia apontar para perdas de saúde, que podem ser bem
significativas, e os índices dos exames poderiam explicar as manifestações de cansaço, as dores no corpo, o pequeno
aumento de gordura e outros sintomas que acabam ficando no campo do “não é nada”.

As manifestações bioquímicas da perda de saúde só serão valorizadas por um olhar que não se atenha aos índices
“normais”, por um médico que entenda que qualquer indivíduo deve – e pode! – alcançar os melhores resultados,
que são os resultados ideais. Estar na normalidade é estar perdendo saúde.

E se esses exames continuarem sendo avaliados pela média, sem considerar que é possível alcançar níveis ideais em
vez de apenas considerar os parâmetros “normais”, a tendência é de que a perda de saúde se torne crônica.

Um indivíduo saudável não apresenta nenhum dos sinais e sintomas da perda de saúde e nenhuma alteração na
bioquímica dos exames de sangue.

O organismo humano é totalmente interligado de forma harmônica e equilibrada. Qualquer mínima perda de saúde
do corpo provoca alterações em todas as células, no entanto, algumas podem sofrer menos e outras mais, de acordo
com a genética e a epigenética do indivíduo, o que leva um órgão a manifestar mais a perda de saúde do que outros.
Esse órgão cujas células sofreram mais perdas apresentará mais sinais e sintomas do que os outros, e isso ficará
evidente nas alterações apresentadas nos exames de sangue, mesmo que o indivíduo ainda não tenha consciência do
sinal ou sintoma sutil e “desprezível” que o corpo emite.

Para a Medicina da Saúde, essa mínima perda já demonstra que o indivíduo não está saudável, mas a Medicina
Tradicional não vai considerá-la dessa forma.

A Medicina Tradicional, que é focada apenas em doenças, não percebe a perda de saúde inicial como doença e só vai
chamá-la assim quando a perda for exagerada, ultrapassando valores laboratoriais considerados normais.

A partir dessa perda inicial, qualquer perda adicional determinará que o indivíduo estará cada vez menos saudável.
Não existe denominação para este estágio, e a Medicina da Saúde não usa o termo doença. Um termo para definir o
estágio que estaria entre a saúde e a doença, poderia ser dissaúde (etimologicamente, dificuldade na saúde).

Uma vez que a Medicina Tradicional nunca entende a perda de saúde como algo que ocorre em todas as partes do
organismo, o médico tradicional não volta seu olhar para a saúde, mas somente para a manifestação da doença;
não olha para o corpo todo, mas para o órgão ou o sistema mais afetado, entendendo a manifestação da doença
como algo isolado.

A doença só é considerada pela Medicina da Doença a partir do momento que os exames clínicos daquele órgão
estão muito alterados e não é associada ao acúmulo de perdas de saúde que está ocorrendo em todo o organismo.
O paciente refere os sinais e sintomas, e o médico faz a associação entre os sintomas e uma doença. A partir daí, são
solicitados outros exames, que permitirão o diagnóstico e a definição do tratamento mais adequado apenas para
aquele órgão.

Somente a partir dos resultados desses exames, e se esses resultados estiverem fora do padrão considerado normal,
é que o médico passa a atuar, indicando e monitorando o tratamento. E, de forma isolada, esse tratamento poderá
se estender, geralmente por toda a vida, sem nunca chegar à cura, porque não é possível algum tratamento curar
qualquer doença. Se a doença se estabeleceu pela perda da saúde do organismo inteiro, a cura só poderá se dar com
a recuperação dessa saúde perdida. E para isso não existe nenhum tipo de tratamento, apenas a utilização dos
recursos de saúde.

A Medicina Tradicional não valoriza as pequenas perdas de saúde até que o agravamento dessas perdas chegue ao
ponto de provocar algum sintoma grave em algum órgão. O médico da doença, com seu olhar fragmentado e focado
apenas naquele órgão mais sintomático, coloca um rótulo e passa a chamar aquela grande perda localizada com o
nome de uma doença conhecida. Esse médico desconsidera que a perda de saúde que afeta o organismo como um
todo foi causada por um estilo de vida inadequado e se ilude, acreditando que o tratamento para aquele sintoma
localizado pode ajudar o paciente. Infelizmente, ele não consegue se dar conta da inutilidade de seus esforços em
recuperar a saúde do órgão e por isso afirma com todas as letras que aquela doença não tem cura.

Vale destacar que a atitude passiva do paciente também contribui para esse quadro, uma vez que esse paciente – o
“paciente perfeito” para a Medicina Tradicional – acredita no médico como detentor da verdade absoluta e não o
questiona sob nenhum aspecto, entendendo que a doença faz parte da vida e que só o médico poderá minimizá-la.
CAPÍTULO 6

O acúmulo das perdas de saúde e o aparecimento


das chamadas doenças pela Medicina Tradicional

Manifestação e diagnóstico de doenças

Para entendermos melhor esse processo, pensemos em um personagem que tem a tendência familiar, de ambos os
lados, para diabetes. Desde o início da gravidez, seus pais lhe proporcionaram uma vida saudável, com exercícios,
boa alimentação e todos os fatores que contribuem para fortalecer o funcionamento adequado de todos os órgãos e
do sistema pancreático em particular. Sua glicemia estava sempre entre 72 e 73, e sua insulina, entre 1 e 2, que é a
faixa ideal para esses exames.

Esse indivíduo torna-se adulto, sai de casa e começa a relaxar com os cuidados de sua saúde, adotando alguns
comportamentos agressivos ao corpo e não dando condições para que o mecanismo homeostático recupere as perdas
do dia por meio de um sono reparador. Em pouco tempo, sua saúde 100% começa a diminuir, incluindo a saúde
pancreática.

A glicemia passa para a faixa de 74 a 75, e a insulina para o nível 3. Se pensarmos a partir do ponto de vista da saúde
– não da doença – vamos observar que a glicemia subiu dois pontos, e que a taxa de insulina elevou em um ponto,
sinais inequívocos de que o pâncreas já não está funcionando tão bem como antes. O pâncreas, portanto, perdeu
alguma saúde.

Como o corpo humano funciona de forma interligada, essa é uma sinalização de que todo o organismo perdeu
alguma parcela de saúde e de que todas as células do corpo não estão mais funcionando com 100% de sua
capacidade. O monitoramento de outros exames bioquímicos também apresentará pequenas alterações.

O personagem dessa história, que está perdendo a sua saúde, ao fazer o checkup, recebe do médico a afirmação de
que seus exames estão excelentes. A Medicina da Doença raramente se preocupa com a história passada e com o
estilo de vida dos seus pacientes.
Se o médico se detivesse um pouco mais numa análise que levasse em conta a vida pregressa do nosso
personagem, chegaria a duas constatações:

a) as condições excepcionais desse indivíduo são consequência de uma vida pregressa perfeita, que iniciou na
concepção e durou até a sua vida adulta;
b) esse indivíduo passou a adotar um estilo de vida incompatível com uma vida saudável.

Como o médico não consegue olhar para a saúde, pois não foi formado para isso, e ainda disse ao paciente que
nunca tinha visto resultados tão positivos, o nosso personagem deixa o consultório acreditando que pode seguir o
mesmo estilo de vida, uma vez que os comportamentos agressivos ao corpo não estariam afetando sua saúde.

A continuação da história já é possível imaginar: nosso personagem, que já vinha apresentando perda de saúde, não
só manteve os hábitos errados, como adotou outros comportamentos agressivos ao corpo, entendendo que, por ter a
saúde excepcional elogiada pelo seu médico, não teria maiores problemas. E sua perda de saúde vai seguir se agravando.

Dois anos mais tarde, ele volta para novo checkup. Agora sua glicemia chega a 95 e sua insulina está em 15;
aumentou cinco quilos no peso corporal; e sua cintura abdominal está quatro centímetros maior. Seu IMC passou de
23 para 24. Nada que afete sua estética.

O médico novamente sinaliza que os exames apresentam resultados normais e que seu peso também está dentro da
normalidade. Mais uma vez nosso personagem sai do consultório achando-se indestrutível: apesar de todos os erros
cometidos durante os últimos anos – alimentação inadequada, sedentarismo, consumo de álcool – ele continua com
os exames normais.

Nem o paciente e nem seu médico conseguem ver o que é nítido: há uma acentuada e visível perda de saúde. O seu
corpo e os resultados dos exames mostram isso! Mas a Medicina da Doença não reconhece a perda de saúde
enquanto ela não for tão grande que necessite de medicamentos.

Assim, a história segue, e o organismo do nosso personagem continua perdendo saúde. A cintura aumenta, a energia
diminui, a produtividade no trabalho desacelera, os sintomas psicológicos aparecem, e ele vai se adaptando a uma
vida mais restritiva.

Os exames de sangue seguem piorando, até que a glicemia chega a 126 e a insulina a 30. O médico então faz o
diagnóstico da diabetes, seguido da afirmação: “Essa doença não tem cura!” e informa para o nosso personagem
que ele deverá tomar medicamentos para o resto da vida, a fim de evitar problemas mais graves como a perda das
pernas, dos rins ou da visão.

Diante da manifestação de um conjunto de sinais, os médicos da doença avaliam os sintomas mais salientes, que na
verdade revelam perda de saúde geral, e colocam um rótulo que, no caso do personagem dessa história, é a
diabetes.

O médico, além de não ter olhado para a saúde do paciente, ao diagnosticar a doença, lhe diz duas grandes
mentiras: uma delas, que a diabetes não tem cura, quando na verdade tem para TODOS os pacientes; a outra é que
os medicamentos serão capazes de controlar o avanço da doença, evitando a perda da visão ou do rim ou mesmo a
perda do pé ou da perna, quando na verdade, essa perda pode ocorrer mesmo para alguns que tomam os remédios
de forma adequada.
A pior parte dessa história é o fato de que ela não é inventada: é situação real e corriqueira que acontece milhares
de vezes, todos os dias, nos consultórios médicos. E não só em relação a diabetes, mas com todas as mais diferentes
expressões clínicas de perda de saúde, chamadas erroneamente de doenças.

Vale perguntar: quando foi que esse paciente ficou diabético? Foi quando sua glicemia chegou a 126 ou quando o
pâncreas começou a falhar e sua glicemia passou de 72 para 74? É óbvio que a doença começou a se manifestar na
primeira expressão de perda de saúde pancreática.

Esse raciocínio vale para todas as doenças. Todas elas começam com uma minúscula perda de saúde, que repercute
em todas as células do corpo, mas mais intensamente em algum órgão do organismo. Esse ponto mais frágil irá
perder saúde com mais intensidade que outros órgãos ou sistemas do corpo.

Uma vez ouvi de um chefe de bombeiros que um grande incêndio começa sempre por uma pequena fagulha. Da
mesma forma, qualquer doença grave, assim como a antecipação da morte, começam por um pequeno sinal de
perda de saúde que foi desprezado.

A doença não existe, ela é apenas uma maneira errada de interpretar uma grande perda de saúde.

Enquanto o paciente – orientado pelo médico – acreditar que a diabetes é uma doença que precisa de tratamento
medicamentoso, ele não vai se curar. E verá a sua doença progredir. Ele só conseguirá ter alguma chance de curar a
sua diabetes quando parar de olhá-la como doença e passar a entender a sua expressão, que é a perda de saúde
pancreática, como uma perda de saúde geral em função das agressões sofridas pelo organismo.

Tipos de doenças: degenerativas, autoimunes e traumáticas

A perda de saúde gradativa e progressiva leva inevitavelmente a perdas cada vez maiores, até o ponto em que a
Medicina Tradicional a rotula de doença.

Existem três tipos de doenças: as degenerativas, as autoimunes e as traumáticas.

As doenças degenerativas são as que se incluem no raciocínio utilizado até aqui: a perda de saúde progressiva afeta
de forma mais contundente algum órgão, que perde mais saúde que o resto do corpo, provocando um processo de
diminuição de seu funcionamento, manifestando alterações degenerativas cada vez maiores nas suas células, até ser
diagnosticada como doença.

A doença autoimune sofre um percurso de manifestação semelhante no seu início, mas as perdas de saúde vão se
sucedendo gradativamente, até chegar a um ponto em que o organismo literalmente “enlouquece” e não mais
reconhece algumas células ou órgãos do corpo como naturais, passando a considerá-los como um corpo estranho,
como se um “inimigo” tivesse sido “implantado”, precisando ser combatido para que sua presença seja
completamente eliminada.

Ninguém consegue explicar como isso acontece. Na maioria das vezes, a doença autoimune é precedida por uma
significativa perda de saúde, levando a um processo degenerativo, até que o sistema imunológico descompensa e
começa a atacar algum órgão ou sistema.

No entanto, também há casos em que não há esse histórico de perda progressiva de saúde antes de a doença ser
diagnosticada, como ocorre, por exemplo, na diabete tipo 1 que ataca crianças pequenas.
Inflamação crônica

A origem do que a Medicina Tradicional chama de doença é a inflamação crônica sistêmica silenciosa.

Quando batemos a canela na quina da cama, na mesma hora aparece uma marca vermelha, que depois ficará roxa; a
inflamação é essa reação do corpo à agressão que sofreu. A vermelhidão, que depois vira um hematoma,
acompanhada de dor e de edema, sinaliza que o corpo reagiu à batida, “enviando” mais sangue ao local agredido,
criando uma inflamação aguda curativa.

Essa é uma inflamação visível, mostrando o esforço do corpo em curar os danos daquela lesão. A inflamação que causa
as doenças degenerativas e autoimunes não é visível. Ela é fruto das agressões que o corpo sofre, mas essas
agressões são de outra ordem, bem diferente da batida na quina da cama.

As inflamações causadoras de doenças se originam, como já vimos, a partir de agressões cotidianas como a
alimentação inadequada, o sedentarismo, o uso abusivo de álcool, o fumo, entre outras. Essa inflamação é silenciosa
porque não tem sintomas, é crônica porque é de longa data e dura muito tempo e é sistêmica, porque circula por
todos os sistemas, ou seja, por todo o corpo, afetando-o de maneira geral.

Quando essa inflamação entra em contato com um ponto frágil, uma “falha” no organismo, encontrando um órgão
que está geneticamente fragilizado, ela afetará ainda mais o seu funcionamento e, a partir daí, começam a surgir os
sintomas localizados. Essa inflamação poderá se manifestar por meio de qualquer sintoma ou doença: de uma
pressão alta, do aparecimento de diabetes, de uma hérnia na coluna, de uma gastrite e de muitas outras formas,
conforme o órgão afetado.

Se as agressões não cessarem, ou seja, se o indivíduo seguir o mesmo estilo de vida, sem foco na saúde, a tendência
será o agravamento desses sintomas e o aparecimento de doenças mais graves, que afetarão sua qualidade de vida,
obrigando-o a agressivos tratamentos e provocando limitações.

Uma vez que as pessoas não fazem a ligação entre seu estilo de vida e o surgimento das doenças, ignorando que a
inflamação crônica e silenciosa é a resposta às perdas de saúde causadas pelos danos não reparados, acabam
aceitando a ideia absurda de que o aparecimento de doenças é consequência da idade ou da genética, ou de que é
uma tendência natural do corpo se deteriorar com o passar dos anos.

Pior ainda: a imensa maioria das pessoas que têm diagnóstico dessas doenças, passa a conviver com elas, enfrentam
longos – e às vezes dolorosos – tratamentos, numa adaptação passiva, sem nunca se questionarem sobre a
possibilidade de cura por meio do aumento dos níveis de saúde. E, mais dramático ainda, vivenciarão a piora dos
sinais, o agravamento dos sintomas e as manifestações dessa doença.

As doenças traumáticas, diferentemente das degenerativas e das autoimunes, são aquelas causadas por quedas e
por acidentes de toda a ordem. Nesses casos, também é importante entender que a utilização dos recursos para
melhoria da saúde fará toda a diferença no sentido de se evitarem as quedas, por exemplo.

Um corpo forte, com músculos fortes e boa condição cardiorrespiratória estará mais protegido contra esse tipo de
acidente. Estudos comprovam que um idoso forte cai cinco vezes menos. E, mesmo quando a queda acontece, o
indivíduo que tem alto nível de saúde terá mais e melhores chances para se recuperar de qualquer lesão, inclusive
de fraturas, sem que lhe fiquem sequelas limitadoras.
A piora das doenças e o aparecimento de novas doenças

A crença de que perda de saúde e surgimento de doenças não têm relação acaba por levar ao agravamento das
doenças e ao surgimento de outras enfermidades associadas.

Tome-se o caso do paciente diagnosticado com diabetes, por exemplo. Se ele não entender que precisa aumentar os
níveis de saúde de todos os órgãos para chegar à cura da sua doença e que apenas a medicação e os cuidados com a
alimentação não levarão à cura, a tendência será o agravamento da doença e o inevitável surgimento de outras
enfermidades relacionadas ao pâncreas e a outros órgãos vitais.

Nessas situações, geralmente vence o senso comum: a crença de que a doença é da natureza do ser humano e que
não há como fugir dela à medida em que os anos avançam. Pior ainda: a crença de que envelhecimento e doença
caminham juntos.

Multiplicação das doenças até a morte

O diagnóstico de alguma doença pela Medicina Tradicional é apenas o primeiro sinal de grave perda de saúde. Se o
indivíduo continuar adotando um estilo de vida que diminua sua saúde, a doença diagnosticada tenderá a piorar
cada vez mais, apesar dos tratamentos e do uso de medicamentos.

Enquanto o paciente e seu médico olharem apenas para o órgão ou o sistema que sinalizou a doença, não haverá a
possibilidade da cura. É preciso levar em conta que o corpo é um organismo completo, interligado e complexo, e que
se há uma manifestação de doença é sinal de que o corpo inteiro perdeu saúde. Se isso não for considerado, a
doença seguirá se agravando e comprometendo outros órgãos e outros sistemas, que também manifestarão
doenças. Essa perda progressiva da saúde que se manifesta em outros órgãos, fará com que novas doenças, ainda
mais graves, sejam diagnosticadas, e outros medicamentos sejam acrescentados ao tratamento.

Ao seguir o “comportamento de manada”, por acreditar no que todos acreditam, ou seja, que as doenças fazem
parte da vida e que o único jeito de tratá-las é por meio de remédios e tratamentos médicos, as pessoas,
literalmente, “caminham para o matadouro”.

Um paciente diagnosticado com pressão alta sai do consultório com uma receita de medicamento que, segundo o
médico, vai controlar sua pressão. Esse indivíduo seguirá o mesmo estilo de vida que vinha adotando até aqui.
Afinal, o remédio vai fazer a sua parte e, na crença desse paciente, ele estará protegido de qualquer problema mais
sério. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que têm a pressão normal (120/80), “só precisam tomar medicamentos”. É
sabido, no entanto, que a medicação tem ação paliativa; ela vai, de fato, manter a pressão estabilizada, mas agindo
apenas no sintoma, sem levar em conta que esse indivíduo seguirá perdendo saúde.

Essa perda continuará acontecendo e se tornará cada vez mais importante, porque essa pessoa segue sedentária, sua
alimentação é baseada em carboidratos, ela dorme tarde, não procura ter contato com a natureza, tem altos níveis de
estresse, e assim por diante. Ela não muda o seu estilo de vida e não busca os recursos para a melhoria da saúde.

Além de manter um comportamento que continua provocando cada vez mais perdas de saúde, todos os
medicamentos utilizados, sem exceção, aceleram esse processo, pois são químicas agressivas e provocam outras
doenças que também precisarão ser medicadas. Essas doenças chamam-se Iatrogenia e já são a terceira causa de
morte nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, ou seja, na maioria dos países do mundo.

Por fim, se o indivíduo não investir na recuperação da sua saúde, ela continuará diminuindo e novas e fatais doenças
se manifestarão – câncer, infarto, AVC, Alzheimer, Parkinson –, antecipando em várias dezenas de anos a sua morte.

Morrer não é o maior problema. O mais grave é que, quanto mais a morte natural é antecipada, maior é o período
de sofrimento. Um indivíduo doente sofre vários anos e cada vez mais intensamente antes de morrer, enquanto um
indivíduo que não perdeu tanta saúde e não manifestou doenças graves morre com muito mais idade e
praticamente sem doenças e sofrimento. A única forma, portanto, de reverter as doenças e seus desdobramentos,
chegando até a cura, será por meio da utilização dos recursos que podem elevar os níveis de saúde.
CAPÍTULO 7

Diferenças entre Medicina da Saúde e Medicina da


Doença

A Medicina da Saúde, na verdade, não existe, pois medicina significa diagnóstico e tratamento. Saúde não precisa de
diagnóstico e não existe nenhum tipo de tratamento para melhorar a saúde. Esse termo só está sendo utilizado para
diferenciar claramente as condutas e os recursos que aumentam a saúde daqueles tratamentos que visam diminuir
as consequências das doenças.

A Medicina da Doença foca sua atuação no diagnóstico e no tratamento de doenças. O médico que segue essa linha,
como abordado nos capítulos anteriores, não costuma considerar as pequenas perdas de saúde nem valoriza o
aparecimento de sintomas como o cansaço, o pequeno aumento de gordura, a insônia e as dores no corpo como
expressões de perda de saúde.

O “profissional da doença” considera o resultado dos exames a partir das indicações de “normalidade” e não há uma
análise individualizada que considere a história pregressa do paciente e as mínimas alterações dos exames
laboratoriais. Se o paciente apresenta glicemia de 90, está dentro da normalidade (entre 70 a 99), portanto, está
“tudo bem”; e se, no próximo exame, ele apresentar 95, ainda continuará dentro dos padrões “normais”. O médico
não valoriza o fato de que houve, entre um exame e outro, uma perda de saúde maior.

Deste modo, as perdas de saúde vão se sucedendo, mas, de acordo com o que esse médico acredita e pratica,
enquanto não houver a manifestação exagerada de perda de saúde (doença), ele não tem o que fazer; atuará com todo
o seu conhecimento só a partir do momento em que seu paciente estiver clinicamente com exagerada perda de saúde
(doente). Somente quando a perda de saúde for muito intensa, esse médico dará o diagnóstico, rotulará o paciente e
fará a indicação do tratamento, que se baseará em medicamentos a serem tomados por toda a vida. Essa é, via de
regra, a forma como a Medicina Tradicional atua.

Os médicos tradicionais não costumam olhar o corpo como um todo, como um sistema integrado que ele é, e estão
muito distantes de enxergar o paciente como alguém que tem um corpo, uma mente e um espírito. O médico da
doença olha para o sintoma mais aparente e trata o órgão “doente” de forma isolada, como se cada órgão
funcionasse de forma independente, sem ligação com os demais. No caso das doenças crônicas – diabetes,
hipertensão e outras – o diagnóstico funciona como “um carimbo na testa”, um rótulo que não poderá ser removido
até o fim da vida do paciente: doente crônico, sem cura!

O médico tradicional não busca entender por que essa doença se manifestou ou em que medida o estilo de vida do
paciente levou ao seu surgimento; e não se preocupa se esse estilo de vida pode levar ao agravamento do quadro e ou
até mesmo à morte. Não é considerada a perda de saúde gradual em função das agressões sofridas pelo corpo graças
ao estilo de vida do paciente, e nenhuma informação lhe é dada no sentido de melhorar sua saúde como um todo e,
assim, buscar a cura.

Nessa mesma linha, há a chamada Medicina Preventiva, também focada na doença, pouco se diferenciando da
Medicina Tradicional, uma vez que todas as orientações são no sentido de “não adoecer” e nunca no sentido de
“conquistar saúde”. Diferentemente do que pode parecer, já que se diz “preventiva”, também essa forma de
atuação coloca a doença no centro das atenções, o que equivale a dizer que as doenças existem e que é da natureza
do ser humano ficar doente. Por isso mesmo, a Medicina Preventiva não previne doenças.

Quando eu praticava a Medicina Tradicional, focada na doença, eu passava orientações aos meus pacientes de como
prevenir doenças. Eu fornecia uma lista de 42 maneiras de ter menos dor na coluna; uma delas era ensinar a levantar
peso do chão. Mesmo assim, tanto eu como todos os meus pacientes apresentávamos, eventualmente, dores na
coluna. Quando passei a praticar e ensinar a promoção da saúde e orientei os pacientes a fortalecerem ao máximo
possível os músculos da coluna, eu e eles paramos de ter dores, mesmo quando levantávamos peso de forma errada.

Outro exemplo de que a Medicina Preventiva não funciona está relacionado com a famosa frase das avós: “nunca
tome banho quente e pise num chão frio para não ficar resfriado”. Mesmo seguindo a orientação, ficamos
resfriados. O que se deve fazer é investir em saúde e aumentar a imunidade. Só assim será possível tomar banho
quente, pisar num chão frio e pegar uma corrente de ar gelado e nunca ficar resfriado.

Diferentemente dessa atuação da Medicina Tradicional e da Medicina Preventiva, que têm o foco na doença, a
Medicina da Saúde tem como objetivo a promoção da saúde. O profissional que atua por meio dela entende que a
pessoa é um todo – corpo, mente e espírito – e acredita no desenvolvimento da saúde para além dos “exames
normais”. Ele orienta para a busca de resultados ideais. Ao olhar o paciente de forma mais completa e integrada, o
profissional da saúde será capaz de observar pequenas perdas de saúde, valorizará sintomas como o simples
cansaço, e vai considerar as mínimas oscilações nos exames, ainda que estes apresentem valores “normais”. Para ser
um profissional de saúde não é necessário ser médico, mas só os médicos podem ser denominados como Médicos
de Saúde. E, infelizmente, somos poucos, menos de mil entre os mais de 400.000 médicos no Brasil.

O médico com foco no desenvolvimento da saúde não indicará, por exemplo, um remédio para controlar a pressão
arterial se, entre uma consulta e outra, a pressão do paciente ficou mais alta; ele buscará entender o porquê dessa
alteração e estimulará o paciente a buscar os recursos para a melhoria da sua saúde como um todo. Às vezes poderá
ser necessário utilizar medicamentos temporariamente, enquanto se recupera a saúde perdida, mas indicar a
medicação não resolverá a hipertensão, ela continuará a existir, e a tendência será o seu agravamento, pois o
paciente seguirá o mesmo estilo de vida, não será estimulado a refletir sobre o que o está levando a perder saúde e,
pior que isso, assumirá o rótulo de hipertenso sem questionamentos.

O médico focado na promoção da saúde não trabalha para reduzir sintomas ou para tratar doenças, sua atuação é
no sentido de alcançar a cura, aumentando ao máximo a saúde do paciente ao orientá-lo para a utilização dos
recursos que apresentam evidência científica como eficazes para o desenvolvimento da saúde.
É importante entender que há, nesse caso, um trabalho em parceria entre o médico e seu paciente, porque a
Medicina da Saúde entende que o paciente é o agente da própria saúde. O médico será uma espécie de orientador
(ou consultor) que apresentará e orientará a adaptação dos recursos para a melhoria da saúde, mas é o paciente
quem fará os esforços para utilizar o máximo desses recursos da melhor forma possível, a fim de parar de perder
saúde e de alcançar os resultados ideais em seus exames e a cura de suas doenças.

O médico da saúde acredita que o corpo saudável é aquele que funciona em harmonia e equilíbrio, e que as doenças
não existem, o que existem são distúrbios de saúde causados pelas agressões que o corpo sofre, voluntária e
involuntariamente. Esse médico conseguirá orientar o indivíduo à recuperação da perda de saúde e à cura das
doenças, mesmo das doenças crônicas ou aquelas consideradas muito graves, diferentemente do médico tradicional,
que tratará a manifestação da doença de forma isolada, sem acreditar na possibilidade da cura.

É importante entender que todos os médicos são formados em Medicina da Doença. Durante toda a sua formação e
especialização, eles só estudam doenças. Preparam-se, exaustivamente, para entender cada vez mais sobre doenças
e maneiras de diminuir seus efeitos, e isso é motivado por nossa sociedade, que tem a cultura de doença e fica cada
vez mais doente. Por isso, os médicos da doença não devem ser criticados por não saberem nada sobre
desenvolvimento de saúde, pois é impossível estudar todo o necessário para diagnosticar e tratar doenças e ainda
ter tempo para estudar sobre saúde.

O quadro a seguir compara as diferenças entre a Medicina da Doença e a Medicina da Saúde sob vários aspectos.
Sempre que se ouve falar em indicadores de saúde, na verdade, fala-se de indicadores de doença. Teoricamente,
indicadores de saúde deveriam mostrar dados de saúde, mas, na realidade, mostram dados de doença (de
morbidade ou de mortalidade).

Ao realizar pesquisas nos bancos de dados do Brasil (IBGE, DATASUS, Ministério da Saúde), o único dado verdadeiro
de saúde que se encontra é o índice de amamentação no primeiro ano. Os demais dados disponíveis são indicadores
de doenças (morbidades e mortalidades). Em artigos estrangeiros, também se encontram muitos dados sobre
doenças que dizem ser indicadores de saúde, mas nenhum deles pode ser considerado, efetivamente, um indicador
de saúde.

Por uma questão semântica, devemos utilizar a expressão Indicadores de Saúde para medir o grau de saúde de um
indivíduo e Indicadores de Doença para medir o grau de perda de saúde. Como, de acordo com as pesquisas, isso
nunca foi utilizado, estabeleceremos alguns critérios para poder elencar alguns Indicadores de Saúde.

Todos os exames laboratoriais são indicadores de doença e utilizaremos como exemplo um exame conhecido como
glicemia em jejum.

• Os valores normais estão entre 70 e 99, enquanto os valores ideais estão entre 70 e 77,5 (o melhor quartil).
E o que significa isso?
• A faixa ideal é onde se situam os indivíduos que têm a melhor saúde possível do pâncreas.
• Todos os indivíduos que têm glicemia acima de 77,5 são pessoas que perderam parte da saúde do pâncreas,
logo, não são mais saudáveis, mesmo sendo estatisticamente consideradas dentro da normalidade de uma
população na qual 95% também perdeu saúde pancreática.

• Mesmo um indivíduo que esteja na faixa ideal, com glicemia de 77, por exemplo, pode ter perdido alguma
saúde pancreática. Cada pessoa tem o seu nível ideal de glicemia. Alguns é 71, outros 73, e outros, ainda, 77.
• Qualquer afastamento do valor ideal do indivíduo é sinal de que ele não é mais saudável. Não tem mais
saúde 100%. Todo o seu organismo perdeu algum percentual de saúde e uma das manifestações é a perda
da saúde do pâncreas.
• O valor ideal é aquele que não pode mais ser melhorado em nada, mesmo que o indivíduo aumente cinco
vezes a saúde do corpo inteiro. Por isso que a glicemia não pode ser um indicador de saúde

A glicemia será sempre um Indicador de Doença (mede a perda de saúde e a recuperação desta perda). Quanto mais
se afastar dos seus valores ideais, mais o indivíduo será considerado doente, mesmo que a Medicina da Doença só
venha a chamá-lo de diabético quando o valor subir tanto que ultrapasse 126.

Outro Indicador de Doença muito comum é o surgimento de qualquer acúmulo de gordura desnecessária. O
organismo pode ter dois tipos de gorduras: a gordura essencial e a desnecessária. A gordura essencial é fundamental
para a vida e serve como reservatório de energia. A única maneira para diminui-la é estando desnutrido. Toda vez
que ela é consumida para realizar alguma tarefa, é imediatamente reposta na próxima refeição.

A gordura desnecessária, como o nome diz, é aquele acúmulo de gordura que o corpo nunca precisa, e seu depósito
é sinal inequívoco de perda de saúde e de que o organismo não está funcionando completamente bem. É um dos
sinais mais comuns de aumento da inflamação crônica do corpo. Esse tipo de gordura divide-se em dois tipos: a
visceral, que se localiza em todos os órgãos e é muito mais grave, e a gordura subcutânea. Alguns indivíduos têm
mais subcutânea e são os gordinhos, pois ela aparece mais; em outros, prevalece a visceral, comum nos magros com
barriguinha.

O método mais recomendado para medir a gordura do corpo é chamado de Dexa e utiliza o mesmo equipamento
que mede a densitometria óssea, mas a bioimpedância também pode ser utilizada, pois tem um nível de acerto
acima de 95% em relação ao Dexa.

É muito raro encontrar algum indivíduo apenas com gordura essencial e sem nada de gordura desnecessária. Eles
são os que podem ser chamados de saudáveis 100%, ou estão muito perto disso. Nesse tipo de indivíduo, mesmo
que aumente de forma absurda a sua saúde, o percentual de gordura não se altera, não diminui mais. Então, o
indicador de acúmulo de gordura não serve para medir o grau de saúde, mas apenas para medir o grau de perda de
saúde. Alguns atletas conseguem ter apenas a gordura essencial, pela quantidade exagerada de gastos energéticos
nos treinamentos, porém nenhum atleta é saudável, mas isso é outro assunto.

Quanto mais se afastar do percentual de gordura essencial, mais o indivíduo estará perdendo saúde (ficando
doente), mesmo que sua gordura ainda esteja na faixa de atleta.
CAPÍTULO 8

Indicadores de saúde e indicadores de doença

Quais são os Indicadores de Saúde?

Para ser um indicador de saúde, precisa ter três características:

• deve mostrar grau de saúde de um indivíduo e não se referir a dados e situações de perda de saúde
(doença);
• os valores devem melhorar a cada vez que aumenta o nível de saúde do organismo;
• os valores não têm parâmetro máximo. Como a saúde pode aumentar indefinidamente e atingir níveis
superiores a 100% (supersaúde), os valores dos indicadores podem também aumentar sem limites.
• São apenas quatro indicadores de saúde acessíveis do nosso corpo físico que obedecem a esses três fatores
e podem aumentar a cada vez que aumenta a saúde:
• número de mitocôndrias celulares, que é a única organela celular que produz energia. Quanto mais
mitocôndrias tiver, mais energia as células e o corpo produzem, e maior será o grau de saúde desse corpo
(essa medição só pode ser feita em laboratórios sofisticados de universidades avançadas);
• tamanho dos telômeros, que medem a longevidade do indivíduo. Quanto maior for o telômero, maior será a
saúde e a longevidade de um indivíduo;
• aumento da capacidade cardiovascular e respiratória;
• aumento da força física e da massa muscular e, em consequência, aumento da Taxa Metabólica Basal.

Existem dezenas de outros Indicadores de Saúde mais sutis, que envolvem outras dimensões da saúde que não a
física, e podem aumentar indefinidamente, mas são mais difíceis de medir, como, por exemplo:

• a capacidade intelectual;
• o grau de paz interior, de calma e de tranquilidade;
• o nível de felicidade;
• o grau de espiritualidade.
Vale dizer que, por meio do acompanhamento de quase 5.000 participantes do Pro Ser e do Programa 100 Dias, é
possível comprovar que, quanto mais saúde física um indivíduo conquista, mais se evidencia a sensação de melhoria
desses indicadores mais sutis das demais dimensões, ainda que não seja possível medi-los.

Sinais de saúde 100%


(dados empíricos, provenientes da minha observação dos participantes do PRO SER):

1. Não ter nenhuma gordura desnecessária


Cintura umbilical: H < 80 e mulheres < 70
Quanto mais magro for o biótipo (ectomorfos), menor será a sua cintura umbilical, comparado com o
endomorfos (mais gordo). Isso também acontece no percentual para estabelecer a gordura essencial.
2. Ter capacidade cardíaca para realizar o teste de Cooper – correr 12 minutos numa distância acima de 2.400 m.
3. Não ter nenhum sinal ou sintoma de desconforto, mal-estar ou qualquer intercorrência física ou clínica.
4. Ter sempre energia sobrando, mesmo ao final de um dia de muita atividade.
5. Ter todos os exames de sangue no nível ótimo ou no melhor quartil.

Indicadores subjetivos de saúde

1. Nível de energia ao final do dia: energia sobrando, sem manifestar cansaço.


2. Qualidade do sono.
3. Qualidade do intestino.
4. Qualidade da pele: sem nenhuma lesão, umedecida (não ressecada sem sinais de doença).
5. Qualidade da digestão.
6. Postura e fácies de indivíduo saudável.

Indicadores subjetivos de doença utilizados para avaliar saúde

1. Indicadores negativos:
ausência de doença;
ausência de sintomas;
ausência de problemas de saúde;
ausência de perda de saúde.
2. Eliminação de medicamentos de uso eventual ou contínuo.
3. Eliminação de sintomas do corpo (dores, alergias, cansaço, insônia).
4. Eliminação de sintomas das funções do corpo: intestino, sono, energia.

Gerenciamento dos principais indicadores de saúde


Quem quer ter saúde, deve focar em saúde e não olhar para a doença. Não se deve dizer “eu quero diminuir a
doença”. A palavra forte dessa frase é o substantivo doença. O inconsciente grava a palavra mais forte, estimulando
sua realização. A cultura ocidental valoriza a doença e utiliza indicadores de doença, mas é importante e necessário
educar-se ou treinar para focar e falar sempre em saúde. Deve-se utilizar os indicadores para mostrar como está a
saúde e os seus progressos, pois o uso de indicadores de saúde estimula a mente e trabalhará a favor da saúde.
CAPÍTULO 9

Os principais recursos para a melhoria da saúde

Até o capítulo anterior, entendemos como se pode perder saúde e manifestar doenças. Neste capítulo, veremos os
recursos que melhoram o funcionamento do organismo e podem provocar desde a diminuição e o bloqueio da perda
de saúde até a recuperação da saúde perdida.

É bastante comum ouvir as pessoas dizerem que gostariam de ter mais saúde. E quem não gostaria? A grande
questão é: não é possível ganhar saúde, receber saúde gratuitamente. Saúde não se ganha. Não é possível pedir
saúde nem a receber como um presente divino.

Se você reza a Deus, nunca peça saúde nas suas orações. Ele nunca atende a esses pedidos, pois nunca fará o
trabalho que você deve fazer. Peça sempre que Ele mostre o caminho para conquistar mais saúde e os próximos
passos que você deve dar. O fato de estar lendo este livro é sinal de que Ele está te mostrando o caminho.

O primeiro passo para ter saúde é ter a intenção de ter saúde ou, melhor dizendo, querer conquistar saúde. Querer
é desejo acompanhado de ação. É muito mais do que “gostaria de ter”. Toda a conquista exige compromisso, e você
se compromete com aquilo que realmente quer conquistar. Porque todo o compromisso exige esforço. Quando se
quer muito conquistar alguma coisa, é preciso lutar para alcançar o objetivo. Se você quer saúde, terá de lutar por
ela. Para atingir a maior saúde possível, o máximo de recursos deve ser utilizado.

Os recursos de saúde podem ser utilizados para diminuir a perda (perder em ritmo menor), bloquear a perda (parar
de perder saúde) e até para recuperar a saúde perdida para, em seguida, aumentar o nível de saúde de forma
ilimitada.

Recursos são instrumentos que estão à disposição e que podem ser usados com intensidades variáveis, desde uma
intensidade moderada até uma altíssima intensidade, mas mesmo esforços mínimos serão capazes de gerar algum
resultado positivo. E, vale relembrar: os progressos serão sempre proporcionais à quantidade de “moeda” que o
indivíduo estará disposto a “gastar” para atingir seu objetivo: conquistar mais saúde. A “moeda” para conquistar
saúde é o esforço, e quanto maiores forem os esforços na aplicação de cada recurso de saúde, maiores serão os
resultados alcançados.
Portanto, só há uma maneira para melhorar a saúde: diminuir todas as manifestações de perda de saúde, as
chamadas doenças ou problemas de saúde, e chegar a curar a grande maioria das doenças. E, para isso, é preciso
aplicar o máximo de recursos de saúde possíveis e fazer isso da melhor maneira possível.

É fundamental que se entenda a palavra possível no sentido de adaptar cada um dos recursos às próprias condições,
dificuldades, problemas ou limitações. O recurso (como o exercício, por exemplo) é o mesmo para todas as pessoas
e deve ser aplicado por todos de forma adaptada às suas condições para que se consiga o máximo de resultados
positivos sem nenhuma consequência negativa. Quanto mais recursos forem utilizados e quanto melhor for a
utilização de cada um deles, maior será o nível de saúde conquistada.

Entretanto, ninguém deve se sentir obrigado a aplicar algum recurso além da sua capacidade naquele momento.
Essa obrigação gera estresse, que prejudica a saúde num nível às vezes superior ao benefício trazido pelo esforço.

Existem centenas de recursos que favorecem a recuperação e o aumento da saúde, mas apenas treze deles são
considerados obrigatórios, porque, se não forem aplicados, não será possível avançar na conquista da saúde.
Para explicar com detalhes esses recursos, seria necessário escrever um livro inteiro sobre cada um. Aqui, será
apresentada uma introdução, que certamente levará os leitores a seguirem pesquisando para saberem mais e
aprofundarem essas explicações.

1. Desenvolver a consciência para a saúde

Ter consciência na saúde é perguntar-se sempre antes de realizar qualquer ação:

• Qual será a consequência dessa ação na minha saúde?


• Posso fazer de forma diferente para aumentar mais a minha saúde ou diminuir menos a agressão ao meu
corpo?
• Se a ação causar uma consequência negativa, eu aceito essa consequência negativa?
• O que eu vou fazer, depois dessa ação, para compensar essa consequência negativa?

O primeiro passo é desenvolver a consciência corporal. Isso significa aperfeiçoar-se para compreender a linguagem
do corpo, entendendo quando ele está manifestando sinais e sintomas de problemas, para poder afastar as causas,
ou quando ele está comunicando sua satisfação por estarmos realizando ações de melhoria e, assim, seguir em
frente com mais ações positivas semelhantes para a saúde.

Precisamos também ter a consciência dos pensamentos: tudo aquilo de que a mente se ocupa materializa-se; tudo
nasce no pensamento. Antes que alguma situação aconteça, ela é pensada antes mesmo de ser falada. Por isso, é
muito importante que o pensamento e as palavras sejam positivos e focados na saúde. Pensar e falar em problemas,
como dizer que está com dor, é fortalecer o problema.

Conquistar saúde exige ações práticas, mas é fundamental que a mente esteja envolvida, manifestando só
pensamentos positivos e falando frases positivas. Se é saúde o que você quer, fale em saúde, deseje saúde,
trabalhe com o foco essencialmente na saúde.

O foco na doença não ajudará a combatê-la, ao contrário, as queixas sobre dores e sintomas colocarão a doença no
centro dos seus pensamentos. Só pense e só fale em saúde. Observe as reações e os avisos do seu corpo, entenda e
respeite cada um deles.
2. Fazer musculação (exercícios com peso)

Os exercícios com peso aumentam a massa muscular, o que significa tornar os músculos mais fortes. E ter as células
musculares mais fortes significa ter todas as células de todos órgãos mais fortes, levando ao aumento e à melhoria
significativa das estruturas intracelulares como as membranas, que protegerão mais as células e as mitocôndrias,
que vão gerar mais energia e, portanto, mais saúde.

Em relação a isso, vale lembrar a história ancestral do ser humano, por meio da Filogenética, pela qual se pode
compreender que a força física foi o principal diferencial na escala humana: os mais fortes sempre foram os líderes
do grupo, os que se alimentavam com os melhores pedaços da caça, os que podiam escolher as melhores fêmeas (e
vice-versa) e os que mais sobreviviam. Eram eles que tinham as melhores condições para se defender das feras e das
adversidades, e sobreviviam mais. Para os mais fracos, ficavam as sobras, os alimentos rejeitados e, por essa razão,
adoeciam mais e morriam mais cedo, acabando por não deixar descendentes. Nós somos descendentes dos
indivíduos mais fortes da história da civilização e nosso cérebro reptiliano ainda reage como se estivéssemos na pré-
história.

Então, estar mais forte faz diferença. E faz toda a diferença se o objetivo é conquistar saúde.

Ficar mais forte significa também ter mais mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia. Se há falta de
mitocôndrias, há falta de energia, e isso é perda de saúde: chama-se disfunção mitocondrial funcional, principal causa
de muitas doenças. Ficar mais forte é ter a membrana celular, a principal estrutura celular, mais forte e mais resistente.

Não importa a idade, a doença ou a limitação, todos devem fazer musculação ou outro exercício contra resistência.
Quanto mais idoso e fragilizado for o indivíduo, mais fraco ele será e mais será preciso fortalecer o seu organismo e,
por isso, maior será a importância desse recurso.

3. Fazer exercícios intervalados de alta intensidade

A segunda principal causa de perda de saúde é a diminuição da capacidade cardiovascular e respiratória. Então, se
quisermos aumentar a nossa saúde, precisamos aumentar a capacidade do coração de bombear mais sangue a cada
batida, aumentar a capacidade do pulmão em oxigenar esse sangue, aumentar a capacidade dos vasos sanguíneos
em distribuir esse sangue a todas as células do corpo e aumentar a quantidade de hemácias para transportar mais
oxigênio para todas células do corpo. Ou seja, precisamos aumentar a nossa capacidade cardiovascular e
respiratória.

Isso só é possível se fizermos o coração trabalhar no máximo de sua frequência cardíaca, ou seja, trabalhar com o
máximo de batimentos cardíacos por minuto. É diferente de aumentar a resistência do coração para manter um
batimento suficiente a fim de realizar uma tarefa durante um longo tempo, que é o que o atleta necessita numa
maratona. Quando alguém tem um problema cardíaco, ou até morte súbita, durante uma maratona ou um triátlon, é
porque essa pessoa tem grande resistência, mas pequena capacidade cardíaca.

Só existe uma maneira de aumentar a capacidade cardiovascular e respiratória, que é fazer um exercício de
altíssima intensidade num tempo muito curto, digamos 30 a no máximo 60 segundos. A intensidade deve ser tão
alta, que o indivíduo fique ofegante. E quanto mais ofegante ele ficar, maior será o estímulo para aumentar a
capacidade cardíaca.
A indicação para se chegar a esse aumento da capacidade cardíaca são exercícios intervalados de alta intensidade
seguidos de períodos de recuperação: pode ser a corrida anaeróbica (não usa oxigênio parar produzir energia) ou,
mais modernamente, o HIIT (High Intensity Interval Training) ou, em português, Treinamento Intervalado de Alta
Intensidade).

Todas as pessoas, desde o jovem altamente saudável até o idoso fragilizado e com problemas cardíacos, deveriam
aumentar a capacidade cardiovascular.

4. Ter um sono adequado

É durante o sono, como vimos, que se realizam as principais tarefas de reparação (homeostasia e hormese) dos
desgastes sofridos pelo corpo, consequências dos processos metabólicos internos e das agressões externas sofridas
ao longo do dia. Se não forem realizadas na mesma noite do dia em que o dano aconteceu, essa reparação não será
mais realizada completamente, e o acúmulo de danos levará à perda de saúde persistente e ao envelhecimento.
Vale ressaltar que o sono adequado depende de três fatores: deitar cedo, ter um sono profundo e dormir tempo
suficiente. A melhor hora para deitar é ao escurecer. Quanto mais esse horário for retardado, menos efeito de
reparação terá o sono no corpo e, principalmente, no cérebro. Por isso, o último horário adequado para deitar-se
é até as 23 horas; depois desse horário, o processo de reparação ficará prejudicado.

Mas, para ter o melhor processo de reparação possível, não basta apenas deitar cedo. É preciso utilizar todos os
recursos possíveis para ter um sono profundo e reparador. É preciso que a alimentação seja a mais saudável
possível para fornecer todos os nutrientes e micronutrientes que serão usados na reparação durante o sono.

Não há consenso sobre quanto tempo se deve dormir, mas a maioria dos estudiosos recomendam em torno de sete
horas. Portanto, dormir seis ou menos ou passar de oito horas pode causar prejuízo à saúde.

5. Fazer meditação

Existem dezenas de maneiras de realizar meditação, mas todas têm o objetivo de controlar (gerenciar) os
pensamentos na mente. Este é um recurso importantíssimo. Todos são, mas a meditação é o recurso que vai
potencializar todos os outros.

A meditação é tão importante que um indivíduo que aplique todos os outros recursos, mas não medite, pode sofrer
um estresse de alta intensidade que leve à doença grave e fatal, anulando todos os demais esforços na aplicação dos
outros recursos. É preciso aprender a controlar a mente para gerenciar o tipo de pensamento e de sentimento, e
isso se faz com a Meditação e a Mente Atenta.
A sua prática vai levar ao controle da mente, e é isso que vai diferenciar o indivíduo consciente, racional, capaz de
observar a si mesmo e de fazer boas escolhas para sua vida daquele indivíduo robotizado, que age por impulso,
influenciado por situações exteriores a ele, ainda que esse comportamento o leve à perda de saúde.

A prática da meditação desperta a capacidade de observar o funcionamento do corpo (consciência corporal), as


sensações, os pensamentos, as emoções, o comportamento e as palavras. Meditar é treinar a vontade para que
esta gerencie a mente e, assim, selecione os pensamentos e os comportamentos, sem permitir que o indivíduo seja
manipulado ou levado a atitudes inconscientes que despertem a autossabotagem e acabem por encaminhá-lo para
as escolhas ruins.
Em resumo, meditar é encontrar o seu observador, é treinar a capacidade de “ver-se de fora”. Somente dessa
forma o indivíduo deixará de ser manipulado, submisso, e passará a controlar sua mente, escolhendo as atitudes que
o levarão a conquistar saúde: é preciso aprender a usar o “observador” para testemunhar se a vontade consegue
controlar a mente e o corpo para que ambos avancem no caminho da saúde.

6. Praticar mente atenta – Mindfulness

Praticar a mente atenta, ou Mindfulness, como é chamada cientificamente, é um tipo de meditação, mas com um
efeito muito mais importante, porque é realizada durante alguma atividade.

A mente atenta é a mente completamente focada naquilo que o indivíduo está fazendo, desde as atividades mais cotidianas,
como escovar os dentes ou lavar a louça, até aquelas mais complexas como redigir um artigo ou preparar a apresentação de
um projeto ou, ainda, o momento da apresentação.

Ter a mente atenta, o nome já diz, é ter toda a atenção voltada para a ação que está sendo realizada; é ficar
completamente no presente, não permitindo que a mente se ocupe com pensamentos do futuro (medos e
angústias) e do passado (onde estão os conflitos emocionais) e sem julgamento; é manter a atenção completamente
focada em dar o melhor de si na atividade que está realizando.

E o que isso tem a ver com a conquista da saúde? Tem tudo a ver! Porque aquele indivíduo que é atento ao trabalho
da vontade conseguirá aplicar cada um dos recursos obrigatórios com a máxima capacidade, porque estará atento e
focado no recurso.

A vontade, que pode ser desenvolvida indefinidamente, é a capacidade de um indivíduo fazer o que deve e é certo
para aumentar ainda mais a sua saúde em todas as dimensões e de deixar de realizar os impulsos inconscientes
autossabotadores que podem levar à perda de saúde.

A utilização da mente atenta provoca um aumento do nível de consciência, e cada ato – cada atitude, cada escolha –
é realizado de forma cada vez mais racional, permitindo que se planejem as escolhas no sentido de, mesmo que se
faça uma escolha ruim, como comer um doce ou deixar de ir à academia, ela seja feita de forma consciente e com a
clareza de que terá de compensar essa escolha para recuperar a saúde perdida. A mente atenta, junto com a
meditação, será responsável por deixar o “observador” sempre focado na vontade para que ela mantenha a mente
sob controle.

Há uma explicação bioquímica sobre os benefícios da prática da mente atenta: quando a mente está
completamente focada no que está fazendo, o cérebro produz e libera vários neurotransmissores – endorfina,
serotonina, dopamina e anandamida – que provocam sensação de bem-estar e diminuem a produção de cortisol,
conhecido como o “hormônio do estresse”.

Enfim, a prática da mente atenta, além de “proteger” o indivíduo do “autossabotador”, o deixará mais feliz e, obviamente,
mais saudável. Você pode e deve praticar a mente atenta a qualquer momento do dia. E quanto mais você pratica, maior
será a sua capacidade de concentração, de lucidez, de bem-estar e, principalmente, de equilíbrio das emoções. Ninguém
que pensa antes de agir escolhe fazer o mal para si e para os outros.

7. Adotar uma alimentação saudável


Alimentar-se de forma saudável é um dos dez mais importantes recursos, é o recurso mais popular e mais seguido
entre todos os recursos para a melhoria da saúde, mas muitas pessoas pensam que estão adotando uma
alimentação saudável e estão cometendo erros graves por não saberem o que os alimentos fazem no organismo.

Adotar uma alimentação saudável é diferente de fazer regime, dieta ou adotar um programa de emagrecimento.
Estes têm início, meio e fim. Adotar uma alimentação saudável requer mudança de postura para o resto da vida, ou
ao menos enquanto a pessoa quiser ter saúde. O emagrecimento e a boa forma são a consequência e nunca
objetivo da mudança de estilo de vida.

Existem muitas linhas diferentes, cada uma dizendo que a sua é a melhor maneira de adotar uma alimentação
saudável. Todas, entretanto, têm em comum três princípios:

• evitar comidas ou bebidas que causem danos ao corpo;


• nunca deixar de comer alimentos necessários para uma boa nutrição;
• nunca comer em quantidades exageradas ou insuficientes.

Os estudiosos de nutrição saudável mais respeitados no mundo são aqueles que defendem dez princípios básicos
que podem ser considerados de forma integral e segura:

1. Diminuir ao máximo os alimentos inflamatórios, aqueles que aumentam a produção de insulina, que levam a
um aumento da inflamação crônica do corpo, que geram e agravam todas as doenças conhecidas. Os principais
alimentos inflamatórios são os carboidratos (quanto mais ele aumentar a produção de insulina, pior ele será).

• Ingerir carboidratos não é essencial para o funcionamento do nosso corpo, pois todos os carboidratos
necessários são produzidos pelo organismo.
• Povos como os esquimós, que nunca comem carboidratos, não apresentam as doenças degenerativas das
populações que comem esse tipo de alimento.
• As gorduras boas fornecem energia de muito melhor qualidade que os carboidratos. Por isso, elas devem
ser a principal fonte de energia, seguidas das proteínas. Somente em último caso se deve usar os
carboidratos.

2. Diminuir, e se possível eliminar, todos os alimentos que contenham substâncias químicas. Isso inclui todos os
alimentos processados industrialmente e aqueles que recebem agrotóxicos.

• Aqui estão incluídas todas as gorduras chamadas de ruins: gorduras trans, hidrogenadas, margarinas, óleos
vegetais e todas aquelas que passam por qualquer processo não natural.
• É aceito usar, temporariamente, uma substância química, como o adoçante, enquanto estiver se livrando
da compulsão de comer doces, por exemplo.

3. Aumentar a saúde intestinal pelo uso de alimentos fermentados (kefir de leite, chucrute, kombucha) e todos os
tipos de vegetais e hortaliças, incluindo-se os brotos e os germinados.

4. Ingerir a maior variedade possível de alimentos para fornecer o máximo de nutrientes: aminoácidos (das
proteínas) e ácidos graxos (das gorduras boas) e de micronutrientes (vitaminas e minerais).
5. Suplementar aqueles nutrientes que não se consegue mesmo numa alimentação diversificada e otimizada. As
principais causas de alimentos pobres em nutrientes são a monocultura, o empobrecimento do solo e a
diminuição da agricultura familiar.

6. Evitar qualquer excesso de alimento, mesmo os saudáveis. Por exemplo, comer ovos é saudável, mas comer dez
ovos numa única refeição é prejudicial à saúde.

7. Não comer muito seguido. A linha nutricional que recomenda comer de três em três horas não é defendida por
nenhum estudioso de nutrição avançada e não encontra respaldo na história da civilização, pois nunca houve
comida suficiente para isso, a não ser depois da Segunda Guerra Mundial, com o advento dos alimentos
industrializados.

8. Fazer jejum é muito importante. Se for o jejum intermitente (18 horas por seis de alimentação), pode ser feito por
vários dias seguidos.

9. Fazer uma hidratação adequada para conseguir manter a urina sempre clara e diluída.

10. Fazer da alimentação um momento sagrado, alimentando-se com a máxima consciência possível, de forma
lenta, mastigando adequadamente para conseguir a melhor digestão possível.

• É importante acreditar que você é o que você digere e não o que você come, por isso alimente-se de forma
a ter melhor digestão possível. Lembre-se de que a digestão começa pela mastigação e foque sua atenção
para desenvolver a melhor saúde intestinal possível.

8. Fazer jejum e jejum intermitente

Estes são recursos da alimentação que, por serem muito importantes, devem ser tratados separadamente.

Todas as pessoas deveriam fazer jejum ou, ao menos, o jejum intermitente, mas é importante entender que é
necessário preparar o corpo para ficar ao menos 18 horas sem comer sem entrar em sofrimento, o que causaria
estresse. Durante o período de jejum, o organismo deve estar treinado a usar as reservas energéticas (gorduras)
para geração da energia necessária para o funcionamento do corpo e para a realização de todas as tarefas.

A única reserva energética do nosso corpo são as gorduras. A utilização das gorduras para fornecer energia chama-se
metabolismo lipídico, que é muito mais nobre e eficiente que o metabolismo glicídico, à base de carboidrato. Além
de ser muito mais eficiente, ele gera muito menos resíduos.

O metabolismo glicídico, apesar de ser muito mais fácil de ser usado pelo nosso organismo, é extremamente danoso
ao corpo, pois gera uma quantidade muito grande de radicais livres, causadores de doenças e envelhecimento. Além
disso, como não existe reserva de carboidratos no corpo humano, eles precisam ser ingeridos constantemente, para
não manifestar a fome. Por isso, surgiu a prejudicial recomendação de comer de três em três horas.
A grande maioria das pessoas só utiliza o metabolismo glicídico e seu organismo “desaprendeu” a usar o lipídico.
Essas pessoas não devem fazer jejum, pois seus corpos entram em sofrimento, produzindo muito cortisol,
aumentando a inflamação crônica e prejudicando a saúde. Quem tem o organismo preparado para fazer jejum
nunca sente fome.

Alguns passos necessários para fazer jejum são, por ordem progressiva:
• recuperar o metabolismo lipídico;
• fazer jejum noturno (não comer durante a noite);
• fazer exercício em jejum;
• fazer jejum intermitente (das 18 horas até o meio-dia);
• fazer exercício em jejum intermitente; e
• finalmente, estender o tempo para 24, 36, 48 e 72 horas. Há controvérsias se jejuns maiores seriam
benéficos para a saúde.

9. Manter níveis elevados de vitamina D

Existem dois tipos de suplementos: a vitamina D e os suplementos nutricionais. A vitamina D é fundamental para a
manutenção da saúde. Ela deve ser produzida pelo contato direto dos raios UVB (ultravioleta B) na pele. Quando isso
não acontece, nos períodos de inverno, em várias regiões, como no Sul do Brasil, ela precisa ser suplementada.

Quanto mais baixos forem os índices de vitamina D, maiores serão os riscos de doenças graves; quanto maiores
forem os níveis, melhor será a saúde e o funcionamento de centenas de reações metabólicas e enzimáticas do corpo,
tornando-se mais fácil conquistar mais saúde e evitar as perdas (doenças).

Sabe-se que indivíduos que se expõe aos raios UVB do sol diariamente, como no Nordeste do Brasil, conseguem
apresentar níveis de vitamina D no sangue de até 100 ng/ml. Por isso, considero esse valor como o indicador da
necessidade de vitamina D. A Medicina Tradicional utiliza a estatística para determinar os valores normais (não
ideais), e ao verificar que a maioria das pessoas (que não tomam sol regularmente) tem valores entre 30 a 50,
considera que 30 é “suficiente”.

Existem muitas discordâncias quanto aos valores ideais de vitamina D a ser conseguida pela suplementação. A
Medicina Tradicional, como vimos, considera que valores acima de 30 ng/ml são suficientes, mesmo que estejam
muito abaixo de valores conseguidos por pessoas em contato direto com o Sol. Estudiosos de saúde preconizam
níveis mais elevados, porém não há consenso de qual seja o nível ideal. Atualmente, adoto e recomendo para os
participantes do PRO SER níveis entre 60 a 80 ng/ml.

10. Usar suplementos

Já vimos que a alimentação, por mais saudável que seja, e mesmo que seja a mais variada possível, não é capaz de
fornecer todos os micronutrientes (vitaminas, minerais) de que o corpo precisa. Isso deve-se a alguns fatores
como o empobrecimento do solo, o uso de agrotóxicos, a prática da monocultura, entre outros. Por isso é
importante utilizar alguns suplementos. Entre eles, existem os essenciais, que todos têm que usar; os
recomendáveis e convenientes, que as pessoas podem usar; e existem as carências individuais que precisam ser
interpretadas e repostas de acordo com cada situação. Essenciais são aqueles que faltam no organismo de todas
as pessoas, como o ômega 3 e o magnésio.

Mas é fundamental entender que os suplementos devem ser considerados como suplementos e não como
substitutivos de uma alimentação saudável e de ações efetivas para aumento dos níveis de saúde. Os suplementos
funcionam como complementação da adoção de hábitos saudáveis.

Infelizmente, a maioria das pessoas que usa suplementos tem o pensamento mágico de que, ao utilizá-los, eles
funcionem como substitutos da ingestão de alimentos que têm os nutrientes necessários para o corpo, e da
realização das verdadeiras ações para a saúde. Um exemplo muito comum é recomendar o uso de suplementos para
a função mitocondrial sem a realização de exercícios que estimulem o cérebro reptiliano a promover a
mitocondrogênese (aumento do número de mitocôndrias). Não funciona, é como botar dinheiro fora.

Quanto maior for a quantidade e a qualidade dos recursos de saúde utilizados, maiores serão os benefícios dos
suplementos. Não cometa o erro daqueles que usam suplementos e acham que eles, sozinhos, ajudarão a conquistar
uma saúde melhor. Usar suplementos sem adotar outros hábitos de saúde não traz nenhum benefício.

11. Evitar produtos químicos

O corpo humano não está preparado para utilizar qualquer tipo de substância química. Todos os produtos químicos,
incluindo medicamentos, são tóxicos ao corpo e necessitam ser metabolizados pelo fígado. É claro que, no caso dos
medicamentos, a ação terapêutica deveria compensar os danos tóxicos causados pela química, mas algumas vezes
isso não acontece.

A função de processar e eliminar os produtos químicos ocorre no fígado, apesar de não ser sua função prioritária.
Entre as quinhentas funções do fígado, sua principal função é a retirada do excesso de glicose do sangue quando há
acúmulo, transformando-a em gordura, e vice-versa: transformar a gordura em glicose quando cai o seu nível no
sangue. O que ocorre é que o fígado interrompe todas as demais funções para se ocupar da glicose quando ela está
em excesso. Nessa situação, ele não terá condições de processar as substâncias químicas, fazendo com que estas
sejam depositadas nas gorduras dos órgãos, causando perturbações no seu funcionamento.

Algumas substâncias químicas são inevitáveis, como, por exemplo, a poluição atmosférica das grandes cidades e os
agrotóxicos (pois nem sempre temos acesso a produtos orgânicos). Mas há muitos produtos químicos que podem
ser evitados ou minimizados, tais como:

• alimentos industrializados, processados, ricos em conservantes e flavorizantes artificiais;


• produtos de higiene pessoal, como desodorantes, pós-barba, creme dental, shampoo e condicionador;
• produtos cosméticos, como hidratantes corporais, tinta de cabelo, filtros solares, perfumes, esmalte de
unhas, talcos, batom, bases e pós faciais;
• produtos de limpeza, como sprays, aerossóis, sabão em pó, amaciantes, odorizadores de ambiente etc.
• utensílios plásticos para armazenamento de alimentos e água, panelas de cobre, alumínio e teflon, bijuterias
baratas (possuem cádmio e chumbo).

12. Ter contato com a natureza

Toda a formação do organismo humano se deu durante milhões de anos em contato direto com a natureza (vegetal
e animal). Nosso corpo, quando afastado desse contato, entra mais facilmente em processo degenerativo.
O corpo precisa estar em contato com a natureza, desde cuidar de uma planta dentro do apartamento até fazer
uma caminhada no parque ou uma viagem à praia, e, se for possível, caminhar descalço na terra ou na grama, que é
considerado o maior antioxidante que existe para combater o excesso de radicais livres.

Além desse contato com a natureza, é obrigatório o contato direto com o Sol, sem protetor solar, desde que a
exposição não seja muito prolongada, para evitar lesões por queimadura. Algumas épocas do ano e horários do dia
com baixa incidência de raios UVB não contribuem para o aumento do nível de vitamina D.
O corpo precisa de sol. Esse contato direto apresenta dezenas de outras vantagens além do estímulo para produção
de vitamina D.

13. Estudar e pesquisar constantemente

As doenças não perdoam os ignorantes. O fato de não saber que algo faz mal para a saúde não significará que ela
não fará mal, assim como não saber que deveria utilizar alguns dos recursos para ter mais saúde e esperar melhorar
sem realizar nenhum esforço nesse sentido não vai impedir que siga perdendo saúde.

Os temas ligados à recuperação da saúde perdida, à redução e à cura das doenças e à conquista da melhor saúde da
vida são recentes e existem ainda poucos especialistas. Mas, mesmo que houvesse milhares de especialistas, o
principal agente e executor das ações para a saúde é você mesmo. Este livro, somado a todos os estudiosos e artigos
disponíveis, deve servir apenas para você pesquisar, analisar e encontrar elementos para escolher os seus caminhos,
aqueles que você entender como os melhores para você.

Por isso, um dos grandes recursos para melhorar a saúde é dedicar tempo para pesquisar e estudar, a fim de buscar
mais conhecimentos sobre como se perde e como se recupera a saúde. Todos deveríamos fazer isso, como se fosse
uma pós-graduação de saúde. Na verdade, não consigo imaginar nenhuma outra pós-graduação que traga tanto
benefício e recompensa como essa. Esse é um dos recursos para desenvolver a saúde cultural (quarta dimensão da
saúde).

14. Outros recursos

Existem muito mais de 100 recursos diferentes para desenvolvimento da saúde física.

No programa de saúde PRO SER, são enfatizados os 40 principais recursos apenas durante a primeira fase, que dura
100 dias (Programa 100D). Depois dos cem dias, os participantes aperfeiçoam ao máximo o uso desses recursos e
aprendem, gradativamente, a usar os mais de cem outros recursos para o desenvolvimento da saúde física e
centenas de outros para o desenvolvimento da saúde mental, da emocional, da cultural, da social, da ambiental e da
espiritual.

Porém, sem aplicar esses 13 recursos fundamentais é praticamente impossível recuperar toda a saúde perdida e
conquistar a melhor saúde da sua vida. Por isso, são considerados recursos obrigatórios. É como aprender as quatro
operações para chegar, um dia, a dominar cálculos matemáticos avançados.

Antes de seguir adiante, revisemos o que foi tratado até aqui:

• Nascemos para ter saúde, a saúde é a verdadeira natureza do ser humano.


• Todos os dias sofremos agressões internas ou externas que afetam e diminuem, momentaneamente ou
temporariamente, nossa saúde.
• O corpo humano tem um mecanismo de reparação dessa saúde perdida durante um dia de vida. Esse
mecanismo chama-se homeostasia e ocorre durante todo o dia, mas, principalmente, durante o sono
adequado.
• A capacidade de reparação (homeostática) diminui com a idade (principalmente depois dos 30 anos) e com o
nível de perda de saúde (quanto mais doente o indivíduo, menor será a capacidade de reparação).
• As agressões sofridas durante o dia, que causam danos ao organismo, têm condições de serem reparadas
completamente desde que:
• não sejam em demasia e estejam dentro da capacidade de reparação do organismo naquele momento de
vida;
• tenham materiais de reparação em qualidade e em quantidade necessárias, fornecidos por uma alimentação
saudável;
• o indivíduo tenha um sono adequado, por meio do qual essa reparação possa ser realizada de maneira
eficaz.
• Se a reparação homeostática não for realizada de forma completa, o organismo manifestará uma perda de
saúde que será persistente, ou seja, não mais poderá ser reparada por mecanismos homeostáticos. Essa
perda de saúde persistente já é a primeira manifestação da doença futura.
• O acúmulo de danos causados por perdas de saúde progressivas e persistentes levará a manifestações de
doenças cada vez mais graves, podendo antecipar a morte em dezenas de anos.
CAPÍTULO 10

Diminuição da perda de saúde

Perda biológica de saúde

O ser humano, como todos os animais, está programado biologicamente para nascer, crescer (aumentando a
capacidade física), atingir a maturidade sexual (mantendo a máxima capacidade), reproduzir, envelhecer (perder
capacidade) e morrer.

Na raça humana, o clímax da capacidade física e da saúde se dá em torno dos 30 anos. A partir dessa idade, há uma
diminuição acentuada da capacidade de reparação dos danos causados (homeostática) e, gradativamente, o
organismo perde cada vez mais a capacidade de reparar danos que, em anos anteriores, poderiam ser reparados
com maior facilidade.

Um exemplo disso é que, quando se é jovem, é possível comer e beber muito na noite anterior e acordar bem no dia
seguinte, ou comer muita pizza e beber muita cerveja sem engordar. Quando se avança na idade, ao comer e beber
as mesmas quantidades, a sensação do dia seguinte já não é a mesma, e a balança começa a apresentar alterações
importantes, com visível aumento de peso.

A Medicina da Doença, que utiliza a estatística da normalidade como parâmetro, afirma que a perda de saúde
manifestada pela diminuição dos indicadores de saúde é normal e inevitável. Por isso, as tabelas utilizadas mostram
parâmetros das pessoas aumentando a gordura e diminuindo a força, a massa muscular, a capacidade cardíaca e
outros fatores com o avanço da idade.

A primeira parte da afirmação está certa. É normal, pois acontece com a quase totalidade das pessoas. Mas não é
inevitável, pois existe um número pequeno, mas significativo, de pessoas que aumentam a idade sem manifestar
aumento de gordura ou diminuição da massa muscular e da capacidade cardíaca. E existem muitas como eu, que,
com 67 anos, eliminei toda a gordura desnecessária que tinha acumulado, conquistei uma musculatura que nunca
tive na vida e uma capacidade cardiovascular medida pelo ECG de esforço muito melhor do que tinha aos 28 anos.

Analisando a perda da capacidade física


Como ocorre com todos os animais, existe uma condição biológica que provoca uma perda progressiva da
capacidade física a partir do clímax reprodutivo, que no ser humano se dá em torno dos 30 anos.

A partir dessa idade, há uma tendência de perda da capacidade física cada vez maior, que pode ser representada por
uma curva descendente e mais intensa, à medida que passam os anos, até a perda total da capacidade, que é a
morte.

No Brasil, a expectativa de vida ao nascer está aumentando em torno de três meses a cada ano. Isso se dá pela
diminuição da mortalidade infantil e pelo avanço das indústrias médica, hospitalar e farmacêutica, que leva à
diminuição da mortalidade e ao aumento da sobrevida das pessoas doentes.

Porém, há um aparente paradoxo em relação a isso: a expectativa de vida está aumentando ao mesmo tempo em
que o nível de saúde das pessoas vem diminuindo. Isso fica claro com o aumento da obesidade e das doenças
degenerativas – hipertensão, diabetes, dores no corpo etc. – que estão se manifestando mais precocemente,
atingindo mais pessoas e de forma mais intensa. Conforme as pessoas vivem mais, aumentam também os índices de
doenças graves, como câncer, Alzheimer, Parkinson, doenças cardíacas e AVCs.

Infelizmente, esse aumento da ocorrência de doenças é considerado normal, pois acontece com a grande maioria da
população. Isso leva as pessoas a acharem que essas doenças são inevitáveis e, por isso, elas não lutam para
melhorar seu nível de saúde até o ponto de não ficarem doentes.

A vida moderna e os interesses financeiros geram estímulos para que as agressões ao corpo e à saúde se tornem
mais intensos e constantes. O avanço tecnológico da indústria de alimentos, que fornece junk food (alimentos-lixo) a
preços acessíveis é uma das causas mais evidentes para a perda de saúde.

Esse tipo de comportamento é o que se pode chamar de “complexo de manada”, que se observa em todas as
pessoas que cometem agressões ao corpo porque “todo mundo faz” e que deixam de adotar os recursos para o
desenvolvimento da saúde, “porque ninguém adota”. Essas pessoas são facilmente manipuladas pela publicidade
das grandes indústrias, que estão voltadas, exclusivamente, para o lucro, ao ponto de colocarem nos produtos
alimentícios substâncias químicas viciantes, chamadas pomposamente de realçadores de sabor, levando adultos e
crianças a comerem sem querer parar.

Para fugir desse comportamento e diminuir a perda progressiva de saúde que ocorre com a grande maioria das
pessoas, chegando até a recuperar a saúde perdida, como veremos no próximo capítulo, é necessário desenvolver a
consciência e usar a razão para questionar as próprias atitudes e entender se elas serão benéficas ou não à saúde.

Quanto menos agressões fizermos e mais recursos de saúde adotarmos, maiores serão as possibilidades de
desenvolver a saúde, recuperando a que foi perdida e chegando a alcançar um nível de saúde que nunca tivemos na
vida.

A lei biológica da perda da capacidade física está atuando constantemente em todas as pessoas, que podem
responder a ela de seis maneiras diferentes:

1. Há os que aceitam, inconscientemente, a perda da capacidade e da saúde, mantendo-se na manada, agredindo o


organismo e não adotando recursos de saúde, “já que ninguém faz”. Isso leva à perda gradativa de saúde e à
manifestação de mais doenças, causando sofrimento severo nos últimos anos de vida.
2. Algumas pessoas fazem pior, pois aceleram a perda de saúde adotando comportamentos agressivos que até a
“manada” sabe que fazem mal, como fumar ou usar drogas.

3. Algumas pessoas da “manada” começam a adotar algum comportamento favorável à saúde, porque muita gente
já está adotando, como caminhar e melhorar a alimentação. Essas pessoas diminuirão menos a saúde e
retardarão um pouco a idade em que começarão a aparecer as doenças graves.

4. Existem algumas pessoas que saem da “manada”, começam a pensar por conta própria e escolhem adotar
comportamentos diferentes da grande maioria das pessoas, porque se dão conta de que, se agredirem menos o corpo
e aumentarem a adoção de recursos de saúde, passarão a viver uma vida mais saudável, que implica em diminuir os
sinais e sintomas de perda de saúde. Essas pessoas não só conseguem diminuir o ritmo de perda de saúde, como
conseguem bloquear a perda de saúde e até recuperar algum nível da saúde perdida, revertendo a curva biológica
natural do envelhecimento e do surgimento das doenças.

5. Há um grupo diferenciado de pessoas que estão desenvolvendo ao máximo a sua consciência e conseguem
fazer, a cada momento, escolhas saudáveis para agredir cada vez menos o seu organismo e aumentar cada vez
mais as condições saudáveis de suas células, tecidos, órgãos e do corpo inteiro. Essas pessoas utilizam os
recursos horméticos para recuperar toda a saúde perdida, eliminando todos os sinais e sintomas de perda de
saúde, e param de tomar qualquer tipo de medicamentos, conquistando, dessa forma, uma saúde que nunca
tiveram na vida. Isso permitirá que elas cheguem a idades avançadas sem ficarem doentes e até que morram
sem ficar doentes.

6. Algumas dessas pessoas, ao se darem conta de que esse estilo de vida proporciona uma existência mais plena e
prazerosa, e que isso lhes dá cada vez mais felicidade, passam a se dedicar mais a esse estilo de vida e conseguem
melhorar mais ainda sua saúde, indo em busca de uma saúde 100% e, depois, da supersaúde. Esses passam a fazer
parte de um grupo de elite humana, que não está sujeito passivamente à lei biológica que leva às doenças e ao
envelhecimento.
CAPÍTULO 11

Recuperação da saúde perdida e aumento da saúde

Vimos, nos capítulos anteriores, que o organismo perde saúde quando as agressões diárias não são reparadas
adequadamente pelo mecanismo homeostático. Essa perda de saúde pode ser aumentada pela adoção de
comportamentos mais agressivos e causadores de mais danos, pelo aumento da idade, pelo acúmulo de doenças e
pela não adoção dos recursos de desenvolvimento da saúde.

Mas existem centenas de recursos que podem ser utilizados para o desenvolvimento da saúde. No capítulo oito,
vimos apenas os treze principais. Sem o uso desses treze recursos obrigatórios, todos os outros não causarão
impacto significativo na diminuição da perda de saúde.

Com relação aos principais recursos citados, a regra fundamental é utilizar o máximo de recursos e usar cada um
dos recursos da melhor maneira possível, e podemos acrescentar uma segunda regra: se já estivermos utilizando os
treze principais recursos da melhor forma possível, quanto mais utilizarmos os outros recursos mais estaremos
contribuindo muito para a melhoria da saúde.

Dependendo do grau de utilização dos recursos para o desenvolvimento da saúde e da intensidade que dedicamos a
cada um deles, é possível:

• diminuir o ritmo da perda de saúde;


• bloquear a perda de saúde;
• recuperar parte da saúde perdida, diminuindo a manifestação das doenças e dos indicadores de doenças até o
ponto de eliminar os sinais e os sintomas, reduzindo e até eliminando o uso de medicamentos;
• conquistar um nível de saúde para não mais adoecer;
• conquistar o nível de saúde que nunca teve na vida, melhorando cada vez mais os indicadores de saúde;
• manter essa melhor saúde até idades muito avançadas, acima dos cem anos, com energia, produtividade,
lucidez e felicidade;
• conquistar a saúde 100% (ter todas as células do corpo funcionando adequadamente, sem qualquer problema
e perturbação, integradas em tecidos, órgãos e aparelhos de forma harmônica e equilibrada);
• conquistar a supersaúde (que é mais do que a saúde 100%) e aumentar esse nível de saúde de maneira
ilimitada;
• chegar ao final da vida e morrer sem nunca mais ficar doente.

O mais importante nesse desenvolvimento da saúde física é que, quanto mais diminuem os indicadores de doença e
mais aumentam os indicadores de saúde física, mais diminuirão os indicadores de doenças e aumentarão os
indicadores de saúde das demais dimensões – emocional, mental, cultural, social, ambiental e espiritual – como
veremos mais adiante. E isso sem precisar utilizar nenhum dos recursos específicos de cada uma dessas dimensões.

Para recuperar a saúde, é muito importante que o indivíduo seja uma espécie de administrador consciente da sua
própria saúde, capaz de conhecer seu corpo de forma integral, de entender o funcionamento de seu organismo e de
aplicar as duas regras citadas anteriormente.

Esse indivíduo não terá um comportamento passivo diante do médico, do nutricionista ou do preparador físico, ao
contrário, ele será o agente da conquista da própria saúde, porque é a pessoa que mais conhece seu corpo e, por
isso, não aceitará diagnósticos, indicações, medicamentos ou instruções passivamente, sem entender a sua lógica e
sem fazer questionamentos.

O médico, o nutricionista, o instrutor da academia serão parceiros na busca por níveis cada vez mais altos de saúde, pois
farão o papel de consultores nas necessidades, nas dúvidas e até mesmo nas dificuldades que o indivíduo tiver na
aplicação dos recursos para a melhoria da sua saúde.

Em que medida o médico, o nutricionista e o instrutor poderão ser parceiros? Esses profissionais serão importantes
na orientação do paciente, informando-o, da maneira mais clara possível, sobre a forma mais eficaz de utilizar os
recursos para a melhoria da saúde. Eles mostram o caminho, mas não conseguem pegar na mão para fazer
caminhar.

O indivíduo se tornará o cientista de si mesmo e fará do seu corpo o laboratório. Tudo o que considerar coerente e
racional, ele experimentará e avaliará cuidadosamente as respostas do seu organismo para saber se o procedimento
serve para si ou não. E, como todo cientista, ele dedicará algum tempo para estudos e pesquisas em busca de
conhecimentos mais adequados para a sua vida.

Não há tratamento médico que, por si só, seja capaz de curar uma doença; a cura só virá pelo aumento dos níveis de
saúde de todo o organismo, assim como não há tratamento para melhoria da saúde, pois ela depende,
exclusivamente, da aplicação prática dos recursos de saúde.

Isso não significa que o paciente deva abandonar o tratamento médico e a medicação, o que seria muito
imprudente, pois os remédios valem para manter a doença sob controle. O importante é entender que o
medicamento sozinho não promoverá a cura. A única solução será a melhoria da saúde de todo o corpo.

Mesmo se as perdas de saúde forem muito severas, chegando a provocar doenças graves, é possível recuperá-las, mas
isso só será alcançado se os recursos de melhoria da saúde forem aplicados com esforços gradativos, iniciando da maneira
que for possível. Como cada esforço gera um resultado positivo, os resultados vão se tornando cada vez mais visíveis,
levando o indivíduo a se sentir motivado a aumentar a intensidade dos recursos, pois terá condições de se impor desafios
diários cada vez maiores.
O fundamental é que cada ação do indivíduo que está em busca de aumentar sua saúde faça sentido, que não sejam
ações realizadas de forma impulsiva e autômata, sem que a pessoa tenha consciência sobre a importância da ação
ou sobre de que forma ela afetará os resultados que se quer alcançar. E, cada vez mais, a consciência deverá ser
utilizada para avaliar os prováveis resultados antes de tomar qualquer atitude.

Todos os esforços serão muito mais eficientes se fizerem sentido para quem os realiza. O mesmo vale para a
indicação de tratamentos ou a prescrição de medicamentos: o médico não deve ser o “dono da verdade”, o paciente
pode – e deve – exigir todo o tipo de esclarecimento, a fim de não deixar que a sua saúde seja administrada por
outras pessoas.
CAPÍTULO 12

O cérebro reptiliano é o único coordenador da


saúde e da vida

O cérebro humano divide-se em:

Cérebro reptiliano: é a parte mais primitiva do cérebro e tem a mesma função desde a época dos
dinossauros, os enormes répteis que habitaram a Terra há 200 milhões de anos: preservar a vida, não importando o
quanto a vida tenha mudado ao longo dos milhões de anos de evolução da humanidade. O cérebro reptiliano é a
única parte do cérebro responsável por tudo o que for relacionado à manutenção da vida. Ele é o único que
controla todas as células, órgãos e aparelhos do corpo e seu funcionamento. É ele que determina a melhoria da
saúde ou que permite a perda de saúde e o aparecimento das doenças.

Cérebro límbico: tem a função de controlar os sentimentos, as emoções, o gostar e o não gostar, os desejos e as
aversões, as funções do aprendizado e de parte da memória. Essa parte do cérebro só ficou desenvolvida há 60
milhões de anos, com os mamíferos superiores.

Neocórtex: só ficou desenvolvido há um milhão de anos, com o homo habilis, preparando-o para o
desenvolvimento de capacidades motoras finas. É onde se localiza a capacidade de pensamento, da memória, dos
sentidos, entre outras. Essa é a área do cérebro que realiza todas as funções mentais superiores.

Lobo pré-frontal: faz parte do neocórtex, mas só ficou completamente desenvolvido há 40.000 anos. É onde está
a sede da consciência, que permite a capacidade de antever o futuro e as consequências das ações antes de
realizá-las. É por meio dessa parte do cérebro que o ser humano se torna racional e se diferencia dos demais
mamíferos superiores, como será abordado.

Como motivar o cérebro reptiliano a aumentar a saúde?

Para ter a melhor saúde física possível, e depois conquistar as demais dimensões da saúde, é muito importante
entender como o cérebro reptiliano coordena todas as funções do corpo e tentar dar a ele as melhores condições
para que possa manter o corpo vivo, produtivo, e para recuperar a saúde perdida e conquistar a melhor saúde
possível.

O cérebro reptiliano determina quais órgãos ou sistemas precisam receber mais sangue, alimentos e oxigênio em
determinado momento e quais devem receber menos sangue e nutrientes numa determinada situação. Ele também
provoca o sono e o despertar e coordena todo o processo de reparação dos danos, que ocorre durante o sono.

Para compreender o funcionamento do cérebro reptiliano, que é totalmente instintivo, vale entender que a
sobrevivência está baseada em três aspectos além da reprodução: comer, lutar e fugir. Significa dizer que essa
parte do cérebro entra em ação sempre que o corpo é ameaçado, seja por um predador ou pela falta de comida. Ele
funciona exatamente da mesma forma desde o tempo em que os dinossauros precisavam coletar ou caçar sua
comida (e isso não era sem luta) e fugir dos predadores.

Assim, toda vez que nosso ancestral precisava correr, em altíssima velocidade, para salvar a própria vida ou lutar
para abater uma presa, e ficava esgotado, muito ofegante, extremamente cansado, o cérebro reptiliano “entendia”
que o corpo chegara ao limite de sua capacidade e que era preciso trabalhar para aumentar essa capacidade, a fim
de que, na próxima vez em que fosse ameaçado, o corpo estivesse um pouco melhor preparado, em força e em
capacidade cardiorrespiratória, para ter um desempenho melhor e melhores chances de sobreviver. Aqueles que não
se aperfeiçoavam não sobreviveram e não deixaram descendentes. E foi assim que chegamos a esse organismo
altamente desenvolvido que temos hoje, mas do qual a grande maioria das pessoas não chega a utilizar nem a
metade de sua capacidade.

Para que o cérebro reptiliano determine a melhoria do funcionamento do corpo, é preciso fazê-lo sentir essa
necessidade de “lutar pela sobrevivência”, simulando situações de esgotamento ou risco de morte. Vale lembrar que
esse cérebro não tem sentimentos (gostar ou não gostar) nem raciocínio (é ou não importante; essa ameaça é
verdadeira ou simulada), ele reage “sem pensar”, de forma instintiva, à pretensa ameaça.

O cérebro reptiliano coordena todos os trabalhos para garantir a energia necessária ao funcionamento do corpo e à
realização das atividades, desde as mais tranquilas às mais intensas. Sempre que a sobrevivência for ameaçada, ele
trabalhará no sentido de que os órgãos do corpo encarregados da preservação da vida, naquele momento, tenham
mais energia para vencer as agressões que se sucederem.

Seu objetivo é determinar que todas as estruturas do corpo trabalhem pelo aumento da capacidade e do
fortalecimento daqueles órgãos responsáveis pela sobrevivência e, com isso, repercutir na melhora das outras
funções. Para isso, é preciso provar ao cérebro reptiliano que é necessário aumentar a força muscular e do coração,
entre outras funções, pois isso é fundamental para a preservação vida.

O cérebro reptiliano pode “melhorar o corpo”?

Sim! E isso equivale a dizer que essa parte mais primitiva do cérebro humano é a única que pode desenvolver e
aumentar os níveis de saúde física, tornando o indivíduo mais forte e mais resistente.

Se a pessoa decide fazer exercícios para melhorar a capacidade cardíaca e começa a fazer caminhadas de uma hora
na esteira, o cérebro reptiliano entende que essa caminhada é fundamental para a vida e promove a liberação de
energia e de nutrientes necessários para que o indivíduo a realize de forma eficaz. Ao final da caminhada, o cérebro
avalia o gasto energético, as repercussões e os danos causados e, ainda, como está a capacidade de todos os órgãos
e tecidos envolvidos na execução daquela tarefa.
Uma das primeiras análises que o cérebro reptiliano fará é avaliar o desempenho do sistema cardiovascular
respiratório para a realização dessa atividade e chegará à conclusão de que foi satisfatório. Mesmo depois de uma
caminhada de mais de uma hora, em nenhum momento o coração chegou ao seu limite, e ainda teria capacidade
cardíaca para caminhar muitas horas a mais “até encontrar comida”. Logo, dentro do princípio da economia
energética, o cérebro reptiliano entende que não há necessidade alguma de aumentar a capacidade cardíaca, o
número de mitocôndrias para produzir ou de enviar mais energia para melhorar o funcionamento
cardiorrespiratório. Da mesma forma, ele entende que os músculos da caminhada deram conta do recado e não
precisam ser melhorados, pois sobrou capacidade.

Por outro lado, se o indivíduo resolve correr em altíssima velocidade (por exemplo, 18 km/h) durante apenas 30
segundos, ou até menos, a ponto de terminar a corrida extremamente ofegante e com os batimentos cardíacos na
frequência máxima ou acima dela, o cérebro reptiliano entenderá que essa corrida foi para salvar a vida (talvez
fugindo de um leão) e que, se fosse necessário correr por mais cinco segundos, não haveria condições físicas, e o
indivíduo estaria em perigo. Neste caso, ele recrutará imediatamente todas as funções metabólicas do organismo
para aumentar o mais rápido possível a capacidade cardiorrespiratória, a circulação sanguínea e a capacidade dos
músculos para que, numa próxima situação como essa, o desempenho seja um pouco melhor a fim de aumentar um
pouco mais a capacidade de enfrentar os perigos.

Sabemos que o corpo só gasta energia com o que é estritamente necessário. Ele não produz nem gasta energia a
mais, porque seria um desperdício. Para que o cérebro reptiliano determine a produção de mais energia para o
coração ou os músculos, é preciso enviar mensagens a ele para avisá-lo que a energia gerada não está sendo
suficiente para realizar todas as atividades.

Se o indivíduo passa o dia deitado no sofá, o corpo vai gerar pouca energia para isso. Porém, se a pessoa levanta do
sofá, vai para a academia, corre em alta velocidade na esteira e realiza exercícios de musculação com muito peso,
chega ao seu limite físico, ao esgotamento momentâneo, o cérebro reptiliano entende que aquele corpo está
lutando pela vida e precisa de mais energia, pois a energia produzida não está sendo suficiente. Significa dizer que,
ao realizar atividade física de alta intensidade, estaremos gerando estímulos para que o cérebro reptiliano torne
esse corpo mais forte – para conseguir levantar mais peso – e tenha maior capacidade cardiorrespiratória – para
correr em maior velocidade. Isso chama-se mecanismo hormético, como veremos mais adiante.

Por ter o funcionamento baseado no instinto, o cérebro reptiliano entende que esse indivíduo, que simulou
voluntariamente um esforço extremo para chegar até seu limite físico, está em perigo, que sua vida está em risco,
e trabalhará para que, da próxima vez que precise lutar (fazer musculação) e fugir (correr na esteira) ele tenha
condições físicas um pouco melhores para “escapar com vida”. Ele não diferencia esforços necessários para salvar
a vida de esforços simulados em academia.

Outro exemplo bem elucidativo, e que mostra o lado contrário, é quando alguém sofre uma fratura e precisa imobilizar
o braço por algum tempo: quando retira o gesso, o braço está atrofiado. O que ocorre nessa situação? O cérebro
reptiliano entendeu que aquele braço, por estar completamente parado, sem realizar nenhum movimento, não
precisava receber a energia de antes e retirou dele quase todos os nutrientes, mantendo o mínimo necessário, apenas
para o braço não “morrer”, e direciona os nutrientes para os órgãos que continuam trabalhando.

Atividades como a corrida e a musculação de alta intensidade são os recursos fundamentais para motivar o cérebro
reptiliano a trabalhar para a melhoria dos músculos e do coração, e isso levará de forma automática à melhoria de
todas as demais estruturas do corpo, melhorando os níveis de saúde do organismo inteiro.
Além da musculação e da corrida, que geram força (massa muscular) e condição cardiorrespiratória, outra forma de
impactar o cérebro reptiliano é o jejum. O jejum leva o cérebro reptiliano a entender que está faltando comida e a
trabalhar no sentido de otimizar o aproveitamento das reservas e de energia. Isso provoca um aumento das
capacidades do corpo, levando a um aumento dos níveis de saúde para sobreviver a essa falta de alimentos, porque
ele não tem como saber que é uma falta de alimentos simulada. Para entender como isso funciona, é preciso pensar
em como funcionava a alimentação há milhões de anos, quando só era possível comer eventualmente, se uma presa
era caçada.

Havia os dias de “banquete”, quando caçavam um javali, por exemplo, e o corpo armazenava energia sob forma de
gordura (a única maneira de nosso corpo armazenar para gastar quando não tiver alimento); e havia os dias de fome
(quando o organismo utilizava a gordura armazenada), até que um outro javali fosse caçado. O cérebro reptiliano
coordenava o armazenamento e a mobilização de energia sob a forma de gordura.

Assim funcionará o cérebro nas situações de jejum: diante da falta de alimento, o cérebro providenciará a
mobilização de gordura dos depósitos para a produção de energia, a fim de manter o corpo funcionando apesar da
falta de nutrientes e com capacidade para realizar suas tarefas, como sair para caçar por várias horas, fugir de
predadores e lutar contra inimigos sem ficar sem energia antes de encontrar e caçar outro javali.

No capítulo quatro, vimos que chegar ao final do dia cansado significa que o corpo não está produzindo energia em
quantidade suficiente e a única estrutura que produz energia nas células é a mitocôndria. Qualquer cansaço é um
dos principais sintomas de perda de saúde, de dissaúde. E esse distúrbio, o cansaço ou falta de energia para as
atividades, significa que há menos mitocôndrias do que deveriam (estão faltando mitocôndrias nas células).
CAPÍTULO 13

As mitocôndrias são as principais estruturas da


saúde

O que são mitocôndrias?

As mitocôndrias são organelas presentes no interior das células animais, mais especificamente no citoplasma, ou
seja, fora do núcleo da célula. Elas são responsáveis pela produção de energia e, por isso, são consideradas as usinas
do corpo. Praticamente todas as células têm mitocôndrias e, quanto mais a célula necessitar de energia, mais
mitocôndrias ela precisará.

Já vimos que a vida média das mitocôndrias é de dez dias e a todo momento elas vão sendo substituídas, cerca de
10% a cada dia. Uma célula cardíaca, por exemplo, tem, em média, 5.000 mitocôndrias e a cada dia deve substituir
cerca de 500.

Mas essa substituição não é automática. O cérebro reptiliano faz uma espécie de avaliação em cada órgão para
entender como foi a utilização das mitocôndrias. Se o órgão teve as mitocôndrias subutilizadas, elas não serão todas
substituídas, pois não está precisando de todas elas.

Por outro lado, se determinado órgão ou tecido chegou ao esgotamento da energia, como, por exemplo, o
coração, batendo acima da frequência cardíaca máxima, por estar realizando tarefas que estão util izando todas
as mitocôndrias disponíveis, o cérebro reptiliano, interpretando que o indivíduo está lutando pela vida, fará o
máximo de esforço e gastará o que for necessário em recursos metabólicos para aumentar o número de
mitocôndrias daquele órgão, a fim de disponibilizar maior quantidade de energia em outra situação
semelhante.

Relação entre cansaço e mitocôndrias


Qualquer cansaço é sinal de perda de saúde. Mesmo aquele cansaço em consequência de um dia muito intenso de
trabalho é considerado perda de saúde, pois faltou energia.

Por exemplo: imagine um médico plantonista que trabalha num pronto-atendimento movimentado das sete às
dezenove horas sem parar, e sempre com muita demanda de atenção. Se ele for saudável, chegará ao final do dia
sem estar cansado e ainda terá energia sobrando para realizar outras tarefas, como brincar com os filhos ou netos,
praticar esportes ou sair para dançar. Isso significa que o organismo dele está produzindo toda a energia de que ele
precisa.

O único cansaço que não representa perda de saúde é aquele que ocorre quando realizamos uma tarefa
excepcional e de muita intensidade. Se alguém é um trabalhador administrativo, que trabalha sentado o dia todo
e faz exercício de alta intensidade, ele chegará ao final do dia sempre com energia sobrando. Mas se ele resolve
fazer uma reforma em sua casa no final de semana e passa o dia carregando pedras, então é aceitável que essa
tarefa provoque cansaço em alguns músculos, porque ele não terá o corpo preparado para essa tarefa. Mas, se ele
estiver num nível alto de saúde e preparação física, deverá chegar ao final da tarefa extraordinária sem esgotar
toda a energia do corpo.

O cansaço em alguns músculos sobreutilizados em uma atividade intensa eventual não significa perda de saúde.
Porém, se esse indivíduo resolver trabalhar na reforma da sua casa todos os finais de semana e chegar ao final do dia
sempre cansado, isso trará problemas sérios para a sua saúde. Ele deve, então, preparar-se fisicamente para
conseguir realizar essa tarefa e chegar ao final do dia sem estar cansado nem sentindo dores.

Qualquer tipo de cansaço significa que faltou energia e, se faltou energia, é porque não há mitocôndrias suficientes
para produzir a energia necessária. A questão é que o corpo humano não é como um automóvel, que quando falta
combustível para de rodar. O corpo humano foi preparado para continuar lutando pela vida mesmo quando não
estiver produzindo energia em quantidades adequadas.

Para conseguir essa energia que está faltando, o organismo utiliza a que seria utilizada em outros órgãos vitais,
comprometendo o funcionamento desses órgãos que não estão sendo utilizados na luta naquele momento, como
cérebro, fígado, intestino, pâncreas, rins e outros. O organismo só preserva os órgãos de luta que são o coração, os
músculos e as glândulas suprarrenais.

O pior, no entanto, não são apenas os danos causados pela diminuição da energia aos órgãos vitais. Quando
chegamos em casa cansados, com a capacidade de energia esgotada, a consequência será a falta de energia para o
organismo promover a reparação de todas as células e órgãos agredidos durante o dia, o que é feito durante o sono
profundo.

A prova de que não houve energia para a reparação é acordar no dia seguinte ainda cansado. Isso também é sinal de
grave agressão ao corpo no dia anterior. Não se pode aceitar cansaço que uma noite de sono adequado não resolva.
Além disso, se não aconteceu a reparação adequada, os danos começam a se acumular, gerando um processo
crescente de adoecimento e de envelhecimento precoce.

E o que se pode fazer para chegar ao final de um dia de muita atividade sem estar cansado? A resposta é: produzir
energia em quantidade de sobra. E como se faz para ter capacidade de produzir muito mais energia do que é
preciso? É preciso aumentar o número de mitocôndrias, que é a única organela da célula capaz de produzir ATP
(energia).
Como estimular a produção de mitocôndrias (mitocondrogênese)?

O corpo humano possui centenas de milhares de mitocôndrias em suas células. Só a célula cardíaca tem, como já
vimos, em média 5.000 mitocôndrias. Estima-se que todas as mitocôndrias do corpo somariam em torno de 10% do
peso corporal total.

A ciência tradicional considera que, a partir dos 30 anos, o número de mitocôndrias das células deve diminuir. Por
isso a função mitocondrial é utilizada como um dos indicadores de envelhecimento mais aceitos. E, mais uma vez, a
Ciência erra, porque ela utiliza a estatística para tirar conclusão.

Levando em conta as estatísticas, o número de mitocôndrias das pessoas em geral começa a diminuir aos 30 anos e,
à medida que os anos passam, cada vez mais as células têm menos mitocôndrias, produzem menos energia e as
pessoas vão ficando mais cansadas. Essa é a crença baseada em estatísticas. Isso serve para estudos sociológicos,
não fisiológicos nem biológicos. Analisando fisiologicamente, a situação é completamente diferente: o número de
mitocôndrias só diminui naqueles indivíduos que diminuíram a necessidade delas, ou seja, naqueles que estão
subutilizando as mitocôndrias, o que acontece com a maioria da população.

E como fazer para aumentar o número de mitocôndrias, que chamamos de mitocondrogênese? Como já sabemos,
quem determina o enorme esforço e gasto metabólico para aumentar o número de mitocôndrias é a parte do
cérebro chamada de cérebro reptiliano, que é a única parte responsável pela vida do corpo humano. E para que ele
determine esse aumento mitocondrial é preciso “lhe provar” que estão faltando mitocôndrias para alguma tarefa de
sobrevivência momentânea, ou seja, que está faltando energia para terminar uma tarefa. Ou, ainda, que está
faltando capacidade cardíaca para bombear sangue em volumes adequados para aquela tarefa.

Se durante todo o dia, o coração trabalhou com baixa atividade, nunca utilizando a quantidade total de
mitocôndrias, o cérebro reptiliano entenderá que há muitas mitocôndrias para a necessidade e que poderia produzir
menos nessa renovação. Assim, na célula cardíaca, em vez de substituir 500 mitocôndrias, o cérebro substituirá,
digamos, apenas 450. Não vai gastar energia metabólica para produzir mitocôndrias que não serão utilizadas. Por
outro lado, se o coração provar que está produzindo menos energia de que precisa, fazendo tarefas que ultrapassem
a frequência cardíaca máxima, mesmo que por poucos segundos, o cérebro reptiliano providenciará o aumento
desse número de mitocôndria para produzir mais energia.

Um exemplo prático: o indivíduo foi para a academia, realizou um treinamento intervalado de alta intensidade e
elevou os seus batimentos cardíacos acima da frequência cardíaca máxima, mesmo que só por 30 segundos. Seu
cérebro vai concluir que usou toda a quantidade de mitocôndrias disponível numa ação que ele interpreta como luta
pela sobrevivência. Logo, se está usando toda a sua energia, é necessário aumentar o número de mitocôndrias para
que tenha maior capacidade de produzir energia para o próximo desafio. Ao substituir as 500 mitocôndrias que
precisavam ser substituídas naquele dia, o cérebro reptiliano fará o enorme sacrifício metabólico para criar novas
mitocôndrias e poderá produzir 550 mitocôndrias.

O mesmo mecanismo biológico ocorre nos músculos. Quanto mais um músculo é utilizado, esgotando sua energia,
mesmo que por pouco tempo, maior será o estímulo para aumentar a fibra muscular e o número de mitocôndrias
daquele músculo, que chegou ao seu limite.

Porém, se no dia seguinte o mesmo indivíduo passou o dia sentado, sem realizar nenhuma tarefa física que
esgotasse sua capacidade muscular momentânea, apenas recuperando-se do esforço do dia anterior, o cérebro
reptiliano vai concluir que o músculo está em condições adequadas e não precisa aumentar as células musculares
nem as mitocôndrias. Se o indivíduo ficar vários dias em repouso, além do tempo necessário para a recuperação
muscular (é o que acontece com o atleta de final de semana ou com quem faz exercícios apenas duas vezes por
semana), o cérebro interpretará que não é mais necessário tanto músculo e tantas mitocôndrias, e as substituirá em
menor número.

A principal lei do organismo é economizar energia sempre que possível, pois não se sabe quando precisará dela para
sobreviver a uma agressão.

Esses números de aumento ou diminuição são empíricos porque não existem trabalhos que detalhem esses dados.
Na verdade, quase não existem trabalhos falando em saúde mitocondrial quando comparados com os milhares de
trabalhos que falam de doença mitocondrial.

A maioria das pesquisas que aborda o assunto conclui que, se fizermos exercícios de alta intensidade três vezes por
semana, a função mitocondrial tenderá a aumentar e o indivíduo produzirá mais energia, levando à conclusão de
que o estímulo intenso num dia produz mais mitocôndrias excedentes do que o repouso exagerado no dia seguinte
pode reduzir. Porém, a maioria dos estudiosos defende a necessidade de fazer exercícios diários, nem todos com
alta intensidade, e no mínimo três vezes por semana.

Esse raciocínio sobre o que acontece em relação aos músculos, que pode ser comprovado por uma simples avaliação
de bioimpedância, também pode ser utilizado para o aumento de mitocôndrias. Não há necessidade de fazer exercícios
levando ao esgotamento cardíaco todos os dias. Na verdade, nem é indicado que esse tipo de exercício seja realizado
todos os dias, pois podem levar ao overtraining (sobretreinamento).

O importante é que os períodos de repouso sejam adequados para a necessária recuperação, mas não exagerados.
Por isso, é fundamental o desenvolvimento da consciência corporal, que possibilita ao indivíduo entender se o
organismo e os músculos já se recuperaram da agressão que sofreram na última vez que foram utilizados até o seu
limite. No caso da musculação, além de observar se o corpo já está em condições de fazer novo exercício, é preciso
treinar outros músculos que não foram utilizados.

Como se dá a função mitocondrial nos outros órgãos?

Alguém pode estar pensando: “Eu sou um intelectual, não preciso ter energia nos músculos nem no coração, pois
nunca corro na vida nem faço força. Eu só preciso ter energia no cérebro”.

Até pode soar estranho, mas é somente por meio de exercícios físicos que se pode aumentar o número de
mitocôndrias responsáveis pelo funcionamento do cérebro e de todos os demais órgãos. Sim, o cérebro reptiliano
aumenta ou diminui as mitocôndrias de todos os órgãos, inclusive do cérebro, proporcionalmente às mitocôndrias
renovadas no coração e nos músculos.

Todos queremos ter muita energia sobrando no cérebro, e a única maneira de aumentar as mitocôndrias nas células
neurológicas é realizando exercícios que aumentem o número de mitocôndrias no coração e nos músculos. Quanto
mais aumenta o número de mitocôndrias do coração e dos músculos, mais o cérebro reptiliano aumentará esse
número nas células neurológicas e nas células de todos os outros órgãos do corpo.

Para ter o cérebro funcionando a plenos vapores, não adianta, portanto, fazer palavras cruzadas ou aprender uma
nova língua. Essas atividades só aumentam as sinapses nervosas, o que não deixa de ser muito importante. Mas a
única maneira de aumentar as mitocôndrias cerebrais e propiciar muita energia cerebral são os exercícios que
elevam os batimentos cardíacos e os que levam ao cansaço muscular, e a prática do jejum.

Todos os órgãos do corpo que, obviamente, precisam de muita energia, só conseguem aumentar as mitocôndrias
pela prática de exercícios, que, quanto mais intensos forem, maior será o poder para a realização da biogênese
mitocondrial no resto do organismo.

Para ter energia sobrando e todos os órgãos funcionando da melhor maneira possível, é necessário ter mitocôndrias
em excesso em todas as células. Para criar esse aumento de mitocôndrias, é preciso fazer exercícios com a mais alta
intensidade possível, levando ao esgotamento do coração e dos músculos.

Como ficam as pessoas que estão sedentárias há muito tempo ou aquelas que têm
limitações?

É importante retomar uma informação fundamental: é grave chegar cansado ao final do dia, pois é um sinal de que
está faltando energia, e isso significa perda de saúde.

Se a pessoa não tem energia necessária para as tarefas cotidianas realizadas durante o dia, certamente faltará
energia para as tarefas de reparação e regeneração dos danos ocorridos nas células, tecidos e órgãos, que são
realizadas pelo organismo durante o sono, e faltará também energia para as tarefas intelectuais.

Vale lembrar que, se os danos não forem reparados, se acumulararão, e isso levará à doença do órgão que estiver
mais vulnerável, podendo levar a outras doenças mais graves e ao envelhecimento precoce, inclusive do cérebro.

Assim, mesmo o indivíduo muito sedentário, ou aquele debilitado por alguma doença ou limitação, deverá começar
a realizar atividades físicas se quiser gerar energia para todos os órgãos do corpo, inclusive para o cérebro. Mas é
fundamental que faça o exercício com a máxima consciência corporal, para entender a intensidade que seu corpo
tem condições de suportar nesse momento. É importante sempre começar bem abaixo do seu limite para treinar
essa consciência corporal e aprender a reconhecer os sinais que o corpo emite a todos os instantes.

É certo que, quanto mais alta for a intensidade do exercício, maior será o estímulo para aumentar o número de
mitocôndrias, mas, ainda mais importante que a intensidade, é a regularidade. Por meio de exercícios regulares, é
possível aumentar, gradativamente, a intensidade, de acordo com as possibilidades de cada pessoa, e, assim, será
possível aumentar a energia do corpo e, em última análise, aumentar os níveis de saúde.

Sem dúvida, é preciso se dedicar, dentro das limitações, é claro, a fazer exercícios cada vez mais intensos para
estimular o aumento de mitocôndrias do coração e dos músculos e, assim, aumentar as mitocôndrias de todos os
órgãos e tecidos do corpo. A maneira mais prática de avaliar a intensidade do exercício é prestar atenção na
ofegância. É preciso ficar ofegante em algum grau. Quanto mais ofegante ficar, maior será o estímulo para o
aumento de mitocôndrias. O fundamental é partir da condição que se tem e ir melhorando gradativamente até
conseguir fazer exercício de alta intensidade, ainda que leve um tempo longo até chegar ao ideal.

Todas as pessoas tendem a perder capacidade física a partir dos 30 anos, independentemente da genética ou das
condições biológicas desenvolvidas ao longo da vida. O ritmo da perda é natural e individual, mas a perda é inevitável e
responde a uma lei biológica comum a todos os animais.
Há pessoas que perdem muita capacidade e saúde em pouco tempo; há outras que lançam mão de alguns recursos –
fazer exercícios, melhorar a alimentação, deitar mais cedo, tomar algum suplemento – e conseguem reduzir essas
perdas, torná-las mais lentas. Mas é possível o ser humano contrariar esse princípio biológico e, de uma forma
antinatural, conseguir não só bloquear a perda de saúde como até reverter o processo e recuperar a saúde perdida,
podendo continuar a melhora da sua saúde ao ponto de conquistar a melhor saúde de sua vida e ir em busca da
saúde 100% e da supersaúde.

Embora a imensa maioria das pessoas aceite o declínio da saúde e o surgimento das doenças como parte natural da vida, a
Ciência já comprovou que o corpo tem condições de recuperar toda a saúde perdida e de desenvolver mais saúde: isso se dá
por meio da hormese, e sempre em resposta a uma proposta consciente, voluntária e racional, nunca de forma instintiva.
CAPÍTULO 14

A utilização da hormese para conquistar o melhor


nível de saúde da vida

O que é a hormese?

É um mecanismo biológico, coordenado pelo cérebro reptiliano, que consegue promover a reparação dos danos
causados ao organismo de maneira a deixá-lo num nível de saúde melhor do que estava antes de sofrer os danos.

A hormese é um processo melhor e mais eficiente que a homeostasia. Ambas são coordenadas pelo cérebro reptiliano,
mas, enquanto a homeostasia eficiente consegue apenas reparar todos os danos sofridos pelo organismo, que volta à
situação que tinha antes de sofrê-los, a hormese é um processo que faz mais do que apenas a reparação, ela leva o
organismo a uma situação melhor do que estava antes de sofrer os danos.

Imagine um indivíduo que tenha uma saúde de 60%. Durante um dia, ele sofre várias agressões e sua saúde cai para
55%. Se ele sofrer uma homeostasia eficiente durante o sono, no dia seguinte ele acordará com a saúde novamente
em 60%. Mas se, durante o dia anterior, ele realizar algumas agressões voluntárias adequadas, ele pode
desencadear o processo hormético. Dessa maneira, ele diminui a saúde no dia anterior de 60 para 53% mas, ao
realizar a hormese, acordará no dia seguinte com uma saúde de 61%. Mesmo perdendo mais saúde (7%), ele
consegue recuperar os 7% perdidos e ganhar mais 1% de saúde que não tinha. Esse processo não é encontrado na
natureza em nenhum outro animal, por isso é considerado antinatural. E só é encontrado no ser humano racional,
que é capaz de desencadear as agressões horméticas de forma voluntária e desejada para conquistar esse ganho de
saúde. Ela nunca acontece num ser humano que não usa a razão para realizar voluntariamente essa agressão.

A hormese é capaz, portanto, de reparar as agressões sofridas não só ao ponto de o corpo retornar à situação anterior,
como faz a homeostasia, mas tornando o organismo melhor do que estava antes das agressões e possibilitando que ele
suporte um nível maior de agressão na próxima crise. É o único mecanismo biológico capaz de aumentar a saúde e
provocar o rejuvenescimento, que, longe de ser uma sensação subjetiva, pode ser medido pelo aumento dos
telômeros, do número de mitocôndrias, da melhoria do perfil hormonal e da melhoria de outras funções que
caracterizam um indivíduo mais jovem e mais saudável.
Porém, como já foi referido, a hormese é um mecanismo artificial; não é encontrada na natureza e não ocorre no
reino animal irracional. Ela só pode ocorrer no ser humano, mas apenas quando ele a provoca de forma racional,
consciente e voluntária. Não acontece sozinha, involuntariamente, no piloto automático.

O indivíduo inconsciente, aquele que não desenvolveu a capacidade de pensar antes de agir para planejar suas
ações, em função dos objetivos que quer conquistar, nunca desencadeará o mecanismo hormético para melhoria da
sua saúde.

Porém, vale alertar que essa agressão voluntária, com objetivo de estimular a hormese, tem que ser alta, mas não
pode ser exageradamente alta. É importante entender que existe um limite de agressão, que o indivíduo tem que
aprender a respeitar. Ele aprende qual é esse limite pelo desenvolvimento da consciência corporal.

Se a agressão for muita alta, ultrapassando o limite, o corpo entrará em sofrimento intenso, o mecanismo de
hormese não será desencadeado, e a recuperação de saúde deixará o corpo numa situação pior do que estava antes,
pois comprometerá também a capacidade homeostática. É o que acontece na situação conhecida como overtraining
(sobretreinamento), quando um indivíduo faz um treino de musculação que ultrapassa sua capacidade física e, em
vez de ganhar saúde, no dia seguinte ele encontra-se pior do que se não tivesse treinado. Para entender quais são
esses limites é preciso desenvolver a consciência corporal. E, para isso, é fundamental focar a atenção às respostas
do nosso corpo durante realização da agressão voluntária.

Então, reforçando: se a agressão for menor do que o limite, o organismo realizará a homeostasia e conseguirá
recuperar, no máximo, a saúde que tinha antes da agressão; se ela for muito grande, atingindo o limite suportável,
sem ultrapassar o limite de sua capacidade física, desencadeará a hormese e o organismo terá mais saúde do que
tinha. Porém, se ela for demasiada, que chegue a ultrapassar os limites físicos do corpo, o indivíduo perde saúde e
ficará num nível pior do que se não tivesse feito exercício.

Recursos horméticos para aumentar a saúde

Os três principais recursos horméticos são a musculação, a corrida e o jejum, e é importante entender como o
cérebro reptiliano responde a esses três recursos para torná-los horméticos.

Quando a musculação é realizada com pouco peso, abaixo da capacidade muscular, o cérebro reptiliano entende
que o músculo está “dando conta do recado”, logo, não precisa aumentar nem as fibras musculares nem a
quantidade de mitocôndrias. Porém, quando a musculação é realizada com alta intensidade, chegando-se ao
esgotamento do músculo, que é chamado de falha muscular, o cérebro reptiliano entende que o músculo não
completou a sua tarefa, que falhou antes de terminar. Ele acredita que aquele esforço seria para conseguir
comida e, se a tarefa não foi concluída, faltará comida. É o momento em que o cérebro precisa mobilizar todos os
recursos que forem possíveis para aumentar as mitocôndrias e a capacidade desse músculo, para torná-lo mais
competente na próxima “tarefa para conseguir comida”.

Mas atenção: somente o músculo trabalhado sofre os benefícios da hormese. Por isso, devemos fazer exercícios que
levem à falha muscular de vários músculos no mesmo dia, e com todos os grupos musculares durante a semana.

Na corrida ocorre a mesma coisa. Se ela for de baixa intensidade, o cérebro reptiliano entende que os aparelhos
cardiovascular e respiratório estão “dando conta do recado”. Por outro lado, se a corrida for de alta intensidade,
levando os batimentos cardíacos acima da frequência cardíaca máxima e deixando a respiração exageradamente
ofegante, mesmo que por pouco tempo, o cérebro reptiliano entende que “não estão dando conta do recado” e isso se
torna um risco de sobrevivência.
O cérebro imagina que o indivíduo está fugindo de um predador e que, se tivesse de correr mais alguns segundos,
seria pego pela fera. Por isso, ele fará o esforço que for possível para aumentar essa capacidade, a fim de que, numa
próxima situação, o aparelho cardiovascular seja um pouco mais eficiente.

O mais difícil, porém, não é realizar esse esforço grande e aceitar a dose de sacrifício elevada para gerar o efeito
hormético, pois é muito motivador aumentar cada vez mais os esforços e as agressões quando se tem consciência
dos benefícios. O difícil é reconhecer o limite máximo do corpo e saber o momento de parar para não agredir demais
e perder saúde ao invés de aumentá-la.

O indivíduo que não estiver completamente atento às reações do organismo pode não se dar conta quando o corpo
avisa que está esgotando a sua capacidade física. Já vimos que, se o limite for ultrapassado, o nível de agressão
extrapola a capacidade de reparação e, em vez de aumentar a saúde, haverá uma perda. Quanto mais alto for o
estímulo, maior será a chance de desenvolver a hormese, mas é fundamental não ultrapassar o limite máximo, é
preciso aprender a “escutar o corpo”.

Estimular o corpo até o limite máximo exige um grande sacrifício físico e mental, que pode ser extremamente
desagradável e até doloroso no momento do esforço; mas, imediatamente após o término do esforço, há uma
enorme sensação de bem-estar e euforia, causada pela liberação de mais de cinco neurotransmissores (“moléculas
de felicidade” que provocam prazer) liberados pelo cérebro. Quanto mais intenso for o exercício, mais
neurotransmissores são liberados, mesmo que o organismo entre em overtraining (é isso que faz as pessoas
realizarem maratonas e ultramaratonas desgastantes e prejudiciais).

Ainda é muito pequeno o número de pessoas que têm um nível de raciocínio desenvolvido a ponto de realizar esse
esforço elevado, entrando conscientemente no nível de “sacrifício”. Essas pessoas entendem que, embora o esforço
seja grande, o resultado trará satisfação emocional e física: logo após o exercício, em curto prazo, alguma pequena
melhoria nos níveis de saúde terá ocorrido em seu organismo.

E como entender qual é o limite máximo? Só existe uma maneira: pelo método de tentativa e erro. Para desenvolver a
consciência corporal e entender as mensagens do organismo, é fundamental estar permanentemente atento às
“informações” que o corpo envia a cada momento e aprender a interpretá-las. Mesmo quem já trabalha essa consciência e faz
exercícios intensos há muitos anos, por vezes pode ultrapassar o limite e se dar conta tarde demais, quando surgem as dores
ou o cansaço excessivo. Nesse caso, para conseguir recuperar totalmente a capacidade física e poder voltar a fazer exercícios,
serão necessários alguns dias sem academia.

O terceiro mecanismo hormético é o jejum e é fácil compreender como funciona: o cérebro reptiliano entende que
está faltando comida e, a partir desse entendimento, ele promove uma adaptação de todo o organismo, otimizando o
metabolismo basal para que o corpo necessite menos energia sem perder as capacidades de continuar procurando
alimento, de lutar e de fugir dos agressores. Essa otimização do funcionamento do organismo, que acontece durante o
jejum, mantém-se mesmo depois que o indivíduo terminá-lo. O corpo ficou mais forte e eficiente (hormese) do que
antes de sofrer a “agressão de falta de comida”.

O que diferencia o ser humano dos outros animais? Sim, é a razão, a racionalidade. Seres humanos são animais
racionais, diferentes de todos os outros animais. Isso é o que está nos livros, o que revelam as pesquisas, o que se
aprende na escola desde muito cedo. Mas será que os seres humanos são o tempo todo racionais?
Em primeiro lugar, é importante entender o que é ser racional. A resposta é relativamente simples: é usar o cérebro
de forma a acessar a razão. Cientificamente, significa usar o lobo frontal, parte mais evoluída do cérebro, no qual se
encontra a sede da consciência, que é onde se desenvolve a capacidade de analisar as consequências antes de
realizar as ações.

Sempre que o indivíduo analisa as consequências de uma ação antes de realizá-la, está usando o lobo frontal, ou
seja, está acessando a parte mais evoluída do seu cérebro para tomar a decisão mais acertada.

No caso da saúde, ao usar sua capacidade racional, a pessoa tomará a decisão de não comer um doce, por exemplo,
mesmo que goste muito de doces, porque sabe que aquele simples prazer levará ao aumento da insulina. Esse
aumento da insulina causará aumento da inflamação crônica, que vai piorar todos os problemas de saúde que a
pessoa tenha. Ou, por outro lado, pode até decidir que comerá o doce mesmo depois de avaliar as consequências,
mas aceitando e responsabilizando-se pela atitude tomada. Nas duas situações, a razão foi acionada.

Por outro lado, essa mesma pessoa poderá simplesmente deixar-se levar pelo impulso e pelo desejo, pela salivação
diante de um alimento desejado, não parando para pensar nas consequências que essa ação trará à sua saúde.
Poderá, inclusive, e isso é bem comum que aconteça, exagerar na quantidade. Aqui, não há racionalidade, o impulso
e o desejo falam mais alto: vale o prazer momentâneo.

Fazer algo apenas porque gosta ou não fazer algo que deveria por não gostar é usar o cérebro límbico, que é um
cérebro muito primitivo. Enquanto o lobo frontal existe há apenas 40 mil anos, o cérebro límbico existe há 60
milhões de anos.

Existe uma relação importante entre racionalidade e saúde, porque somente o ser humano racional conseguirá
realizar tarefas inicialmente desagradáveis para estimular a hormese e aumentar a saúde e deixar de realizar outras
agradáveis para não causar agressões e danos ao organismo. Esse ser humano acionará sua racionalidade e não só
entenderá a importância da utilização dos recursos para a melhoria da saúde, como aplicará esses recursos em sua
vida diária. Isso levará, gradativamente, o indivíduo a recuperar a saúde perdida, diminuindo os indicadores de
doença e aumentando os indicadores de saúde. E, aos poucos, conquistará a melhor saúde de sua vida para poder ir
em busca da saúde 100% e da supersaúde.

Só pode ser considerado racional o ser humano que usa o lobo frontal para analisar as consequências das ações
antes de realizá-las, e somente com o uso da racionalidade poderemos decidir fazer um esforço muito intenso para
desencadear o processo hormético de aumentar a saúde.

O animal irracional e o ser humano que não utiliza o lobo frontal não conseguem adotar condutas para aumentar a
saúde, pois, como não usam a razão, eles não encontram lógica nas ações para a saúde, não veem sentido em
frequentar uma academia e “puxar ferro” durante uma hora. O ser humano irracional segue a “manada” e só faz o
que os outros fazem. E a “manada” é composta pelas pessoas que adotam o prazer e o consumo como estilo de vida.
Infelizmente, são a maioria. Sugestionada pelo marketing, no qual as indústrias investem milhões a fim de que os
consumidores não sejam racionais; a “manada” age por impulso, baseada no desejo, no cérebro primitivo, sem
medir as consequências dessas ações em relação a algo que deveria lhes ser precioso: a sua saúde.

Um exemplo interessante do comportamento “hipnotizado” é a ida ao supermercado. Normalmente se vai ao


supermercado para comprar os suprimentos que faltam em casa, mas, em vez de comprar apenas os itens da lista,
as pessoas acabam enchendo o carrinho de muitos produtos desnecessários – a maioria deles prejudiciais à saúde –
porque são levadas a comprar pela embalagem, pela propaganda da televisão, pela forma como os produtos estão
expostos, ao alcance dos olhos e das mãos. Nessa situação, a irracionalidade prevalece.
CAPÍTULO 15

O ser humano: animal racional ou irracional?

Como o cérebro funciona?

O cérebro reptiliano, como já foi abordado anteriormente, é responsável pelos impulsos e instintos e guarda a
mesma função que tinha nos répteis, que viveram há 200 milhões de anos: a manutenção da vida e a perpetuação
da espécie. Essa é a parte do cérebro que será acionada toda vez que o corpo sofrer uma agressão ou estiver em
perigo.

O cérebro reptiliano é, portanto, o único responsável pela preservação da vida. O ser humano não precisa mais fugir
de feras ou caçar para sobreviver, mas o cérebro reptiliano segue tendo a mesma função de assegurar a
sobrevivência. Ele entrará em ação toda vez que o corpo for desafiado a realizar uma atividade que exija muita força
ou grande capacidade cardiorrespiratória, não importando se é uma situação real ou uma simulação.

O cérebro límbico, encontrado nos mamíferos superiores há 60 milhões de anos, é responsável pelo espírito de
grupo, suprimindo o espírito egoísta e permitindo que se pense no coletivo. Um leão que abate uma caça e a divide
com seu grupo está acessando o cérebro límbico. Mas ali estão também os sentimentos e as emoções que, muitas
vezes, levam as pessoas a decisões baseadas no gostar ou não gostar, nas atrações e repulsões, buscando,
essencialmente, o conforto e o prazer.

O cérebro chamado neocórtex, encontrado a partir do homo habilis há um milhão de anos, é onde se desenvolveram
as habilidades, onde são gerados os pensamentos e guardadas as memórias. É onde se encontra a capacidade criativa,
tornando o ser humano capaz de criar objetos que possam facilitar a sua vida: os primeiros utensílios, da Idade da
Pedra Lascada, criados pelos ancestrais, revelam a atividade do neocórtex.

Entretanto, as capacidades geradas pelo cérebro reptiliano, pelo cérebro límbico e pelo neocórtex não revelam a
racionalidade. Nem mesmo o neocórtex, ligado aos pensamentos, garante a atitude racional. Mesmo uma mente
“pensante” não será, necessariamente, racional. É possível pensar sobre algo do passado, sobre o que se quer fazer
no futuro, sem que isso esteja ligado à ideia de consequência e de planejamento que a racionalidade traz.
As capacidades de julgamento, de planejamento, de visão de futuro, de imaginação, a seleção e a criação de
estratégias e a capacidade de monitorar o futuro desenvolvem-se na parte mais evoluída do neocórtex, que se
localiza no lobo frontal. É lá que estão a motivação e a vontade. É no lobo frontal, encontrado no homo sapiens há
40 mil anos, que está o centro da racionalidade. É nele que se encontra a sede da consciência. Significa dizer,
portanto, que, biologicamente, os seres humanos estão “equipados” com a capacidade de racionalizar suas ações,
mas ela não é automática, precisa ser despertada e desenvolvida, o que, infelizmente, é realizado apenas pela
minoria e, mesmo assim, de forma eventual.

É possível desenvolver a racionalidade?

Como fazer? O que é necessário fazer para ser efetivamente racional?

Sim, é possível ser cada vez mais racional. Para isso, é fundamental abandonar as ações instintivas, baseadas no
desejo, para buscar as ações que são fruto da escolha consciente. Isso será possível por meio do controle da mente,
e esse controle poderá ser alcançado pela prática da mente atenta – mindfullness – e pela meditação.

Utilizando esses recursos, é possível “treinar-se para a racionalidade” na maioria das decisões e das ações,
buscando chegar à racionalidade em todos os momentos da vida, desde as escolhas mais fundamentais até as ações
mais diferenciadas. Ou seja, ser racional é usar a capacidade de fazer escolhas prevendo as consequências.

É preciso aprender a pensar antes de agir, a perguntar-se o que essa ação poderá causar e se o resultado será
positivo para o corpo, para a vida e para a própria evolução ou se causará algum prejuízo; e poder pensar se aceita
ter esse prejuízo e o que terá que fazer para compensá-lo. Tudo isso antes de agir. Isso é o que faz um ser humano
racional.

Na natureza, todo o animal irracional obedece à lei natural que determina sua qualidade de vida: nasce, cresce, atinge
a maturidade reprodutiva, envelhece e morre. O ser humano irracional não é diferente disso.

No entanto, se usar a razão, o ser humano poderá impedir ações danosas ao corpo e bloquear ou até reverter o
envelhecimento, conquistando uma vida com saúde em todas as suas dimensões, e escolher ações para melhorar
cada vez mais essa saúde. Somente dessa forma é possível evoluir e, consequentemente, transcender o nível de ser
humano, desenvolvendo novas capacidades que levarão à transformação do mundo para melhor, que é a tarefa de
todos nós.

Para a Medicina da Saúde, todas as doenças têm cura. Não importa o nome e a gravidade da doença, todas as mais
de 100 mil doenças que existem no mundo têm cura. Algumas serão mais fáceis de curar, outras serão difíceis e
outras serão extremamente difíceis. O certo é que nenhuma delas será curada por meio de tratamento terapêutico,
não importa a linha seguida. A cura só será alcançada com a recuperação e a conquista de mais saúde e não com
tratamentos.
CAPÍTULO 16

O aumento da saúde e a cura das doenças

Manifestação da doença

A doença nada mais é que a externalização da perda de saúde. Quando o organismo perde saúde, todas as células do
corpo também perdem, algumas mais, outras menos, e o organismo começa a apresentar sinais e sintomas dessa
perda. Alguns órgãos manifestam mais e outros menos. Quando alguém apresenta um conjunto de sinais e de
sintomas mais intenso em algum órgão, a Medicina Tradicional chama de doença e coloca um nome (rótulo). Essa
chamada doença não passa de um sinal de perda de saúde mais intensa que é exteriorizado pelo órgão, embora
todos os outros órgãos também estejam perdendo saúde, ainda que com menos intensidade.

Um indivíduo com saúde 100% não irá referir nenhum problema, não terá dores, enjoos, tosse, nada, nenhum
sintoma. Mas, se ele começa a perder saúde, todos os 10 trilhões de células do corpo perderão também alguma
saúde, ainda que em intensidades diferentes em cada órgão. Se o indivíduo perder 40% da saúde, todas as células do
corpo perderão, em média, 40% de saúde, mas as células perderão saúde de maneiras diferentes. Algumas perderão
10%, outras perderão 70%.

Essa diferenciação depende da genética, da epigenética e da história pregressa do indivíduo. Quanto mais saúde for
perdida, mais sinais e sintomas dessa perda se manifestarão no organismo e em algum órgão mais sensível desse
indivíduo. Essa manifestação, quando é verificada pelo médico de doença, este lhe dá um nome, que serve para comparar
com outros pacientes que também exteriorizam um quadro clínico parecido.

A ação da Medicina da Doença

A Medicina da Doença – representada pelos médicos em sua esmagadora maioria – colocará o foco apenas na
doença, apenas nos sintomas manifestados, e proporá algum tipo de tratamento para essa exteriorização localizada,
sem atentar-se que ela é apenas a parte mais visível a revelar que todo o organismo está sofrendo a perda de saúde.
Nenhum tratamento, seja alopático ou holístico (integrativo), conseguirá eliminar os sinais e os sintomas da
manifestação da doença, já que eles não atuam na causa primária, que é a perda da saúde de todas as células do
organismo. Eles têm o foco apenas em diminuir a manifestação dos sinais e dos sintomas do órgão em que estão
mais evidentes, ou seja, na expressão da doença.

Claro que o tratamento também é importante, pois, sem ele, a evolução da doença seria muito mais acelerada, mas eles
nunca conseguirão levar à cura. A única maneira de curar é atacar a causa dessa manifestação exteriorizada, que é a perda
da saúde de todo o organismo. Logo, o princípio fundamental da cura é recuperar a saúde perdida de todo o organismo.

O diagnóstico da doença e a indicação de tratamentos cada vez mais sofisticados e caros estarão no centro do
pensamento e das ações do médico, e não a recuperação da saúde. Dessa forma, com a atenção – do médico e do
paciente – voltada para a doença, torna-se muito difícil – ou até impossível – chegar à cura.
O máximo que a Medicina da Doença conseguirá fazer é permitir que o indivíduo diminua os sintomas e estenda a
vida, mas manterá a ideia de que será necessário tomar remédios por um longo período, ou até mesmo para
sempre. Toda a energia do paciente é dirigida ao tratamento e não à cura. Sua mente e seu corpo trabalharão com
foco na doença para que o tratamento funcione, não há foco nem esforço para ganhar saúde.

A doença seguirá, portanto, fazendo parte da vida do indivíduo, e seu corpo e sua mente se adaptarão às
deficiências crescentes sem haver questionamentos. Isso é consequência de viver numa sociedade focada na
doença, na cultura da doença. Somos programados para acreditar que “adoecer” faz parte da vida e que não há
como escapar. E há toda uma economia focada na doença, na qual são gastos bilhões para manter e aprofundar essa
cultura. A cada ano que passa, mais a economia da doença expande-se e mais recursos são gastos no tratamento das
doenças. Os Estados Unidos já gastam 20% do PIB em doenças.

A ação da Medicina da Saúde

A Medicina da Saúde, ao contrário, vai focar toda a sua atenção e sua atuação em recuperar, gradativamente, as
perdas de saúde. Entendendo que a doença é a externalização da perda de saúde causada pelos danos sofridos pelo
corpo, e não reparados adequadamente, o médico da saúde vai orientar o indivíduo no sentido de recuperar a
saúde perdida para que alcance a cura das doenças.

Não existe tratamento, remédios ou terapias para a recuperação da saúde perdida; a única maneira para diminuir e
eliminar a doença é aplicar recursos de aumento da saúde. Por isso, é fundamental que o indivíduo deixe de ser o
paciente e se torne o único agente de melhoria da própria saúde. A única regra a ser seguida, como já vimos, é aplicar
o máximo dos recursos de saúde possíveis e aplicar cada um dos recursos da melhor maneira possível.

O termo possível é para que o indivíduo entenda que ele deve fazer o que for possível, de acordo com as suas condições
psicoemocionais e suas limitações, sejam elas financeiras, familiares, profissionais ou sociais. Se quiser fazer mais do que
pode, entrará em estresse, e isso piora a saúde.

É claro que aqueles que conseguem aplicar mais recursos, e de maneira mais intensa, terão resultados melhores do
que os outros. E existem centenas de recursos para melhoria da saúde. Eu utilizo os principais 40 recursos nos meus
programas de saúde e considero os 13 apresentados no capítulo nove como obrigatórios, porque geram muito mais
resultados do que outros. São eles, como vimos: consciência, musculação, treino intervalado e corrida aeróbica,
sono, meditação, mindfulness, alimentação saudável, jejum e jejum intermitente, suplementação e contato com o
Sol (vitamina D), evitar produtos químicos, ter contato com a natureza e estudar e pesquisar constantemente.
O agente de saúde (o próprio paciente) pode apenas gerenciar a aplicação dos recursos, mas é o seu organismo que
determinará os resultados. O grande erro das pessoas é criar expectativas exageradas de resultados só por que fez muitos
esforços ou por que uma outra pessoa teve aquele resultado. Cada organismo reage de maneira individual, dependendo
de dezenas de fatores intrínsecos (genética, epigenética, tempo de doença, intensidade da perda de saúde, nível de
estresse não percebido e outros).

Ao aplicar os recursos da melhor forma possível, colocando em cada ação o maior esforço que puder colocar, o
organismo responde com aumento de saúde, dentro das suas condições e possibilidades, e não de acordo com a
expectativa do indivíduo. Mas é certo que as pessoas conquistarão cada vez mais saúde: todas as células, os órgãos, os
tecidos e os sistemas de seu corpo vão se tornando saudáveis e começam a funcionar com uma capacidade cada vez
maior. A cura da doença, ou das doenças, será a consequência do aumento da saúde de todo o corpo.

Alguém que tem uma pequena perda de saúde, aliada a uma grande capacidade física, poderá praticar recursos
como a musculação e a corrida intervalada de forma muito intensa, ao passo que o indivíduo que tem grande perda
de saúde vai praticá-los de acordo com a sua capacidade limitada, tendo em mente que será muito importante
alcançar os resultados de forma gradativa, impondo-se pequenos desafios progressivos para alcançar os melhores
resultados.

Mecanismo de autocura

O corpo humano está programado para recuperar a saúde perdida (curar-se), ele só precisa ter as condições
necessárias para cumprir sua função. Cada célula viva em um corpo organizado é dotada de um instinto de
autopreservação. Em outras palavras, o fluxo geral de energias vitais sempre caminha na direção da saúde. O corpo
luta o tempo todo para ser saudável e recuperar a saúde. Vale lembrar o que acontece quando ocorre um ferimento
na pele: basta protegê-lo que, em alguns dias, estará curado sem nenhum tratamento.

Esse conceito não é novo. Hipócrates, o Pai da Medicina, já dizia, há mais de 2.500 anos: “Todo o organismo possui a
capacidade natural de se curar, só precisa ter as condições adequadas para isso”.

É isso que propõe a Medicina da Saúde, melhorar gradativamente as condições do corpo por meio da aplicação dos
recursos de desenvolvimento da saúde.

A curva natural da perda da capacidade física, que se inicia aos 30 anos, diminui gradativamente a capacidade de
funcionamento dos órgãos, mas não é promotora de doença; estas ocorrem devido aos danos infligidos ao corpo
tornarem-se maiores do que a capacidade homeostática de reparação. E se as agressões tornam-se constantes –
vida sedentária, alimentação inadequada, alto nível de estresse – ao longo da vida, o fluxo de energias de cura é
impedido ou obstruído, e passa a falhar, porque não encontra as condições necessárias ao seu funcionamento.

Os sintomas e as doenças são a manifestação dos esforços do organismo na direção da autocura e têm a função de
lembrar que é preciso dar condições para o corpo se curar, seja em relação a doenças mais comuns e até mesmo
àquelas mais graves.

Quando o indivíduo fica gripado, por exemplo, é fundamental que ele dê ao organismo as condições para que possa
trabalhar no sentido da cura. Se a pessoa segue trabalhando, não faz repouso, não procura se alimentar de forma
adequada nem toma bastante líquido, essa gripe poderá ficar mais grave e até levar a outras complicações, como a
pneumonia. Para que o corpo possa trabalhar no sentido da cura, é fundamental ter uma consciência corporal
capaz de entender a comunicação do corpo e dar a ele as condições para isso.

O fluxo geral de energias da vida atua na direção da saúde. O organismo está equipado com sofisticados mecanismos
de defesa que evoluíram ao longo de milhões de anos e projetaram o corpo para manter um ambiente saudável
internamente, capaz de se proteger de agressões até um certo nível.

Para que se mantenham as condições necessárias a fim de que o corpo trabalhe no sentido da autocura, é
fundamental que se crie o ambiente ideal para isso, utilizando os recursos para a melhoria da saúde da melhor forma
possível. O corpo saudável luta, e com altíssimas chances de vencer.

Cura milagrosa e cura quântica

Ao longo da História da humanidade, a Medicina deparou-se muitas vezes com as curas inexplicáveis: o indivíduo
tem uma doença grave, o tratamento não surte resultados, o paciente é desenganado, mas, de repente, constata-se
a cura completa da doença. Qual seria a explicação para essa cura espontânea?

A Igreja Católica acredita na intervenção dos santos, considerando essas curas inexplicáveis como milagrosas, uma
espécie de merecimento que vem por meio da fé e da oração. As canonizações são realizadas sempre em função de
curas atribuídas a pessoas consideradas santas e são necessários dois milagres comprovados pela Medicina para que
a canonização seja consolidada. Não importa se o candidato foi o maior exemplo vivo de virtudes durante a vida; se
ele não curou duas doenças desenganadas, não será santo. É a religião atuando completamente na cultura da
doença e não na cultura da saúde.

Entretanto, essa visão de que um santo tenha operado a cura contradiz as próprias palavras de Jesus, que disse
àqueles que foram curados ou tiveram sequelas recuperadas: “A tua fé te curou”. Isso significa que a energia para
a cura está dentro da pessoa (fé ou crença), e será mobilizada por ela e não por agentes externos. Provavelmente,
Jesus sabia como estimular essa energia de cura que estava dentro do paciente.

A Medicina chama essa fé de crença inabalável e aceita a ideia de que essa crença pode levar à cura, embora ainda
não seja possível explicar exatamente o que acontece biologicamente com o corpo de um indivíduo que faz com que
uma doença, mesmo sendo muito grave, possa ser completamente curada. O que faz com que o cérebro atue para
que o corpo reaja em direção à cura? Milagre ou física quântica?

Qualquer que seja o ângulo pelo qual se observa esse fenômeno, é possível afirmar que o cérebro acessa uma
espécie de “zona de autocura”, desencadeando um processo por meio do qual todo o organismo passa a trabalhar
no sentido da eliminação da doença.

Para os religiosos, a força motriz é a fé e a intervenção de um santo; para a física quântica, essa força virá da
intenção clara e muito forte, somada à observação constante e ao pensamento focado na saúde, provocando um
salto quântico. Nas duas visões – milagrosa ou quântica – é possível acreditar que a doença – da mais simples à mais
grave – pode ser curada. Essa crença é o primeiro e fundamental passo para se chegar à cura.

É importante observar que, nas duas possibilidades – cura milagrosa ou cura quântica –, o paciente sai da posição
passiva, de “esperar pela cura”, para uma posição ativa, ao investir sua energia num objetivo do qual pode depender
a sua vida, que é a cura da doença. Para chegar à cura, seja pelo caminho da religiosidade ou o da física, ou
simplesmente alcançar gradativamente a cura biológica por meio da Medicina da Saúde, existem algumas premissas
fundamentais:

• a crença de que a sua doença pode ser curada: a cura depende da crença absoluta nessa possibilidade;
• o pensamento focado na cura: não se fala e não se pensa na doença e nas suas consequências, somente na
saúde;
• o aumento dos níveis de saúde pela utilização dos recursos para a melhoria da saúde, principalmente a
musculação, a corrida intervalada, a alimentação saudável, o jejum, a meditação, o sono adequado e o
contato com a natureza;
• a energia para a cura: mente e corpo fortes terão a energia necessária para o trabalho de curar as doenças e
aumentar a saúde.

Quanto mais a pessoa utilizar os recursos de desenvolvimento da saúde e usar cada um deles da melhor maneira
possível, mais o corpo irá recuperar a saúde (diminuir a doença), até melhorar tanto que a doença desapareça,
criando condições para “dar o salto quântico” ou acontecer o “milagre”, até os sinais e sintomas daquela doença
desaparecerem repentinamente.

A enorme maioria das curas não se dará por milagres nem por salto quântico. Elas serão decorrentes de melhorias
pequenas, mas gradativas, e resultados da aplicação constante dos recursos de recuperação da saúde. Não é
recomendado que ninguém desenvolva a expectativa da cura, seja gradativa ou espontânea, porque nunca se deve
focar na expectativa futura, apenas nas ações do presente, em dar o melhor de si a cada momento todos os dias, e
deixar que o corpo responda biologicamente com sua capacidade concreta e não pela expectativa mental. Aspirar a
cura, esforçar-se em cada momento de dar o melhor de si para avançar o que for possível, observar e tentar
entender os resultados, aceitar o que o corpo está sinalizando, e, principalmente, fazer o melhor que pode no
próximo passo nesse momento da vida é a única opção no caminho da cura.

A conclusão a que se chega é que somente tornando-se o “gerenciador” do seu corpo e da sua saúde o sujeito
poderá aplicar os recursos para a melhoria da saúde para chegar a níveis cada vez mais altos de saúde, alcançando a
cura das doenças e os exames com resultados ideais.

Crença na cura X crença na doença

A cura de qualquer doença, da mais simples à mais grave, como vimos, é possível! E será a partir dessa crença que o
indivíduo poderá acessá-la. Se não houver a crença total na cura, ela jamais será alcançada. Ainda que o indivíduo
utilize os recursos para a melhoria da saúde, se a sua crença estiver focada na doença, os resultados não serão
capazes de levá-lo à cura.

A crença na cura, normalmente, é construída aos poucos. Quanto mais focar na saúde recuperada e quanto mais se
utilizar o máximo dos recursos de melhoria da saúde, mais a pessoa se dará conta de que o corpo está melhorando,
e isso faz com que a crença na cura aumente significativamente até conquistar a cura completa. Existem alguns
casos em que, de alguma forma, a crença é espontânea e intensa, surgindo de um momento para outro, mas isso é
exceção.

É verdade que algumas doenças são mais fáceis de curar, outras mais difíceis. Para algumas delas, a cura chegará
mais rapidamente, enquanto outras poderão ter um processo mais demorado. Mas para todas vale a mesma
fórmula: aplicar o máximo de recursos para o desenvolvimento da saúde e aplicar cada um deles da forma mais
adequada possível, com o máximo de esforço que se puder imprimir. É fundamental acreditar que o corpo foi criado
para ser saudável e é capaz de recuperar qualquer saúde perdida.

Mas acreditar na cura, entendendo que o corpo foi criado para ser saudável, não é tarefa simples, uma vez que a
cultura da doença é muito forte e parece cristalizada nas mentes da maciça maioria das pessoas.

Além de haver toda uma “indústria da doença”, como já foi referido, há uma espécie de “indústria da fé”, que leva as
pessoas a acreditarem na doença como “castigo divino”, entendendo que nada pode ser feito no sentido da cura,
porque ela deverá passar por aquele sofrimento (ou carma) a fim de expiar seus pecados.

A doença, seja pela Medicina, seja pelo pensamento religioso, é encarada por muitos como parte da trajetória de
vida de qualquer ser humano e, uma vez instaurada, a ideia corrente é de que somente os tratamentos e remédios –
ou a intervenção divina, o “merecimento” – serão capazes de curá-la ou, no caso de doenças graves, diminuir-lhes os
sintomas. Esses não conseguirão chegar à cura, apenas estarão fortalecendo o sentido da doença e de quem lucra
com ela.

Porém, ao acreditar que qualquer doença pode ser curada e imprimir todos os esforços na saúde, tornando-se
gestor das suas atitudes em direção à cura, o indivíduo inicia o processo que o levará a aumentar os níveis de saúde,
eliminando aos poucos os sinais e os sintomas de perda de saúde, fazendo desaparecer as doenças e a necessidade
de medicamentos ao ponto de alcançar uma saúde que nunca teve na vida, indo em busca de uma saúde 100% e
de uma supersaúde.

Vivemos num mundo dominado pela cultura da doença, que defende a tese de que a doença é inevitável,
independentemente do que se faça.
CAPÍTULO 17

A cultura da doença e do envelhecimento

Cultura da doença: complexo de manada

Há uma pequena história que explica bem o que é o “complexo de manada”: dois bois estão no pasto quando a
manada começa a se deslocar, todos indo em direção ao mesmo lugar. Um boi pergunta ao outro para onde eles
estão indo, e o outro responde: “não sei, mas, se todos estão indo, é porque deve ser bom”.

Nós sabemos muito bem para onde a manada se deslocava: para o matadouro! Mas eles seguem adiante, não há
consciência de que caminham para o matadouro, seguem a manada sem a possibilidade do questionamento e da
escolha. São bois.

Pois o que chamamos “complexo de manada” leva as pessoas a agirem de forma inconsciente, como os bois. E ao
agir sem questionamentos, apenas seguindo um determinado paradigma, muitas pessoas – infelizmente, a maioria –
adotam comportamentos que são prejudiciais à sua saúde, à sua vida. O “complexo de manada” leva a escolhas
erradas; leva ao comportamento considerado “normal”, simplesmente porque é o comportamento da maioria,
comportamento este muitas vezes ditado pela mídia, pela indústria da doença, por modismos, ou porque “sempre
foi assim”, porque “faz parte da vida”. Não há uma postura consciente, racional, de reflexão e de questionamento,
apenas segue-se a manada, como os bois fazem. Mas eles o fazem porque são bois!

Em relação à saúde, esse comportamento é fruto da cultura da doença, que cristaliza a ideia de que a doença faz
parte da vida e que dela não é possível escapar. Sobre essa questão, é comum que se ouça a afirmação “eu vou
morrer mesmo, então não vou deixar de comer e de beber e de aproveitar a vida”.

Esse é o comportamento irracional típico do “complexo de manada”: “uma vez que a doença estará no meu caminho
ali adiante, vou ‘aproveitar a vida’ enquanto ela não chega”. Ao ter esse tipo de atitude, a pessoa acelera a perda de
saúde e acaba por ir ao encontro do senso comum: “a doença faz parte da vida”.
Outra ideia arraigada é a de que “quando a velhice vai se aproximando, as doenças vão aparecendo”. Essa ideia faz
com que as pessoas se conformem com o ganho de peso, com as dores nas articulações, com a elevação dos índices
de colesterol, de triglicerídeos, de glicose, simplesmente porque estão ficando mais velhas.

Mas a verdade é que as pessoas que investem intensamente em melhorar a saúde alcançam uma longevidade
saudável. Elas chegam até idades muito avançadas sem manifestar sinais de doenças e de envelhecimento, e vivem
muito melhor do que aqueles que se autossabotam com a falsa ilusão de que terão mais prazer e “aproveitarão
melhor a vida”. Na verdade, aqueles que investem em saúde têm muito mais energia, mais disposição e maior
qualidade de vida, têm mais prazeres e são mais felizes do que aqueles que se autossabotam.

Quanto à ideia corrente de que não adianta investir na saúde, pois todos vamos morrer, há que se fazer uma
correção fundamental: é verdade que todos morreremos, mas não iremos morrer todos da mesma maneira. Aqueles
que se autossabotam morrem muito mais cedo e, por perderem saúde, perdem sua capacidade produtiva muito
mais precocemente e, o que é pior, sofrem de doenças graves por muitos anos antes de morrer.

Quanto mais se investe na própria saúde, não só se garante viver melhor a cada dia de vida, como é possível manter
a capacidade física e mental muito mais produtiva e por muito mais tempo e, principalmente, não será preciso sofrer
as consequências e limitações impostas pelas doenças graves nos últimos anos de vida. Qualquer pessoa pode
morrer por idade e no tempo certo e não por doença e envelhecimento décadas antes do que deveria.

A saúde é consequência de ações conscientes; a doença é fruto da inconsciência

Por não serem conscientes e racionais, algumas pessoas vão sendo levadas pelo senso comum (a cultura da doença),
sem se questionarem sobre suas ações. Outras, como os leitores deste livro, buscam ter consciência, principalmente
nas ações ligadas à saúde.

Vale lembrar que ter consciência é usar o lobo frontal, que é a parte mais evoluída do nosso cérebro, em vez de usar o
cérebro límbico, muito mais primitivo, que nos faz ter ações por gostar ou deixar de fazer por não gostar. Ter consciência
é usar a razão e perguntar-se, antes de realizar qualquer ação, quais serão as consequências dessas ações. O ser humano
irracional, como já vimos, nunca avalia as consequências de suas ações.

Somente as pessoas conscientes e evoluídas têm foco na saúde e na vida e são capazes de se questionar e de avaliar o que
estão fazendo com a própria existência. A consciência as levará às boas escolhas, ao foco na saúde. E o foco na saúde vai
determinar as ações no sentido da recuperação.

A pessoa consciente utilizará os recursos para a recuperação da saúde de forma focada, não se deixando levar pelos
sabotadores espalhados por todos os lados: no rádio, na TV, entre os amigos, na própria família ou mesmo pelo
autossabotador. Fazer escolhas para a saúde é um privilégio de quem é consciente. Quanto mais consciente for o
indivíduo, melhor será seu nível de saúde.

Por outro lado, o indivíduo inconsciente não estará preparado para fazer – e para sustentar – as boas escolhas; ele
não focará na saúde e será alvo fácil da sabotagem, que levará à alimentação inadequada, ao sedentarismo e a toda
sorte de escolhas prejudiciais que afetam negativamente o corpo e a saúde.

O indivíduo consciente terá a capacidade de avaliar as consequências de suas ações e terá o poder da escolha. Em
determinada situação, poderá até fazer uma escolha prejudicial à saúde, como comer um doce ou deixar de ir à
academia, mas ele usou o poder da escolha e é capaz de avaliar as consequências dessas ações e, até mesmo, de
buscar a reparação de suas ações sobre a saúde. A pessoa inconsciente não tem o poder da escolha, não tem o
chamado livre arbítrio, porque não avalia as consequências de suas ações nem a possibilidade de não seguir a
manada. Sua atitude é robotizada, impulsiva, guiada por apelos externos: “coma isso”, “beba aquilo”, “fazer
exercício é bobagem”.

O maior inimigo da saúde é o autossabotador

É importante pensar por que razão as pessoas fazem escolhas que, claramente, vão contra sua própria saúde. Por
que, diante de um buffet, escolhem os alimentos menos saudáveis e até os sabidamente prejudiciais? Por que
decidem dormir até mais tarde em vez de ir à academia? Por que assistem televisão até alta madrugada em vez de
dormir cedo?

São ações estimuladas pelo autossabotador (uma subpersonalidade) que todos carregamos e que é, muitas vezes, o
causador dessas escolhas erradas do ponto de vista da saúde. Essas atitudes são, portanto, fruto da inconsciência. E o
que elas vão trazer de positivo? Nada. Certamente trarão arrependimento e culpa, que são causadores de estresse,
que acaba por prejudicar mais ainda a saúde.

Para barrar a ação do autossabotador e chegar à compreensão de que o prazer de se sentir bem e saudável é muito
mais gratificante, é preciso entender que esse autossabotador existe na nossa sombra e que é importante jogar luz
sobre ele para poder estar atento às suas investidas. Para isso, é importante sempre se perguntar se determinada
ação – ou um desejo – é positiva para a saúde. Ao se questionar, a pessoa já estará se encaminhando para uma
escolha consciente, que não a tirará do caminho da conquista de saúde e a colocará no protagonismo do
gerenciamento da sua vida e da sua saúde.

Mas assim como temos várias subpersonalidades autossabotadoras, temos também aquelas que são motivadas pela
evolução, pelo crescimento, pelo desenvolvimento e a melhoria da saúde e da vida. O indivíduo consciente pode
observar qual subpersonalidade está atuando, inibindo as negativas e estimulando e fortalecendo as positivas.

As duas sempre atuam juntas. Ao decidir ir para academia, a personalidade autossabotadora tentará fazer o
indivíduo mudar de ideia e ficar trabalhando ou descansando, enquanto a positiva o empurrará para o treino. Cada
vez que uma dessas subpersonalidades ganha uma batalha, ela fica mais fortalecida, enquanto a que perde se
enfraquece. É por isso que, ao vencer as investidas do autossabotador, será necessário cada vez menos esforços
para ir à academia, até chegar ao ponto em que não será preciso mais realizar nenhum esforço para ir ao treino.

Mudança de mentalidade

Mudar a mentalidade não é tarefa fácil, exigirá esforço, mas qualquer que seja o tamanho desse esforço, ele sempre
será um passo no caminho da evolução.

Para começar a pensar em mudança de mentalidade, é necessário que se comece a observar o tipo de pensamentos
que vêm à mente. O movimento deve ser o de afastar, delicadamente, aqueles pensamentos que reforçam ideias e
crenças negativas, e colocar em seu lugar pensamentos que trazem ideias positivas.

De forma simplificada, os pensamentos podem ser de dois tipos:


1. pensamentos positivos: são focados na saúde, na superação das dificuldades, na solução dos problemas, no
crescimento evolutivo;
2. pensamentos negativos: são focados na doença, nos problemas, nas dificuldades, nos obstáculos, nas
justificativas, no prazer momentâneo com resultados indesejados.

O cérebro não sabe diferenciar a realidade da lembrança do que aconteceu ou daquilo que é apenas imaginação ou
suposição. Para ele, tudo o que vem à mente é realidade: cada pensamento que vem à mente gera uma substância
química (peptídeo) que atuará em todas as células do corpo para materializar esse pensamento.

O corpo trabalha, portanto, para materializar o que pensamos. Entretanto, ninguém deseja – conscientemente –
materializar nenhum pensamento negativo. E para que essa materialização não aconteça, é preciso utilizar a
consciência para não deixar que os pensamentos negativos se instalem.

A beleza do organismo humano é que ele está preparado bioquimicamente apenas para avançar no caminho da
saúde. Cada vez que alguém realiza uma ação para a saúde, há liberação de até seis neurotransmissores de bem-
estar e de felicidade (endorfina, dopamina, serotonina, anandamina, adrenalina e oxitocina). Eles são medidos no
sangue e são eles que dão a sensação agradável que sentimos no corpo sempre que realizamos alguma ação não só
para melhorar a saúde, como também para expressar nosso lado mais humano e evoluído.

Não existe nenhum neurotransmissor de mal-estar e de infelicidade que seja liberado e medido quando se pratica
um ato agressivo a nós ou a outros, o que prova que o ser humano foi programado apenas para ser feliz e saudável.
Para comprovar, vale pensar nas vezes em que se vence uma tentação e deixa-se de realizar alguma ação que iria
prejudicar a saúde ou a evolução: moléculas de felicidade são liberadas, premiando o indivíduo que fez a escolha
certa, que passa a sentir uma agradável sensação de bem-estar.

Por outro lado, toda a vez que “caímos em tentação” e tomamos alguma atitude que prejudique a saúde em qualquer
dimensão, há uma sensação desagradável, chamada de culpa ou arrependimento, que nada mais é que uma sensação
de vazio, de carência, que é expressada pela falta de liberação dos neurotransmissores de felicidade. Nunca foram
medidos neurotransmissores de infelicidade no organismo, sua presença manifesta-se pela diminuição ou ausência das
seis “moléculas de felicidade”.

Não é tarefa simples: é necessário esforço para estar atento aos pensamentos que vem à mente; só assim será
possível afastar os negativos para colocar em seu lugar os pensamentos positivos. É importante sempre voltar ao
mesmo movimento: cada vez que um pensamento negativo é detectado, deve-se fazer um esforço para colocar no
seu lugar o pensamento positivo contrário a ele.

Os pensamentos negativos continuados levam às crenças negativas, que impedem que alcancemos a saúde, a
felicidade e todas as conquistas a que temos direito. Isso já é razão mais que suficiente para que se busque – e se
alcance – a mudança de mentalidade. Quanto mais pensamentos positivos na mente, mais enfraquecida estará a
crença negativa inconsciente, e mais fácil será construir uma crença positiva na saúde e na vida.

Sim, exige esforço, e é claro que ninguém é consciente o tempo todo, mas estar alerta para a importância das boas
escolhas e das ações com foco na saúde é fundamental, é o que vai distanciar os indivíduos dos comportamentos
robotizados, frutos do complexo de manada, da cultura da doença e da influência do autossabotador. E, quanto mais
houver esforços para manter a mente no positivo, menos esforços serão necessários no futuro e mais tempo a
mente ficará no positivo.
Para ter o foco na mudança de mentalidade, é importante adotar algumas crenças:

• A saúde é a minha natureza.


• Eu nasci para ter saúde durante toda a minha vida.
• Eu posso conquistar toda a saúde e tudo mais que minha mente desejar.
• Eu posso recuperar toda a minha saúde, eliminando todos os sinais e sintomas de doença que apresento.
• Eu posso conquistar mais do que saúde, posso conquistar a supersaúde.
CAPÍTULO 18

O aumento da saúde até a saúde 100% é possível

Já vimos nos capítulos anteriores que quanto mais se utilizam os recursos de desenvolvimento da saúde, mais se
pode diminuir o ritmo de perda de saúde, bloquear a perda de saúde, e até recuperar a saúde perdida, o que
implica em diminuir as doenças e o uso de medicação.

Ao continuar utilizando de forma mais intensa esses recursos de melhoria da saúde, é possível eliminar todos os sinais
e os sintomas de perda de saúde e conquistar um nível de saúde que nunca se teve na vida, ao ponto de não só nunca
mais ficar doente nem precisar tomar medicamentos, como também retardar, bloquear e até reverter parte do
envelhecimento, chegando até idades muito avançadas sem diminuir a força, a produtividade e a lucidez, e morrer sem
ficar doente. O princípio fundamental, como já vimos, é utilizar o máximo possível de recursos de saúde e utilizar cada
um dos recursos da melhor maneira possível.

É claro que, quanto maior for o grau de saúde perdida e mais doenças estiverem instaladas, maior será o tempo e os
esforços necessários para conquistar um nível de saúde que nunca se teve na vida. Mas o mais importante é que
cada passo dado, mesmo com o mínimo esforço, já promove um resultado comprovável no organismo,
demonstrando um avanço na caminhada da conquista da saúde.

Quando se recupera toda a saúde perdida e se conquista o melhor nível de saúde da vida, caracterizado por não
apresentar sinais e sintomas de doença que exijam algum tipo de medicamento e, mesmo quando apresentar
algumas intercorrências clínicas, elas serão de pequena monta e o próprio organismo as resolverá sem necessidade
de medicamentos e terapias.

As pessoas que conseguem chegar nesse ponto, denominado de melhor saúde de sua vida, estão vivendo uma vida tão
plena, tão gratificante, tão produtiva, prazerosa e feliz, que querem mais ainda. Elas sentem que é possível melhorar mais,
e cada melhoria que conseguem, por menor que seja, aumenta a qualidade de vida e o grau de felicidade, motivando-as a
continuar lutando por mais saúde, indo em busca da saúde 100%.
Ter saúde 100% é:

• não ter nenhuma manifestação de perda de saúde, nem as de pequena intensidade;


• ter um corpo adaptado para sofrer grandes agressões e se recuperar no mesmo dia;
• ter uma memória muscular e cardiovascular que possa ficar uma semana sem exercícios e sem perder
capacidade física;
• poder até cometer algum erro alimentar que o corpo repara os danos imediatamente, sem modificar os
exames laboratoriais ideais.

Algumas considerações sobre o conceito de Saúde 100%

• Ninguém tem naturalmente a saúde 100%. Ela é sempre conquistada pela própria pessoa depois que
desenvolve a consciência e a capacidade racional de fazer apenas as escolhas capazes de provocar a
hormese e o aumento gradativo do nível de saúde.
• Para nascer com saúde 100%, a pessoa precisaria ter os pais com a saúde 100% antes da concepção, a mãe
ter uma gravidez com saúde 100% e um parto que mantenha esse nível de saúde.
• Para manter essa saúde 100%, seria necessário ter uma infância e um crescimento voltados para a manutenção
da saúde com que nasceu e depois mantê-la assim durante a adolescência e na fase adulta.
• Ninguém chega na fase adulta sem ter perdido saúde. Alguns perdem pouco; outros perdem muito e passam
a manifestar doenças.
• Apenas os indivíduos que fazem uso da capacidade racional do lobo frontal, para diminuírem ao máximo as
agressões ao corpo, e utilizam cotidianamente os recursos de saúde para estimular o cérebro reptiliano a
utilizar a hormese, conseguem conquistar a melhor saúde de sua vida e depois buscar a saúde 100%.
• Ter saúde 100% não é ter saúde perfeita, é ter as células funcionando de forma adequada, mas ainda com
potencial para melhorar seu funcionamento ao ponto de poderem se tornar supersaudáveis (ter um
funcionamento 101% ou melhor ainda).

Esforço é a moeda da saúde

Vale sempre lembrar que a conquista da saúde 100% exigirá esforço. Ninguém melhora a saúde sem sair da zona de
conforto. A conquista da saúde 100% estará, portanto, submetida à quantidade de esforço que o indivíduo
efetivamente investe no seu projeto.

MUITO ESFORÇO = MAIS RESULTADOS POSITIVOS = MAIS SAÚDE


POUCO ESFORÇO = RESULTADOS MENORES = MENOS GANHOS DE SAÚDE

O esforço é a moeda com a qual “compramos” saúde; quanto mais moedas o indivíduo estiver disposto a investir,
mais saúde ele conseguirá comprar. E o pagamento é adiantado, ou seja, o esforço (investimento) vem antes, o
aumento de saúde é consequência do investimento.

Sair da zona de conforto

Ninguém consegue melhorar a saúde sem sair da zona de conforto. E sair da zona de conforto significa investir na
“compra de saúde”, de todos os tipos de saúde: cardíaca, muscular, digestiva, intestinal etc. Qualquer esforço será
válido e importante, porque será o esforço possível de cada pessoa. Esforços gradativos e sequenciais farão com
que o indivíduo avance em direção à saúde, ao bem-estar e ao prazer de se sentir bem e saudável.

Se você quiser atingir a melhor saúde de sua vida, é fundamental que você entenda que os esforços devem ser
feitos a cada momento do dia, dia após dia, em uma jornada constante, determinada pela adoção de um estilo de
vida saudável e sem o pensamento mágico e a ilusão de que basta fazer algo de vez em quando para conquistar uma
saúde superior.

Para conquistar a melhor saúde de sua vida, o indivíduo precisa tornar-se um atleta da saúde, não para competir
com outras pessoas, mas para competir consigo mesmo e tentar melhorar a performance e as marcas do dia anterior
a cada novo dia.

O Conquistador da Supersaúde que quer ir em busca da saúde 100% e depois da supersaúde (mais do que 100%) faz
parte de um grupo pequeno, muito seleto, que são os atletas de saúde de elite, que valorizam tanto a conquista da
saúde que a colocam como a principal prioridade da sua vida e se tornam modelos da aplicação de todos os recursos
de desenvolvimento de saúde no seu círculo de relação.

Para planejar esses esforços, é importante levar em conta alguns aspectos que chamaremos de os dez
mandamentos: ações para recuperar toda a saúde perdida, conquistar a melhor saúde de sua vida até chegar à
saúde 100% e ir em busca da supersaúde.

1º) INTENÇÃO: O que você quer conquistar? Qual é seu objetivo? Até onde quer chegar? Afirme com muita
intensidade, repetidamente, e mantenha essa intenção permanentemente na mente.
2º) FOCO POSITIVO NA SAÚDE: Esqueça as doenças! Não pense nos limitadores.
3º) SAIA DA ZONA DE CONFORTO: Considere planejar ações que julgue difíceis de realizar, inclusive estudar e
pesquisar novas maneiras de aplicar algum recurso.
4º) PLANO DE AÇÕES: O que você vai fazer a cada momento para alcançar seu objetivo? Quais serão as ações?
5º) QUAL É O GRAU DE DIFICULDADE DAS AÇÕES? A cada ação, a zona de conforto deve expandir-se. Se não tiver
dificuldade e desafio, a ação não aumenta a saúde.
6º) HÁ DESAFIOS NESSAS AÇÕES? É possível fazer bem mais do que se acredita.
7º) HÁ GRAUS DE INTENSIDADE NESSAS AÇÕES? Dar o máximo e melhorar a cada dia.
8º) PERSISTÊNCIA E DISCIPLINA: Vencer a tentação de desistir.
9º) FOCO NAS AÇÕES E NÃO NO OBJETIVO: Dar o seu melhor e aceitar os resultados. Lembrar-se de que a felicidade
está no caminho.
10º) VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS: Anotar as pequenas conquistas para enxergá-las.
CAPÍTULO 19

Benefícios da saúde 100%

Ter uma saúde 100% não impacta apenas o funcionamento do corpo no sentido biológico do que pode ser um corpo
saudável. O organismo humano é tão perfeito e integrado que qualquer melhoria que acontece no físico repercute
positivamente em todas as demais dimensões da saúde – física, emocional, mental, cultural, social, ambiental e
espiritual. Ao se levar em conta todas as dimensões da saúde, é possível imaginar até onde podem ir os
desdobramentos que a conquista da saúde 100% é capaz de trazer para a vida do indivíduo.

E podemos ir muito além: como ser social que é, o ser humano saudável será um irradiador de saúde nos
ambientes por onde circula – na família, no trabalho, no clube, na vizinhança – à medida em que se torna uma
espécie de exemplo, não apenas de vigor físico, mas também de sucesso, já que se revela mais feliz, mais tranquilo e
mais produtivo.

Os benefícios da saúde 100% estão no terreno da teoria, pois nunca ninguém chegou a esse nível. Mas ao
acompanhar os participantes do PRO SER que já conquistaram a melhor saúde de sua vida e estão lutando para uma
saúde melhor, pode-se ter ideia do que é ter uma saúde tão elevada. Cada avanço na saúde física vem acompanhado
de melhoria em todas as demais dimensões da saúde. Todos os resultados ficam cada vez melhores, e as pessoas
passam a viver uma vida mais plena e gratificante, que se expressa em todas as situações em que atuam.

A relação entre saúde, prosperidade e felicidade

Ter um nível alto de saúde, com o organismo funcionando em harmonia e equilíbrio, é o caminho seguro para
alcançar – e conseguir gerenciar – a própria felicidade e a realização dos projetos de vida.

O indivíduo saudável realizará suas ações com foco na saúde e, ao utilizar os recursos para melhoria da saúde da
melhor forma possível, seu organismo responderá com a produção cada vez maior dos neurotransmissores
responsáveis pela sensação de bem-estar. Essa sensação de bem-estar é o que chamamos de felicidade.

Na verdade, o indivíduo saudável e feliz terá sempre o desejo e o propósito de evoluir em todas as áreas e em todos
os sentidos. Ele luta pela melhoria de sua saúde física, emocional, mental, cultural, social, ambiental e espiritual, pois
estará automaticamente lutando para tornar-se um ser humano melhor, mais consciente e mais evoluído
Ele descobre aos poucos que a saúde é o item mais importante para a busca de uma evolução no caminho da vida
e, por isso, busca cada vez mais saúde, e isso o faz evoluir em todos os sentidos, como no trabalho, nos
relacionamentos, nos propósitos e projetos de vida e na sua espiritualidade. Ele sabe que, quanto mais saudável
está, mais condições terá para alcançar seus objetivos, o que o leva a viver uma vida mais plena.

Os seis neurotransmissores da felicidade

A felicidade não é um estado abstrato, encontrado na ficção ou na poesia. A felicidade é um estado físico
desencadeado por um processo bioquímico. As sensações de felicidade, de bem-estar, de euforia, de alegria são
causadas por neurotransmissores – serotonina, dopamina, endorfina, oxitocina, anandamida, noradrenalina –
produzidos pelo cérebro, que atuam em cada ação para a saúde desde os primeiros passos.

O ser humano nasce, portanto, para ser feliz. Mais que isso: o ser humano é capaz de “gerenciar” o seu nível de
felicidade. De que forma? A principal maneira de estimular a produção desses chamados hormônios da felicidade
são as atitudes que nos fazem atingir níveis mais elevados no processo evolutivo.

Entre essas atitudes, a principal é a busca da conquista da saúde. E aqui vale trazer um exemplo clássico: exercícios
físicos estimulam a produção e a liberação de cinco neurotransmissores, entre eles a famosa endorfina, e ficam em
ação no organismo por até três dias. Cada ação, por menor que seja, libera neurotransmissores. E quanto maior e
mais intensa for a ação, maior será a quantidade de neurotransmissores liberada no organismo.

Quando a pessoa, depois de um dia de trabalho estressante, ao se sentir desanimada ou triste, vai até a academia e
pratica exercícios, ao sair, estará se sentindo renovada, feliz, capaz de olhar para os problemas do trabalho com mais
tranquilidade e de dar a eles o tamanho que eles realmente têm. A endorfina e os demais neurotransmissores,
cumpriram sua função, mas isso só foi possível por que o indivíduo praticou uma ação em prol da sua saúde: o
exercício físico.

Outro exemplo são as atitudes que dizem respeito aos relacionamentos e à sociabilidade: o simples gesto de abraçar
um colega ou de fazer um carinho em alguém pode liberar grandes quantidades de ocitocina, neurotransmissor cujo
apelido é hormônio do amor e que trará uma maravilhosa sensação de felicidade.

Ou ainda a sensação prazerosa que vem quando se pratica uma ação motivada pela compaixão, como auxiliar uma
idosa ou pessoa limitada a atravessar uma avenida. Nessas situações, a produção dos neurotransmissores é fruto da
ação positiva do ser humano em processo de evolução.

Como falei, a infelicidade não existe, o que existe é a ausência de felicidade, que é causada pela falta de produção
desses hormônios do bem-estar. E o que influencia essa ausência de produção dos neurotransmissores são as
atitudes que vão na contramão da busca da saúde.

É comum que as pessoas que estão carentes, infelizes, tristes ou angustiadas, sentindo esse estado de “vazio”,
busquem suprir essas sensações comendo um doce – ou vários –, fazendo compras, ingerindo bebidas alcoólicas,
assistindo televisão, entrando nas redes sociais, tomando remédios ou mesmo usando drogas ilícitas na vã
esperança de que essas atitudes possam recuperar a felicidade. Elas até conseguem alcançar o prazer, mas ele será
momentâneo e fugaz. Há liberação de neurotransmissores em grande quantidade por tempo muito curto, seguido
de um efeito rebote de grande ausência.
A sensação de vazio, que é a falta de felicidade e a falta dos neurotransmissores, é, nesses casos, preenchida com
ações típicas do comportamento de manada, sem consciência crítica. E a sensação que virá logo depois será
novamente de angústia (por ter gasto um dinheiro que fará falta, por exemplo), de culpa (por não ter sido mais
consciente), de mal-estar (por ter comido demais), criando-se, assim, um círculo vicioso que não será rompido
enquanto não houver uma tomada de consciência com foco na saúde.

Níveis elevados de neurotransmissores, e que podem ter uma duração longa, só são produzidos a partir de ações de
ganho de saúde.

A relação entre saúde e sucesso verdadeiro

A saúde integral é a natureza do ser humano. O corpo foi criado para ser saudável e para realizar todas as
atividades com energia de sobra. Um corpo com 100% de saúde será capaz não apenas de realizar as atividades do
dia a dia e de reparar os danos sofridos, mas será também capaz de ser criativo, propondo-se projetos e metas a
serem alcançadas. E terá muito mais chances de realizá-los.

Sem saúde, no entanto, o indivíduo terá muita dificuldade para alcançar sucesso em qualquer área, porque a perda
de saúde afeta não somente o corpo físico, ela afeta a saúde em todas as suas dimensões, afastando o indivíduo do
caminho evolutivo.

O indivíduo que começa a perder saúde física – e junto perde energia, vitalidade, criatividade etc. – e acredita que
essas perdas são parte da vida, que a doença está no caminho de todas as pessoas e que avançar na idade é
sinônimo de envelhecer e de adoecer, estará adotando comportamentos impulsivos e irracionais ou estará
contaminado pelo “complexo de manada”, desperdiçando energia em pensamentos de doença, de velhice e de
morte. E, muito pior, ao perder saúde física, perde também saúde emocional, mental, cultural, social, ambiental e
espiritual. Poderá alcançar sucesso em seus projetos, mesmo sendo fraco ou doente, mas gerando grande
quantidade de estresse, que levará a mais perda de saúde e sofrimento, pagando o preço em alguns anos. Ele
poderia ter muito mais sucesso por mais tempo e sem nenhum estresse se estivesse saudável fisicamente e nas
demais dimensões.

É importante repetir que o primeiro e mais fundamental passo para o sucesso verdadeiro é a conquista da saúde
física. À medida que se conquista a saúde 100%, todas as outras conquistas poderão ser alcançadas. O verdadeiro
sucesso só pode ser alcançado por um corpo saudável.
CAPÍTULO 20

Desacelerar, bloquear e reverter o envelhecimento

O que é envelhecimento?

Existe uma curva biológica natural de perda de capacidade física comum a todos os animais e provavelmente a todos
os seres vivos. Um animal nasce, cresce, se desenvolve, a sua saúde e a sua capacidade reprodutiva atingem o nível
máximo e então começam a decair.

No ser humano, o início dessa decadência ocorre, como já dito, por volta dos 30 anos. A partir dessa idade, diminui a
capacidade reprodutiva tanto da mulher quanto do homem e, junto com essa diminuição, a energia tende a decair, os
músculos e os ossos a enfraquecer, a capacidade cardíaca e os hormônios diminuem, e todos os órgãos passam a
diminuir a sua capacidade funcional, embora possam ainda não manifestar falhas de funcionamento que levam a sinais
e sintomas de doenças.

Esse processo de perda de capacidade física, que se manifesta por perda progressiva de funções dos órgãos,
causando o enfraquecimento gradativo, é a principal causa do envelhecimento e do agravamento das doenças.

Infelizmente, a vida moderna está antecipando muito essa curva biológica da perda funcional que deveria ocorrer
aos 30 anos e encontramos sinais de perda de capacidade física e de saúde e envelhecimento em adultos jovens, em
adolescentes e até nas crianças. Já é muito comum encontrarmos crianças e adolescentes obesos, com hipertensão,
diabetes e outras doenças degenerativas e praticamente todos apresentam exames de sangue alterados, fora da
faixa ideal, mostrando perda de saúde mesmo que ainda não estejam nos níveis tão elevados que sejam chamados
de doença pela Medicina Tradicional.

É importante repetir o que já foi dito em outros capítulos: “essa decadência física é biológica e natural, programada
para acontecer com todos os animais (irracionais) a partir do clímax da capacidade reprodutiva”. Na física é chamada
de Lei da Entropia, mas pode ser evitada ou diminuída nos seres humanos racionais.
Envelhecimento X Longevidade

Existe uma diferença bem importante entre envelhecimento e longevidade saudável.

O processo de doenças e de envelhecimento é sinalizado por falhas nas funções do corpo e de todos os órgãos que
se manifestam pela piora dos valores de exames laboratoriais e pela diminuição dos indicadores de saúde
(capacidade cardiovascular, força muscular, perfil hormonal, composição corporal, entre outros). Ora, como já
vimos, isso é perda de saúde, ou seja, instalação de doença.

É por essa perda funcional do organismo e dos órgãos que muitos estudiosos consideram o envelhecimento uma
doença. Quanto mais um indivíduo perder saúde, mais manifesta sinais e sintomas de doença e de envelhecimento.

O cientista Craig Venter, que ficou famoso em 2003 por decodificar o genoma humano, afirma que “envelhecimento
saudável é um oxímoro”. Oxímoro vem do grego e quer dizer uma locução de palavras contraditórias como “silêncio
ensurdecedor”, “morto vivo”, “doce tirano”. Ele defende que envelhecimento é doença, logo, não pode existir
envelhecimento saudável.

Por isso, é mais adequado usar o termo longevidade saudável, que é viver mais tempo sem manifestar sinais e
sintomas de perda de saúde (doenças) e de envelhecimento. É possível, utilizando a homeostasia e a hormese, e
realizando ações de manutenção e melhoria da saúde, manter as funções de todos os órgãos em níveis ótimos e ideais
e, assim, não manifestar sinais e sintomas de perda de saúde até idades muito avançadas. Não há dúvida de que isso é
possível, embora seja muito difícil e talvez até improvável, levando-se em conta que ninguém ainda conseguiu chegar,
até onde se sabe, nessa condição tão elevada de saúde.

Se uma criança for gerada por pais muito saudáveis, fruto de uma gestação e uma infância as mais saudáveis
possíveis, crescer e atingir a maturidade sempre tendo uma vida completamente saudável e durante toda a sua vida
evitar ao máximo as agressões ao corpo e aplicar o máximo possível dos recursos de desenvolvimento da saúde e
aplicar cada um dos recursos da melhor maneira possível, chegará aos 30 anos como modelo de saúde. Nesse caso,
ela não sofrerá o processo biológico e natural dos animais, do envelhecimento, e poderá manter esse nível de saúde
por muitas décadas (longevidade) sem manifestar os sinais e sintomas de perda de saúde em consequência de
envelhecimento e de doenças (saudável).

Busca da Longevidade Saudável

Para entender a possibilidade de alcançar a longevidade saudável, é importante que se olhe para esse processo
natural da vida por outro prisma que não o olhar impregnado pela cultura da doença. Só mudando esse olhar será
possível entender como o envelhecimento acontece, por que acontece e, sobretudo, qual o papel que o próprio
indivíduo tem nesse processo para permitir ou bloquear essa manifestação de perda de saúde.

Estatisticamente, o envelhecimento “normal” vem acompanhado de menos energia, redução dos níveis
hormonais, aumento de peso, diminuição da libido, redução da massa muscular etc., fatores que estão
relacionados ao aparecimento das doenças. Mas será que precisa ser assim?

A própria Ciência afirma que não. Pesquisas de importantes universidades já permitem afirmar que “o velho é
doente porque é fraco e não porque é longevo”. O que isso significa? Que é a perda de saúde, fruto do
sedentarismo, da alimentação errada e de outros fatores que agridem o corpo, a responsável pelo aparecimento das
doenças comumente associadas ao avanço da idade.

Para que se entenda o envelhecimento como um processo que pode ser revertido, será necessária, portanto, uma
mudança de paradigma, uma mudança na forma de encarar o avanço da idade. É preciso deixar para trás o
complexo de manada, de envelhecer porque todos envelhecem, para poder pensar na longevidade saudável.

E a única maneira de atuar, enfim, contra essa lei biológica e natural de perder saúde e envelhecer com o avanço da
idade, é utilizando o lobo frontal para programar ações racionais antinaturais, a fim de desencadear processos
horméticos e obrigar o cérebro reptiliano a agir para bloquear e até reverter os processos naturais de decadência e
envelhecimento.

É a utilização do lobo frontal em sua plenitude que possibilita o aumento da longevidade saudável, que é viver até
idades muito avançadas sem manifestar perda de saúde e doenças, e com mínimos sinais de envelhecimento.

Para assumir o protagonismo sobre sua longevidade, é fundamental que a pessoa pergunte a si mesma: como
quero estar com a idade avançada? A partir desse questionamento e das respostas que poderá encontrar, será
possível buscar os recursos que vão garantir a longevidade saudável, sem as propagadas “doenças da idade”. Ou,
talvez, a questão seja ainda mais profunda: ninguém quer envelhecer, porque envelhecer é ficar doente. O que se
quer é avançar na idade de forma saudável, sem envelhecer. O que se quer, afinal, é aumentar a longevidade
saudável.

Para caminhar em direção à mudança de atitude, é preciso conhecer o processo, entender como o corpo funciona e
como se dá o envelhecimento. À medida que conhecemos, ampliam-se as possibilidades de atuação e, no caso do
envelhecimento, torna-se possível desacelerá-lo, bloqueá-lo e até reverter seus sinais.

Existem milhares de fatores que fazem perder saúde e envelhecer, e centenas de fatores que protegem a saúde e
evitam o envelhecimento e alguns fatores que recuperam a saúde e revertem os sinais de envelhecimento.
Para buscar a desaceleração ou o bloqueio do envelhecimento, e até a reversão dos sinais, é fundamental que se
conheçam suas causas: todos os fatores que provocam a diminuição da saúde e a manifestação das doenças são os
mesmos que aceleram o envelhecimento. Existem centenas de fatores, mas alguns deles merecem destaque:
• alimentação inadequada, com dieta baseada em carboidratos e uso de alimentos processados, ricos em
produtos químicos;
• sedentarismo;
• fumo e outras drogas;
• uso crônico de álcool;
• estresse crônico;
• problemas com o sono.

O primeiro objetivo para conquistar a longevidade saudável é evitar ao máximo todas as causas que levam ao
surgimento da doença ao mesmo tempo que se deve aplicar o máximo possível de recursos para aumentar a saúde.
Ter isso em mente e aplicar da melhor maneira possível a cada momento do dia, e a cada dia, provocará
gradativamente a recuperação da saúde perdida, a diminuição dos sinais e sintomas de perda de saúde até a
eliminação das doenças, a redução dos fatores do envelhecimento e o aumento dos fatores da longevidade
saudável.

A conquista da saúde é o mesmo caminho para a longevidade saudável, conforme a Ciência já comprovou. E essa
conquista virá por meio da aplicação do maior número possível de recursos e estará atrelada à “quantidade” de
esforço – a moeda para a conquista da saúde – que for investida nesse processo.

Para entender melhor o processo de envelhecimento, é importante conhecer três aspectos científicos: os telômeros
e a telomerase, o limite de Hayflick e o papel da função mitocondrial.

Telômeros, telomerase

O principal indicador de envelhecimento e de longevidade usado na Ciência chama-se telômero, que é a parte final de
todos os cromossomas. No momento da concepção, o telômero tem o tamanho mais comprido da vida. A cada divisão
celular, o telômero encurta um pouco, até ficar tão pequeno que a célula não se divide mais, e o indivíduo morre.

Quanto mais jovem a pessoa é, mais compridos serão os telômeros e vice-versa: quanto mais velha a pessoa, mais
curtos serão seus telômeros. Para medir o envelhecimento, medem-se os telômeros (essa medição é feita apenas
em laboratórios avançados de universidades).

O que interessa tratar aqui é de que forma se pode proteger os telômeros, evitando que diminuam, desacelerando,
dessa forma, o envelhecimento. Ou, ainda, que recursos podem ser aplicados para que se chegue a aumentar o
comprimento dos telômeros, propiciando uma maior longevidade.

Existe uma enzima em volta dos telômeros que os protege para que diminuam de forma menos acelerada,
permitindo até que aumentem seu comprimento. Essa enzima chama-se telomerase e sua descoberta foi tão
importante que os pesquisadores Elizabeth Blackburn, Carol Graves e Jack Szostak ganharam o prêmio Nobel de
Medicina em 2009 por trazerem à luz tal conhecimento.

Mais tarde, em 2013, Elizabeth Blackburn e seus colaboradores publicaram um trabalho que mostrou, num estudo
prospectivo, que é possível aumentar o comprimento dos telômeros. O estudo foi feito com homens portadores de
câncer de próstata de baixa agressividade, que não exige nenhum tratamento, apenas mede-se no sangue a
manifestação da doença.
Esses homens foram divididos em dois grupos: os que sofreram intervenção e o grupo-controle, que era apenas
observado. Em apenas três meses de intervenção, todos os homens que sofreram intervenção tinham aumentado a
telomerase. Isso significa que os telômeros desse grupo ficaram mais protegidos.

O estudo durou cinco anos e, ao final, comprovou-se que todos os homens do grupo-controle tinham diminuído os
seus telômeros, ou seja, tinham envelhecido, como era de se esperar.

O surpreendente é que todos os participantes do grupo de intervenção aumentaram o tamanho dos telômeros ao
final dos cinco anos. Se diminuir telômero significa envelhecimento, aumentar telômero deveria significar
rejuvenescimento ou, ao menos, a certeza de que aqueles indivíduos viverão mais tempo.

E o que foi feito no grupo de intervenção que levou a esse aumento da telomerase e ao surpreendente aumento do
tamanho dos telômeros? Foram quatro ações: intensificação dos exercícios, melhoria da alimentação, meditação
diária e participação em um grupo de apoio que se reunia uma vez por semana para discutir temas de saúde.

Aqui vale salientar: não importa a situação de doenças, de limitações e de problemas que cada pessoa esteja
vivendo, todos podem aumentar o nível de exercícios, melhorar a alimentação, aprender a meditar (e passar a
meditar diariamente) e reunir-se com conhecidos, uma vez por semana, para estudar saúde. Logo, todos podem
aumentar os telômeros e viver mais.

Um dos temas aos quais mais me dediquei nos últimos anos foi entender os fatores que promovem a proteção
dos telômeros (para que encurtem menos e até para aumentá-los) e os fatores que aceleram a diminuição dos
telômeros e da telomerase, a fim de que se possa inibi-los.

Além dos quatro recursos usados no decorrer da pesquisa da Dra. Elizabeth Blackburn, é possível elencar mais de 100
outros recursos, cientificamente comprovados, que estão à nossa disposição para diminuir mais lentamente e até
aumentar o tamanho dos telômeros. Se fizermos a pesquisa no melhor site de busca de artigos científicos, que é o
PubMed, com a expressão “increase telomeres” (aumentar telômeros), encontraremos milhares de artigos em revistas
conceituadas, e se fizermos a pesquisa no Google Acadêmico, encontraremos mais de 70.000 artigos. Isso demonstra que
não há mais dúvida de que podemos aumentar o tamanho dos telômeros, significando que é possível rejuvenescer. O
foco das pesquisas é como aumentar os telômeros ou como diminui-los mais lentamente.

Não se trata de um tônico mágico, uma bebida milagrosa; trata-se de conquista de saúde por meio de recursos que
elevam seus níveis. Trata-se de investir esforço (a moeda da conquista de saúde) para que o corpo se recupere das
agressões sofridas e possa conquistar mais saúde, nesse caso traduzida pelo aumento dos telômeros.

Limite de Hayflick

Quando se estuda o envelhecimento e a longevidade, uma questão sempre se apresenta: até quando o ser humano
consegue viver? A pessoa mais longeva que existiu, e teve toda a sua vida documentada e comprovada, foi a francesa
Jeanne Calment, que viveu 122 anos e 164 dias.

Jeanne não era modelo de saúde. Quando perguntado a ela o motivo de viver tanto, ela respondia que foi ter
deixado de fumar aos 110 anos. Certamente, se ela não tivesse fumado, poderia ter vivido mais ainda. O importante
é que ela definiu um padrão biológico possível e alcançável por todos os seres humanos: viver mais de 120 anos sem
manifestar doenças importantes.
Provavelmente, outros podem ter vivido mais, como o Matusalém, avô de Noel, que teria vivido 969 anos, mas sem
comprovação inequívoca e usando outro calendário que não o gregoriano.

O pesquisador Leonardo Hayflick publicou há mais de 50 anos um estudo que comprova que uma célula animal só
pode se dividir um número limitado de vezes e, depois desse número, o animal morre. A célula humana só pode se
dividir por volta de 50 vezes, e, a cada divisão, os telômeros dos cromossomos diminuem de tamanho.

Já vimos que quando ocorrem danos ao organismo e eles não são reparados, as células sofrem, perdem sua
capacidade funcional, ficam envelhecidas (senescentes) e morrem (apoptose), sendo substituídas por uma célula
mais jovem e com funcionamento melhor.

A nova célula mantém as características semelhantes àquela que foi substituída. Se ela já tinha diminuído 80% do
número de mitocôndrias, a nova nasce só com 20%. É por isso que a simples substituição não diminui o
envelhecimento. O processo de envelhecimento continua na nova célula. Ela pode perder mais mitocôndrias e
chegar ao final da sua existência com 17%, fazendo com que a próxima venha com menor capacidade ainda de
produzir energia.

O organismo humano não tem a capacidade de aumentar o número de divisões celulares. Digamos que um indivíduo
médio da população tenha a idade de 65 anos e sua expectativa de vida é viver 75 anos; ele já teria feito 44 divisões
e lhe restariam ainda mais seis divisões (uma a cada ano e meio) até chegar aos 75 anos e morrer.

Ainda que esse indivíduo se dedique integralmente a aplicar todos os mais de 100 recursos comprovados de
aumento e recuperação de saúde, mesmo assim só terá mais seis divisões celulares. Porém, como as células serão
mais fortes, mais sadias, e funcionarão melhor, cada uma das divisões pode acontecer só depois de 10 anos, e o
indivíduo pode viver até ultrapassar os 120 anos, mantendo suas células funcionando adequadamente sem
manifestar doenças e sinais de perda de saúde.

Imagine um indivíduo que adotou hábitos completamente saudáveis e que foi gerado e criado numa família com
hábitos completamente saudáveis: certamente esse indivíduo vai ter as suas células vivas por mais tempo, com
intervalos maiores entre uma divisão e outra do que um indivíduo que não tem foco na saúde.

Se levarmos em conta os conhecimentos científicos a que se tem acesso até o momento, é possível afirmar que esse
indivíduo deverá viver mais de 120 anos. Ou será que existem outros fatores que a Ciência ainda não descobriu que
determinarão o final de sua vida?

Longevidade saudável e função mitocondrial

As mitocôndrias são as usinas geradoras de energia do corpo humano, como já foi visto anteriormente. Elas é que
geram toda a energia de todas as células do corpo.

Já sabemos que quanto mais mitocôndrias o indivíduo tiver nas células, maior será sua capacidade de produzir
energia e, portanto, maior será a capacidade para realizar suas atividades, sejam elas físicas ou mentais. Além disso,
o número de mitocôndrias é um dos nove principais indicadores de longevidade utilizados pela ciência: quanto mais
mitocôndrias o indivíduo tem, mais longevo será, além de ter um nível maior de saúde, como já vimos.
Com o passar dos anos, a atividade mitocondrial, fundamental para estabelecer o processo de vida, sofre danos, o
que faz com que diminua a quantidade e a capacidade funcional das mitocôndrias. Essa redução na produção de
mitocôndrias acarreta a diminuição de energia. A Medicina Tradicional afirma que essa perda da qualidade da
função mitocondrial é normal e inevitável.

Será que é isso mesmo? Já vimos que não! Esse é mais um dos tantos conceitos que vão sendo passados adiante e
que acabam por consolidar a crença de que o aumento da idade traz doenças e diminuição de produção de energia,
e que quanto a isso não há o que fazer.

A perda de qualidade da função mitocondrial se dá por vários fatores, entre eles a ação dos radicais livres, que
provocam o estresse oxidativo, levando ao envelhecimento das células e, em consequência, de todo o organismo, às
perdas de saúde e ao aparecimento das doenças. Mas, mais determinante do que a ação dos radicais livres é, sem
dúvida, a subutilização da função mitocondrial, como já foi abordado no capítulo 12.

A função mitocondrial é geradora de vida, porque é a função que gera e distribui a energia em todas as células do
corpo. Essa função acontece “sob demanda”, produzindo energia de acordo com o que é utilizado pelo organismo.

A informação que interessa neste capítulo sobre longevidade saudável é que se pode multiplicar a atividade
mitocondrial. Sim, é possível recuperar e melhorar a função mitocondrial por meio do aumento do número de
mitocôndrias e da melhoria do funcionamento de cada uma delas. Como? A resposta você já sabe: para aumentar o
número de mitocôndrias e melhorar a função mitocondrial, é preciso estimular o cérebro reptiliano para que ele
entenda que o corpo precisa de mais energia para sobreviver e providencie o aumento das mitocôndrias em todas as
células, além de fornecer nutrientes adequados para que cada mitocôndria funcione melhor.

Como foi abordado no capítulo 11, o cérebro reptiliano precisa receber mensagens de que as mitocôndrias em
atividade não estão sendo suficientes para a realização de determinadas tarefas, e isso se dá por meio da utilização
dos recursos básicos (horméticos) para conquistar mais energia: musculação de alta intensidade, corrida
(intervalada e aeróbica) de alta intensidade. Esses podem ser chamados de dois recursos básicos, porque sua
aplicação já afetará a função mitocondrial, mas há muitos outros recursos, conforme já foi mencionado.

Quanto mais o indivíduo intensificar seu esforço na aplicação desses recursos e buscar os outros tantos recursos
para melhoria da saúde, mais positivos e até surpreendentes serão os resultados, e mais saúde ele estará
conquistando para alcançar a longevidade cada vez mais saudável.

Geração Saúde

Para saber exatamente qual é o verdadeiro potencial de vida do ser humano, será preciso que nasça a verdadeira
geração saúde. E, para fazer parte dessa geração saúde, um indivíduo precisaria submeter-se a algumas condições:

• nascer de pais completamente saudáveis, que se dedicaram, nos últimos anos antes da concepção, a
desenvolver a melhor saúde possível;
• ser concebido num ato sexual mais saudável e amoroso possível;
• nascer de uma gravidez completamente saudável, com a mãe evitando ao máximo atitudes que possam
prejudicar física e emocionalmente a sua saúde e ter a participação do pai quase tão intensa quanto a da
mãe em providenciar um ambiente emocional o mais saudável possível para essa gestação;
• nascer de um parto o mais humanizado possível;
• ser amamentado, ao menos no primeiro ano, por uma mãe que continue adotando hábitos físicos e emocionais
completamente saudáveis;
• ser criado durante toda a sua infância e adolescência observando as centenas de fatores que promovem a
saúde e evitando ao máximo os milhares de fatores que prejudicam a saúde;
• passar pelo período de adolescência e pela fase de adulto jovem mantendo o comportamento mais saudável
possível para chegar ao limite biológico dos 30 anos na melhor e mais evoluída capacidade e saúde possíveis.

Os indivíduos que conseguirem preencher essas condições serão os únicos que podem fazer parte de uma
verdadeira geração saúde, e o estudo desses indivíduos nos próximos 100 ou mais anos poderá trazer os
conhecimentos que faltam à Ciência para saber exatamente qual é o potencial máximo da vida humana.

A cura do envelhecimento

Quando se fala em cura do envelhecimento, trata-se de bloquear o envelhecimento (a senescência) das células, ao
ponto de elas não precisarem se dividir (apoptose). Essa situação, teoricamente, levaria à imortalidade. Mas essa
hipótese é apenas teoria, pois não existe nenhuma evidência de que isso seja possível ao ser humano, apesar de
semelhante situação já ocorrer em várias espécies do reino animal.
É certo que podemos melhorar todos os indicadores de longevidade e, com isso, reverter o processo de
envelhecimento, mas, mesmo que alguém adote todos os recursos possíveis de desenvolvimento da saúde, esse
indivíduo ainda terá “cicatrizes biológicas” das agressões que causou ao seu corpo, provenientes da época na qual
não se preocupava com a sua saúde. A dúvida é: quanto essas cicatrizes afetarão a sua vida futura, mesmo que
adote o melhor estilo de vida?

Uma dúvida se instala: o envelhecimento é uma doença e então pode ser curado e evitado ou ele é um processo
biológico e natural, que pode ser retardado, mas, mesmo assim, poderá ocorrer mesmo numa geração saúde?
Somente a existência dela permitirá observar, com detalhes, a possibilidade de não ocorrer o processo de perda de
saúde e de envelhecimento.

Dois caminhos diferentes para o combate ao envelhecimento

Os estudos científicos sobre o combate ao envelhecimento dividem-se em duas correntes:

1. O caminho científico focado na doença


Atualmente, gastam-se bilhões de dólares em pesquisas científicas para encontrar soluções que compensem os
danos causados pela perda de saúde que leva às doenças e ao envelhecimento. Todo esse gasto é feito para
encontrar medicamentos, soluções, tecnologias avançadas que possam ser patenteadas e vendidas para quem pode
pagar e já manifesta problemas localizados de perda de saúde e envelhecimento.

Grandes empresas no mundo, como a Google (que criou a Calico, California Life Company) estão financiando
pesquisas nesse sentido. Quase a totalidade dos trabalhos científicos publicados são nessa linha. Existem verbas de
financiamento quase ilimitadas para ela.

Assim funcionam as pesquisas na área de farmacologia, de biotecnologia, de engenharia genética, de nanotecnologia


(os nano-robôs), de substituição de órgãos, de implantes, de inteligência artificial e muitas outras. Existe, inclusive,
uma área chamada de Trans-humanismo, que pretende encontrar substituições protéticas para todos os órgãos que
começam a falhar. Só para citar dois exemplos bem comuns, muitas pessoas já usam implantes dentários, e é grande
a quantidade de idosos com catarata que colocam lentes para substituir o cristalino.

O clímax dessa pesquisa será desenvolver um computador tão avançado que possa ser colocado num robô
completamente semelhante ao corpo humano e que se possa implantar nele a mente de uma pessoa tal como ela é,
permitindo, assim, a imortalidade do ser. Os pesquisadores que estão trabalhando nessa possibilidade estimam que
isso acontecerá em 2045.

Esse caminho do combate à mortalidade está dividindo o ser humano em dois grupos. Por um lado, há um grupo
muito pequeno, composto das pessoas mais ricas e que poderão pagar pelos avanços; no outro lado, a enorme
maioria, que sobreviverá em condições físicas e ambientais altamente desfavoráveis, padecendo cada vez mais de
doenças e de envelhecimento.

É o caminho do pragmatismo e do materialismo, em que não há espaço para crenças, filosofia e metafísica; não há espaço
para seres superiores (como Deus) ou inteligências cósmicas em outras dimensões. O objetivo é conquistar o máximo
possível de capacidade financeira e de bens materiais e mantê-los o máximo de tempo para ter acesso às tecnologias
avançadas que possibilitarão uma vida mais longa e com menos problemas.

2. O caminho científico focado na saúde


Neste campo, quase não há investimento, pois seus conhecimentos não podem ser patenteados, uma vez que são
focados na natureza do ser humano, baseados no estudo da biologia, na história ancestral e no desenvolvimento do
ser humano em busca da saúde integral nas sete dimensões que abordaremos no próximo capítulo (física,
emocional, mental, cultural, social, ambiental e espiritual).

Os poucos cientistas que atuam nessa área, como a ganhadora do Prêmio Nobel, Elizabeth Blackburn, estudam
recursos para evitar a perda de saúde e para recuperar a saúde perdida com base em comportamentos individuais
que repercutem positivamente na saúde. Comportamentos esses que não podem ser patenteados, como
musculação, corrida, meditação, entre centenas de outros que existem.

Esse é o caminho da futura geração saúde, que saberá que não há a necessidade de perder saúde para depois
gastar fortunas para compensar a perda. É também o caminho dos Conquistadores da Supersaúde.

É o caminho também daqueles que acreditam que quanto melhor for a saúde física de uma pessoa, melhor será a sua
qualidade de vida e mais genuína a sua felicidade. São aqueles que recuperam a saúde perdida conquistando e
mantendo a melhor saúde de suas vidas até idades avançadíssimas. São pessoas que substituem o desejo de bens
materiais perecíveis por aspiração de se tornarem pessoas melhores e mais evoluídas e adquirem cada vez mais
atributos pessoais avançados que não podem ser retirados ou roubados e que serão levados depois da morte para uma
outra dimensão (para aqueles que acreditam nisso).

Só avançam nesse caminho aqueles que desenvolvem de forma significativa a sua autoconsciência e se tornam cada
vez mais racionais e conscientes em cada instante da vida. Essa é a única maneira para abandonar as ações e
comportamentos que agridam o corpo e adotar mais ações e comportamentos que protejam e mantenham a melhor
saúde possível, principalmente as ações horméticas das quais já falamos.

Existem duas correntes antagônicas que embasam filosoficamente esse caminho:


• Há aqueles que defendem que somente uma minoria muito restrita de pessoas teria condições evolutivas
ou espirituais de avançar nesse caminho da racionalidade e da autoconsciência crescente e de chegar à
consciência total. Os demais seres humanos continuariam com comportamento irracional (ou de manada),
agredindo o corpo sem se darem conta, fazendo ações simplesmente “porque gostam” ou por que todos
fazem e sem buscar nenhum recurso para proteger a saúde e recuperar a saúde perdida “porque não
gostam” e por que poucos fazem. Essa corrente filosófica é altamente majoritária.
• A outra corrente, com poucos representantes, da qual eu faço parte, acredita que todos os seres humanos
podem evoluir deixando de adotar comportamentos autodestrutivos, fazendo uso das centenas de recursos
para recuperar a saúde perdida e conquistando a saúde integral nas sete dimensões, ao ponto de não mais
ficarem doentes, de bloquearem e até reverterem o envelhecimento.

O mais conhecido “filósofo” a defender isso foi Jesus Cristo quando disse “deveis ser perfeito como é perfeito vosso
pai que está no céu”. Ser perfeito é ter a saúde perfeita não só na dimensão física, como em todas as outras
dimensões.

Mas a maioria desses poucos que acreditam que todo o ser humano pode evoluir e atingir a perfeição está pessimista
quanto à possibilidade de haver tempo para isso acontecer. Eles dizem que estamos destruindo tão rapidamente as
condições de vida do ser humano que, em poucas dezenas de anos, não mais existirá a vida na Terra.

A destruição crescente da natureza é, de fato, muito assustadora, mas é pouco provável que cheguemos a uma
situação catastrófica de não haver condições de sobrevivência. Afinal, o Criador não teria feito o ser humano para
ter um final tão caótico. Por isso, é bem possível que exista alguma solução, ainda não detectada, que será capaz de
reverter esse processo destrutivo.

E, para além das crenças, é possível afirmar que ainda há tempo para que um número significativo de seres
humanos, como você que está lendo este livro, possa conquistar uma saúde muito melhor e contagiar outras
pessoas a também buscarem essa supersaúde ao ponto de formar uma massa crítica capaz de levar a grande maioria
das pessoas a tornarem-se seres mais saudáveis e melhores ao ponto de salvar a vida humana na Terra.
CAPÍTULO 21

As sete dimensões da saúde

É comum que se entenda a saúde apenas em relação aos aspectos físicos, mas nós somos muito mais do que apenas
um corpo físico.

A OMS (Organização Mundial de Saúde), na sua fundação, em 1946, definiu saúde como sendo um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de afecções e enfermidades. Essa definição, que
utiliza três dimensões da saúde – física, emocional e mental – é válida até hoje. Não há dúvida de que, se algo afeta a
dimensão física, afetará também as demais dimensões e vice-versa.

A divisão em três dimensões, no entanto, não dá conta de toda a complexidade do ser humano. Para caracterizar o
ser humano de forma completa, é fundamental levar em conta todas as dimensões. Eu utilizo sete: física, emocional,
mental, cultural, social, ambiental e espiritual. Essa é uma divisão completamente teórica e depende da concepção
de quem está estudando o ser humano; é possível adotar quantas dimensões quiser.

Dividir o ser humano em dimensões para entender o seu funcionamento pode ser um grande erro, pois nosso
organismo precisa ser entendido na sua integridade e na sua plenitude, sem nenhum tipo de fragmentação. Não se
pode entender o físico sem levar em consideração as demais dimensões, sejam elas quantas forem. O organismo
humano é totalmente integrado e interdependente.

Tudo o que faço no físico repercute nas demais dimensões. Tudo o que acontece em qualquer dimensão reflete
diretamente no físico. Entretanto, quando se trata de recuperar a saúde perdida ou de conquistar mais saúde, essa
divisão torna-se útil e válida, pois, para desenvolver cada dimensão da saúde, utilizam-se recursos e instrumentos
diferentes para cada uma delas, com prioridades também diferentes.

Na prática, a utilização da musculação é fundamental para a recuperação da saúde física, mas, apesar de influir
diretamente nas demais dimensões, ela não provoca tanta melhoria na saúde emocional e nas demais dimensões.

Existem recursos mais específicos para cada uma das dimensões. Só por isso, é conveniente essa separação em
dimensões. O princípio óbvio é começar pela dimensão mais grosseira e material, que é a dimensão física, e ir
“subindo” a escala para dimensões cada vez mais sutis e abstratas. Analogicamente, é começar o edifício pelas
estruturas e ir construindo-o até chegar à cobertura.

Para cada dimensão, existem recursos mais apropriados e que provocam mais ou menos melhorias. Por isso, é
importante colocá-las numa ordem crescente de prioridade, das mais primitivas e básicas, e mais fáceis de melhorar,
até as mais nobres e sofisticadas.

1. Dimensão física
É a dimensão mais importante de qualquer ser vivo, é a única que nos mantém vivos. Quanto melhor for a saúde física,
mais fácil será o desenvolvimento da saúde integral nas demais dimensões. Mais do que isso: é impossível desenvolver a
saúde nas demais dimensões sem ter desenvolvido a saúde física, pois ninguém poderá conquistar o desenvolvimento da
saúde nas dimensões superiores sem desenvolver a saúde física.

Organizações filosóficas, psicológicas, espirituais ou religiosas cometem um grande erro ao acreditarem que é
possível desenvolver dimensões mais nobres, como comportamento ou espiritualidade, sem valorizar o cuidado com
o físico, relegando-o a um plano menos importante ou entendendo atividades físicas como a musculação ou a
corrida como atividades que “não combinam” com o desenvolvimento intelectual, emocional ou espiritual.

Algumas filosofias religiosas defendem, na teoria, a melhoria do físico, chegando a afirmar que o corpo é o templo
do espírito, mas, na prática, permitem que o corpo apresente sinais degenerativos graves e doenças. Ao contrário,
todo o investimento que for feito na melhoria da saúde física repercute imediatamente na melhoria da saúde nas
demais dimensões.

2. Dimensão emocional
Saúde emocional é a expressão sadia de sentimentos e de emoções. O indivíduo saudável não expressa emoções ou
sentimentos negativos e tem todos os seus conflitos emocionais inconscientes resolvidos.

Quanto mais conflitos emocionais não resolvidos o indivíduo tiver, menor será a sua saúde emocional, mais
prejudicada será a sua saúde integral e mais problemas de saúde física ele terá. Se um indivíduo tiver alto nível de
saúde física, produzindo energia em grandes quantidades, mas tiver também conflitos emocionais não resolvidos,
poderá desperdiçar toda essa energia na expressão de emoções negativas. Seria como encher de água (energia) um
balde todo furado: a água se perderia.

Assim como na saúde física, não existe um tratamento capaz de, sozinho, melhorar a saúde emocional. Nenhum tipo
de psicoterapia consegue isso. Para aumentar a saúde emocional, é preciso aplicar os recursos de melhoria da saúde
física e alguns recursos próprios da melhoria da saúde emocional, além de outros das dimensões superiores.

Na saúde física, qualquer doença é consequência da perda de saúde de todo o organismo, e todos os tratamentos
focados na manifestação dos sinais e sintomas apenas diminuem a manifestação dessa doença, mas não conseguem
curá-la, pois a cura só se dará com a recuperação da saúde perdida. Assim, para eliminar os sinais e os sintomas
emocionais, é preciso investir no aumento da saúde emocional. Quanto mais se expressar emoções positivas,
maiores são as chances de desaparecem as emoções negativas.

A melhoria da saúde em todas as dimensões passa, obrigatoriamente, pelo foco na melhoria e na saúde, afastando o
olhar dos sintomas e dos sinais de doença. Principalmente, é fundamental ter ações práticas, buscando a melhoria
da saúde. Não basta apenas focar e desejar a saúde em qualquer dimensão, é preciso dar passos concretos e
caminhar na direção da saúde.
3. Dimensão mental
Ter saúde mental é ter a capacidade de utilizar a mente em toda a sua potencialidade.

Apenas utilizando uma capacidade mental conhecida como exemplo, a ciência demonstrou, por meio de vários
experimentos, que todos nós temos alguma capacidade atrofiada de telepatia. O experimento mais famoso foi a
transmissão telepática do astronauta Edgar Mitchell, a bordo da Apolo 14, para uma pessoa dentro de uma gaiola
Faraday em um laboratório na Terra. Dessa experiência, porém, nunca encontrei a devida comprovação.

A telepatia é um tema científico estudado há muito tempo. Desde 1930, a Universidade de Duke, nos Estados
Unidos, faz pesquisas sobre telepatia. Conta-se que o próprio Edgar Mitchell, depois que voltou do espaço, passou a
dedicar-se a estudos de vivências extrassensoriais (telepatia, telecinese ou psicocinese, percepções extrassensoriais,
clarividência) e afirmou: “Elas não têm nada de extraordinário e estão dentro da capacidade de todas as pessoas. A
maioria das experiências denominadas místicas e espirituais são parte das propriedades de todo organismo vivo”.

Assim como a capacidade telepática atrofiada, existem outras capacidades extrassensoriais, como a clarividência
(descobrir a cor da carta antes de ela ser virada), precognição e premonição (conhecimento sobre um futuro evento)
e outras capacidades sobre as quais ainda há pouco conhecimento, mas existe alguma comprovação científica.

Todos nós temos poderes mentais extremamente potentes que estão subutilizados ou atrofiados e que podem ser
desenvolvidos. Um deles, que todos conhecem, é o poder de autocura. Todas as pessoas têm condições de curar
pequenas lesões, como batidas e ferimentos, sem necessitar de tratamentos. Isso é poder de autocura manifestado. Só
precisamos entender melhor esse processo para utilizá-lo em lesões e em doenças maiores.

Um poder mental muito conhecido é a premonição. Quantas vezes você ouviu alguém comentar que estava
pensando numa pessoa e em seguida ela apareceu ou telefonou? Todas as pessoas “comuns” que manifestam
poderes extrassensoriais, de cura ou outros poderes que expressam essas outras capacidades mentais são apenas
demonstrações de alguma condição natural excepcional para provar que é possível e que faz parte da capacidade
humana em potencial. Os espiritualizados afirmam que isso é demonstração de uma Inteligência Superior (Deus).

Quanto maior for a saúde física e emocional, maior será a condição de desenvolver a capacidade mental atrofiada
e de aumentar esses “poderes” mentais potenciais. É um caminho lento, e só será acelerado por aqueles que
conquistarem a saúde física e emocional 100%. Se você não acredita na sua possibilidade de conquistar essa saúde
superior, não conseguirá desenvolver a saúde mental e terá de rezar para que algo ou alguém a desencadeie em
você.

4. Dimensão cultural
Aumentar a saúde cultural é desenvolver a capacidade cognitiva e intelectual. É mais do que acumular informações,
que é a característica de uma pessoa culta, letrada, ilustrada. É mais do que juntar e processar várias informações,
gerando conhecimentos. Ter saúde cultural é ter a capacidade de acessar conhecimentos ainda não expressos, e
isso se chama inspiração, intuição ou criatividade. Ela procede de uma parte mais elevada da mente ou da
consciência. Alguns chamam de supraconsciência.

Há estudiosos que afirmam que essa parte superior da mente está em contato com uma “mente superior” (em
inglês, master mind) na qual não existe a dimensão nem de tempo nem de espaço. Jung e Assagioli, discípulos de
Freud, chamavam de inconsciente coletivo. Os místicos e metafísicos chamam de consciência cósmica ou registros
akáshicos. Os religiosos chamam de consciência divina, Espírito Santo e outras denominações.
Essa possibilidade está sendo estudada pela Ciência desde a época de Einstein e, com a evolução da física quântica, pode
estar próxima de se realizar por meio de um fenômeno conhecido como entrelaçamento quântico.

Um dos objetivos do aumento da saúde é levar ao desenvolvimento de um cérebro de alta performance,


aumentando as capacidades cognitiva, intelectual e de memória, expandindo, assim, a capacidade mental e a
cultural e mantendo-as em condições cada vez mais aperfeiçoadas, mesmo em idades avançadas.

Isso pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive com você. À medida em que eu aumentei minha saúde física,
emocional e mental, eu percebi que as capacidades intelectual, cognitiva e minha capacidade criativa para processar
informações e desenvolver conhecimentos, assim como receber insights e inspirações e acessar conhecimentos mais
elevados, está sendo aumentada gradativamente. E, quanto mais evoluo e me conheço, mais descubro que tudo
ainda é infinitamente pequeno perto do que há para conhecer e conquistar.

De acordo com Lao Tse: “Quando você conseguir conectar a sua energia com o reino divino através de alto nível de
conhecimento e da prática da virtude não discriminatória, a transmissão das verdades sutis finais irá seguir.”

5. Dimensão social
Dimensão social é a capacidade de sentir-se integrado com os demais seres humanos. Não só integrado às pessoas
que lhe são queridas, mas integrado a todas as pessoas, independentemente de espaço e de tempo. É sentir que se
faz parte de um único organismo formado pelos sete bilhões de seres humanos que estão vivos e com os bilhões de
seres que já viveram ou irão viver.

Quanto maior for a saúde social, mais será possível sentir o poder e a verdade da máxima que diz “somos todos
um”.

Ter saúde social não é apenas o indivíduo ter relacionamento saudável com todas as pessoas, conhecidas ou não,
que encontra nos contatos sociais. Esse tema é estudado na dimensão emocional. Quanto melhor for a saúde
emocional, melhor será o relacionamento social de um indivíduo com pessoas conhecidas e desconhecidas,
entendendo-se como ambiente social os vários ambientes nos quais as pessoas circulam: a escola, o trabalho, a
igreja, as festas, o transporte coletivo etc.

Ter saúde social é sofrer com o sofrimento de uma pessoa que passa fome, seja na sua cidade ou num país distante,
ou vibrar com uma vitória na evolução de uma pessoa desconhecida, mesmo sendo parte de um país estranho.

A principal característica de alguém que está desenvolvendo a saúde social é a compaixão, que é a capacidade de ter
um olhar identificado com o outro, seja quem for, atento às suas necessidades e carências e auxiliando-o no seu
processo evolutivo, sem sentir nenhum grau de superioridade. Ela pode ser confundida com caridade, mas essa não
passa de assistencialismo e está impregnada de sentimento de superioridade, de doar algo porque está sobrando.

O primeiro e fundamental passo a ser dado para o desenvolvimento da saúde social é compartilhar seus
conhecimentos e sua energia com outras pessoas. Ninguém chega à saúde social sem desenvolver a saúde física, a
emocional, a mental e a cultural. Uma das características de quem chega aqui é diminuir o sentimento de
individualidade e passar a se sentir integrado num organismo social maior, junto com todas as outras pessoas, e
apoiar a elas para evoluírem também
O organismo social gradativamente elimina as separações entre as pessoas e cada uma delas passa a sentir que
todos fazem parte de um organismo único, e que a sobrevivência desse organismo depende da saúde de cada célula
desse organismo, como num corpo. Aos poucos, fica cada vez mais fora de propósito a busca de soluções para si
mesmo e para sua família. Isso seria como se o coração só bombeasse sangue para si mesmo.

6. Dimensão ambiental
A dimensão ambiental integra totalmente o indivíduo não só com os outros seres humanos, mas também com todos
os representantes dos reinos animal, vegetal e mineral.

O indivíduo é parte do todo, não parte solta ou isolada, mas parte intrínseca e integrada, que faz andar o todo,
tornando-se responsável pelo processo que é estar no mundo. Cada indivíduo é uma célula viva no organismo de
toda a natureza. E cada célula, para ser saudável, depende da saúde de cada uma das demais células.

Nessa dimensão, o ser humano deve identificar-se não só com os animais mais “fofos”, como o cachorro ou o gato
de estimação, mas também com os animais peçonhentos e com os vegetais, os minerais, com a Terra (Gaia) e com o
Universo.

E, ao alcançar a saúde integral, com a conquista das demais dimensões da saúde – física, emocional, mental, cultural
e social -, torna-se quase que natural compreender e desenvolver a saúde em sua dimensão ambiental.

O indivíduo que desenvolve a consciência para a saúde física e todas as outras dimensões desenvolverá também
uma consciência mais ampla do que é ser saudável e da importância que essa dimensão ambiental tem em seu
processo de conquista da saúde plena.

Quando houver um número significativo de pessoas buscando a melhor saúde da sua vida, essa massa crítica
(chamada, em inglês, de Tipping Point, como veremos mais à frente será capaz de influenciar o restante da
humanidade a adotar um comportamento saudável e, dessa forma, evitar a destruição dos recursos naturais, que
inviabilizaria a vida na Terra.

7. Dimensão espiritual
A dimensão espiritual está intimamente relacionada ao desenvolvimento da consciência em todos os seus
aspectos, desde a consciência corporal (físico) até a consciência do sentido ou propósito de vida (social). É por isso
que ela é a única das sete que se desenvolve paralelamente ao desenvolvimento de cada uma das outras.

Já vimos que cada ação de melhoria da saúde física impacta na melhoria das demais, mas impactará de forma
mais intensa a saúde espiritual.

A dimensão espiritual é uma espécie de ligação que une todas as dimensões anteriores. É a capacidade de
transcendência, que motiva o indivíduo a ir além, a evoluir, a tornar-se um ser melhor, qualquer que seja a definição
para esse melhor.

A dimensão espiritual existe em todos os seres humanos, quer sejam eles materialistas, quer sejam crentes em uma
Inteligência Superior (Deus).

A religiosidade pode fazer parte ou não da espiritualidade. Se ela estimular o indivíduo a buscar a transcendência e
se tornar um ser melhor e mais evoluído, ela estimulará a saúde espiritual. Mas, se ela engessar o indivíduo em suas
crenças, segregando todos os outros que pensam de forma diferente, ela estará prejudicando a saúde do indivíduo,
principalmente a saúde emocional, a mental, a cultural e a social.

Essa dimensão, afinal, é a única que diferencia os seres humanos dos animais. Todos os mamíferos têm a dimensão
física, a emocional, a mental a social e, provavelmente, a ambiental, mas não têm a dimensão espiritual. A
espiritualidade é a utilização dos atributos mais elevados do ser humano e não encontra correlação em nenhum
animal, mesmo entre aqueles com maior grau de inteligência.

Quais são esses atributos? O altruísmo, a compaixão, a abnegação, o desapego, o humanitarismo, a generosidade, a
bondade, a caridade, a filantropia, a moral, a honra, a ética, a integridade, a honestidade, a retidão, a decência, a
justiça, o heroísmo, entre tantos outros. São atributos que extrapolam a questão religiosa e que deveriam fazer
sentido para a totalidade das pessoas, ainda que o indivíduo seja ateu, agnóstico ou materialista.

Quanto mais pessoas estiverem em busca da melhor saúde de sua vida e manifestarem esses atributos espirituais,
melhor será a sociedade em que elas estão inseridas

A saúde integral

Ao desenvolver as sete dimensões, é possível alcançar a saúde integral, que é a máxima saúde que pode ser
alcançada pelo ser humano

A saúde integral pode ser considerada utópica e inalcançável, pois ela pressupõe a conquista da máxima saúde em
todas as sete dimensões. Mas esse é um olhar limitado pela observação da saúde conquistada até agora. Precisamos
olhar a saúde com o olhar no futuro.

Se todas as condições forem favoráveis, um indivíduo poderia conquistar a saúde integral? É claro que sim. Se não é
impossível, logo, é possível. Pode até ser muito improvável, mas não impossível. E, se um indivíduo, teoricamente,
pode conquistar a saúde integral, outros também podem! E, se vários conseguem, todos podem conseguir.

O Cristianismo traz isso claramente na fala de Jesus Cristo: Sede vós perfeito como é perfeito vosso pai que está no
céu. Não deixou por menos: o ser humano pode aumentar a sua saúde até conquistar a mesma saúde de Deus.

Buda também deixou bem claro, em sua filosofia, que todos temos a capacidade de nos tornarmos novos Budas,
mesmo que necessitemos, para isso, de milhares de encarnações.

Para finalizar, vale relembrar que a saúde integral só será alcançada se todas as dimensões forem alcançadas. Para
alcançar cada uma das dimensões, o primeiro passo e o mais fácil será melhorar a saúde física, aplicando os recursos
para melhoria da saúde com todo o esforço possível para abandonar a zona de conforto e chegar à saúde plena.

Não é possível evoluir emocionalmente ou espiritualmente com um corpo fraco, cansado, atacado por doenças. A
evolução começa pela saúde física e avança gradativamente pelas outras dimensões até que a pessoa chegue ao
estado pleno de evolução.

Até agora já vimos que podemos recuperar toda a saúde perdida, eliminar todos os sinais e sintomas de perda de
saúde, curar as doenças, parar de tomar medicamentos, conquistar a melhor saúde da vida e manter essa saúde até
idades muito avançadas sem nunca mais ficar doente, podendo morrer centenário com saúde e lucidez, sem ficar
fraco e doente.

As pessoas que conseguem chegar à fase da melhor saúde de sua vida ficam tão entusiasmadas com a qualidade de
vida que passam a ter que querem conquistar mais saúde ainda. Vão em busca da saúde 100% e depois querem
conquistar a supersaúde e desenvolver o supercérebro.

Muitos intelectuais, e mesmo quem realiza trabalhos braçais, gostariam de desenvolver um cérebro de alta
performance e ter uma alta produtividade cognitiva, mas acham que isso é possível sem desenvolver a melhor saúde
física possível, como se o cérebro fosse um órgão separado, independente do restante do corpo.

Se esse é o seu objetivo e você abriu o livro neste capítulo, pois é o que mais lhe interessa, está perdendo o seu
tempo. Volte à introdução e comece a entender a metodologia que garante a conquista da melhor capacidade
intelectual da sua vida. Não queira construir a cobertura do seu “edifício da saúde” sem antes fazer a fundação e
levantar os 15 andares que apoiarão a cobertura.
CAPÍTULO 22

A supersaúde e o supercérebro

Conquistar a supersaúde e o supercérebro

Ter o melhor cérebro possível, um cérebro de alta performance ou, melhor ainda, um supercérebro, é o desejo de
todos os leitores deste livro. Não só os intelectuais querem um cérebro de alta performance; os trabalhadores
braçais também querem ter “uma cabeça melhor” e uma capacidade de raciocínio superior, que possibilitará
aumento da produtividade e dos resultados do trabalho.

Por que, então, esse tema ficou para o final do livro? Porque é impossível querer melhorar o cérebro sem antes
melhorar o corpo inteiro.

Já sabemos que o uso dos recursos para a melhoria da saúde, se aplicados da melhor forma possível, com todo o
esforço que o indivíduo possa empregar, pode levar à conquista da melhor saúde de sua vida e, depois, da saúde
100%.

Quem chega a esse ponto não se contenta em só vivenciar esse nível de saúde e de felicidade. De alguma forma,
sabe que pode conquistar mais se continuar evitando ao máximo as agressões ao organismo e seguir aplicando de
forma mais intensa cada uma das centenas de recursos que permitem que o corpo possa funcionar melhor ainda.

Se esses recursos forem ampliados e intensificados num esforço crescente, com consciência máxima e foco na
saúde, é provável que o indivíduo chegue a apresentar mais que uma saúde 100%, ele poderá ter 101, 102, 105,
110% de saúde, e assim por diante.

Não existe um nome na Ciência para essa saúde tão elevada, por isso nomeamos de supersaúde, acreditando que
não há um limite máximo para a conquista de mais saúde. Por meio de esforço e dedicação, sempre será possível
aumentar algum nível a mais na saúde já conquistada e avançar na supersaúde.
A supersaúde é, portanto, uma condição acima da saúde: ter uma supersaúde é ter mais que o funcionamento
adequado de todas as células do corpo; é ter energia de sobra para que todos os órgãos, tecidos e sistemas
funcionem para além da capacidade adequada. Equivale a dizer que, nessa condição, o indivíduo passa a ter um
supercoração, um superpâncreas, um superfígado; todos os órgãos tornam-se superórgãos.

Ter uma supersaúde é:

• ter todas as células do corpo funcionando mais do que adequadamente;


• ter todas as organelas internas de cada célula, como as mitocôndrias, em quantidade e funcionalidade
muito acima do necessário para funcionar de forma adequada;
• aumentar o tamanho dos telômeros ou, ao menos, não permitir que eles diminuam, estimulando as células
a se manterem jovens e em funcionamento por mais tempo, evitando a senescência (envelhecimento
celular) e estendendo, assim, o limite da divisão, propiciando maior longevidade;
• ter cada vez menos substâncias tóxicas intra ou extracelular;
• ter uma capacidade cardíaca e um nível de energia muito acima do necessário para cumprir todas as
necessidades diárias;
• ter massa e força muscular muito acima do que se usa cotidianamente e mesmo em ações extremas
eventuais;
• aumentar, gradativamente, todas as funções hormonais, que já são adequadas.

Supercérebro

E quanto ao cérebro? O que é ter um supercérebro?

Ter um supercérebro é:

• ter um cérebro funcionando mais do que adequadamente e sem manifestar problemas e perturbações;
• ser capaz de expandir e magnificar indefinidamente todas as funções cerebrais;
• ter o cérebro funcionando com cada vez mais elevada performance;
• expandir cada vez mais a capacidade de memória e o nível de cognição;
• aumentar o quociente de inteligência sob qualquer aspecto que for considerado;
• manter o pensamento cada vez mais lúcido;
• ter a capacidade de trabalho intelectual expandida, permitindo ficar trabalhando muito tempo sem
manifestar cansaço e ampliar esse tempo cada vez mais;
• ter um aumento da capacidade criativa, alcançando soluções cada vez melhores e mais avançadas para
todos os problemas e dificuldades que surgirem.

É impossível alguém que tem um supercérebro desenvolver qualquer doença neurodegenerativa, como Alzheimer,
Parkinson ou demência. As pessoas que têm supersaúde nunca terão nenhum sinal ou sintoma de deficiência de
funcionamento do cérebro, não importa a idade avançada que tenham.

Ninguém esquecerá palavras ou nomes nem terá os denominados “brancos” de memória. E, quando isso acontece,
acende-se uma “luz amarela”, sinalizando que algo está perturbando o funcionamento do cérebro, que pode ser
desde um leve estresse, a falta de algum nutriente ou até uma necessidade de repouso, de férias, pois mesmo o
supercérebro não deixa de ter a necessidade de descansar em algum momento.
Aumentar a energia disponível para desenvolver o supercérebro

Há um pensamento comum de que o cérebro é “descolado” do corpo quando se fala em recursos para desenvolver a
saúde. Algo assim como se a alimentação, a musculação e a corrida, para citar alguns recursos básicos, em nada
contribuam para que o cérebro desempenhe suas funções de forma mais produtiva.

Por outro lado, ninguém duvida que os “cuidados com o cérebro” são muito importantes. Há uma preocupação
cada vez maior com a prevenção da doença de Alzheimer, por exemplo. Mas a ideia mais comum é a de que, para
desenvolver o cérebro, é preciso estimulá-lo por meio do aprendizado de idiomas, da busca de conhecimentos novos
ou da realização de palavras cruzadas.

É certo que esse tipo de atividade não deixa de ser importante, já que promove o aumento das sinapses, que são as
conexões entre os neurônios. Mas aumentar as sinapses não chega a estimular as funções cerebrais ao nível de
tornar o cérebro mais produtivo ou de evitar que ele fique “doente”.

A única possibilidade de desenvolver as capacidades cognitivas, mentais e intelectuais é dispor de mais energia. É isso
que vai estimular o cérebro a funcionar “a pleno vapor” por muito mais tempo. E para ter mais energia, já sabemos, será
por meio do aumento da função mitocondrial.

Como já vimos anteriormente, a única maneira de aumentar as mitocôndrias cerebrais é aumentando as


mitocôndrias cardíacas e musculares. Quanto mais intensa for a musculação ou a velocidade em uma corrida de curta
duração, maior será o aumento das mitocôndrias cerebrais e de todos os demais órgãos do corpo não envolvidos com
o exercício.

Vale lembrar que ter saúde é ter todas as células do corpo funcionando adequadamente, sem nenhum problema,
sem nenhuma perturbação, sem nenhuma alteração; é ter todos os órgãos e tecidos funcionando de forma
harmônica e equilibrada. Por óbvio, essa definição inclui o cérebro. E ninguém chega ao supercérebro se não estiver
desenvolvendo a supersaúde.

Sim, sempre que melhorarem os níveis de saúde de todo o organismo, o indivíduo estará aumentando,
proporcionalmente, a saúde e a capacidade cerebral. Isso equivale a dizer que, ao praticar musculação, ao contrário do
que pensa a grande maioria dos intelectuais, o sujeito não estará apenas aumentando a força e a massa muscular,
estará aumentando a força de todas as células e órgãos e, seguramente, trabalhando para melhorar a força dos
neurônios e as capacidades do cérebro.

Enfim, ao estimular o cérebro reptiliano a aumentar as mitocôndrias dos músculos (praticando a musculação de
forma adequada) e do coração (realizando corrida de alta intensidade e curta duração), o indivíduo também estará
estimulando o aumento do número e da função das mitocôndrias de todas as células do corpo, inclusive das
células neurológicas.

O cérebro não é um órgão vital


Por mais importante que seja o cérebro, ele não é um órgão vital. Uma criança que nasce sem cérebro (anencefalia)
pode viver alguns meses ou até mais de um ano de idade. Uma pessoa com o cérebro completamente deteriorado
por Alzheimer pode viver muitos anos.

São considerados órgãos vitais o coração, o pulmão, o fígado e os rins, pois, se falharem, o indivíduo morre em
seguida. O cérebro reptiliano, que tem como prioridade máxima preservar a vida, nas deficiências, prioriza o máximo
dos recursos na sustentação desses órgãos vitais. Em seguida, ele dá prioridade às estruturas responsáveis pela
preservação da vida, que incluem a capacidade de lutar, de fugir e de buscar alimentos (aparelho locomotor).
Somente em terceiro lugar ele atenderá às necessidades dos demais órgãos como o cérebro.

Isso significa dizer que, sempre que faltar condições para sustentar os órgãos vitais, o cérebro será sacrificado para
que sejam privilegiados aqueles órgãos dos quais depende a manutenção da vida.

Se quisermos desenvolver um cérebro de alta performance e chegar a ter um supercérebro, precisamos dispor de
condições excepcionais no nosso organismo. Isso significa ter a capacidade de produzir e de fazer circular energia
em excesso, dispor de nutrientes excedentes para sustentar todas as funções vitais e de sobrevivência e ainda dar ao
cérebro nutrientes em quantidades acima do que ele precisa para seu funcionamento.

É preciso lembrar que o cérebro representa menos de 3% do total do peso corporal e consome 25% de toda a energia
produzida pelo corpo. Desse percentual, apenas 2,5% são utilizadas pela sobrevivência das células neurológicas (terão
preferência na liberação de nutrientes) e 22,5% são usados para o funcionamento cerebral (trabalhos intelectuais,
cognição, pensamentos, emoções, que não são fundamentais à vida e à sobrevivência).

Desenvolver o supercérebro

Conforme já foi tratado, deve ficar claro para todos que desejarem ter um cérebro de alta performance e um
supercérebro que a prioridade número um é desenvolver a melhor saúde corporal possível, uma supersaúde. É
impossível conquistar um supercérebro sem conquistar, antes, uma supersaúde.

É possível fazer muito mais que apenas manter o cérebro funcionando para que cumpra com as funções esperadas; é
possível estimular o cérebro a realizar atividades de forma excelente, chegando-se a ter um supercérebro, com alto
nível de capacidade cognitiva, de criatividade, de memória.

O cérebro humano tem potencial de desenvolvimento muito maior do que o utilizado por nós. Basta ver que algumas
pessoas possuem uma capacidade extraordinária do uso do cérebro, apresentando aptidões que são consideradas
excepcionais e chamadas de extrassensoriais ou até de espirituais. Todas essas aptidões surpreendentes estão dentro
das potencialidades do cérebro, que podem ser desenvolvidas desde que se proporcionem as condições para que isso
ocorra. Certamente, o cérebro humano deve ter um enorme potencial ainda desconhecido, do qual só daremos conta
ao evoluirmos as aptidões que temos hoje.

Princípios para desenvolver um supercérebro

Vale alertar ao leitor que, dada a importância do cérebro e a necessidade de entendê-lo melhor, seria necessário
mais do que um livro sobre este tema. Este capítulo serve apenas para despertar o interesse do leitor em pesquisar e
estudar mais sobre o assunto.
Os principais pontos para desenvolver um supercérebro são:

• Desenvolver a supersaúde. Como já vimos, é impossível querer melhorar a função cerebral sem melhorar
todo o organismo. Quanto maior for a saúde física, maiores serão as condições do cérebro. O processo
desenvolve-se paralelamente; qualquer mínimo avanço da saúde do organismo provoca uma melhoria da
saúde cerebral. Então, só temos que, a cada dia, aplicar as duas únicas regras que você já conhece para
desenvolver a saúde:
• A cada dia, diminuir ao máximo as agressões ao corpo.
• Aplicar o máximo possível de recursos para desenvolvimento da saúde e aplicá-los da melhor maneira
possível.
• Desenvolver especificamente cada uma das funções do cérebro. Como vimos no capítulo 11, o cérebro
humano está divido em quatro partes. Cada parte tem a sua função e pode ser desenvolvida de forma
específica:

1. Cérebro reptiliano, o mais primitivo (tem 200 milhões de anos), é o único responsável pela manutenção da
vida e pelo funcionamento de todas as células do corpo. Para fazê-lo atuar na melhoria da saúde de todos os
órgãos, devemos estimular situações de risco de morte ou de agressão à vida para que ele reaja com a
melhoria do organismo.

2. Cérebro límbico, muito primitivo (tem 60 milhões de anos), é responsável pelas emoções e sentimentos, pelos
apegos e aversões.

Para desenvolver o cérebro límbico é preciso trabalhar as emoções e os sentimentos, procurando aumentar a
saúde emocional, desenvolvendo emoções positivas e reconhecendo, entendendo e resolvendo as emoções
negativas. É fundamental estar atento a todas as sensações de gostar ou não gostar, de atração e repulsão, e
interpretá-las pela utilização da consciência e da racionalidade do lobo frontal. Um indivíduo que utiliza o cérebro
mais desenvolvido (lobo frontal) em vez do cérebro altamente primitivo (cérebro límbico) diria: “eu quero comer
esse doce porque adoro doce, mas escolho não comer, pois sei que ele aumenta a insulina, que aumenta a
inflamação crônica e que piora a minha saúde”.

3. Neocórtex, recente, pois existe há apenas 1 milhão de anos, é responsável pela fala, pela motricidade fina,
pelas funções sensoriais, pela armazenagem de memórias e certos atributos que nos diferenciam dos outros
animais.

Para desenvolver o neocórtex, é fundamental estudar e pesquisar, ocupando a função cognitiva. E o melhor
tema para se dedicar a estudar e pesquisar é sobre o desenvolvimento da saúde em todas as suas
possibilidades. A internet propicia que qualquer um se torne um “especialista em saúde” sem precisar fazer
nenhuma pós-graduação.

Mas não se deve estudar apenas para manter o cérebro ocupado, como por exemplo, aprender uma língua
estrangeira que nunca vai usar. Esse desperdício de tempo é mais prejudicial do que benéfico, e não se deve
manter o cérebro ativo em passatempos, como jogos e palavras cruzadas. Nascemos para nos tornar
melhores a cada dia, e passar o tempo não nos melhora em nada. Devemos dedicar tempo de estudo em
buscar conhecimentos úteis que nos auxiliem no processo de evolução física, emocional, mental, cultural,
social, ambiental e espiritual.
Outra maneira de desenvolver o neocórtex é ativando todas as suas funções sensoriais: motricidade fina, fala,
audição, olfato, gustação e tato.

4. Lobo frontal, novíssimo, pois tem apenas 40 mil anos, é responsável pela vontade, pela motivação, pelo
planejamento, por ter a visão do futuro (projetar consequências das ações do presente). É considerado a
sede da consciência. A utilização e o desenvolvimento do lobo frontal é o que diferencia o ser humano
racional do irracional, como já vimos. E os recursos obrigatórios para o desenvolvimento dessa parte
importante do cérebro são a meditação e a mente atenta (Mindfulness).

É importante dedicar esforços para desenvolver cada uma das partes do cérebro. As ações diárias podem
agredir algumas delas e diminuir sua saúde, como podem também estimulá-las e, assim, aumentar o seu nível
de saúde.

Fornecer nutrientes de alta qualidade

O cérebro funciona muito melhor com cetonas (provenientes do metabolismo lipídico, das gorduras) do que com o
metabolismo glicídico (dos carboidratos). É claro que ele precisa também de glicose; é por isso que uma das funções
prioritárias do fígado é transformar gorduras do depósito em glicose e fornecer ao cérebro a quantidade exata de
que ele precisa. Nem uma molécula a mais, nem uma a menos.
CAPÍTULO 23

Morrer sem ficar doente?

A morte é inevitável, mas não deve ser antecipada

É muito comum que se ouça, vindo das mais diferentes pessoas, jovens ou idosas, homens e mulheres de diferentes
classes sociais ou níveis de instrução, o seguinte comentário: “Vou comer esse doce (ou vou beber esse refrigerante,
essa cerveja), porque vou morrer mesmo”. E outra: “Não vou perder meu tempo com atividade física, vou morrer
mesmo”.

Não há dúvida: a morte está mesmo no caminho de todas as pessoas, todas! E sobre isso não há o que fazer: todas
as pessoas morrem. Mas, mesmo diante dessa certeza, ainda podemos ser protagonistas de uma decisão
importante: quando e como se vai morrer, ou quando e como se quer morrer.

Será possível gerenciar a chegada da morte? Ainda não! Ainda não é possível determinar os fatores e o momento de
morrer para poder gerenciá-los. Mas já temos totais condições de gerenciar a vida de modo a não antecipar o
momento de morrer. Ninguém precisa morrer antes da hora!

Só não antecipou a morte aquele que não adoeceu antes dela. Qualquer doença, antes de morrer, é, com certeza,
uma antecipação da morte.

Só conseguiremos entender a morte e os fatores que a determinam depois de dominarmos a saúde, evitando todas
as doenças, pois elas “mascaram” as causas da morte por não deixá-la acontecer naturalmente e no seu momento
adequado.

Quase todas as pessoas, em função de seu estilo de vida, antecipam a morte em muitos anos: por serem
sedentárias, por se alimentarem mal, por terem alto nível de estresse. Nesses casos, é possível afirmar que a morte
chegou antes da hora.
Por não ter uma consciência focada na saúde, as pessoas “adoecem”, até se pode dizer, de forma voluntária, já que
“fomentam” o aparecimento de doenças ao entenderem que a perda da saúde é da natureza humana. Essas
atitudes podem ser conscientes (sei que comer doce prejudica a saúde, mas vou comer assim mesmo) ou
inconscientes (não sabia que todas as substâncias químicas prejudicam a saúde).

Assim, em vez de colocarem na pauta a conquista da saúde, colocam a doença em seu horizonte, e acabam por
antecipar a morte, tornando, quase sempre, os últimos anos de vida muito difíceis. O ruim não é morrer; ruim (e
triste) é sofrer muitos anos antes de morrer.

Todas as pessoas que sabotam a própria saúde, agredindo o corpo, aceitando o aparecimento de sinais e sintomas
de perda de saúde que acabam se transformando em doenças que paulatinamente vão se agravando chegam ao
ponto de terem doenças graves que desencadeiam grandes sofrimentos nos últimos anos de vida, antecipando,
assim, o momento da morte.

As pessoas que morrem com idade muito avançada raramente apresentam doenças graves e praticamente não
sofrem nos últimos meses de vida. Lembre-se das pessoas que você conheceu e que viveram mais de 80 ou 90 anos
e compare com o sofrimento das pessoas que anteciparam voluntariamente a morte e faleceram com 60 anos ou
menos.

A morte faz parte da natureza humana, a doença não.

Nascemos para viver 120 anos

Não existe dúvida: há mais de 50 anos está comprovado cientificamente que as células humanas foram programadas
para viver 120 anos. Como já vimos, a mulher que mais viveu, comprovadamente, é a francesa Jeane Calment, que
morreu com mais de 122 anos.

Há quem diga que não quer viver tudo isso. E esse pensamento nasce porque, quando se pensa em velhice, a ideia
que se tem é de uma velhice com muitas doenças e limitações. E ninguém quer uma vida de limitações, sem
qualidade, em cima de uma cama ou dependendo de cuidadores. Mas é possível chegar a uma idade muito avançada
com saúde, sem doenças que gerem limitações, dor e sofrimento.

Essa “racionalização” – “Se vou morrer mesmo, vou ‘aproveitar a vida’ comendo e bebendo” – nada mais é que uma
justificativa para a adoção de comportamentos errados, os conhecidos comportamentos que levam às perdas de
saúde: alimentos inadequados, abuso de álcool, sedentarismo estão entre os principais. É mais um pensamento
mágico que leva à ilusão de que essa conduta não trará consequências graves de sofrimento pela perda de saúde.

Para começar a desconstruir essas premissas que ligam velhice à doença, vale pensar sobre algumas questões:

1. Ao adotar comportamentos agressivos, que destroem gradativamente o funcionamento do corpo, essa perda de
saúde causará doenças degenerativas graves que não só anteciparão a morte, como acarretarão sofrimento
muitos anos antes da sua chegada. Basta que se pense nos parentes e amigos falecidos: como e quando
morreram?

2. Aqueles que adotaram comportamentos agressivos ao corpo, durante toda a vida, sofreram muito, adoeceram
e tiveram de conviver por longos períodos com os sintomas, os tratamentos e o sofrimento dos familiares.
Por outro lado, aqueles que levaram uma vida sem agressões, tiveram a felicidade de morrer velhinhos, sem
adoecer gravemente. Portanto, querer comer bolacha recheada para, pretensamente, “aproveitar a vida”, é o
mesmo que querer ficar doente e sofrer muito antes de morrer.

Vale lembrar que a ideia de “aproveitar a vida” merece uma profunda reflexão no sentido de desconectá-la do
“comportamento de manada”: o que é, enfim, aproveitar a vida?

Uma pesquisa importante, realizada nos Estados Unidos e publicada em 2011, mostrou que, em 2008, 92,2% das
pessoas acima de 65 anos tinham uma ou mais doenças crônicas. Esse índice é muito grave. Todas essas pessoas não
só estão antecipando a morte como estão, inconscientemente, escolhendo sofrer antes de morrer. E a gravidade
reside no fato de que outras tantas pesquisas, muitas realizadas também nos Estados Unidos, comprovam que é
possível chegar aos 67 anos, como eu, e até em idades muito mais avançadas, e não ter nenhuma doença crônica.

Ter uma doença degenerativa é sinal de grande perda de saúde do organismo, que se manifesta com significativa
perda de energia e de disposição, fazendo com que caia muito a qualidade de vida. É preciso desvincular o avanço da
idade do surgimento de doenças.

A velhice não necessariamente precisa estar ligada a doenças e à falta de energia, desde que não seja encarada
dessa forma. Podemos chegar à idade centenária mantendo a energia em alto nível. Basta investir o tempo todo em
manter as mitocôndrias em altas quantidades e grande capacidade de funcionamento. Ter energia sobrando é um
dos fatores fundamentais para não adoecer nem antecipar a morte.

Se, à medida que a idade avança, o indivíduo começa a abandonar suas atividades, tanto físicas como intelectuais,
por começar a entender que não deve mais realizá-las em função da idade, de fato, a tendência será a diminuição da
energia e o surgimento de doenças, tanto físicas quanto psíquicas ou emocionais, uma vez que ele estará
programado para essa ideia de que avançar na idade é o mesmo que adoecer. Lembre-se do que vimos sobre
longevidade saudável.

3. Além de evitar ao máximo possível as ações que prejudicam a saúde (como comer comidas ultraprocessadas e
cheias de químicos), é fundamental que sejam realizadas pelo menos cinco ações para aumentar a saúde:
corrida e musculação com alta intensidade, meditação e mente atenta, jejum e sono adequado. Devemos
também fazer as centenas de ações que impedem que se perca a saúde, cujas principais vimos no capítulo 8.

É possível ter 67 anos e estar no melhor momento da vida, com energia para fazer tudo o que quiser e ainda a ter de
sobra. Ainda mais importante: é possível chegar aos quase setenta anos com a melhor capacidade intelectual,
cognitiva e mental da vida, chegando a níveis de produção e de criatividade nunca experimentados em outros
momentos.

E é possível ir muito mais longe, chegando aos 100 anos sem perder energia, fazendo musculação e corrida
intervalada com a mesma intensidade. O fundamental é entender que todo o esforço feito elevará os níveis de
saúde, não importando a idade que se tenha.

Talvez um leitor possa dizer que conhece alguém que, mesmo não “se cuidando”, e até cometendo algumas
agressões, tem boa saúde ou chegou a uma idade bastante avançada sem doenças degenerativas. Sim, há pessoas
que, por uma condição biológica específica, mantêm-se saudáveis ainda que não utilizem recursos para a melhoria
da saúde. A francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos e 164 dias, fumou até os 110 anos de idade. Mas essa não
é a regra.

Conforme mostra a pesquisa realizada nos Estados Unidos, mais de 92% das pessoas chegam aos 65 anos precisando
de medicamentos em função de doenças degenerativas que não precisariam ter. É possível, e relativamente fácil, ser
exceção à regra: basta uma boa dose de esforço persistente e a consciência voltada para a saúde, pois essa é a nossa
condição natural e não a doença, que é fruto de autossabotagem.

Já vimos que a degeneração biológica começa no ser humano em torno dos trinta anos, junto com a queda da
capacidade reprodutiva. Isso é comum em todos os animais irracionais. A partir de um ponto de alta saúde, que no ser
humano é aos 30 anos, o organismo de todos os animais começa a decair, diminuindo a capacidade funcional do
organismo como um todo, mas essa perda não necessariamente determina a doença.

Esse é o processo natural e está regido por leis biológicas que provocam essa entropia do organismo. Mas é claro
que o organismo também sofre influências da genética e da epigenética, da capacidade biológica dos pais no
momento da concepção, das condições de vida intrauterina, do nível de vida da criança, do adolescente e do adulto
jovem. E, quanto melhores forem esses fatores, melhores serão as condições do indivíduo para enfrentar a
decadência biológica depois dos 30 anos, e mais lentamente ela ocorrerá. Ao usar os recursos horméticos,
desenvolvemos a capacidade de não apenas bloquear como também de reverter as perdas de saúde já ocorridas.

Uma situação preocupante que se observa atualmente, no mundo inteiro, é o fato de que crianças já apresentam
sinais e sintomas de perda de saúde e de manifestações degenerativas que, no passado, só se manifestavam em
adultos após os 30 anos. É claro que, diante disso, já se pode afirmar que essas pessoas apresentarão uma curva de
decadência biológica antecipada e mais acelerada, pois aqueles que agridem o corpo em magnitude superior à
capacidade homeostática de reparação vão causar a acelerarão da perda da capacidade física e, com certeza,
manifestarão doenças graves bem mais jovens.

Porém, em qualquer idade, é possível diminuir a perda progressiva de saúde e a manifestação de doença
adotando, no dia a dia, um estilo de vida saudável, conseguindo recuperar parte da saúde perdida e até mesmo
eliminando todos os sinais e sintomas de perda de saúde.

Quando se atinge o nível de não precisar mais de remédios de uso contínuo ou eventual, de manifestar poucas
intercorrências clínicas e de baixa monta, sem necessidade de medicamento, torna-se possível dar o derradeiro
passo em direção à saúde, que é ter um nível tão elevado de saúde que as intercorrências clínicas serão tão sutis e
insignificantes que o indivíduo terá muita dificuldade para conscientizar-se delas, pois serão imperceptíveis.

Nesse ponto, ele estará, com certeza, na melhor saúde de sua vida. Basta manter esse nível de saúde, que não ficará
mais doente. E, o que é mais importante: o nível de felicidade de uma pessoa está diretamente relacionado ao
nível de saúde. Nesse momento, o indivíduo estará vivendo a fase mais feliz de sua vida. Quanto mais aumenta a
saúde, maior será o nível de felicidade. Para manter um nível elevado de saúde, precisa muito menos esforço do que
precisou para aumentar a saúde até chegar a esse ponto.

Para manter essa saúde, basta evitar ao máximo as agressões ao corpo e continuar utilizando o maior número
possível de recursos de saúde, aplicando cada um deles da melhor maneira. Isso só precisa ser repetido a cada dia, e
todos os dias indefinidamente. Dessa maneira, torna-se impossível adoecer: todos os tecidos, órgãos e aparelhos
continuarão funcionando sem manifestar nenhum problema dia após dia. É preciso apenas manter o foco nas ações
do dia de hoje.
Importante é não focar no que poderia acontecer no futuro, gerando expectativas muitas vezes irreais; basta ficar
permanentemente no presente, basta dizer todos os dias: “Hoje eu tenho saúde e estou fazendo tudo que é possível
para não agredir o meu corpo e investindo o máximo dos recursos que preservam e aumentam a saúde. Amanhã
farei a mesma coisa”, e seguir assim, dia após dia, mantendo-se no momento presente, aceitando os resultados que
o organismo apresenta e analisando esses resultados para propor a melhoria das ações a fim de gerar resultados
melhores.

Dessa forma, podemos nos tornar centenários sem manifestar doenças, sem perder energia, produtividade e
lucidez. E mantendo a felicidade em alto nível.

Sim, é possível chegar ao final da vida com esse nível de saúde, sem passar pelo sofrimento das doenças comuns a
quem não tem saúde, e morrer como muitos morrem, sem ficar doente.

Sobre longevidade saudável, vale compartilhar uma experiência pessoal: tenho muito forte em minha memória os
últimos tempos de vida de meu avô paterno. Aos 96 anos, ele ainda trabalhava na roça, até o momento em que
começou a se sentir cansado e deixou de trabalhar, permanecendo sentado em casa. Aos poucos, o cansaço foi
aumentando e ele passou a ficar na cama. A última imagem que tenho dele é deitado num quarto muito
ensolarado com vistas para a sua propriedade, pedindo-nos para brincar nos campos onde pudesse nos enxergar
de sua cama. E ria muito das travessuras que fazíamos. Alguns dias depois, recebemos a notícia da sua morte, sem
que tenha tido nenhum tipo de sofrimento. Não lembro se ele morreu dormindo ou se teve o privilégio de ver a
morte chegar.

Outra lembrança interessante é uma das cenas do filme Zen, que retrata a vida e a luta do Mestre Dogen para
implantar o Zen Budismo no Japão. Depois de ter completado sua missão, ele chamou seus discípulos, às vésperas de
sua morte, e disse a eles que estavam aptos para dar continuidade ao seu trabalho. No dia seguinte, sentou para
meditar junto com seus monges, fechou os olhos e morreu.

Esses exemplos – e outros que vocês certamente conhecem – mostram que esse tipo de morte é possível e pode
acontecer com qualquer pessoa, independentemente de ter nascido com genética favorável à longevidade ou não.

Sim, é possível morrer sem ficar doente. Talvez seja improvável para a maioria das pessoas que não se conscientizam
da importância de adotar um estilo de vida para preservar e até aumentar a sua saúde. Mas todos aqueles que se
esforçam para evitar agressões ao seu corpo e aplicam o máximo de recursos para o desenvolvimento da saúde,
aplicando cada um deles da melhor maneira possível, dando ênfase aos 13 fundamentais abordados no capítulo 9,
viverão até idades muito elevadas, acima dos 100 anos, e morrerão sem sofrer, sem ficar doentes, sentindo-se
felizes e realizados. Conseguir isso não depende de genética, de condições de nascimento ou de auxílio divino,
apenas de buscar informações, como você está fazendo, e do próprio esforço de colocar em prática essas
informações.
CAPÍTULO 24

Mudar a saúde no Brasil

A saúde no mundo

A saúde no Brasil está piorando, mas não só no Brasil, em todo o mundo.

As pessoas estão aumentando a expectativa de vida, mas as doenças aumentam num índice muito maior. E não são
apenas os índices de doenças degenerativas que crescem, mas também as limitações, as incapacitações e a
quantidade de medicamentos usados.

Efetivamente, a qualidade de vida está piorando, e o grau de doenças e de sofrimento nos anos finais de vida estão
aumentando em intensidade e em tempo de duração. Não adianta viver mais tempo e ter uma péssima qualidade de
vida, porque viver se torna um somatório de problemas e de sofrimentos, transformando pessoas em verdadeiros
“cacos humanos”.

Todos os dados estatísticos mostram que os níveis de doença no Brasil estão aumentando ano a ano. As pessoas
estão ficando cada vez mais obesas; as doenças degenerativas (hipertensão, diabetes, dores), os cânceres em geral,
as doenças neurológicas, as doenças autoimunes estão aumentando.

Então, não adianta aumentar a expectativa de vida se as doenças aumentam mais ainda, o final de vida da maioria é
cada vez mais cheio de doenças, de limitações, de dificuldades de locomoção. Ninguém quer viver mais se for de
forma cada vez pior.

A cada ano, gasta-se mais em saúde (tratamento de doença) e, mesmo com todo esse aumento de gasto, as doenças
e as necessidades estão crescendo, necessitando-se sempre mais dinheiro. Essa tendência de apenas gastar para
tentar diminuir as manifestações e as consequências da falta de saúde nunca levará à diminuição dos indicadores de
doença e muito menos ao aumento dos indicadores de saúde.
Não há como melhorar esse quadro com políticas públicas ou com o esforço político. Não há nenhuma experiência
conhecida sendo conduzida para recuperar a saúde perdida em alguma localidade, não só no Brasil, mas no mundo.
Durante quatro anos, falei para secretários de saúde de todos os municípios do Rio Grande do Sul sobre um único
tema: “Investir em saúde para não gastar em doença”. Nenhuma semente germinou. Foi como semear no deserto!

Ninguém é ingênuo de acreditar que as entidades (hospitais) e profissionais (médicos) que lucram, e até
enriquecem, com a doença irão querer eliminar sua clientela investindo em desenvolver sua saúde.
Nenhuma ONG ou entidade filantrópica foi criada no mundo para desenvolver a saúde. Inúmeras entidades
filantrópicas fazem um trabalho maravilhoso para diminuir o sofrimento de doentes, mas sem gastar nada para
desenvolver a saúde.

Não há dúvida de que não se pode esperar ações para desenvolver a saúde dos políticos, dos empresários, dos
filantropos ou de qualquer outra entidade. A solução não depende de grupos organizados.

A única solução para mudar a saúde no Brasil são as pessoas, individualmente, mudarem a própria saúde e
influenciarem, com seu exemplo, outras pessoas de sua relação a mudarem também a saúde, aumentando aos
poucos o círculo das pessoas saudáveis, até atingirem um número crítico (ponto de virada) que influenciará toda a
comunidade a adotar comportamentos de melhoria da saúde e abandonar hábitos geradores de doença.

Nesse ponto, os indicadores de doença dessa comunidade (número de obesos, hipertensos, diabéticos...) começará
a diminuir. O gasto com tratamento de doenças dessa comunidade, o número de farmácias, de médicos e outros
profissionais da doença também começará a diminuir. E os indicadores de saúde (capacidade física, cardíaca, força
muscular) começará a aumentar. Só é preciso que uma pessoa mude, em cada um dos 5.500 municípios do Brasil,
para dar início ao processo de mudar a saúde de todo o Brasil.

É possível um indivíduo recuperar a saúde perdida

Algumas pessoas já se deram conta de que a doença não é inevitável e nem irreversível e começaram a tratar de
recuperar a saúde perdida.

Você, que leu este livro, certamente é uma delas e concorda que é plenamente possível qualquer pessoa parar de
diminuir a saúde (que causa aumento da doença) e, principalmente, recuperar a saúde perdida (que provocará a
cura das doenças).

Depois de acompanhar centenas de pessoas entre os participantes do PRO SER, que não apenas recuperaram a
saúde perdida e pararam de tomar medicamentos como foram além e conquistaram uma saúde que nunca tiveram
na vida, e outros tantos, que estão se esforçando para recuperar a saúde perdida e estão cada vez mais saudáveis e
tomando cada vez menos medicamentos, e que certamente chegarão ao ponto em que conquistarão a melhor saúde
de sua vida, é plenamente possível afirmar que a conquista da melhor saúde da vida está ao alcance de todos.

Todas pessoas que continuarem a aplicar diariamente os recursos de desenvolvimento de saúde, nunca mais ficarão
doentes a ponto de precisarem tomar medicamentos. E os esforços para manter a melhor saúde de sua vida por
muitos anos serão menores do que os despendidos para conquistar esse nível elevado de saúde.

O objetivo deste livro é que, depois de concluir a leitura, você não tenha mais nenhuma dúvida de que todos podem
aumentar a própria saúde ao ponto de eliminar as doenças, os problemas de perda de saúde e parar de tomar
medicamentos.
Só o seu esforço pode provar que, se você continuar investindo cada vez mais em sua saúde, não terá perdas
significativas para gerar novas doenças, poderá chegar a idades muito avançadas e morrer lúcido, ativo e sem ficar
doente. Infelizmente, eu não posso provar, pois nunca ninguém antes realizou um estudo nesse sentido e o
publicou. Você terá que acreditar na minha tese e provar para si mesmo que essa possibilidade é verdadeira.

O que é possível observar é que as pessoas que evoluíram para um comportamento mais saudável se sentem tão
bem e maravilhadas com sua qualidade de vida que tendem a nunca mais voltar aos comportamentos geradores de
doença.

Um indivíduo saudável contagia outros

A principal consequência que acontece com todos os indivíduos que recuperam a saúde perdida e vivem num nível
de saúde mais elevado, é que acabam por contagiar as pessoas (familiares e amigos) que vivem ao seu redor. Isso é
comprovado pelos relatos da grande maioria dos participantes do PRO SER.

Todas as pessoas que vivem em torno daquele que adotou uma vida mais saudável acabam sendo influenciadas por
ele. A maioria talvez não esteja ainda pronta para mudar, mas começa a ter uma certa sensação de culpa cada vez que
comete um erro em relação à sua saúde. E muitos começam a adotar alguns dos hábitos que melhorarão a sua saúde.
O certo é que essa influência leva amigos, familiares e colegas a decidirem mudar hábitos de vida geradores de
doença e a adotarem hábitos de vida recuperadores de saúde, levando à eliminação de doenças e à conquista de
uma saúde que nunca tiveram na vida. Essas pessoas acabarão também por contagiar as pessoas do seu círculo de
relações.

Agora, raciocinem comigo: se é possível recuperar a saúde de um indivíduo, em alguma comunidade, e ele viver
num nível de saúde em que não fique mais doente e esse indivíduo contagiar apenas mais uma pessoa, que adote
esse estilo de vida, e esta contagie mais um, aos poucos, o número de pessoas saudáveis dessa comunidade
aumentará.

E, se cada um que se transformou e conquistou saúde influenciar a mudança de cada vez mais pessoas da sua
relação para adotarem comportamentos mais saudáveis, o crescimento do número de pessoas que adotarem uma
vida mais saudável não será linear, mas exponencial. Começa com um, aumenta para dois, quatro, oito, dezesseis,
trinta e dois, e assim por diante.

O centésimo macaco

O centésimo macaco é um mito moderno, que é contado como experiência científica, mas ninguém sabe ao certo o
que é verdadeiro e quando começa a lenda.

Conta-se que os japoneses estavam fazendo uma experiência num arquipélago do Japão, entre 1952 a 1958, por
meio da qual queriam estudar a mudança de comportamento alimentar de um grupo de macacos (macaca fuscata).
Para não influenciar diretamente no comportamento dos macacos, os cientistas jogavam batata doce no mar no
momento em que a maré as levava para a praia. Aos poucos, os macacos foram experimentando e gostando daquela
iguaria, apesar de vir suja de areia e com gosto salgado. Os cientistas observavam de longe, do mar, com potentes
binóculos.
Uma macaquinha adolescente, que chamaram de Imo, experimentou lavar a batata num rio próximo, e a batata
ficou muito mais saborosa e sem a areia e sem sal. Ela ensinou suas amigas e sua mãe a também lavarem as batatas.
Aos poucos, as mães das amigas também começaram a lavar.

Em seis anos, todos os macacos jovens estavam lavando as batatas e ensinando os mais velhos. Até que um
determinado macaco, que eles chamaram “poeticamente” de centésimo macaco (não importa o número), lavou a
batata e, imediatamente, todos os demais macacos da ilha começaram a lavar as batatas.

O mais surpreendente de tudo é que, conta a lenda, naquele momento, outros macacos de outras ilhas, e inclusive
do continente, também começaram a lavar as suas batatas-doces.

A explicação é que, quando um certo número crítico atinge determinada consciência, ela pode ser comunicada de
uma mente a outra, mesmo à distância, e as outras mentes podem adotar a mesma consciência, mesma crença e
mesmo comportamento.

Ponto de virada

A história do centésimo macaco tem sido estudada pela ciência do comportamento, que afirma que existe um ponto,
chamado de ponto de virada, ou de mutação (em inglês, tipping point), que significa: quando um número
significativo de pessoas de uma comunidade adota determinada crença, imediatamente todas as outras pessoas
passarão a adotar a mesma crença.

Apesar de esse princípio existir desde longa data, ninguém sabia dizer quanto é esse número. Qual é o percentual de
pessoas que precisam adotar determinada crença ou comportamento de uma comunidade para que toda a
comunidade adote a mesma crença ou comportamento? Estudos feitos em Harvard estimaram que o ponto de
virada, ou tipping point, é em torno de 10% da comunidade.

É preciso que uma pessoa na comunidade se dê conta de que a doença não é inevitável e que é possível recuperar a
saúde perdida. Para isso, ela começa utilizando algum recurso de saúde acessível (exercício, alimentação etc.).

Ao dar-se conta de que esse recurso já está trazendo benefícios, aos poucos ela começa a estudar e a aplicar cada
vez mais recursos, e sua motivação aumenta. Chega o momento em que ela começa a demonstrar, em seu meio, a
sua transformação, diminuindo gordura, aumentando energia, melhorando sua produtividade e seu humor.

Essa transformação chama a atenção de todos. Alguns apenas olham curiosos e admirados, mas mantêm seu estilo de
vida doentio, outros começam a adotar pequenas mudanças, mas, pelo menos um, numa visão pessimista, adotará
muitas ações que provocarão também um grande aumento do nível da sua saúde e causará uma transformação
extraordinária na sua vida, também chamando atenção das pessoas de suas relações.

Vamos imaginar que cada uma dessas duas pessoas que se transformaram e estão vivendo num nível ótimo de
saúde consiga impactar apenas uma outra pessoa em um ano. Assim, no final de um ano, teremos apenas a primeira
pessoa provocando transformação em mais uma. Ao final do segundo ano, teremos essas duas estimulando a
mudança de mais duas. Ao final do terceiro, serão quatro impactando mais quatro. No ano seguinte serão oito
estimulando mais oito. E, nos anos subsequentes, serão 16, 32, 64, 128, 256... Ao final de 13 anos, teremos 8.192
pessoas influenciadas por aquele indivíduo inicial.
Como vimos, estudos da Universidade de Harvard, analisando o tipping point, defendem que se 10% de uma
comunidade adotar determinada crença ou comportamento, imediatamente o restante da comunidade passa a
defender a mesma crença e adotar o mesmo comportamento. No Brasil, somos menos de 210 milhões de
habitantes. Se 21 milhões adotar um comportamento de alta saúde, estaremos determinando que todo o resto da
população passará a adotar esse comportamento.

Então, você poderia pensar que 8.192 é um número muito pequeno, mas, em 25 anos, teríamos mais de 32 milhões
impactando toda a população brasileira. É um tempo muito pequeno para gerar tamanha transformação. E esse tempo
poderá ser diminuído pela metade ou mais.

Já existem mais de 4.000 pessoas transformando a sua vida por meio do PRO SER. Só em 2018, mais de 2.000 novos
participantes aderiram ao programa, além dos mais de 500 mil seguidores na internet. Muitos deles (não há como
saber quantos são), pelos relatos que fazem nos comentários, também estão transformando sua saúde e
contagiando outros a mudarem a própria vida.

É certo que, se chegou até aqui, você será mais um a mudar o estilo de vida, aumentará a sua saúde, eliminará as
doenças e também será modelo para as pessoas das suas relações, influenciando-as a terem uma vida com mais
saúde.

Essa transformação individual pode ser lenta, mas é inevitável, já que ninguém que experimenta uma vida com
menos sofrimento, maior qualidade e mais felicidade quer voltar à vida sofrida de antes.

Projeto de vida: mudar a saúde no Brasil

Há seis anos, decidi dedicar-me inteiramente a mudar a saúde no Brasil. Embora saiba que ninguém consegue
tamanho feito sozinho, me propus a dedicar toda a minha energia e o meu tempo a tentar convencer pessoas como
você, que está lendo este livro, a acreditar que pode melhorar a sua saúde até chegar à saúde que nunca teve na
vida e, assim, viver uma vida plena e muito mais gratificante e mais feliz.

Estou convocando-o a fazer parte dessa “corrente do bem” para viver um nível muito elevado de saúde e estimular
algumas outras pessoas a também adotarem esse estilo elevado de vida. Dessa forma, aos poucos, mudaremos a
saúde no Brasil.

Ações sociais para a saúde

Toda a vez que falo em mudar a saúde de uma comunidade e do Brasil, recebo várias contestações. A principal delas
é que uma maioria da população não tem recursos cognitivos nem financeiros para investir na melhoria da sua
saúde.

Uma característica comum a todos que criticam é que nenhum deles investe na sua saúde, pois não sabem que para
ter mais saúde não precisa gastar muito ou ser culto. Quem investe na sua saúde sabe que qualquer pessoa acima da
linha de pobreza pode mudar seus conceitos e adotar muitos dos recursos de desenvolvimento de saúde que não
custam quase nada. Além disso, são da categoria dos perdedores, que olham para as dificuldades e obstáculos e
encontram problemas e justificativas para não fazer, em vez de procurar soluções para problemas difíceis.
Por outro lado, todos os participantes do PRO SER, que conhecem esse projeto, não só acreditam que é possível,
como se dispõem a participar. Eles são do grupo dos vencedores, que olham para um obstáculo e só pensam em
encontrar soluções para transpô-lo.

À medida que um indivíduo vai aumentando a sua saúde física e a saúde de todas as demais dimensões, ele começa
a despertar a noção de que não basta apenas desenvolver a própria saúde, mas que é necessário se envolver na sua
comunidade para auxiliar a desenvolver a saúde das demais pessoas. Uma força interna o motiva a querer fazer a
sua parte para tornar o mundo um lugar melhor de se viver. Isso faz parte da saúde social, que é inerente ao ser
humano.

Em todas as cidades do Brasil onde existem participantes do PRO SER, estão sendo organizadas Comunidades da
Supersaúde para desenvolver cada vez mais a própria saúde e a saúde da comunidade. E alguns desses participantes
sentem-se “chamados” a levar esses conceitos para pessoas de baixa renda e com necessidades.

Nesse sentido, o PRO SER vem desenvolvendo projetos que estão sendo trabalhados em forma de planos-piloto para
levar os conceitos de saúde a comunidades de baixa renda. Os três primeiros projetos são Projeto de Saúde do
Escolar de Família da Baixa Renda, Projeto de Saúde da Família com Portador de Deficiência e Projeto da Saúde do
Idoso Doente de Baixa Renda. No próximo ano, esses projetos começarão a ser implementados em todos os
municípios onde houver voluntários do PRO SER.

Visão futura, não tão futura assim

É possível afirmar que, em 2030, daqui a menos de 12 anos, já teremos sinais claros da mudança de indicadores de
saúde e de doença no Brasil.

• O número de pessoas saudáveis estará aumentando de forma consistente e, em muitas cidades do Brasil, já
terá sido atingido o ponto de virada, que estimulará todas as pessoas de algumas comunidades a investirem
na saúde.
• Nessas cidades, o gasto com doenças terá diminuído gradativamente, sobrando verbas, e as secretarias da
saúde estarão gastando cada vez mais em desenvolver a saúde das pessoas de baixa renda.
• As farmácias estarão fechando, porque as pessoas saudáveis não ficarão mais doentes e não comprarão
mais remédios; e as poucas pessoas que adoecerem receberão os remédios que necessitarem da prefeitura,
já que estará sobrando verba.
• Os médicos começarão a ficar desempregados, pois a procura por tratamento diminuirá. Só sobreviverão
aqueles que forem muito bons em tratamento. Só os excelentes terão clientela. Os outros terão que
procurar outra ocupação.
• A maioria dos hospitais com poucos recursos terá que fechar; só ficarão os que conseguirem adotar as
modernas tecnologias de tratamento.
• Quanto mais aumentar a saúde física, mais aumentará a saúde nas demais dimensões (emocional, mental,
cultural, social, ambiental e espiritual) e o indivíduo se tornará paulatinamente mais evoluído dentro do
próprio conceito de evolução; aumentarão também os atributos mais elevados como compaixão, caridade,
amorosidade, ética, integridade, honestidade e outros.
• Quanto mais saudável for a comunidade, mais saudável se tornará o meio social e a preocupação com o
ambiente social será cada vez maior.
• A política atual estará mudada, com a eliminação dos políticos em busca do poder e de seus objetivos
egoístas, que serão substituídos por outros em busca do bem social da população.
• A preocupação com o meio ambiente será exacerbada e diminuirá significativamente a agressão ecológica
ao ponto de diminuir o risco do colapso ambiental a que estamos condenados atualmente.
• A repercussão internacional dessa mudança de paradigma do Brasil afetará os demais países, e essa
revolução pela saúde começará a aparecer em outros lugares do mundo.
• Esta mentalidade afetará, de forma significativa, cada vez mais cientistas e estudiosos de saúde, criando
novas maneiras de conscientizar as pessoas e de aplicar melhor os recursos de saúde.
• Eu sei que não será tão fácil assim! Toda essa economia que lucra com a doença e com a destruição do meio
ambiente não aceitará facilmente a diminuição da lucratividade e lutará com toda a potência financeira para
acabar com esse movimento. Será uma luta inglória, porque ninguém que despertou, que descobriu a
capacidade de pensar com a própria cabeça e que experimentou o que é viver em alto nível de saúde voltará
atrás. Não importa que muitos sejam eliminados, esse processo já iniciou, e ninguém mais poderá segurá-lo.

Palavras finais

Se você leu o livro até aqui, com certeza você já não é mais o mesmo. Sua maneira de pensar já mudou. Sua
motivação para lutar em busca da recuperação da saúde perdida, da conquista da melhor saúde de sua vida e da
manutenção dessa saúde o máximo de tempo possível já está determinada em sua mente.

Agora é dar os passos que você pode dar para avançar. Não se compare com ninguém. Não avalie os seus resultados
com os resultados dos outros. Faça o que pode fazer para melhorar a sua saúde, mesmo que seja muito pouco.
Qualquer pequeno passo dado provocará uma resposta de bem-estar em todo o organismo, que o estimulará a dar
um novo passo, e assim avançar na sua caminhada.

Não espere um momento melhor na sua vida para fazer alguma coisa. Faça agora o que pode fazer e verá que esse
pouco trará momentos melhores para a sua vida.

Não dependa de ninguém para dar o seu passo. Não espere por seu marido, sua mulher, seu filho, seu amigo. Eles
estão no tempo deles, este é o seu tempo. A caminhada, na maioria das vezes, é solitária, mesmo que estejamos
acompanhados.

E não existe um caminho pronto, o caminho se faz ao caminhar. Portanto, não espere uma trilha na sua frente, você
vai enfrentar as dificuldades e os obstáculos do seu caminho sozinho, com as condições de vida que você tem.

A cada obstáculo superado, um novo e mais difícil surgirá no caminho. Assim, precisamos continuamente nos tornar
melhores para podermos enfrentar as dificuldades que vão surgindo.
CAPÍTULO 25

O que é o Pro Ser?

O Pro Ser é um programa de desenvolvimento da Saúde Integral em todas as dimensões, que foi criado pelo Dr.
Uronal em 2011. O objetivo é auxiliar a conquistar a saúde máxima que um ser humano possa alcançar.

A primeira fase durou seis anos, com participação presencial, e o próprio Dr. Uronal coordenou 65 grupos, chegando
a cerca de 1.500 participantes.

A segunda fase iniciou em junho de 2016 e segue o modelo EAD (ensino a distância), tendo atingido mais de 3.500
participantes, com a entrada de 2.000 inscritos somente em 2018.

Quem pode participar do Pro Ser?

Todo o tipo de pessoa pode participar do Pro Ser, desde o jovem muito saudável que quer se tornar mais saudável
ainda, até uma pessoa idosa com muitos problemas de saúde e graves limitações que quer melhorar sua qualidade
de vida.

Todos os 5.000 participantes melhoraram sua saúde em algum nível. Todos diminuíram sinais e sintomas e
reduziram o uso de medicamentos; perderam gordura ao mesmo tempo em que ganharam massa muscular. Quase
todos eliminaram ou estão eliminando as dores que tinham. Alguns eliminaram todos os sintomas, toda a gordura
desnecessária, pararam de tomar medicamentos e não só estão vivendo num nível de saúde que nunca tiveram,
como transformaram a sua vida em todas as dimensões. E aqueles que ainda não conseguiram alcançar esse ponto,
estão avançando gradativamente e sabem que poderão conquistar a melhor saúde de suas vidas.

Qual é o objetivo do Pro Ser?

O objetivo do Pro Ser é orientar os participantes a aplicarem todos os recursos de desenvolvimento da saúde que
tenham evidências científicas de eficácia e auxiliá-los a adaptarem cada um dos recursos às suas possibilidades,
condições e limitações.
O programa trabalha atualmente com 190 recursos diferentes e, a cada mês, novos recursos são adicionados. Desses
190, são dez recursos fundamentais, 30 importantes e 150 recomendáveis, que os participantes podem utilizar para
conquistar níveis mais elevados de saúde.

O apoio aos participantes é feito por uma equipe de suporte, coordenada diretamente pelo Dr. Uronal, composta
atualmente por dez pessoas entre nutricionistas, educador físico, bioquímicos, farmacêuticos e ex-participantes que
tiveram resultados excepcionais na aplicação dos recursos. Todos foram capacitados para dar orientação na
adaptação dos recursos a qualquer tipo de participante para que consigam os melhores resultados no menor tempo
possível.

Os participantes têm encontros semanais, on line e ao vivo com Dr. Uronal por meio dos quais recebem informações
exclusivas, atualizações científicas, dicas motivacionais e técnicas para aplicar os recursos da melhor forma possível.
Nesse encontro, todos podem esclarecer diretamente as suas dúvidas.

Como funciona o Pro Ser?

Desde a sua criação, o Pro Ser evolui constantemente. Atualmente ele está dividido em duas partes:

I. Pro Ser propriamente dito, que é um programa de 12 meses de duração, dividido em quatro etapas:
1. PROGRAMA 100 DIAS, no qual são apresentados os 10 recursos obrigatórios, e mais os 30 importantes, para o
desenvolvimento da saúde. Nessa etapa, os participantes aprendem a adaptar cada um dos 40 recursos à sua
vida. Em menos de 30 dias, já percebem resultados significativos em sua saúde. A maioria consegue eliminar as
dores do corpo e alguns chegam a curar doenças e param de tomar medicamentos.

2. PROGRAMA + SAÚDE
Nessa etapa, os participantes começam a assumir o planejamento e o controle da melhoria da sua saúde e se
tornam cada vez mais responsáveis por seu futuro saudável. Além de aperfeiçoar e aprofundar as orientações
para utilização dos recursos do P100D, são incluídos novos recursos e também aulas teóricas de forma simples,
mostrando por que os recursos funcionam, e as bases científicas em que estão apoiados. Quanto mais
informações o participante recebe, mais motivação terá para aplicar cada um dos recursos.

3. SUPERSAÚDE E LONGEVIDADE SAUDÁVEL


Nessa etapa são adicionados novos recursos e novas informações técnicas para melhorar mais ainda a saúde, a
fim de alcançar as condições para conquistar a saúde 100% e ir em busca da supersaúde, que é ter uma saúde
101,102, 103, 104% e assim por diante, podendo chegar ao ponto de parar de envelhecer e até mesmo
rejuvenescer.

4. SUPERCÉREBRO
Nessa etapa são reforçados todos os ensinamentos anteriores e incluídos outros recursos para promover o
desenvolvimento do cérebro de alta performance (um supercérebro), que manifesta um nível cognitivo e
intelectual superior. O participante notará o desenvolvimento cada vez maior de sua capacidade mental,
resultando no aumento da produtividade e da criatividade.

Ao final de um ano de conquistas, todos os participantes vivem um nível de saúde muito superior ao que tinham
antes de entrar no Pro Ser. E poderão voltar à orientações sempre que sentirem necessidade, pois terão acesso
vitalício às aulas que receberão durante o ano podendo revê-las a qualquer momento.

Mais do que ter uma saúde física muito superior, todos observam melhorias significativas nas demais dimensões da
saúde – emocional, mental, cultural, social, ambiental e espiritual – apenas utilizando recursos para melhoria da
saúde física.
Vale destacar que as etapas +Saúde, Supersaúde e Longevidade Saudável e Supercérebro só trarão resultados
concretos para quem já avançou na aplicação dos 40 recursos do Programa 100 Dias. Por isso, os recursos dessas
etapas não serão apresentados na internet aberta, pois não são indicados, e não trariam resultados concretos, sem a
aplicação básica dos 40 recursos fundamentais.

II. PRO SER AVANÇADO (adesão por assinatura)


Ao final do primeiro ano, o participante pode optar em continuar ligado ao PRO SER, tornando-se assinante, por
meio do pagamento de uma mensalidade. Dessa maneira, ele poderá continuar tendo acesso às aulas semanais do
Dr. Uronal, à equipe de suporte, a todos os aperfeiçoamentos (upgrades), que são feitos constantemente, e a novos
programas lançados pelo PRO SER.

Nessa etapa avançada, os participantes recebem informações e novos recursos para aumentar o nível de saúde em
cada uma das dimensões superiores: emocional, mental, cultural, social, ambiental e espiritual.

Um dos princípios do Pro Ser é defender a premissa de que só é possível avançar na melhoria da saúde emocional e
das outras dimensões superiores desenvolvendo-se cada vez mais a saúde física.

Quando a saúde física chega a um nível no qual nunca esteve na vida, o participante terá, então, condições de buscar
a melhoria da saúde emocional, eliminando suas emoções negativas, seus conflitos e problemas emocionais e
desenvolvendo cada vez mais as emoções positivas, através da aplicação, por si mesmo, de recursos práticos sem a
necessidade de utilizar terapeutas de qualquer escola.

Outro princípio fundamental do Pro Ser é que a utilização dos recursos para aumentar a saúde física permite ao
participante conquistar a melhor saúde de sua vida. Mas, sem utilizar novos recursos para aumentar a saúde
emocional, mental, cultural social, ambiental e espiritual, vivenciará um platô, que o impedirá de continuar
avançando, mesmo que dedique mais esforços ainda na melhoria da saúde física. É necessário investir
especificamente na melhoria do emocional, para conseguir níveis maiores de saúde física.

Desta forma, a melhoria do emocional, permitirá avançar na saúde física até atingir um novo platô, quando precisará
utilizar recursos para o desenvolvimento da saúde mental, para poder aumentar mais ainda a saúde física e
emocional. E, assim sucessivamente, aprendendo e aplicando recursos específicos para o desenvolvimento da saúde
cultural, social, ambiental e espiritual.

A conclusão do Pro Ser

A conclusão do Pro Ser é a conquista da supersaúde em todas as dimensões: física, emocional, mental, cultural, social,
ambiental e espiritual.

O objetivo não é utópico nem impossível. É claro que será muito difícil, e que levará muito tempo. Mas quem está
nesse caminho nunca tem pressa, pois a cada dia percebe que está vivendo num nível de saúde melhor do que no
dia anterior e isso já é bastante motivador para levar a mais um pequeno esforço e conquistar alguma melhoria a
mais. Não há expectativa de chegar à perfeição, apenas a aspiração de dar um passo a mais e de colher mais um
pequeno resultado.

Você também pode gostar