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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS NEOLATINAS


DOUTORADO
DISCIPLINA: TEMAS E PROBLEMAS DA TRADUÇÃO AUDIOVISUAL
PROFESSORA: LETÍCIA REBOLLO COUTO
DISCENTE: LEANDRA MACHADO

Transposing meaning: translation in a multimodal semiotic landscape


Gunther Kress

Síntese

O capítulo “Transposing meaning: translation in a multimodal semiotic landscape” do autor


Gunther Kress (2020) discorre sobre a construção de sentidos dentro das interações cotidianas
através de elementos semióticos. O autor tem como objetivo explorar que tipos de questões surgem
quando passamos da linguagem para outros meios multimodais. A partir da leitura do artigo,
podemos destacar três pontos importantes: o primeiro é sobre a teoria semiótica social, o segundo
sobre o termo transposição e por fim, o “naming”.

Análise

O primeiro ponto, que trata da teoria semiótica social diz que a produção de signos “is
always the action of a sign-maker embedded in the social and semiotic world.” Sendo assim, o
ambiente social onde esses signos são produzidos precisa ser levado em consideração, visto que
sem ele não haveria a indicação do que levou o produtor, que é como um designer que visa um
objetivo, de tal signo a realizar determinado sinal ou para quem o sinal foi direcionado, que neste
caso, é a pessoa que precisa interpretar esse sinal para que haja a comunicação, pois de acordo com
o autor, ela não pode ser vista como uma questão de decodificação já que, segundo Kress (2020),
“communication is a process of the transposition of semiotic material.” Isto significa dizer que a
teoria semiótica social considera que o significado ocorre dentro das ações e interações sociais.
O segundo ponto a ser analisado é sobre o termo transposição que é abordado de duas
formas nesse capítulo, a primeira como “posição” em sentido social e a segunda como “posição” em
sentido semiótico. Para o autor, “signs are made in specific environments, social and semiotic; they
bear the traces of the environments of their making.” Ou seja, para que ocorra a compreensão desse
sinal, os participantes (produtor e receptor) precisam necessariamente estar posicionados social e
semióticamente.
O autor também esclarece que “neither a sign nor a multimodal ensemble of signs “has”
a meaning.” O significado ocorre de acordo com o contexto, o ambiente no qual a comunicação se
desenrola, e assim como foi dito no primeiro ponto, a interpretação, essencial para que haja a
comunicação, também é a chave da transposição, contudo, Kress (2020) enaltece que um
significado não é transportado como um livro, de um lugar ao outro, ele é feito de acordo com as
características do ambiente para o qual é transposto.
Já o terceiro ponto, é o que Kress (2020) chama de “naming” que visa trazer o
questionamento da necessidade de novas nomenclaturas, visto que, segundo o autor, “the world of
meaning and of the making of meaning is in the process of a profound change.” Logo, se temos
novos estudos e disciplinas, devemos também refletir sobre a criação de novos termos que
identifiquem e abarquem o sentido desses novos conceitos.
Contudo, de acordo com a semiótica social não existem significados estáveis, então criar um
novo signo que busque abranger determinado significado é um processo problemático, sendo então
necessários critérios bem estabelecidos para que esse “design” seja fundamentado.
Para finalizar, o texto necessita de conhecimento prévio para ser bem compreendido pelo
leitor, e sua leitura é um pouco densa devido ao excesso de informações, contudo o autor além de
trazer a visão de outros autores, busca sempre exemplificar cada ponto que apresenta.

Problematização

Quando pensamos em signo e significado, normalmente nos voltamos para os estudos de


Saussure, que já tratava do significado como algo instável e dependente do contexto. Então, por que
sempre buscamos conceituar, dar nomes que busquem especificar determinado significado? Como
podemos, como designers, sanar esse questionamento sobre a produção de um signo que abarque
determinado significado?

Referência:

KRESS, Gunther. Transposing meaning: translation in a multimodal semiotic landscape. In:


BORIA, Monica; CARRERES, Angela; NORIEGA-SÁNCHEZ, María; TOMALIN, Marcus (eds.).
Translation and Multimodality. Beyond Woreds. New York: Routledge,
2020, p. 24-48.

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