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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DOUTOR RAUL BAUAB

FACULDADES INTEGRADAS DE JAÚ


FACULDADE DE DIREITO

SABRINA OLIVEIRA

UMA ANÁLISE DO CASO BULGER

JAÚ/SP
2023
2

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DOUTOR RAUL BAUAB


FACULDADES INTEGRADAS DE JAÚ
FACULDADE DE DIREITO

SABRINA OLIVEIRA

UMA ANÁLISE DO CASO BULGER

Ana de caso concreto do curso de Direito das


Faculdades Integradas de Jaú, sob orientação
do professor Ms. Silvio Ferracini Junior.

JAÚ/SP
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................4
2 ACONTECIMENTOS FÁTICOS........................................................................4
3 O JUDICIÁRIO NA INGLATERRA...................................................................7
4 APLICAÇÃO NO SISTEMA JUDICIÁRIO BRASILEIRO.................................8
5 A PSICOPATIA NO SISTEMA INGLÊS...........................................................9
6 A PSICOPATIA NO SISTEMA BRASILEIRO................................................10
7 MEDIDAS SOCIEDUCATIVAS PARA OS INFRATORES DO CASO ..........10
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................12
9 REFERÊNCIAS 13
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1 INTRODUÇÃO

O caso de James Bulger é um dos eventos mais marcantes e controversos da


história criminal do Reino Unido. Neste trabalho, exploraremos em detalhes esse
caso emblemático, analisando os aspectos que envolvem o ocorrido, o julgamento
dos envolvidos, as penas impostas, o sistema prisional inglês e sua repercussão à
luz do Direito brasileiro.
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma análise abrangente do caso
de Bulger, sem deixar de lado os elementos fundamentais que o compõem.
Discutiremos os detalhes do crime cometido, considerando sua natureza e as
circunstâncias que o envolveram. Além disso, examinaremos o julgamento dos
responsáveis, explorando as evidências apresentadas, os argumentos das partes
envolvidas e as decisões tomadas pelo tribunal.
Ainda dentro do contexto do caso, abordaremos as penas impostas aos
infratores e suas consequências. Isso incluirá uma análise das medidas adotadas
pelo sistema prisional da Inglaterra, a fim de compreender como o país lidou com a
punição de indivíduos tão jovens e responsáveis por um crime tão grave.
Adicionalmente, faremos uma reflexão sobre a interpretação do caso de
James Bulger à luz do Direito brasileiro. Nesse sentido, buscaremos compreender
como o sistema jurídico brasileiro abordaria uma situação semelhante, considerando
as diferenças culturais, legislativas e institucionais entre os dois países.
Ao analisar esse caso de grande repercussão internacional, será possível
obter um panorama mais amplo sobre as questões relativas à justiça juvenil, as
medidas de punição aplicadas a menores de idade e o funcionamento do sistema
prisional em diferentes contextos. Através desse estudo, poderemos refletir sobre as
implicações éticas, legais e sociais dessas questões, visando contribuir para a
compreensão e o aprimoramento do sistema jurídico brasileiro no que tange aos
crimes cometidos por menores de idade.

2 ACONTECIMENTOS FÁTICOS

James Patrick Bulger nasceu em 16 de março de 1990, em Liverpool, na


Inglaterra. Sua vida foi tragicamente interrompida aos dois anos de idade, quando se
tornou vítima de um crime que chocou o mundo.
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James era um menino adorável, cheio de vida e curiosidade. Como qualquer


criança da sua idade, ele estava apenas começando a explorar o mundo ao seu
redor, encantando a todos com seu sorriso contagiante. Infelizmente, sua breve
existência foi marcada por uma terrível tragédia que deixaria marcas indeléveis na
memória coletiva.
Em 12 de fevereiro de 1993, James foi levado de sua mãe, Denise Bulger,
enquanto ela realizava uma rápida compra em um centro comercial. Ele foi
sequestrado por dois garotos de apenas 10 anos, Robert Thompson e Jon Venables.
O que se seguiu foi uma sucessão de eventos terríveis e inimagináveis.
James foi levado pelos dois jovens agressores para uma linha de trem perto
de uma delegacia, e lá começou o terror de Bulger, os sequestradores foi espancado
com uma barra de ferro de 10 kg e tijolos, após, a morte de James foi deixado na
estrada localizado no noroeste da Inglaterra para fazer com que a morte se
parecesse com um acidente. O crime cometido contra James foi de uma crueldade
indescritível, deixando a sociedade perplexa e indignada.
Diversas câmeras de segurança registrou o momento em que James foi
abordado por seus assassinos dentro do centro comercial (Shopping Center de
Bootle), algumas testemunhas alegaram ver James chorando e com um machucado
na cabeça.
O corpo de James foi encontrado dois dias depois, próximo a uma linha de
trem em Walton, Liverpool. Sua morte abalou profundamente a comunidade local e
teve um impacto duradouro em todo o país. A morte prematura e violenta de James
trouxe à tona questões sobre a segurança das crianças, a responsabilidade criminal
de menores de idade e a capacidade do sistema de justiça em lidar com casos tão
complexos.
Após uma intensa investigação policial, Thompson e Venables foram
identificados como os responsáveis pelo sequestro e assassinato de James. O caso
gerou um enorme debate jurídico sobre como proceder com o julgamento de dois
meninos tão jovens.
O julgamento ocorreu no final de 1993, na cidade de Preston. Foi um
processo complexo e delicado, devido à idade dos acusados. A identidade dos
meninos foi mantida em sigilo durante todo o processo, e eles foram julgados por um
tribunal especial, composto por três juízes.
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Durante o julgamento, foram apresentadas evidências detalhadas sobre o


sequestro e o assassinato de James. Testemunhas relataram ter visto os meninos
com a vítima no shopping center e no trajeto em direção à linha de trem. Também
foram apresentadas evidências forenses, incluindo impressões digitais e análises de
sangue que corroboravam a participação de Thompson e Venables no crime.
Os advogados de defesa argumentaram que, devido à idade dos acusados,
eles não tinham capacidade de compreender a gravidade de seus atos. Alegaram
que Thompson e Venables haviam sido influenciados por violência na mídia e por
problemas familiares. Por outro lado, a acusação demonstrou as diversas armas
utilizadas no crime, além de sustentar que os meninos eram capazes de entender a
natureza criminosa de suas ações e pediu que fossem responsabilizados pelos seus
atos. O patologista do caso passou mais de meia hora descrevendo todos os
ferimentos que James sofreu, incluindo a lesão cerebral sofrida.
No final do julgamento, Thompson e Venables foram considerados culpados
pelo sequestro e assassinato de James Bulger. O juiz determinou que eles deveriam
ser detidos por tempo indeterminado, com um período mínimo de custódia de oito
anos. A decisão causou grande polêmica e debates acalorados em relação à
punição e reabilitação de jovens infratores.
Após cumprir a pena mínima de oito anos, Thompson e Venables foram
liberados em 2001, quando tinham 18 anos de idade. Eles receberam novas
identidades para proteger sua segurança e reintegração na sociedade.
Ressalta-se que ao longo dos anos, surgiram diversas polêmicas
relacionadas ao pós-julgamento, em 2010, Jon Venables voltou a ser preso por
posse de imagens indecentes de crianças, o que reabriu as discussões sobre a
eficácia do sistema de reabilitação e o potencial de reincidência de criminosos
juvenis
Desde então, o caso de James Bulger tem sido frequentemente relembrado e
debatido, levantando questões sobre a natureza do crime, a justiça penal e a
reabilitação de jovens infratores.
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3 O JUDICIÁRIO NA INGLATERRA

O sistema jurídico da Inglaterra é conhecido como Common Law, que se


baseia principalmente em precedentes legais e na interpretação dos tribunais. É um
sistema que se desenvolveu ao longo dos séculos e tem influenciado sistemas
legais em todo o mundo.
Na Inglaterra, a estrutura do sistema jurídico é composta por várias camadas.
No topo está a Suprema Corte do Reino Unido, que é a mais alta instância judicial e
é responsável por tomar decisões finais em casos importantes. Abaixo dela estão as
cortes de apelação, que revisam as decisões das cortes inferiores. Em seguida,
existem as cortes de primeira instância, como a Crown Court (Tribunal da Coroa) e a
High Court (Alta Corte), que lidam com casos criminais e civis complexos.
Os dois acusados foram levados a julgamento perante a Crown Court. No
entanto, devido à sua idade, não foram julgados como adultos, mas como crianças.
O sistema jurídico na Inglaterra permite que crianças com menos de 14 anos sejam
consideradas inimputáveis, ou seja, não podem ser responsabilizadas criminalmente
como adultos.
No caso de James Bulger, vários artigos legais foram relevantes para o
processo. Entre eles, destacam-se o Artigo 1 da Lei de Homicídio de 1957, que
define o crime de homicídio no Reino Unido, e o Artigo 51 do Ato de Justiça Criminal
e de Ordem Pública de 1994, que estabelece as disposições especiais aplicáveis ao
julgamento de crianças.
Além disso, a decisão de julgar os acusados como crianças e não como
adultos foi baseada no Artigo 50 do Ato de Justiça Criminal e de Ordem Pública de
1994, que estabelece a idade mínima de responsabilidade criminal na Inglaterra e no
País de Gales.
É importante ressaltar que o sistema jurídico na Inglaterra está sujeito a
evoluções e mudanças ao longo do tempo. Casos como o de James Bulger têm o
poder de gerar debates e reflexões sobre a eficácia e a adequação das leis
existentes, levando a possíveis revisões e reformas.
Em conclusão, o sistema jurídico na Inglaterra é baseado na Common Law,
que se apoia em precedentes legais e na interpretação dos tribunais. O caso de
8

James Bulger destacou o funcionamento desse sistema, especialmente no que diz


respeito à responsabilidade criminal de crianças. Os artigos legais usados no
processo refletiram as leis aplicáveis ao caso, incluindo disposições especiais
relacionadas ao julgamento de crianças. O sistema jurídico continua a evoluir para
enfrentar os desafios e dilemas que surgem na sociedade.

4 APLICAÇÃO NO SISTEMA JUDICIÁRIO BRASILEIRO

No sistema jurídico brasileiro, o julgamento de James Bulger seria regido pelo


Código Penal Brasileiro e pelo Código de Processo Penal, que estabelecem as leis e
os procedimentos a serem seguidos em casos criminais.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, no Brasil, não há uma idade
mínima de responsabilidade criminal estabelecida em lei. Portanto, crianças com
idade inferior a 18 anos podem ser responsabilizadas por atos infracionais, mas de
acordo com regras específicas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA).
Supondo que James Bulger tivesse ocorrido no Brasil, os dois menores
acusados do sequestro e assassinato do menino seriam considerados adolescentes
infratores. O caso seria encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude,
especializada em julgar crimes cometidos por menores de idade.
No julgamento, seriam aplicados os princípios gerais do processo penal,
como o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal. Os advogados de
defesa e o Ministério Público apresentariam suas alegações e provas perante o juiz.
No que diz respeito aos artigos legais aplicáveis, destacam-se alguns
dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Artigo 104 do ECA
estabelece que os adolescentes são responsáveis pelos atos infracionais que
cometem, e o Artigo 103 prevê as medidas socioeducativas que podem ser
aplicadas, como a internação e a liberdade assistida.
Além disso, o Código Penal Brasileiro também seria relevante no julgamento,
especialmente no que se refere ao crime de homicídio. Os artigos 121 a 128 do
Código Penal tratam dos diferentes tipos de homicídio e das suas penas.
No caso de James Bulger, os dois adolescentes infratores seriam submetidos
a um julgamento com garantias processuais específicas para menores de idade. O
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objetivo seria buscar uma medida socioeducativa adequada, levando em


consideração a idade, o contexto social, psicológico e familiar dos acusados.
É importante destacar que o sistema jurídico brasileiro está em constante
evolução, e casos como esse podem gerar debates sobre a adequação das leis e a
necessidade de possíveis reformas para lidar com questões complexas relacionadas
à responsabilidade criminal de adolescentes.
Em resumo, no sistema jurídico brasileiro, o julgamento de James Bulger
seria conduzido de acordo com as disposições do Estatuto da Criança e do
Adolescente, com o objetivo de aplicar medidas socioeducativas adequadas aos
adolescentes infratores. Os artigos legais pertinentes seriam aqueles que tratam da
responsabilidade e das medidas socioeducativas aplicáveis aos adolescentes em
conflito com a lei.

5 A PSICOPATIA NO SISTEMA INGLÊS

A psicopatia, um transtorno de personalidade caracterizado por


comportamento antissocial, falta de empatia e manipulação, é uma condição que
pode apresentar implicações legais tanto no sistema jurídico da Inglaterra quanto no
sistema jurídico brasileiro. No entanto, é importante ressaltar que a abordagem e a
percepção da psicopatia podem variar entre os dois sistemas.
No sistema jurídico da Inglaterra, a psicopatia em si não é um conceito
jurídico específico, mas pode ser considerada relevante em certos contextos legais.
A avaliação do estado mental de um indivíduo, incluindo a possível presença de
psicopatia, pode ser considerada durante um julgamento como um fator atenuante
ou agravante. Se um indivíduo com psicopatia cometer um crime, a avaliação de sua
condição mental pode influenciar a sentença recebida.
A legislação penal na Inglaterra considera a culpabilidade e a
responsabilidade criminal com base na capacidade do indivíduo de entender a
natureza ilícita de suas ações e de agir de acordo com essa compreensão. Portanto,
se um indivíduo com psicopatia for considerado capaz de entender a natureza ilícita
de suas ações, ele poderá ser responsabilizado criminalmente.
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6 A PSICOPATIA NO SISTEMA BRASILEIRO

No sistema jurídico brasileiro, a psicopatia não é uma condição juridicamente


definida, mas também pode ser relevante em certos casos. No Brasil, o Código
Penal estabelece que uma pessoa só pode ser considerada culpada por um crime
se tiver capacidade de entender a ilicitude do fato ou de determinar-se de acordo
com essa compreensão.
A avaliação psicológica e psiquiátrica pode ser solicitada durante o processo
judicial para determinar a responsabilidade penal do indivíduo. Se um indivíduo com
psicopatia for considerado incapaz de entender a ilicitude de suas ações, ele pode
ser considerado inimputável e sujeito a medidas de segurança, como internação em
instituições especializadas ou tratamento psiquiátrico.
É importante ressaltar que a psicopatia, por si só, não é uma justificativa legal
para a prática de crimes. Tanto na Inglaterra quanto no Brasil, a culpabilidade
criminal é baseada na avaliação individual do caso, levando em consideração
fatores como a capacidade de compreensão do indivíduo, a intenção de cometer o
ato criminoso e outros elementos relevantes para determinar a responsabilidade
penal.
Em ambos os sistemas jurídicos, a psicopatia pode ser levada em
consideração ao determinar a sentença e as medidas apropriadas para a
reabilitação ou a proteção da sociedade. No entanto, é importante ressaltar que o
tratamento legal da psicopatia pode variar dependendo do contexto cultural, das leis
específicas e das abordagens clínicas adotadas em cada país.

7 MEDIDAS SOCIEDUCATIVAS OS MENORES DO CASO

As medidas socioeducativas destinadas a menores infratores têm como


objetivo promover a reintegração social e a ressocialização desses jovens,
proporcionando-lhes oportunidades de desenvolvimento pessoal e educacional. No
caso específico do crime envolvendo o menino James Bulger, ocorrido em 1993 no
Reino Unido, foram adotadas medidas adequadas à legislação e à época.

No sistema socioeducativo, algumas medidas são aplicadas para menores


infratores, considerando-se a gravidade do delito, o perfil do jovem e as
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circunstâncias envolvidas. Essas medidas buscam corrigir comportamentos


inadequados, oferecer apoio emocional, psicológico e educacional, além de
proporcionar a oportunidade de reabilitação e reintegração na sociedade.

1. Acolhimento institucional: Em casos mais graves, quando há risco à


segurança do menor ou da comunidade, é possível o acolhimento em instituições
especializadas. Nessas instituições, os jovens têm acesso a cuidados básicos,
educação, acompanhamento psicossocial, atividades recreativas e
profissionalizantes.

2. Liberdade assistida: Consiste em um acompanhamento feito por equipes


multidisciplinares, que auxiliam o menor infrator em seu processo de reintegração
social. São estabelecidas condições para a sua liberdade, como a frequência
escolar, participação em atividades educativas, cumprimento de medidas protetivas
e o acompanhamento regular de um profissional.

3. Prestação de serviços à comunidade: Essa medida visa fazer com que o


jovem infrator assuma responsabilidades por suas ações e contribua positivamente
para a sociedade. Ele realiza trabalhos comunitários ou atividades voltadas para o
bem-estar coletivo, como limpeza de espaços públicos, apoio a instituições de
caridade ou ações de conscientização.

4. Medidas educativas: São oferecidas oportunidades de educação e


formação para o desenvolvimento pessoal e profissional dos menores infratores.
Podem incluir aulas regulares, programas de educação especial, treinamentos
vocacionais e cursos profissionalizantes, visando ampliar suas habilidades e
perspectivas futuras.

5. Acompanhamento psicossocial: É fundamental proporcionar apoio


emocional e psicológico aos menores infratores. Através de psicólogos e assistentes
sociais, são oferecidos serviços de aconselhamento, terapia individual ou em grupo,
com o objetivo de trabalhar questões emocionais, comportamentais e familiares.

6. Medidas de proteção: Quando necessário, medidas protetivas são


aplicadas para garantir a segurança e o bem-estar do menor infrator. Isso pode
envolver o afastamento de ambientes prejudiciais ou violentos, a busca por um
ambiente familiar saudável ou até mesmo o acolhimento em casas de abrigo.

É importante ressaltar que as medidas socioeducativas devem ser aplicadas


de forma individualizada, considerando as necessidades específicas de cada jovem
infrator. Além disso, é essencial o envolvimento da família, da comunidade e de
profissionais capacitados para promover a efetividade dessas medidas e garantir o
melhor desenvolvimento e reintegração desses jovens na sociedade.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, o caso de James Bulger é um evento que deixou uma marca


indelével na história criminal do Reino Unido. Este trabalho analisou detalhadamente
esse caso emblemático, abordando aspectos como o crime cometido, o julgamento
dos responsáveis, as penas impostas, o sistema prisional inglês e sua repercussão à
luz do Direito brasileiro.

O crime cometido contra James Bulger foi de uma crueldade indescritível,


chocando a sociedade e levantando questões sobre a segurança das crianças, a
responsabilidade criminal de menores de idade e a capacidade do sistema de justiça
em lidar com casos tão complexos. O julgamento dos responsáveis foi um processo
delicado devido à idade dos acusados, sendo eles julgados como crianças e não
como adultos.
O sistema jurídico da Inglaterra, baseado na Common Law, desempenhou um
papel fundamental no caso de James Bulger. A responsabilidade criminal de
crianças e as disposições legais aplicáveis ao julgamento de menores foram levadas
em consideração. O sistema jurídico inglês está em constante evolução, e casos
como esse podem levar a debates e reflexões sobre a eficácia e a adequação das
leis existentes.
No sistema jurídico brasileiro, o caso de James Bulger seria regido pelo
Código Penal Brasileiro e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A
responsabilidade criminal de adolescentes infratores seria analisada pela Vara da
Infância e da Juventude, considerando medidas socioeducativas adequadas. O
sistema jurídico brasileiro também está sujeito a revisões e reformas para lidar com
questões complexas relacionadas à responsabilidade criminal de adolescentes.
Além disso, a psicopatia, uma condição que pode ter implicações legais, foi
discutida no contexto do sistema jurídico inglês. Embora a psicopatia em si não seja
um conceito jurídico específico na Inglaterra, sua relevância pode ser considerada
em certos contextos legais.
Ao analisar o caso de James Bulger e suas ramificações, é possível obter um
panorama mais amplo sobre questões relacionadas à justiça juvenil, medidas de
punição para menores de idade e funcionamento do sistema prisional em diferentes
13

contextos. Isso também permite refletir sobre as implicações éticas, legais e sociais
dessas questões, contribuindo para a compreensão e o aprimoramento do sistema
jurídico brasileiro em relação aos crimes cometidos por menores de idade.
O caso de James Bulger continuará a ser relembrado e debatido, servindo
como um lembrete trágico das consequências da violência infantil e desafiando os
sistemas jurídicos a encontrar um equilíbrio entre punição, reabilitação e proteção
dos direitos das crianças e dos adolescentes.

1 REFERÊNCIAS

COLPANI, Carla Fornari. A responsabilização penal do adolescente infrator e a


ilusão de impunidade. 2003.

Cross, Felicity (1 de setembro de 2019). James Bulger killer 'to be freed within days
and given money to move to Canada.). Acessado em 20 de junho de 2023.

TAVARES, Patrícia Silveira. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso
de Direito da Criança e do Adolescente. Aspectos Teóricos e Práticos. 7. ed. Ver. e
atual. São Paulo: Saraiva. 2014. p. 426. Acesso em 20 de junho de 2023.

"Thompson & Venables Recommendations as to Tariffs to the Secretary of State for


Home Affairs". 26 October 2000. Archived from the original on 26 December 2005.).
Acessado em 10 de junho de 2023.

TRINDADE, Jorge. Manual de psicologia jurídica para operadores do direito. Porto


Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
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