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População: 2.590 (DAI/AMTB 2010).

Localização: Na Bahia em duas Terras Indígenas separadas:

T. I. Belmonte, BA, de 9.521 ha na margem esquerda do rio Jequitinhonha,


Identificada, aprovada pela FUNAI e sujeita a contestação, com 74 Tupinambá
(SIASI/SESAI 2013).

T. I. Tupinambá de Olivença, BA, de 47.376ha, no litoral do sul da Bahia,


Identificada e aprovada pela FUNAI, e sujeita a contestação, com 4.630 Tupinambá.

A vila hoje conhecida como Olivença fica no município de Ilhéus, no litoral sul da
Bahia. É o local onde, em 1680, foi fundado por missionários jesuítas um aldeamento
indígena. Desde então, os Tupinambá residem no território que circunda a vila, nas
proximidades do curso de vários rios, entre os quais se destacam os rios Acuípe,
Pixixica, Santaninha e Una.

Língua: Português. Nhengatu (Língua Geral) desenvolvida do Tupinambá pelos jesuítas


e usado pelos Baré, Baniwa, Werekena e Arapaços e outros com a língua própria, no
alto rio Negro e no rio Vaupés tomou o lugar e Tukano. É uma língua oficial em
2002, no município de São Gabriel da Cachoeira. Atualmente uns 8.000 falantes.
Potiguára também desenvolvida do Tupinambá (SIL).

História: Os Tupinambá habitava dua regiões da costa Brasileira no século XVI,


entre a foz do rio São Francisco até a Bahia de Todos os Santos e o litoral do
atual Estado Rio de Janeiro até o norte do Estado São Paulo. Também conhecidos com
Tamoios.

Por volta do ano 1000, índios Tupi vindo da Amazônia conquistaram a região ocupada
por São Vicente (atualmente Santos), expulsando, para o interior, os seus
habitantes anteriores, que eram chamados Tapuias. Os Tupi ocupavam a ilha de
Gohayó. Chegaram em 1502 os portugueses e deu à ilha o nome de São Vicente, e aqui
fundaram a primeira vila no Brasil em 1532, contra a resistência dos indígenas.

A Vila de São Vicente procurava escravos entre os indígenas para mão de obra nas
plantações de açúcar. Acerca de 1560 três caciques Tupinambá formaram uma aliança
com os Goitacá, Guaianá e Aimorés.

Os Portugueses construíram o forte de Bertioga, sob o comando de Hans von Staden.


Os Tupinambá atacaram o forte muitas vezes, e Staden foi capturado mas libertado
por intervenção dos franceses, aliados dos Tupinambá. Durante a liderança de
Cunhambebe a revolta foi bem sucedida por décadas, mas ele morreu de varíola e a
liderança da confederação passou para Aimberê, que comandava os tamoio da Bahia da
Guanabara. Os Guaianá fizeram um acordo com os jesuítas, e a aliança enfraqueceu.
Em 1567 os portugueses destruíram a França Antártica na Ilha do Governador. Em 1575
quando seu aliados franceses saíram para à França os Tamoios sobreviventes recuaram
para o Cabo Frio. Quando os Tamoios renderam-se os portugueses não respeitaram a
rendição e os mataram.

Os Tupi já ocuparam o sul da Bahia antes da chegada dos colonizadores, e a


evidência arqueológica indica que estavam ali por uns 700 anos. Os Tupinambá de
Olivença vivem na Mata Atlântica, uns dez quilômetros ao norte da cidade de Ihéus,
no sul da Bahia. É local foi fundado pelos jesuítas em 1680, sendo aldeamento
indígena chamada Nossa Senhora da Escada, o nome de um ídolo na beira do rio Tejo
adorado por marinheiros. Em 1768, o Ouvidor da Bahia, reconheceu os índios que
viviam na Vila Nova de Olivença eram Tupi. O aldeamento passou a ser regida pelo
Diretório dos Índios. Os índios alternavam em viver na vila ou na mata até 15
quilômetros da vila. A metade viviam na mata mais longe da vila, fazendo visita
sazonais à vila, e um terço permaneciam na vila e em redor onde tinham suas roças.
No final do século XIX a população era 900.

As invasões do território aumentaram com o desenvolvimento das plantações de cacau.


Nos anos 1920 e 1930 o processo de espoliação do território foi, detido pela
atuação de um grupo indígena de resistência, conhecida como "a revolta de
Marcelino". Os índios que viviam no interior, na mata e nas serras acolheram e
protegeram este grupo da perseguição policial e acabaram sofrendo violências para
que denunciassem seu esconderijo. Os indígenas foram expulsos da vila e nas décadas
40 e 50 viviam nas área de mata. Quarenta anos mais tarde a perda de terras era
tanto que era impossível abrir nova roças. Em 2001, os Tupinambá de Olivença foram
reconhecidos como indígenas pela FUNAI. A demarcação do seu território concluiu-se
em abril de 2009 e a FUNASA realizou um censo que estimou em cerca de 4.500
Tupinambá. Os grupos indígenas com os quais os Tupinambá de Olivença têm mais
contato são os Pataxó Hã Hã Hãe e os Pataxó.

Estilo da Vida: Os Tupinambá vivem em pequenos assentimentos que chamam 'lugares',


e conhecido como o lugar do homem principal ou quem fundou o lugar. Cada casa tem
sua roça e sua independência no que diz respeito ao consumo e à produção. Também
outros moram em 'aldeias' no processo do 'movimento de retomada' sua terra iniciada
em 2003. As roças são plantadas com mandioca para produzir farinha, beiju e a
bebida fermentada, 'giroba'. A pesca é realizada nos rios e nas área de brejos,
entre os rios e o mar. As mulheres tecem armadilhas de pesca chamadas jererê. Os
Tupinambá pescam no mar e no manque. A coleta de caranguejo é uma atividade sazonal
entre janeiro e abril. A caça é feita pelos homens.

Sociedade: A liderança da comunidade é determinada pelos homens que fundaram


'lugares'. O casamento é por coabitação sem obrigações com ou da parte dos parentes
do casal. A residência é patrilocal e quando os filhos nascem a avó paterna fica em
reguardo. Os pais dar sustento em cuidar dos filhos porque os laços entre pais e
filhos são tão intensos. Se haver uma separação conjugal a criança é considerada
ser parte do 'lugar' onde nasceu e permanece com os avós. O beiju e a 'giroba', a
bebida fermentada de aipim, são os alimentos que 'faz' dos bebês. Foi notado nos
séculos XVI e XVII que os Tupinambá tomaram a giroba amornada.

Artesanato: Os Tupinambá dão muita importância a pintura corporal, pois é uma forma
de afirmar sua identidade com uma comunidade indígena. Os desenhos passam de pai
aos filhos e têm diversas significados de guerra ou festa. A coleta de piaçaba é a
atividade extrativista mais importante. Com a fibra eles fabricam muitos artefatos
como cesto, esteiras, cassuás, peneiras, e outros como pilões, cangas, flechas,
lanças, colares e cocares (Viegas 2010).

Religião: As festas dos Tupinambá estão associadas a rituais católicos. A Festa do


Divino Espírito Santo no final de mês de maio é importante para a reunião entre as
pessoas que moram nos 'lugares' na Mata e na Vila de Olivença. A bandeira do
Espírito circula durante um mês por todos 'lugares' da Mata. No encerramento da
festa uma missa é realizada na igreja de Olivença. A Festa de São Sebastião em
janeiro é também importante. A Festa da Puxada do Mastro é realizada, quando a
árvore é derrubada uns três quilômetros da vila. O tronco é arrastado até a praça
da cidade e fincado diante da igreja. Pedaços do casco da árvore são extraídos para
promessas feitas a São Sebastião. Esta festa remonta á época colonial quando os
jesuítas transformaram o antiga ritual indígena. Os indígenas têm muito razão se
identificar com o santo mártir.

Em outubro realizam a festa da Caminhada em Memoria dos Mártires, que se lembra dos
sofrimentos e repressões e massacres do passado, quando todos os Tupinambá se
pintam para enfatizar a cultura indígena. Também os Tupinambá adortaram desde 2000
o Porancim, uma versão do Toré, praticado por outros indígena na Bahia e Minas
Gerais (Viegas 2010).

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