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OS ESTUDOS DE GÊNERO E SUAS INTERSECÇÕES COM A


ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

Autor 1
Autor 2

RESUMO

O presente artigo apresenta um incipiente ensaio acerca do conceito de gênero,


evidenciando-o enquanto categoria relacional entre homens e mulheres e, também, como
elemento de estratificação social. Nota-se na literatura, que o conceito de gênero se
encontra intimamente relacionado a uma construção cultural e social, em que as diferenças
observadas no campo do sexo implicam e moldam as relações sociais. Está ligado, de
maneira intrínseca, à forma de como homens e mulheres se relacionam, de como tratam e
ensinam os filhos, de como as instituições ofertam a educação, de como se direcionam as
prioridades no campo das políticas públicas sociais, bem como aos meios de dominação e
poder. Gênero assim é um elemento que deve ser compreendido dentro das instâncias
múltiplas de relações sociais, e preponderantemente, pelas relações de poder. Os estudos de
gênero, em sua grande maioria, enfatizam estruturas de poderes que não levam em
consideração a realidade social das mulheres, tais como as inúmeras formas de
discriminação e violência e suas reivindicações no âmbito da promoção de direitos.
Portanto, a análise de gênero revela as formas de significar poder, haja vista que as
relações de gênero emergem um sistema de símbolos e percepções que moldam e
constituem a vida social, implicando consequências de desigualdade na distribuição de
poder. Implica dizer que, o gênero, traduz uma estrutura de dominação simbólica,
construída, em que o homem é enaltecido e tomado como centro das discussões. Quando
observada as representações da mulher ao longo da história, é possível observar a
reprodução de uma sociedade sexista, na qual o homem exerce relação de poder sobre as
mulheres, seja no campo social, afetivo ou sexual. Visto assim, gênero também é um meio
de estratificação social, pois se trata de um elemento motriz no que tange a estruturação
dos tipos de oportunidades e de chances de vida enfrentadas, não só pelos indivíduos, mas
também por grupos, influenciando de maneira significativa os papéis que eles
desempenham. Embora os papéis dos homens e mulheres apresentarem variações
conforme a cultura de cada país, e ou, região, é notório que os homens exercem maior
poder sobre as mulheres, ora, poder que ultrapassa as relações de mercado de trabalho, o
campo político e social, sendo observada também no âmbito privado, em que se têm as
relações afetivas e sexuais.

Palavras-Chave: Gênero, Relações de Poder, Estratificação Social


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GENDER STUDIES AND THEIR INTERSECTION WITH SOCIAL


STRATIFICATION

ABSTRACT

This article presents an incipient essay on the concept of gender, showing it as a relational
category between men and women and also as an element of social stratification. It is noted
in the literature that the concept of gender is closely related to a cultural and social
construction, in which the differences observed in the field of sex imply and shape social
relations. It is intrinsically linked to the way men and women relate, how they treat and
teach their children, how institutions offer education, how priorities are directed in the field
of social public policies, as well as the means of domination and power. Gender is an
element that must be understood within the multiple instances of social relations, and,
above all, through power relations. The vast majority of gender studies emphasize
structures of power that do not take into account the social reality of women, such as the
countless forms of discrimination and violence and their claims in the sphere of the
promotion of rights. Therefore, gender analysis reveals the ways to signify power, given
that gender relations emerge a system of symbols and perceptions that shape and constitute
social life, implying consequences of inequality in the distribution of power. It implies that,
gender, translates a structure of symbolic domination, constructed, in which man is praised
and taken as the center of discussions. When observing the representations of women
throughout history, it is possible to observe the reproduction of a sexist society, in which
men exercise a power relationship over women, whether in the social, emotional or sexual
fields. Seen in this way, gender is also a means of social stratification, as it is a driving
element regarding the structuring of the types of opportunities and life chances faced, not
only by individuals, but also by groups, significantly influencing the roles they play.
Although the roles of men and women vary according to the culture of each country, and/or
region, it is clear that men exert greater power over women, a power that goes beyond
labor market relations, the political and social field. , being also observed in the private
sphere, in which affective and sexual relationships take place.

Keywords: Gender, Power Relations, Social Stratification


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ESTUDIOS DE GÉNERO Y SU INTERSECCIÓN CON LA


ESTRATIFICACIÓN SOCIAL

RESUMEN

Este artículo presenta un ensayo incipiente sobre el concepto de género, mostrándolo como
una categoría relacional entre hombres y mujeres y también como un elemento de
estratificación social. Se observa en la literatura que el concepto de género está
íntimamente relacionado con una construcción cultural y social, en la que las diferencias
observadas en el campo del sexo implican y configuran las relaciones sociales. Está
intrínsecamente ligado a la forma en que hombres y mujeres se relacionan, cómo tratan y
educan a sus hijos, cómo las instituciones ofrecen educación, cómo se orientan las
prioridades en el campo de las políticas públicas sociales, así como los medios de
dominación y poder. El género es un elemento que debe entenderse dentro de las múltiples
instancias de las relaciones sociales y, sobre todo, a través de las relaciones de poder. La
gran mayoría de los estudios de género enfatizan estructuras de poder que no toman en
cuenta la realidad social de las mujeres, como las innumerables formas de discriminación y
violencia y sus reclamos en el ámbito de la promoción de derechos. Por tanto, el análisis de
género revela las formas de significar el poder, dado que las relaciones de género emergen
de un sistema de símbolos y percepciones que configuran y constituyen la vida social,
implicando consecuencias de desigualdad en la distribución del poder. Implica que, género,
traduce una estructura de dominación simbólica, construida, en la que el hombre es
elogiado y tomado como centro de discusiones. Al observar las representaciones de las
mujeres a lo largo de la historia, es posible observar la reproducción de una sociedad
sexista, en la que los hombres ejercen una relación de poder sobre las mujeres, ya sea en el
ámbito social, emocional o sexual. Así visto, el género es también un medio de
estratificación social, ya que es un elemento impulsor de la estructuración de los tipos de
oportunidades y oportunidades de vida que enfrentan, no solo los individuos, sino también
los grupos, influyendo significativamente en los roles que desempeñan. Si bien los roles de
hombres y mujeres varían según la cultura de cada país y / o región, es claro que los
hombres ejercen un mayor poder sobre las mujeres, poder que va más allá de las relaciones
laborales, el campo político y social., Siendo también observado en el ámbito privado, en
el que tienen lugar las relaciones afectivas y sexuales.

Palabras clave: género, relaciones de poder, estratificación social.


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INTRODUÇÃO

O termo Gênero é utilizado para diferentes atribuições, em diversas áreas do


conhecimento, assumindo assim, uma significação polissêmica, o que nos permite
identificá-lo tanto como conceito quanto categoria de análise. No campo das ciências
naturais, pode significar espécie, grupo de plantas, animais, matéria, grupo de coisas, já no
campo das ciências humanas e sociais, o termo é utilizado para designar a construção
cultural acerca da masculinidade e feminilidade.
Posto isso, vale destacar que, em qualquer área do conhecimento, gênero
constitui referência de uma coisa em relação à outra, que lhe determina a essência, porém,
concomitamente aliado às diferenças. Segundo Ferreira (2009) essa arguição vale tanto
para agrupamento de indivíduos, ideias, estilo, maneira, quanto para definir espécie, tipo,
fatos, objetos que tenham características comuns.
O estudo sobre gênero surgiu com os movimentos feministas. Inicialmente, não
teve prestígio acadêmico, seu destaque ocorreu posteriormente, e hoje, assume status
bastante consistente no âmbito da pesquisa acadêmica. Os estudos apresentados aqui se
baseiam no conceito de gênero formulado por Joan Scott (1990), que entende esse termo
como um elemento constitutivo de relações sociais, construídas sobre as diferenças
percebidas entre homens e mulheres, e, portanto, uma construção social e histórica dos
sexos. Além disso, gênero é um meio de estratificação social, uma vez que tais relações
implicam na distribuição desigual de poder entre homens e mulheres.
Nesse sentido, o presente estudo discorrerá sobre os conceitos de gênero, e suas
implicações no âmbito da estratificação social.

GÊNERO: CATEGORIA RELACIONAL E DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

A expressão gênero surge, de acordo com Castilho (2006), em meados da


década de 80 quando o movimento feminista a utiliza para designar a disparidade existente
entre homens e mulheres. Surge, particularmente, para explicar as desigualdades
verificadas entre esses dois seres, concretizadas por meio de ações discriminatórias, de
violência e opressão face às mulheres. Neste período, muitos estudos acerca deste tema já
indicavam a grande desigualdade inerente a homens e mulheres. Tais desigualdades
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tendiam a aumentar, ou mesmo se agravar se avaliadas questões como classe social, raça,
etnia, e dentre outras condições sociais e de vida. Ora, se existe desigualdade entre homens
e mulheres, logo podemos falar de estratificação social de gênero. Na contemporaneidade,
observa-se que a desigualdade abrange tanto a esfera pública quanto a privada.

Michele Rosaldo (1979) faz um corte profundo na sociedade, dividindo-a


em dois campos incomunicáveis: o público e o doméstico. A explicação
para a estrutura hierárquica, binária e dicotomizada dos gêneros dever-se-
ia ao fato de os homens sempre terem ocupado o pólo que concentra a
autoridade: o mundo público. (BENTO, 2006, p. 72).

No que se refere a essa primeira instância, é notável a disparidade nos salários,


tendo as mulheres menores remunerações do que aos dos homens em serviços iguais e,
ainda na sua pequena participação política, se comparado com o sexo oposto. Nesse
quesito, podemos destacar a questão do gênero enquanto instrumento de estratificação
social, temática a ser mais bem discutida no decorrer desse artigo. Na esfera privada, tal
desigualdade se evidencia pelas diferenças relacionadas à questão da moralidade, bem
como na destinação de papéis domésticos.

Citando Chodorow, Otner constrói uma tipologia comportamental na qual


o homem é identificado como o racional, o abstrato, a objetividade
(cultura), e a mulher, com a praticidade, a concretude e a subjetividade
(natureza) (...) A mulher é tomada como sinônimo de família, sendo que,
nesse ponto, não existe qualquer menção ao pai. (BENTO, 2006, p.73).

Na esfera privada, faz-se ainda pertinente ressaltar a desigualdade observada


no campo da afetividade e sexualidade. Sobre esse assunto, Foucault (1999), destaca que a
sexualidade deve ser tratada como um dispositivo, que, em linhas gerais, pode ser
traduzido com um conjunto de funções que conduzem os indivíduos a partir de interesses.
Segundo esse filósofo, o discurso acerca da sexualidade, e a forma como suas práticas
devem ser assumidas por homens e mulheres, é fomentado pelas relações de poder, não
isentas de intencionalidades e pretensões. Partindo dos pressupostos de Foucault, são as
relações desiguais de poder, que tendem a formular e constituir os vários discursos sobre a
sexualidade. Pode-se dizer que todo o arranjo observado em torno do sexo, é fabricado e
mantido pela intencionalidade, com viés dominador. Aqui se revela um dos pontos chaves
dos estudos de Foucault: a assertiva de que a história da sexualidade tem se moldado pelos
discursos advindos das relações de poder, e principalmente, pelas relações desiguais de
poder. Nesse sentido, encontramos o poderio do homem em sobreposição à mulher, em que
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a sexualidade para este é concebida em termos mais liberais do que ao sexo oposto.

Se quisermos realmente conhecer o conhecimento, saber o que ele é,


apreendê-lo em sua raiz, em sua fabricação, devemos nos aproximar, não
dos filósofos, mas dos políticos, devemos nos compreender quais são as
relações de luta e de poder. E é somente nessas relações de luta e poder –
na maneira como as coisas entre si, os homens entre si se odeiam, lutam,
procuram dominar uns aos outros, querem exercer, uns sobre os outros,
relações de poder – que compreendemos em que consiste o
conhecimento. (FOUCAULT, 1999, p. 23).

A desigualdade entre homens e mulheres possui caráter histórico, em que se


podem averiguar justificativas em defesa dessa mesma desigualdade pelos setores
conservadores de cunho religioso, científico e político. A defesa pautava-se ainda pelos
aspectos biológicos entre homens e mulheres. Em linhas gerais, existia além dessas esferas,
uma crença que as diferenças sociais são essenciais, naturais e inevitáveis.

O homem, para Beauvoir, representa o sujeito universal; a mulher, por


sua vez, seria o seu outro absoluto. Dessa forma, elas são mulheres em
virtude de sua estrutura fisiológica; por mais que se remonte na história,
sempre estiveram subordinadas ao homem. Tal premissa a leva a
questionar: “Por que as mulheres não contestam a soberania do macho?...
De onde vem essa submissão na mulher?” (Beauvoir, 1987:35) (BENTO,
2006, p.71).

O sexo é uma categoria biológica insuficiente para explicar os papéis sociais


atribuídos ao homem e à mulher. “Gênero” veio como uma categoria de análise das
ciências sociais para questionar a suposta essencialidade da diferença dos sexos, a ideia de
que mulheres são passivas, emocionais e frágeis, e os homens são ativos, racionais e fortes.
Na perspectiva de gênero, essas características são produto de uma situação histórico-
cultural e política; as diferenças são produto de uma construção social. Portanto, não existe
naturalmente o “gênero” masculino e feminino. (SUÁREZ, 2000).
É diante desse vácuo de terminologias que “gênero”, enquanto categoria de
análise das ciências sociais evidenciou-se como uma expressão a ser utilizada para indagar
as possíveis divergências entre homens e mulheres, visto que à figura masculina fora
sempre atribuído o papel de forte, racional e a feminina a condição frágil, débil, passiva. A
partir daí, observa-se os primeiros questionamentos sobre o papel que a mulher vinha
ocupando ao longo dos anos na sociedade, principalmente os traços de opressão e
discriminação que manchavam sua história. (CASTILHO, 2006).
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No decorrer dos últimos trinta anos, a categoria gênero tem sido utilizada com
intuito de desfazer ou mesmo desconstruir a ligação entre as mulheres e a natureza, e
assim, por conseguinte, propiciar, ainda que simbolicamente, a igualdade entre homens e
mulheres. Essa desmistificação da interligação entre a mulher e a natureza se tornou algo
imprescindível, haja vista que tal relação pressupõe e constrói uma visão de que a mulher é
“naturalmente” e biologicamente “inferior” ao homem, trazendo à figura da mulher
características como “ser intuitivo, amoroso, dadivoso, e concomitantemente
desqualificada de razão, coragem, agressividade e de outros atributos associados aos
homens”. (SUÁREZ, 2000).

Ao longo da década de 1990, os estudos sobre as relações de gênero se


consolidaram a partir de uma reavaliação dos pressupostos teóricos que
fundamentavam o campo de estudos sobre as “mulheres”. A tarefa teórica
era desconstruir essa mulher universal, apontando outras variáveis
sociológicas que se articulassem para a construção das identidades dos
gêneros. A categoria analítica “gênero” foi buscar nas classes sociais, nas
nacionalidades, nas religiosidades, nas etnias e nas orientações sexuais os
aportes necessários para desnaturalizar e dessencializar a categoria
mulher, que se multiplica e se fragmenta em negras analfabetas, brancas
conservadoras, negras racistas, ciganas, camponesas, imigrantes. Este
momento representou uma ruptura com um olhar que posicionava a
mulher como portadora de uma condição universalmente subordinada, o
que gerou, por um lado, uma representação da mulher-vítima e, por outro,
do homem-inimigo, dois lados da mesma moeda: o patriarcalismo.
(BENTO, 2006, p. 74).

Para, além disso, “gênero” também é um conceito utilizado para delimitar


objetos de pesquisa e analisar as mais diversas situações sociais. Em linhas gerais, significa
dizer, que além de ser uma ferramenta desconstrutiva, gênero é um conceito com valor para
distinguir e descrever categorias sociais estratificadas, em seu sentido empírico, bem como
para explicar as relações sociais que se dão entre elas, em seu sentido analítico. (SUÁREZ,
2000).

A afirmação de Ortner – de que as mulheres são percebidas como sujeitos


menos culturais do que os homens, e, portanto, como menor capacidade
de transcender sua natureza biológica do que eles – tem sido severamente
criticada e até mesmo invalidada. (SUÁREZ, 2000, p. 19).

A discussão sobre “gênero” enquanto categoria relacional e de estratificação


social faz-se de extrema relevância quando abordamos a questão da mulher, e os diversos
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adjetivos e características construídos socialmente para este sexo. As formulações sociais


criadas e destinadas à mulher contribuem para o fortalecimento de pré-conceitos junto a
esse sexo, tornando-o alvo de discriminação e exclusão social, estratificando-o na
sociedade, em virtude do gênero, ou seja, em virtude das construções sociais que se
fizeram acerca de seus papéis ao longo da história. Nesse sentido é que discutir gênero
tornar-se algo imprescindível, no sentido de “desconstruir” tais estigmas, desmistificando
conceitos e pré-conceitos, valores e pré-juízos.
Suárez, (2000), afirma que o uso mais forte da palavra gênero é
desconstrutivo, uma vez que pressupõe a quebra da equívoca e preconceituosa ideia de que
a mulher é uma condição essencial, dada pela natureza. É dentro dessa perspectiva que
discutiremos gênero, no sentido de desconstruirmos os efeitos de um pensamento no qual
sempre se veicula o ser mulher a condições de inferioridade face ao homem.
A principal crítica que se observa diante da justificativa de que a mulher é
“naturalmente/biologicamente” inferior ao homem, se encontra na argumentação de que a
distinção entre a natureza e a cultura não pode ser considerada universal, ou seja, dessa
forma não poderia explicar o fato de as mulheres serem, em toda parte, percebidas como
mais imersas na natureza do que os homens. É importante ressaltar ainda, que embora
culturalizada, a masculinidade também possui a sua fixidez. Dentro dessa perspectiva,
revela que o essencialismo está presente não só na dicotomia, mas em todos os campos
referentes à natureza e ao feminino. (SUÁREZ, 2000).
Tem-se diante dessa discussão uma problemática que se encontra intimamente
relacionada a atribuições dadas a categoria sexo. Implica dizer que quando reportamos às
diferenças sexuais, logo atribuímos características biológicas e naturais, que tendem,
culturalmente, a destinar um lócus de inferioridade à mulher. Porém, quando
estabelecemos a categoria gênero, estamos em busca de algo que transmita que as pessoas
não são apenas sexuadas, haja vista que as diferenças sexuais sempre adquirem um
significado cultural, mas que, para, além disso, existem outras possibilidades de
analisarmos o feminino e masculino. Em linhas gerais, trata-se da superação de visões
limitadas à questão meramente biológica, ligadas à natureza e às diferenças sexuais.
(SUÁREZ, 2000).
Para Safiotti (1994), todas as atividades humanas são mediadas pela cultura.
Afirma que é graças a este verdadeiro arsenal de signos e símbolos que tais atividades
adquirem sentido, e que, por conseguinte, propiciam aos seres humanos a capacidade de se
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comunicarem uns com os outros. Esta autora tece, em seus estudos, críticas sobre as
posições que estabelecem a restrição de que a mulher está ligada à natureza, e o homem à
cultura. Ao longo dos últimos trinta anos, uma série de teorias sobre gênero surgiu na
literatura mundial, evidenciando a defesa da postura que defende a construção social do
gênero, contrapondo assim, pensamentos de cunho conservador, altamente contrários ao
avanço das lutas políticas pela igualdade social, desenvolvidas por categorias socialmente
discriminadas.
Safiotti ressalta, em suma, que não se trata de negar as diferenças entre
homens e mulheres, afinal de contas, elas existem. Ao contrário, trata-se da busca por
entendê-las, como mecanismos de uma convivência social mediada pela cultura. “As
mulheres que escaparam do Eterno Feminismo e do mimetismo com os homens [...]
defendem uma igualdade inédita entre os sexos, o primado da diferença sem hierarquia e
sem ambiguidade” (OLIVEIRA APUD SAFIOTTI 1994).
De acordo com Lauretis apud Safiotti (1994), gênero “é um tanto um construto
sociocultural quanto um aparelho semiótico, um sistema de representação que atribui
significado [...] a indivíduos dentro da sociedade” (LAURETIS, 1987). Para a autora em
pauta, as representações tendem a modelar homens e mulheres, produzindo, por
conseguinte, diferenças de gênero. Em linhas gerais, refere-se à compreensão, de que, o
sujeito do feminismo, que é uma construção teórica, bem como as mulheres historicamente
situadas, são concebidas como simultaneamente dentro e fora do gênero,
concomitantemente dentro e fora da representação (SAFIOTTI, 1994). Implica dizer que
os sujeitos são construídos socialmente e culturalmente, indo além da questão biológica.
Portanto, se são assim construídos, detêm o poder de autorrepresentação, podendo assim,
construir e desconstruir significados atribuídos aos mesmos.
Segundo Safiotti (1994), a força da mudança social está bastante presente na
concepção da autora Lauretis, seja através de um sujeito que, sendo modelado pelo gênero
é simultaneamente capaz de tomar distância em relação a ele, seja pela capacidade
desestabilizadora da desconstrução, ou seja, ao mesmo tempo em que é modelado pelas
representações de gênero, é também capaz de refazer tais construções. Dentro desse
contexto, a questão da subjetividade ganha maior evidência, tão quanto à temática da
autorrepresentação. Cotidianamente novas representações surgem, que vão, por sua vez,
construindo o gênero em outros termos. Tais representações nascem nos mais diversos
espaços societários, que abrange tanto as esferas das práticas adotadas e instituídas, quanto
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às margens dos discursos hegemônicos e competentes, e até mesmo as próprias estruturas


de poder e saber. (SAFIOTTI, 1994).

O conceito humanista do gênero enquanto atributo de uma pessoa não


serve como ponto de partida para uma concepção relacional, na qual tanto
a pessoa quanto o gênero são frutos do contexto histórico que os constrói
[...] Conceber gênero como uma relação entre sujeitos historicamente
situados é fundamental para demarcar o campo de batalha e identificar o
adversário. Nestas circunstâncias, o inimigo da mulher não é o homem
nem enquanto indivíduo, nem como categoria social, embora seja
personificado por ele. O alvo a atacar passa a ser, numa concepção
relacional, o padrão dominante de relação de gênero. Diferentemente do
que se pensa com freqüência o gênero não regula somente as relações
entre homens e mulheres, mas normatiza também relações homem-
homem e relações mulher-mulher. (SAFIOTTI, 1994, p. 276).

Referente citação corrobora as palavras de Marx, na qual esse aponta que na


produção social de sua existência, os homens entram em relações determinadas,
necessárias, independentes de sua vontade, estas relações de produção, por sua vez,
correspondem a um grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas
materiais. O conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da
sociedade, a base real, sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual
correspondem formas sociais determinadas de consciência. Não é a consciência dos
homens o que determina a realidade, mas sim, a realidade social é a que determina sua
consciência. (MARX, 1946).
Para Safiotti (1994) a existência de gêneros nada mais é que a manifestação de
uma desigual distribuição de responsabilidade na produção social da existência. Implica
afirmar que a sociedade estabelece uma distribuição de responsabilidades que são alheias
às vontades das pessoas, sendo que os critérios desta distribuição são sexistas, classistas e
racistas. Do lugar que é atribuído socialmente a cada um, dependerá a forma como se terá
acesso à própria sobrevivência como sexo, classe e raça.
Esta autora ainda aponta que a construção dos gêneros se dá através da
dinâmica das relações sociais. Os seres humanos só se constroem como tal em relação com
os outros. Saffioti (1994) considera que não se trata de perceber apenas corpos que entram
em relação com outros. É a totalidade formada pelo corpo, pelo intelecto, pela emoção,
pelo caráter do EU, que entra em relação com o outro. Cada ser humano é a história de
suas relações sociais, perpassadas por antagonismos e contradições de gênero, classe,
raça/etnia.
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Podemos entender, de acordo com as inferências de Safiotti (1994), que gênero


é, portanto, uma categoria relacional do feminino e do masculino. E mais, podemos
entendê-la como elemento de estratificação, ou seja, que diferencia os indivíduos, e que os
segrega em grupos. A categoria gênero confirma as diferenças biológicas entre os sexos,
reconhece a desigualdade, mas não admite tais diferenças como justificativa para a
violência, para a exclusão e para a desigualdade de oportunidades no trabalho, na educação
e na política, ou em qualquer outra situação de estratificação social. Trata-se de um modo
de pensar que propicia uma mudança nas relações sociais e, por consequência, nas relações
de poder. Significa dizer que gênero se caracteriza por ser um instrumento de grande
relevância, que nos ajuda entender as relações sociais e, especificamente e especialmente,
as relações sociais entre mulheres e homens.
Segundo Castilho (2006), a terminologia “gênero” tem a ver com feminismo,
contudo, não pode ser igualado à categoria mulher ou mesmo à temática do feminismo.
Pode-se estudar as relações de gênero tomando como base o fenômeno da identidade
feminina e masculina. O significado desse termo encontra-se intimamente ligado às
relações observadas entre homens e mulheres. A análise de gênero propicia o delineamento
de como são essas relações. O feminismo, todavia, ultrapassa os limites dessa descrição,
revelando os efeitos dessas relações, que são permeadas pelo poder de um sobre o outro,
produzindo uma série de consequências, que vão desde os aspectos de discriminação,
violência e opressão, às situações de injustiça e impunidade.
Paulatinamente, a expressão gênero vem adquirindo espaço e fazendo parte
das normativas internacionais, bem como da legislação dos países. No que diz respeito,
especificamente, ao Brasil, a terminologia “gênero” foi introduzida na Convenção de
Belém do Pará, por meio do Decreto de n. 1.973, de 01 de agosto de 1996, para esclarecer
o conceito de violência contra a mulher como qualquer ato ou conduta baseada no gênero.
Não se verifica, essencialmente, a definição concreta de gênero, contudo observa-se em
seu contexto o conceito de relação de poder. A temática gênero também é evidenciada no
Estatuto de Roma, através do Decreto de n. 4.388, de 25 de setembro de 2002, contudo
apresentando um significado um pouco mais limitado.
Segundo Castilho (2006), o Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto
de Roma, incorpora o princípio da não discriminação baseada em gênero, normas de
procedimento e prova, proteção e participação em relação a vítimas e testemunhas de
crimes de violência sexual, criminaliza em nível internacional a violência sexual e de
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gênero. O primeiro ponto notável a ser pontuado, refere-se à introdução do conceito gênero
em um instrumento de cunho legal internacional. “De acordo com o art. 7º, item 3
“entende-se que o termo “gênero” abrange o sexo masculino e feminino, dentro do
contexto da sociedade, não lhe devendo ser atribuído qualquer outro significado”. É uma
redação fruto de negociação intensa com o Vaticano e os países islâmicos, que reduzem o
gênero a uma questão biológica. A expressão “dentro do contexto da sociedade” dá-lhe a
perspectiva cultural necessária, embora de forma imprecisa e insuficiente.” (CASTILHO,
2006).
Em termos de Brasil, com a criação da Secretaria de Políticas Públicas para as
Mulheres, em 2003, verifica-se um notório fortalecimento no que se refere à questão de
gênero em todos os níveis de políticas públicas, o que tende a significar um relevante
avanço, haja vista que tais políticas passam a considerar o contexto em que os indivíduos
estão inseridos, as relações de poder, as crenças, as etnias, etc, fatores esses que são parte
constituinte da identidade dos indivíduos e que contribuem de forma preponderante para a
compreensão de como homens e mulheres fazem suas opções e as comunicam ao mundo.
Em suma, podemos inferir que há muitas interpretações e compreensões do
que venha ser gênero. Somado a isso, concluímos também, que existem muitos pré-
conceitos acerca dessa temática, além da falta de informação. Entendemos aqui “gênero”
como uma das formas de compreender e analisar a realidade social em meio sua complexa
dinâmica, não nos desvencilhando dos processos e contextos históricos que envolvem
mulheres e homens. Trata-se, em linhas gerais, de uma categoria relacional que ultrapassa
as esferas da biologia e do culturalismo, assumindo uma visão relacional pautada na
construção que se é feita do masculino e feminino na vida social. Em nosso presente
estudo, a categoria gênero, nos indica analisar a condição feminina a partir das relações
interpessoais entre homem e mulher, nas quais a construção dessas relações se encontra
permeadas pela hierarquia e poder.
A utilização dessa categoria permite-nos entender que a mulher e o homem são
diferentes, contudo, essa diferença não pode servir de justificativa ou mesmo de argumento
para a existência da desigualdade e estratificação enraizada no contexto histórico de nossa
sociedade. Desigualdade que, inclusive propiciou o surgimento de problemáticas
contemporâneas, haja vista a “hierarquia” existente de um sexo sobre o outro, de cidadãos
sobre demais cidadãos, tendo como base questões de gênero, classe, raça e etnia.
Quando trazemos à tona o debate de gênero, não temos a intenção de ocultar
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as diferenças inerentes aos homens e mulheres, pelo contrário, nosso objetivo é aprimorar
as possibilidades de questionamento sobre as relações construídas entre esses dois sexos. O
interesse é que a partir desses questionamentos, possamos estabelecer ações que venham
propiciar transformações, trazendo tais relações para uma realidade de igualdade e
equidade.
Dentro dessa perspectiva é que compreendemos gênero como um elemento
que se encontra entrelaçado às relações sociais e que possui como base as diferenças entre
os sexos, trata-se de um conceito relacional, uma vez que analisa homens e mulheres de
forma conjunta. Homens e mulheres se definem na relação que se tem um com o outro,
sendo assim, não podem ser analisados de forma separada, ou mesmo por meio de visões
restritas e limitadas.
Partindo desse pressuposto, o gênero é também, além de uma categoria
relacional, um meio de estratificação social, sendo um elemento preponderante na
estruturação dos tipos de oportunidades e de chances de vida para os indivíduos, exercendo
forte influência sobre os papeis que eles desempenham.
Quando as diferenças de renda, prestígio, poder, dentre outros recursos de
valor baseiam-se nas posições cujas quais as mulheres ou os homens ocupam, eis um
sistema de estratificação de gênero.
Na literatura, a estratificação é um termo utilizado para descrever uma
sociedade que distribui, de forma desigual, para seus membros: renda, poder, prestígio,
dentre outros recursos de valor; e que cria classes com base na cultura, comportamentos,
status, sendo estes organizados distintamente. A estratificação social aponta a existência de
desigualdades entre os indivíduos de uma determinada sociedade, caracterizada ainda pela
existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes, seja no campo político,
econômico, social ou cultural. Vale ressaltar que toda sociedade apresenta algum tipo de
segmentação entre seus membros, o que permite a identificação de grupos com as mesmas
características, ora seja pela renda, pelo prestígio, ora pelo status e posição social.
Os estudos sobre estratificação social apresentam três critérios de análise,
sendo eles: renda, poder e prestígio. Cada autor ou conjunto de visões apresentam uma
distinção acerca dessas categorias. Visto assim, a estratificação social implica na divisão da
sociedade em grupos de indivíduos com características identificáveis, tais como renda,
prestígio e ou reconhecimento social, poder político e social.
Pode-se destacar ainda, nos estudos de estratificação social, os tipos pelos
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quais podemos analisar a sociedade. Vejamos: 1) Estratificação econômica: baseia-se na


posse de bens materiais; 2) Estratificação política: refere-se à posição de mando e
ordenamento da sociedade; 3) Estratificação profissional: Baseia-se no grau de importância
atribuído a cada profissional pela sociedade.
A estratificação social é caracterizada pelos agrupamentos dos indivíduos que
apresentam situações de vida parecidas. Tais grupos se dividem em virtude de raça,
religião, gênero, situação econômica, dentre outros. A estratificação encontra-se
intimamente ligado a existência das desigualdades sociais.
Nessa perspectiva, o estudo de gênero e estratificação social nos aponta para
uma realidade de desigualdade entre homens e mulheres, em que mensagens sutis são
reproduzidas ao longo da história, diferenciando o homem da mulher, em uma distribuição
de poder desigual, que coloca a mulher em um status de inferioridade e subalternidade em
todos os níveis possíveis de estratificação: econômico, político, cultural e racial.

A força da ordem masculina se evidencia no fato de que ela dispensa


justificação: a visão androcêntrica impõe-se como neutra e não tem
necessidade de se enunciar em discursos que visem a legitimá-la. A
ordem social funciona como uma imensa máquina simbólica que tende a
ratificar a dominação masculina sobre a qual se alicerça: é a divisão do
trabalho, distribuição bastante estrita das atividades atribuídas a cada um
dos dois sexos, de seu local, seu momento, seus instrumentos; é a
estrutura do espaço, opondo o lugar de assembléia ou de mercado,
reservados aos homens, e a casa, reservada às mulheres; ou no interior
desta, entre a parte masculina, com o salão, e a parte feminina, com o
estábulo, a água e os vegetais; é a estrutura do tempo, a jornada, o ano
agrário, ou ciclo de vida, com momentos de ruptura, masculinos, e longos
períodos de gestação, femininos. (BOURDIEU, 1999, p. 18).

Apesar de muito ter se avançado no campo de mudanças sobre os papéis


sexuais, é fato que os homens ainda exercem certa soberania sobre as mulheres, controlam
ainda a renda no mercado de trabalho, bem como o poder e status de prestígio. No âmbito
doméstico, continuam a ser evasivos, mesmo com a situação de suas esposas trabalharem
fora de casa. O nível de desigualdade entre esses dois sexos, apontam, na mesma
intensidade, o nível de estratificação social de gênero.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estratificação de gênero é uma estrutura sustentada por ciclos históricos que


se reforçam. Trata-se de uma construção social e cultural, imbricada nas relações desiguais
de poder. As mulheres representam ameaça a dominação masculina, sendo assim,
submetidas a noções preconceituosas acerca de sua formação biológica, sendo expostas a
inúmeras práticas discriminatórias. Visto assim, o maior desafio desse paradigma é a
desconstrução de conceitos e ideias sobre as mulheres, é a quebra da estrutura de poder que
favorece os homens. Valendo-nos da assertiva de Bourdieu (1999), é necessário para a
desconstrução social sobre as mulheres uma

(…) ação política que leve realmente em conta todos os efeitos de


dominação que se exercem através da cumplicidade objetiva entre as
estruturas incorporadas (tanto entre as mulheres quanto entre os homens)
e as estruturas de grandes instituições em que se realizam e se produzem
não só a ordem masculina, mas também toda a ordem social (a começar
pelo Estado, estruturado em torno da oposição entre sua “mão direita”,
masculina, e sua “mão esquerda”, feminina, e a Escola, responsável pela
reprodução efetiva de todos os princípios de visão e de divisão
fundamentais, e organizada também em torno de oposições homólogas).
(BOURDIEU, 1999, p. 148).

É através dessas ações, imbricadas pelas instâncias múltiplas da sociedade é


que se poderá, em longo prazo, sem dúvida, e não desconsiderando as contradições
inerentes aos diferentes mecanismos ou instituições ora referendadas, contribuir para o
mitigar da estratificação social de gênero. (BOURDIEU, 1999).
A estratificação social a partir de gênero só existe porque coexiste a
desigualdade entre homens e mulheres, não só em sentido físico, mas principalmente, no
campo das ideais, implicando desigualdades na esfera do trabalho, no âmbito da política,
da cultura, da raça, do poder econômico, inclusive no espaço da afetividade e sexualidade.
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