Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autor 1
Autor 2
RESUMO
ABSTRACT
This article presents an incipient essay on the concept of gender, showing it as a relational
category between men and women and also as an element of social stratification. It is noted
in the literature that the concept of gender is closely related to a cultural and social
construction, in which the differences observed in the field of sex imply and shape social
relations. It is intrinsically linked to the way men and women relate, how they treat and
teach their children, how institutions offer education, how priorities are directed in the field
of social public policies, as well as the means of domination and power. Gender is an
element that must be understood within the multiple instances of social relations, and,
above all, through power relations. The vast majority of gender studies emphasize
structures of power that do not take into account the social reality of women, such as the
countless forms of discrimination and violence and their claims in the sphere of the
promotion of rights. Therefore, gender analysis reveals the ways to signify power, given
that gender relations emerge a system of symbols and perceptions that shape and constitute
social life, implying consequences of inequality in the distribution of power. It implies that,
gender, translates a structure of symbolic domination, constructed, in which man is praised
and taken as the center of discussions. When observing the representations of women
throughout history, it is possible to observe the reproduction of a sexist society, in which
men exercise a power relationship over women, whether in the social, emotional or sexual
fields. Seen in this way, gender is also a means of social stratification, as it is a driving
element regarding the structuring of the types of opportunities and life chances faced, not
only by individuals, but also by groups, significantly influencing the roles they play.
Although the roles of men and women vary according to the culture of each country, and/or
region, it is clear that men exert greater power over women, a power that goes beyond
labor market relations, the political and social field. , being also observed in the private
sphere, in which affective and sexual relationships take place.
RESUMEN
Este artículo presenta un ensayo incipiente sobre el concepto de género, mostrándolo como
una categoría relacional entre hombres y mujeres y también como un elemento de
estratificación social. Se observa en la literatura que el concepto de género está
íntimamente relacionado con una construcción cultural y social, en la que las diferencias
observadas en el campo del sexo implican y configuran las relaciones sociales. Está
intrínsecamente ligado a la forma en que hombres y mujeres se relacionan, cómo tratan y
educan a sus hijos, cómo las instituciones ofrecen educación, cómo se orientan las
prioridades en el campo de las políticas públicas sociales, así como los medios de
dominación y poder. El género es un elemento que debe entenderse dentro de las múltiples
instancias de las relaciones sociales y, sobre todo, a través de las relaciones de poder. La
gran mayoría de los estudios de género enfatizan estructuras de poder que no toman en
cuenta la realidad social de las mujeres, como las innumerables formas de discriminación y
violencia y sus reclamos en el ámbito de la promoción de derechos. Por tanto, el análisis de
género revela las formas de significar el poder, dado que las relaciones de género emergen
de un sistema de símbolos y percepciones que configuran y constituyen la vida social,
implicando consecuencias de desigualdad en la distribución del poder. Implica que, género,
traduce una estructura de dominación simbólica, construida, en la que el hombre es
elogiado y tomado como centro de discusiones. Al observar las representaciones de las
mujeres a lo largo de la historia, es posible observar la reproducción de una sociedad
sexista, en la que los hombres ejercen una relación de poder sobre las mujeres, ya sea en el
ámbito social, emocional o sexual. Así visto, el género es también un medio de
estratificación social, ya que es un elemento impulsor de la estructuración de los tipos de
oportunidades y oportunidades de vida que enfrentan, no solo los individuos, sino también
los grupos, influyendo significativamente en los roles que desempeñan. Si bien los roles de
hombres y mujeres varían según la cultura de cada país y / o región, es claro que los
hombres ejercen un mayor poder sobre las mujeres, poder que va más allá de las relaciones
laborales, el campo político y social., Siendo también observado en el ámbito privado, en
el que tienen lugar las relaciones afectivas y sexuales.
INTRODUÇÃO
tendiam a aumentar, ou mesmo se agravar se avaliadas questões como classe social, raça,
etnia, e dentre outras condições sociais e de vida. Ora, se existe desigualdade entre homens
e mulheres, logo podemos falar de estratificação social de gênero. Na contemporaneidade,
observa-se que a desigualdade abrange tanto a esfera pública quanto a privada.
a sexualidade para este é concebida em termos mais liberais do que ao sexo oposto.
No decorrer dos últimos trinta anos, a categoria gênero tem sido utilizada com
intuito de desfazer ou mesmo desconstruir a ligação entre as mulheres e a natureza, e
assim, por conseguinte, propiciar, ainda que simbolicamente, a igualdade entre homens e
mulheres. Essa desmistificação da interligação entre a mulher e a natureza se tornou algo
imprescindível, haja vista que tal relação pressupõe e constrói uma visão de que a mulher é
“naturalmente” e biologicamente “inferior” ao homem, trazendo à figura da mulher
características como “ser intuitivo, amoroso, dadivoso, e concomitantemente
desqualificada de razão, coragem, agressividade e de outros atributos associados aos
homens”. (SUÁREZ, 2000).
comunicarem uns com os outros. Esta autora tece, em seus estudos, críticas sobre as
posições que estabelecem a restrição de que a mulher está ligada à natureza, e o homem à
cultura. Ao longo dos últimos trinta anos, uma série de teorias sobre gênero surgiu na
literatura mundial, evidenciando a defesa da postura que defende a construção social do
gênero, contrapondo assim, pensamentos de cunho conservador, altamente contrários ao
avanço das lutas políticas pela igualdade social, desenvolvidas por categorias socialmente
discriminadas.
Safiotti ressalta, em suma, que não se trata de negar as diferenças entre
homens e mulheres, afinal de contas, elas existem. Ao contrário, trata-se da busca por
entendê-las, como mecanismos de uma convivência social mediada pela cultura. “As
mulheres que escaparam do Eterno Feminismo e do mimetismo com os homens [...]
defendem uma igualdade inédita entre os sexos, o primado da diferença sem hierarquia e
sem ambiguidade” (OLIVEIRA APUD SAFIOTTI 1994).
De acordo com Lauretis apud Safiotti (1994), gênero “é um tanto um construto
sociocultural quanto um aparelho semiótico, um sistema de representação que atribui
significado [...] a indivíduos dentro da sociedade” (LAURETIS, 1987). Para a autora em
pauta, as representações tendem a modelar homens e mulheres, produzindo, por
conseguinte, diferenças de gênero. Em linhas gerais, refere-se à compreensão, de que, o
sujeito do feminismo, que é uma construção teórica, bem como as mulheres historicamente
situadas, são concebidas como simultaneamente dentro e fora do gênero,
concomitantemente dentro e fora da representação (SAFIOTTI, 1994). Implica dizer que
os sujeitos são construídos socialmente e culturalmente, indo além da questão biológica.
Portanto, se são assim construídos, detêm o poder de autorrepresentação, podendo assim,
construir e desconstruir significados atribuídos aos mesmos.
Segundo Safiotti (1994), a força da mudança social está bastante presente na
concepção da autora Lauretis, seja através de um sujeito que, sendo modelado pelo gênero
é simultaneamente capaz de tomar distância em relação a ele, seja pela capacidade
desestabilizadora da desconstrução, ou seja, ao mesmo tempo em que é modelado pelas
representações de gênero, é também capaz de refazer tais construções. Dentro desse
contexto, a questão da subjetividade ganha maior evidência, tão quanto à temática da
autorrepresentação. Cotidianamente novas representações surgem, que vão, por sua vez,
construindo o gênero em outros termos. Tais representações nascem nos mais diversos
espaços societários, que abrange tanto as esferas das práticas adotadas e instituídas, quanto
10
gênero. O primeiro ponto notável a ser pontuado, refere-se à introdução do conceito gênero
em um instrumento de cunho legal internacional. “De acordo com o art. 7º, item 3
“entende-se que o termo “gênero” abrange o sexo masculino e feminino, dentro do
contexto da sociedade, não lhe devendo ser atribuído qualquer outro significado”. É uma
redação fruto de negociação intensa com o Vaticano e os países islâmicos, que reduzem o
gênero a uma questão biológica. A expressão “dentro do contexto da sociedade” dá-lhe a
perspectiva cultural necessária, embora de forma imprecisa e insuficiente.” (CASTILHO,
2006).
Em termos de Brasil, com a criação da Secretaria de Políticas Públicas para as
Mulheres, em 2003, verifica-se um notório fortalecimento no que se refere à questão de
gênero em todos os níveis de políticas públicas, o que tende a significar um relevante
avanço, haja vista que tais políticas passam a considerar o contexto em que os indivíduos
estão inseridos, as relações de poder, as crenças, as etnias, etc, fatores esses que são parte
constituinte da identidade dos indivíduos e que contribuem de forma preponderante para a
compreensão de como homens e mulheres fazem suas opções e as comunicam ao mundo.
Em suma, podemos inferir que há muitas interpretações e compreensões do
que venha ser gênero. Somado a isso, concluímos também, que existem muitos pré-
conceitos acerca dessa temática, além da falta de informação. Entendemos aqui “gênero”
como uma das formas de compreender e analisar a realidade social em meio sua complexa
dinâmica, não nos desvencilhando dos processos e contextos históricos que envolvem
mulheres e homens. Trata-se, em linhas gerais, de uma categoria relacional que ultrapassa
as esferas da biologia e do culturalismo, assumindo uma visão relacional pautada na
construção que se é feita do masculino e feminino na vida social. Em nosso presente
estudo, a categoria gênero, nos indica analisar a condição feminina a partir das relações
interpessoais entre homem e mulher, nas quais a construção dessas relações se encontra
permeadas pela hierarquia e poder.
A utilização dessa categoria permite-nos entender que a mulher e o homem são
diferentes, contudo, essa diferença não pode servir de justificativa ou mesmo de argumento
para a existência da desigualdade e estratificação enraizada no contexto histórico de nossa
sociedade. Desigualdade que, inclusive propiciou o surgimento de problemáticas
contemporâneas, haja vista a “hierarquia” existente de um sexo sobre o outro, de cidadãos
sobre demais cidadãos, tendo como base questões de gênero, classe, raça e etnia.
Quando trazemos à tona o debate de gênero, não temos a intenção de ocultar
13
as diferenças inerentes aos homens e mulheres, pelo contrário, nosso objetivo é aprimorar
as possibilidades de questionamento sobre as relações construídas entre esses dois sexos. O
interesse é que a partir desses questionamentos, possamos estabelecer ações que venham
propiciar transformações, trazendo tais relações para uma realidade de igualdade e
equidade.
Dentro dessa perspectiva é que compreendemos gênero como um elemento
que se encontra entrelaçado às relações sociais e que possui como base as diferenças entre
os sexos, trata-se de um conceito relacional, uma vez que analisa homens e mulheres de
forma conjunta. Homens e mulheres se definem na relação que se tem um com o outro,
sendo assim, não podem ser analisados de forma separada, ou mesmo por meio de visões
restritas e limitadas.
Partindo desse pressuposto, o gênero é também, além de uma categoria
relacional, um meio de estratificação social, sendo um elemento preponderante na
estruturação dos tipos de oportunidades e de chances de vida para os indivíduos, exercendo
forte influência sobre os papeis que eles desempenham.
Quando as diferenças de renda, prestígio, poder, dentre outros recursos de
valor baseiam-se nas posições cujas quais as mulheres ou os homens ocupam, eis um
sistema de estratificação de gênero.
Na literatura, a estratificação é um termo utilizado para descrever uma
sociedade que distribui, de forma desigual, para seus membros: renda, poder, prestígio,
dentre outros recursos de valor; e que cria classes com base na cultura, comportamentos,
status, sendo estes organizados distintamente. A estratificação social aponta a existência de
desigualdades entre os indivíduos de uma determinada sociedade, caracterizada ainda pela
existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes, seja no campo político,
econômico, social ou cultural. Vale ressaltar que toda sociedade apresenta algum tipo de
segmentação entre seus membros, o que permite a identificação de grupos com as mesmas
características, ora seja pela renda, pelo prestígio, ora pelo status e posição social.
Os estudos sobre estratificação social apresentam três critérios de análise,
sendo eles: renda, poder e prestígio. Cada autor ou conjunto de visões apresentam uma
distinção acerca dessas categorias. Visto assim, a estratificação social implica na divisão da
sociedade em grupos de indivíduos com características identificáveis, tais como renda,
prestígio e ou reconhecimento social, poder político e social.
Pode-se destacar ainda, nos estudos de estratificação social, os tipos pelos
14
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, Angela. Teoria das representações sociais e teorias de gênero. Nº 117. São
Paulo: Cadernos de Saúde Pública. Nov. De 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cp/n117/15555.pdf> Acesso em: 03 jul 2014.
CASTILHO, Ela Wiecko Volkmer de. Gênero. 25 de julho de 2006. Disponível em:
<http://www.esmpu.gov.br/dicionário/tiki-index.php?page=G%C3%AAnero> Acesso em:
29 mar 2009.
_____. A Arqueologia do Saber; tradução de Luiz Felipe B. Neto. 6.ed. – Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2002.
SCALON, Maria Celi. Notas sobre o esquema de classes. In: Mobilidade Social no
Brasil: padrões e tendências. Rio de Janeiro: Revan, 1999. Pág. 29 a 48.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. IN: Mulher e
realidade: mulher e educação. Porto Alegre, Vozes, V. 16, nº 2, jul/dez de 1990.
17
TUMIN, Melvin M. Estratificação Social. São Paulo: Pioneira, 1970. Pág. 13 a 124.