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Curso de AirBag

Airbag
O sistema de Airbag é um componente de segurança dos veículos automóveis e alguns

motorizados que funciona de forma simples: quando o carro sofre um grande impacto

vários sensores dispostos em partes estratégicas do veículo (Frontal, Traseiro, Lateral

Direito e Lateral Esquerdo) são acionados emitindo assim sinais para uma unidade de

controle (Centralina de airbag). 

Os airbags são uma ajuda ao cinto de segurança e reduzem o risco da cabeça e a parte

superior do corpo de um ocupante bata em alguma parte no interior do veículo. Numa

fração de segundos a Centralina verifica qual dos sensores foi atingido e assim aciona o

airbag mais adequado. Este dispositivo é constituído por “pastilhas” de nitrogénio que

são acionadas por uma descarga elétrica pela Centralina dentro de um "balão de ar"

muito resistente, que é o próprio Airbag, este por sua vez se enche rapidamente

amortecendo assim o choque e evitando que motorista e passageiros sofram danos

físicos principalmente no rosto, peito e coluna. Para evitar o sufocamento o Airbag vai

perdendo pressão após o embate. Atualmente existem modelos que calculam a

severidade do impacto e calculam a intensidade com que o Airbag deve abrir.


Se um carro chegar na sua oficina com a luz do airbag acesa, você saberia o que
fazer? Neste curso de airbag, entenda como funciona o sistema e como repará-lo.

Carros fabricados no Brasil, a partir de 2014, são obrigados a ter airbag  e freio


ABS, a fim de atenuar a gravidade dos acidentes de trânsito.

Esse é um ponto importante, inclusive, para conscientizar o proprietário do


carro: é altamente recomendado fazer a manutenção periódica e comprar
peças de qualidade.

Economizar no sistema de segurança veicular pode custar a vida do próprio


condutor ou da sua família. Se os seus clientes estiverem cientes disso, sempre
farão conserto de airbag quando for necessário.

Como funciona o sistema de airbag?


O sistema de airbag é projetado para ajudar a manter a integridade física das
pessoas, em caso de acidente.

Além disso, os carros fabricados hoje em dia são planejados para que as peças
sejam danificadas ao máximo possível, sem ferir os integrantes do veículo. É um
conjunto de fatores que protege o motorista e os passageiros.

A seguir, assista ao teste de colisão a 60 KM/h entre um Chevrolet Bel Air


1959 e um Chevrolet Malibu 2009, realizado pela Insurance Institute for
Highway Safety (IIHS).

Observe que o condutor do Bel Air sofreria diversas lesões graves, enquanto o
do Malibu sairia com poucos ferimentos.

Isso porque o Airbag reduz em até 30% o risco de morte do condutor. O


sistema é composto por duas bolsas frontais, atuando como principal
componente.

Os demais airbags e a destruição estruturada das peças, principalmente o


painel, complementam o sistema de segurança veicular.

Tipos de Airbag
Na imagem a seguir, temos o exemplo de um carro com dez airbags. São eles:

 Dois airbags frontais


 Dois airbags de joelhos
 Quatro airbags laterais
 Dois airbags de cortina

Em caso de colisão, serão acionados apenas os airbags específicos de cada


área, pois eles são controlados eletronicamente.

Cabe ressaltar que essa quantidade de airbags, normalmente, é encontrada


apenas em carros mais sofisticados.

Localização dos componentes


Apesar das bolsas de airbag estarem localizadas no mesmo lugar, os
componentes que os disparam vão mudar de posição de acordo com cada
modelo de veículo.

Os reparadores precisam saber onde está o módulo, o sensor de impacto e


todos os demais componentes do sistema.

Um detalhe interessante para ficar atento é que ao mexer em uma coluna ou


no alinhamento da direção, por exemplo, você pode estar mexendo em algum
sensor de airbag e danificá-lo.
Ao disparar o airbag, você pode trazer um problema muito maior para o
trabalho.

Dessa maneira, é importante saber onde cada peça do sistema está instalada.
Por isso, é necessário consultar a literatura técnica e levar em conta a
variedade de veículos, e que cada um tem o disparador em um local diferente,
não há como decorar tudo.

É comum a maioria dos reparadores deixarem de fazer consertos por causa dos
airbags. Caso não busquem conhecimento sobre o assunto, poderão ter sérios
problemas em pouco tempo.

Na imagem a seguir, encontrada no Manual Locar, temos o exemplo da


localização dos componentes de uma central de controle do airbag da Fiat
Toro.
Air bag de cortina

O airbag de cortina é a bolsa inflável responsável por proteger o motorista e os


passageiros contra estilhaços de vidro e pancadas na cabeça.

O fato mais interessante aqui é que a maior parte dos conectores se encontram
na traseira do veículo. Trata-se de uma estratégia para evitar que fragmentos
da peça machuque alguém durante uma batida.

Entretanto, essa peça pode ser removida durante a blindagem de um veículo, e


os sensores manipulados para que a luz indicativa no painel não acenda.

Air bag no banco


O airbag no banco protege os passageiros e o motorista contra lesões na lateral
do corpo, principalmente o braço.

A posição de conexão deste dispositivo de airbag no banco tem dois lugares:


uma embaixo do banco e outra dentro. Quanto ao dispositivo dentro do banco,
a posição exata pode mudar dependendo do modelo do carro.

Outro cuidado que o reparador deve ter ao realizar qualquer reparo no banco é
com a linha que ele vai usar para costurar a poltrona após o conserto.

Precisa ser uma linha especial para que ela se rompa em uma colisão. Caso ela
não se rompa, a bolsa vai inflar dentro do banco jogando a pessoa contra o teto
do veículo.

Bolsa com dois conectores

Os airbags mais simples possuem um conector. Porém, diversos veículos estão


sendo fabricados com dois. Desse modo, um detonador é mais potente que o
outro.

Em caso de colisão em menor velocidade, apenas o detonador mais fraco vai


ser acionado, o que vai evitar ferimentos pela ação do airbag.

No scanner, a leitura é diagnosticada como disparo estágio um para o


dispositivo mais fraco, e disparo estágio dois para o conector deflagrar a bolsa
mais forte em acidentes de maior impacto.
O detonador duplo é fabricado apenas para airbags frontais.

Cinta do Airbag

Ao mesmo tempo em que a cinta do airbag passa a informação da resistência


da bolsa do motorista para o módulo, ela passa outras informações como
buzina, piloto automático e botões do volante. Desse modo, essa peça pode ser
chamada também de cinta do volante.

Importante: quando a cinta do airbag estiver muito ressecada ou quebrada, ela


deve ser trocada e não consertada.

Quando restaurada, a colagem é feita por meio de um flat cable (cabo de fita),
que é composta por metal. Essa colagem precisa ser efetuada quente, com um
cabo de solda.

Ao entrar em contato com a peça, o plástico irá derreter, provocando o


enfraquecimento, que em breve irá danificar novamente.

Mas o pior não é isso: existem carros que possuem os dois fios do airbag e o fio
da buzina passando pela cinta. Ao realizar o reparo nesses modelos de cinta, os
fios podem se encostar provocando um acidente e a deflagração do airbag.
A cinta do airbag deve ser sempre trocada, mas cuidado com o fornecedor –
existem peças muito fracas que irão quebrar em pouco tempo. E o reparador é
obrigado a dar garantia , caso ele mesmo tenha fornecido a peça para o cliente.

Indicador do cinto de segurança

Em carros mais modernos, é por meio do módulo do airbag que o sistema de


segurança indica se o motorista não afivelou o cinto de segurança, mantendo a
luz acesa e o alarme acionado.

Nesses casos, o sistema do cinto de segurança de alguns veículos trabalha em


conjunto com o airbag frontal. Em uma colisão, o cinto mantém o motorista o
máximo possível contra o banco para não ser ferido pela bolsa do airbag.

Após a deflagração, o cinto afrouxa. Desse modo, o cinto de segurança é


controlado pelo módulo do airbag.

Para quebrar um mito: em uma colisão, o airbag não depende do cinto de


segurança para funcionar. Mesmo que o motorista esteja sem o cinto, o airbag
será acionado.

A bolsa do airbags será inflada toda vez que houver colisão frontal com
desaceleração e gravidade acima de 2 g.
Luz do airbag acesa
Ao darmos partida no carro, enquanto o sistema faz uma varredura no módulo
para averiguar se está tudo correto, a luz do airbag deve acender. Se estiver
tudo certo a luz apaga. Acontecendo isso, o airbag está funcionando
corretamente.

Entretanto, existem três maneiras de ludibriar a luz do airbag: fita isolante,


massa de calafetar ou acoplar o fio em outro, como na luz do alternador, por
exemplo. Desse modo, as duas luzes se apagam, levando a crer que está tudo
correto.

Percebendo isso, as montadoras começaram a colocar um aviso de texto no


painel para alertar sobre um defeito no airbag. Com a nova informação, não é
possível apagar o texto, mesmo que a luz do painel seja apagada.

Airbag do passageiro

Quando ocorre uma colisão, o airbag do passageiro não precisa ser deflagrado,
caso não tenha ninguém sentado. Quando isso ocorre, gera manutenção sem
necessidade.

Além disso, outro problema apareceu: na Europa é permitido que crianças


sentem no banco da frente, desde que estejam no bebê-conforto. Quando o
airbag era acionado com uma criança no banco da frente, a própria bolsa do
airbag acabava matando a criança, em virtude da força da deflagração.

Por esses motivos, as montadoras começaram criar recursos para que o airbag
do passageiro fosse acionado somente quando necessário.
Foram criadas três técnicas:

Chave
Por meio de uma chave o airbag do passageiro só deflagraria quando o sistema
fosse ligado manualmente. Entretanto, essa técnica não deu certo, pois o
motorista esquecia de desligar o airbag, o que acabava vitimando a criança.

Sensores
Por meio dos sensores, o airbag só será deflagrado quando cumprir alguns
requisitos mínimos de peso e velocidade, assim, irá evitar que a bolsa do airbag
vitimize crianças.

Porém, o sensor acaba estragando com o tempo, principalmente por causa da


movimentação de regulagem do banco. Ocorrendo isso, a luz do painel é
acionada por identificar uma anomalia no sistema e todos os airbags ficam
indisponíveis até o conserto.

Nesse caso, cada reparadora tem um sistema de tecnologia nos sensores do


airbag do passageiro. Inclusive, pode mudar até de um ano para outro no
mesmo modelo de carro, é o caso do Ford Fusion, por exemplo. Para realizar
esse tipo de conserto é imprescindível contar com um osciloscópio e com a
literatura técnica.

Computador de bordo
Esta é a maneira mais fácil. Pelo computador de bordo é possível configurar
para desativar ou ativar o airbag do passageiro.
Sensor de Colisão

O sensor de colisão identifica quando ocorre uma desaceleração brusca do


veículo. Em milésimos de segundos envia um sinal digital para unidade de
comando, confirmando o impacto e imediatamente é acionada a deflagração
das bolsas do airbag.

O sensor de colisão tem uma posição correta: é fixado em um suporte


específico onde ele foi desenvolvido. Possui um único parafuso, normalmente
M6 e um pino de encaixe que fica em uma posição exata.

Caso contrário, o airbag pode não funcionar quando necessário. Oliveira


encontrou diversas gambiarras no sensor de colisão, inclusive presa com fita ou
enforca-gato.

É necessário tomar cuidado nos reparos para não bater no sensor e acionar o
airbag. Recomenda-se desligar a bateria e esperar uma hora para que
descarregue a energia da unidade de comando e depois mexer no sensor de
colisão.

Cabe ressaltar ainda, que após um acidente, se o sensor de colisão não for
danificado não precisa ser trocado.

Atenção: nunca faça isso!

Esse componente possui tiras de cores diferentes. No final do chicote há um


resistor, nesse caso, ele está sendo utilizado para simular a bolsa do airbag.

O resistor tem o mesmo valor de resistência elétrica da bolsa e acaba


enganando a central de comando do airbag. Assim sendo, o sistema entende
que há uma bolsa, quando na verdade não há.

Logo, a luz do painel não vai indicar uma anomalia no sistema, e em caso de
colisão pode custar a morte do motorista ou do passageiro.

Diversos carros pelo Brasil estão circulando com anomalias no sistema de


airbag; e em boa parte dos casos, os proprietários nem sabem do risco que
estão correndo.

Oliveira classifica essa ação como um crime: tentativa de homicídio. Além da


total irresponsabilidade do reparador que pode custar vidas. Além disso, o
motorista pode processar o reparador.

Se o carro passar por uma revisão completa e o reparador não perceber uma
anomalia grotesca como essa, ele pode responder por responsabilidade civil ,
mesmo sem ter sido autor do serviço enganoso.

Dica para remover a estática

Nosso corpo possui energia estática, a prova disso é que às vezes tomamos
choque ao encostar em alguma coisa, inclusive no carro. Esta estática pode
acionar o airbag em determinados consertos.

Oliveira conta que já deflagrou a bolsa de um Vectra GTS ao retirá-la para


alinhar o volante. Isso ocorreu por ele não ter descarregado a estática do
próprio corpo que entrou em curto no momento que ele tocou na bolsa.

Para descarregar a estática do corpo, basta tocar em uma peça metálica do


veículo e pisar descalço no chão.

Exemplo de esquema elétrico: Onix 1.0 turbo 2020


Na imagem abaixo, podemos observar uma parte da literatura técnica do Onix
1.0 turbo 2020. O esquema demonstra exatamente onde as peças se
encontram para realizar um reparo preciso.
Dicas finais do curso de airbag
Confira as três dicas finais dos mestres automotivos:

Não compre peças usadas para o sistema de segurança


Peças de segurança para veículos só podem ser comercializadas novas, ou seja,
por lei, peças usadas não podem ser vendidas, logo não tem como emitir nota
fiscal.

Isso serve para desde todo o sistema do airbags, até mesmo uma mola, por
exemplo. Então, não repasse para seus clientes peças usadas do sistema de
segurança veicular.

Prazo de validade do airbag


A bolsa do airbag tem um prazo de validade de até 10 anos. Com o passar do
tempo ela resseca e no momento de inflar se rompe. O ar dentro da bolsa é
quente e pode gerar queimaduras de até 2º grau.

Fique atento!
Ao realizar a manutenção no sistema de airbag, aguarde aproximadamente dois
minutos para que o sistema entre em hibernação. Isso evita o acionamento
involuntário das bolsas do airbag.

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