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Princípios

Princípios da Administração Pública


- São as diretrizes e mandamentos gerais que orientam a atuação da Administração Pública e a criação
das leis voltadas para o direito administrativo.
- Tem a finalidade de estabelecer um sentido lógico e racional para a compreensão da Administração
Pública para que esta funcione de forma equilibrada;
- Os princípios possuem ainda função interpretativa da norma administrativa;
- Os princípios, a depender do ponto de vista interpretativo, podem ser considerados expressos, quando
previstos expressamente na lei, ou implícitos, quando não estiverem em lei, mas decorrem da
jurisprudência ou da doutrina.
- Os princípios implícitos, apesar de não taxados em nenhuma lei ou na CF/88, pode se apresentar por
meio de princípios expressos ou da hermenêutica de vários princípios, podendo ainda decorrer do
próprio sistema constitucional como um todo.
Ex 01: Princípio da Finalidade (implícito) decorre do da impessoalidade (expresso);
Ex 02: Princípio da Segurança Jurídica (implícito), porém, com aplicação prevista na CF/88.
- CF/88, Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
Ex 03: Princípio da Supremacia do Interesse Público (Implícito);

Princípios Expressos na CF/88


- CF/88, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
Princípios Expressos na Lei 8.666/93
- LLC/93, Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia,
a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.
Princípios Expressos na Lei 9.784/99
- Lei 9.784/99, Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
OBS: Não existe hierarquia entre os princípios, no caso de conflito entre eles, ocorrerá a ponderação
para que continue existindo a harmonia do ordenamento jurídico.

Ponderação dos Princípios


Quando há o conflito entre princípios, estes não se excluem. O que acaba ocorrendo é uma ponderação
de valores, ou seja, em um determinado momento, um princípio possui um grau de preponderância maior
que o outro por causa da situação.
Não há hierarquia entre princípios nem nulidade de um em relação ao outro.

Princípio da Legalidade
- Previsto Expressamente na CF/88;
- Aplicado aos entes da administração pública direta e indireta, de todos os poderes e esferas de
governo;
- Uma das principais garantias aos direitos individuais, tendo a função de estabelecer limites da
atuação administrativa;
- O princípio da legalidade possui dois sentidos:
* Para os Administrados: Estes poderão fazer tudo o que for permitido por lei e tudo que não for
proibido;
CF/88, Art.5º, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
* Para a administração pública: A administração pública só atuará quando existir previsão legal, ou seja,
se limitará à lei; (Princípio da Estrita legalidade).
OBS: A Administração pública não só deve obedecer aos atos normativos primários (leis,CF), como
também, aos secundários, como as portarias, decretos, instruções.

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Princípios

Princípios da Legalidade X Princípio da Reserva Legal


- Não se confundem;
- De acordo com o princípio da legalidade a Administração Pública deve atuar conforme a lei em sentido
amplo, já o princípio da reserva legal estabelece que certas matérias sejam reguladas por lei em
sentido estrito;
Mitigação do Princípio da Legalidade
- O princípio da legalidade pode ser restringido quando se tratar de:
* Edição de Medidas Provisórias;
* Decretação do Estado de Defesa;
* Decretação do Estado de Sítio.

Princípio da Impessoalidade
- É o princípio que busca a finalidade pública, procurando tratar todos os administrados de forma
isonômica, sendo vedada a promoção pessoal.
- Desdobra-se em 04 princípios:
* Princípio da Finalidade;
* Princípio da Igualdade ou Isonomia;
* Vedação de Promoção Pessoal;
* Impedimento e Suspeição.
Princípio da Finalidade
Estabelece que os atos da administração pública tenham por finalidade a satisfação do interesse
público;
Princípio da Igualdade ou Isonomia
A administração deve tratar todos de forma isonômica, sem discriminações, não podendo favorecer
pessoas indevidamente;
- CF/88, Art.37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
- CF/88, Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Vedação de Promoção Pessoal
É vedada a promoção pessoal do agente público, pois estes atuam em nome do Estado.
- CF/88, Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
OBS: A promoção pessoal fere também os princípios da legalidade e moralidade.
Impedimento e Suspeição
Tais princípios são utilizados quando a pessoa não pode atuar em determinado processo administrativo
ou judicial por causa do grau de parentesco, amizade ou inimizade;

Princípio da Moralidade
- Expresso na CF/88;
- O agente público deve seguir uma conduta ética, devendo respeitar não só a legalidade, mas também
a moralidade administrativa, os bons costumes, a honestidade e as regras do poder público.
- CF/88, Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
- CF/88,Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.
- CF/88, Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas

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Princípios

judiciais e do ônus da sucumbência;


- Mesmo que o ato praticado pelo agente esteja em conformidade com a lei, caso ofenda a moral, os
princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará ocorrendo ofensa não só ao princípio
da moralidade administrativa, como também ao da impessoalidade, igualdade e eficiência, devendo
este ato ser anulado.
- O STF entende que é vedado o nepotismo na administração pública vindo o fundamento diretamente
da CF, sem necessidade de lei específica.
- Nos cargos de natureza política, não existirá o nepotismo, quando o nomeado realmente possuir
capacidade técnica para o cargo. Caso contrário, ou seja, a pessoa nomeada para o cargo de natureza
política não possua capacidade técnica, demonstrando assim a troca de favores, não será possível a
nomeação.
- A doutrina entende que a imoralidade surge do conteúdo (objeto) do ato. Com isso, um ato pode ser
considerado imoral, mesmo sem o agente ter a intenção de cometer a imoralidade.

Princípio da Publicidade
- O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública,
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.
- O princípio da publicidade tem por finalidade estabelecer a:
* Publicação do ato como requisito para começar a gerar seus efeitos (eficácia), ou seja, não é um
requisito de validade do ato, mas sim de eficácia;
* Transparência da Administração Pública em seus atos para o controle pelos administrados.
OBS: Não é necessária a publicação de todos os atos para a ocorrência da eficácia, mas apenas aqueles
que produzem efeitos gerais (alcançam destinatários indeterminados) e externos (alcançam a
população em geral);
- CF/88, Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
- CF/88, Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
OBS: O princípio da publicidade não é absoluto, tendo exceções;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;

Princípio da Eficiência
- Trata-se do princípio que exige dos agentes públicos a busca por melhores resultados com o menor
custo e tempo possível.
- Incluído pela EC 19/98 devido à reforma gerencial com a implementação do Plano Diretor da Reforma
do Aparelho do Estado;
- Nos estudos da doutrinadora DI PIETRO, o princípio da eficiência pode ser levado em consideração à
atuação do agente público, sendo esperado que este preste o seu serviço da melhor forma possível, com
um alto desempenho para obter bons resultados. Além disso, tal princípio está diretamente relacionado ao
modo de organização, estrutura e disciplina do Poder Público visando atingir resultados na
prestação do serviço público.
- CF/88, Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;
- CF/88, Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.

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Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular


- É considerado um princípio implícito, sendo um princípio base do regime jurídico administrativo;
- O princípio da supremacia estabelece que ocorrendo um conflito entre o interesse público e o particular, o
primeiro leva vantagem, pois está voltado para o interesse da coletividade;
- O princípio da supremacia não pode ser utilizado com finalidade direcionada ao interesse privado;
- São exemplos de aplicação do princípio da supremacia:
* Presunção de Veracidade, legitimidade e imperatividade;
* Cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos;
* Uso do poder de polícia, impondo restrições ao particular com finalidade do interesse coletivo;
* Intervenção do Estado na propriedade privada;
- O princípio da supremacia do interesse público sobre o particular não é aplicado quando o Estado
possui uma relação de horizontalidade com o particular, como nos casos de exploração de atividade
econômica, contratos de locação. Porém em certos casos a Administração Púbica continua possuindo
alguns aspectos do direito público.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


- É considerado um princípio implícito, sendo um princípio base do regime jurídico administrativo;
- Apresenta sujeições aplicadas à administração pública pela lei, limitando e restringindo-a para não
exceder seus poderes e lesar o interesse público.
- Ex: Dever de licitar para contratação de serviços, contratação de pessoas mediante concursos
públicos;
- O princípio da indisponibilidade do interesse público está presente em toda atuação da Administração
pública;
- Di Pietro considera o princípio da legalidade como uma das bases do Direito Administrativo, pois tal
princípio preserva a liberdade dos indivíduos, restringindo as ações do poder público. Com isso toda
atuação da máquina pública deve atender o que for apresentado em lei.
STF/RE nº 253.885/MG
OBS: Todos os princípios podem ser relativizados, não podendo ser ilimitado e irrestrito. O STF
entende que a Administração pode fazer acordos ou transações, relativizando o princípio da
indisponibilidade do interesse público, quando o acordo tiver como fim o benefício da coletividade.
- O princípio da indisponibilidade estabelece o poder-dever do agente público agir dentro de suas
competências e também impede a alienação (venda) dos bens e direitos públicos essenciais aos
particulares, assim, a Administração pode apenas delegar a execução da atividade e não a titularidade,
pois os bens públicos estando relacionados à satisfação do interesse público não podem ser alienados.

Princípio da Segurança Jurídica


- Tem por finalidade manter a estabilidade das relações jurídicas materializadas.
- Para o princípio da Segurança Jurídica, a manutenção da ilegalidade de um ato é melhor do que a
sua anulação após desse ato ter gerado seus efeitos durante vários anos, pois o efeito da sua anulação
seria pior do que a sua ilegalidade.
- Estabelece a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, sendo um dos
fundamentos da prescrição e decadência;
- É a base para a edição de súmulas vinculantes;
- CF/88, Art. 103-A, § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos
sobre questão idêntica.
- Possui previsão expressa na lei 9.784/99;
- Lei 9.784/99, Art. 2º, XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Princípio da Segurança Jurídica - José Afonso da Silva


A segurança jurídica consiste no ‘conjunto de condições que tornam possível às pessoas o conhecimento
antecipado e reflexivo das consequências diretas de seus atos e de seus fatos à luz da liberdade
reconhecida’. Uma importante condição da segurança jurídica está na relativa certeza que os indivíduos
têm de que as relações realizadas sob o império de uma norma devem perdurar ainda quando tal
norma seja substituída.
Fonte: José Afonso da Silva, “Curso de Direito Constitucional Positivo”, Malheiros Editores, 32ª edição, p.433.

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Princípios

Princípio da Proteção à Confiança


- Enquanto o princípio da segurança jurídica possui aspectos objetivos, através da defesa da
estabilidade jurídica, o princípio da Proteção à Confiança trata de aspectos subjetivos, tratando da boa-
fé que o administrado possui perante a Administração em relação aos seus atos praticados conforme a
lei.
Na atuação pública é necessário que a Administração Pública mantenha os atos administrativos, ainda que
estes sejam qualificados como antijuridicos, quando verificada a expectativa legitima, por parte do
administrado, de estabilização dos efeitos decorrentes da conduta administrativa. A interrupção dessa
expectativa violará o princípio da confiança.

Princípio da Proteção à Confiança - Maria Sylvia Zanella Di Pietro


Leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros.
Fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella – Direito administrativo – 25ª edição – São Paulo: Atlas, 2012, pág. 87.

Princípio da Especialidade
Ocorre quando a Administração Pública Direta descentraliza uma atividade criando uma entidade com
personalidade jurídica com atribuições e finalidade específica a determinado serviço público.

Princípio do Controle ou da Tutela


- Estabelece que a Administração Direta (entidades políticas) deve manter o controle (controle finalístico)
das entidades da administração indireta para que estas continuem exercendo suas finalidades
estabelecidas quando criadas.
-Apesar de não existir hierarquia entre a Administração Direta e a indireta, existe a possibilidade de
controle da entidade política para garantir o princípio da especialidade que estabelece a criação da
entidade administrativa para atuar em determinada finalidade específica.

Princípio da Autotutela
- Estabelece que a Administração pública possa corrigir seus próprios atos, podendo anulá-los quando
ilegais ou revogá-los por serem inconvenientes ou inoportunos (Mérito).
- Esse princípio estabelece que a administração possua poder de zelar pelos bens que integram seu
próprio patrimônio;
- O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possa de ofício, anular seus próprios
atos, independente de provocação. Porém, o controle da Administração não afasta o controle do
Poder Judiciário em relação à legalidade.
OBS: O Poder Judiciário, mediante provocação, poderá anular um ato ilegal de outro poder, porém não
poderá revogar um ato válido, ou seja, o judiciário não pode analisar o mérito administrativo de outro
poder, mas apenas a legalidade e legitimidade.
STF/Súmula 346
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF/Súmula 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
- Lei 9.784/99, Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

Princípio da Motivação
- Estabelece que o agente deva apresentar os fundamentos de fato e de direito de determinado
posicionamento da Administração Pública;
- Em regra, todos os atos administrativos devem ser motivados, exceto no caso do ocupante de cargo em
comissão que pode ser exonerado sem motivação.
- Lei 9.784/99, Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

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Princípios

V - decidam recursos administrativos;


VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres (Motivação Aliunde), informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza
os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da
respectiva ata ou de termo escrito.

Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade


- Princípio da Razoabilidade: O agente público deve seguir critérios aceitáveis dentro do bom senso
comum.
- Princípio da Proporcionalidade: determina que a adequação entre os meios e os fins deve ser
obrigatoriamente observada no processo administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público.
- Tais princípios têm como uma de suas finalidades a limitação do poder discricionário da administração
pública.
- A administração Pública não pode aplicar sanções ou restrições de modo ilimitado, devendo existir
limitações para atuar de modo razoável e proporcional.
- Os atos realizados de maneira incoerente e que violarem a razoabilidade são considerados ilegais sendo
passíveis de anulação por meio da provocação do Poder Judiciário.
- São implícitos na CF/88, mas expressos na Lei de Processo Administrativo Federal.
- O princípio da proporcionalidade possui três elementos que devem ser analisados no caso concreto:
* Adequação;
* Necessidade;
* Proporcionalidade em sentido estrito.
Adequação
O meio aplicado deve ser coerente com o resultado que se almeja;
Necessidade
O meio escolhido deve ser o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos;
Proporcionalidade em sentido estrito
As vantagens a serem conquistadas precisam ser sempre superiores às desvantagens.

Princípio da Continuidade do Serviço Público


- Estabelece que, em regra, os serviços públicos não podem ser interrompidos, sendo prestados de forma
continua, pois é através do serviço público que é garantido a estabilidade da coletividade.
- A paralisação dos serviços da administração pública pode ocasionar prejuízos à coletividade.
- Tem relação direta com o princípio da supremacia do interesse público e da eficiência;
Características do Princípio da Continuidade
- Proibição de greve dos servidores públicos (Não é absoluta);
OBS: Os servidores possuem direito à greve nos termos da lei aplicável aos trabalhadores da atividade
privada.
OBS: O STF entende que é vedado o direito à greve as polícias civis e todos os servidores públicos que
atuem diretamente na área de segurança pública.
OBS: O STF entende que é possível o desconto dos dias de paralisação dos servidores públicos que
pleitearem o direito a greve, podendo ocorrer compensação no caso de acordo.
- Limitação do contratado com a administração de invocar a cláusula da exceção do contrato não
cumprido, nos contratos de serviços públicos;
- Prerrogativa que a Administração possui de utilizar os equipamentos da empresa contratada para
manter a continuidade do serviço público;
- É possível bens da empresa contratada serem revertidos para a continuidade do serviço público, ou
seja, os bens utilizados pela contratada poderão ser incorporados ao patrimônio público;

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Princípios

Limitações do Princípio da Continuidade


- É possível em determinadas situações existir a paralisação temporária das atividades públicas;
- Lei 8.987/95, § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação
de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Princípio da Sindicabilidade
- Consiste no controle dos atos da Administração Pública.
- Sindicável = Controlável.
Segundo o princípio da sindicabilidade, os atos da Administração se sujeitam a algum tipo de controle,
ainda que não seja o da própria Administração Pública.
A possibilidade jurídica de submeter-se efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças
de lesão de direito a algum tipo de controle denomina-se: Princípio da sindicabilidade.
Pelo princípio da sindicabilidade, todos os atos administrativos são passíveis de controle pela
administração.
O princípio da sindicabilidade é reconhecido expressamente pela jurisprudência do STF.

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