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1
12 Revista de Tecnologia Química e Biotecnologia
´
Paraná, Brasil
resfriamento
1 INTRODUÇÃO A
fermentação em estado sólido (FSS) apresenta vantagens
em relação à cultura submersa para a produção de certos
produtos microbianos, particularmente de processos
fúngicos.1 No entanto, a remoção de calor metabólico do
leito continua sendo um sério obstáculo na operação de
grandes processos comerciais em escala. Vários projetos
de biorreatores foram propostos para resolver este
problema, incluindo bandejas, leitos embalados, leitos
agitados, tambores rotativos e leitos fluidizados. Os projetos
de bandeja e leito empacotado são baseados em um modo
de operação estático ou pouco misturado, o que é
necessário nos casos em que a mistura contínua ou
frequente é prejudicial. Nos biorreatores tradicionais de
J Chem Technol Biotechnol 79:1228–1242 (online: 2004)
1Departamento de Engenharia Química, Universidade de Tecnologia de Sharif, P 11365-9465, Azadi St, Teerã, Irã
´
DOI: 10.1002/jctb.1117
Resumo: O efeito do resfriamento da parede em fermentadores de estado sólido do tipo bandeja foi investigado pelo
cultivo de Aspergillus niger ATCC 10 864 em farelo de trigo. Temperatura, umidade, pH e atividade de glicoamilase no
leito foram monitorados. A aplicação da placa do trocador de calor reduziu a perda total de água, mas aumentou a
heterogeneidade da distribuição de umidade no leito. O teor de umidade aumentou acentuadamente próximo à placa
´
2Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Universidade Federal do Paraná, Cx P 19046 Centro Polit ecnico, Curitiba 81531-990,
de transferência de calor, enquanto as regiões superiores do leito secaram. A condutividade térmica do leito foi medida
em 0,19 W mÿ1 Kÿ1. Nestas condições e dependendo da taxa de fluxo de ar, 58-82% do calor metabólico foi removido
por condução em direção à placa. Um modelo matemático foi desenvolvido para descrever o comportamento do
sistema. As previsões do modelo estavam em bom acordo com os resultados experimentais. Os coeficientes de difusão
de vapor de água e oxigênio no leito foram estimados em cerca de 1,3×10ÿ5 m2 sÿ1 e 1×10ÿ5 m2 sÿ1, respectivamente.
Com base nesses valores, o modelo matemático descreve como a difusão do oxigênio e do vapor d'água influencia o
crescimento da biomassa e a distribuição da umidade no leito.
Palavras-chave: fermentação em estado sólido; bandeja; transferência de calor; transferência de massa; Aspergillus niger (ATCC 10864); placa de
ÿ Correspondência para: Morteza Khanahmadi, Departamento de Engenharia Química, Sharif University of Technology, P 11365-9465, Azadi St, Teerã, Irã E-
mail: Khanahmadi@yahoo.com (Recebido em 31 de agosto de 2003; versão revisada recebida em 4 de maio de 2004; aceita 11 de maio de 2004)
1
12 o resfriamento foi adotado em um projeto específico para
melhorar a remoção de calor. No chamado projeto Zymotis,
placas de trocador de calor vertical refrigeradas a água são
montadas em um leito empacotado. Desta forma, a
diferença de temperatura axial e, portanto, a secagem do
leito foram alegadamente reduzidas significativamente.11
No entanto, a baixa condutividade térmica do material do
leito sólido impõe restrições ao aumento de escala. Para
evitar grandes gradientes de temperatura entre as placas,
elas devem ser espaçadas não mais que 5 cm. Isso
aumenta o custo do biorreator e, ao mesmo tempo, carregar
e descarregar o biorreator se torna tedioso.
Além disso, Zymotis não é aplicável para processos em
que o crescimento de fungos causa encolhimento do
leito.12 Em dois biorreatores patenteados recentes do tipo
bandeja, uma fina camada de substrato foi espalhada
sobre placas de resfriamento horizontais.12,13 Portanto,
as desvantagens do Zymotis são removidas e intermitentes
a mistura do leito é possível. Nesses projetos, o ar é
soprado com força no leito, mas também é possível aplicar
o modo de aeração da superfície. As características deste
modo de operação são ainda pouco elucidadas.
Neste trabalho, a aplicação de superfícies de resfriamento
foi analisada em detalhes. Em particular, os gradientes de
umidade e temperatura dentro do leito foram investigados
por meio de experimentação e a contribuição da placa de
resfriamento para a remoção total de calor foi quantificada.
Além de estudos experimentais, um modelo abrangente foi
desenvolvido para demonstrar as características inerentes
do sistema de biorreator introduzido. Isso melhora as
poucas outras tentativas publicadas na literatura para
descrever sistemas com semelhanças com um descrito
neste trabalho.
Por exemplo, em uma tentativa, uma simulação matemática
foi usada para investigar a combinação ideal de espessura
do leito e temperatura do ar. Foi demonstrado que os dois
parâmetros interagem de maneira complexa.14 Esta
simulação não levou em consideração a evaporação e
difusão da água, que é crucial em biorreatores do tipo
bandeja equipados com superfícies de resfriamento.
Em outra tentativa, a evaporação e a difusão de vapor
foram consideradas, no entanto, devido à suposição de
condições de contorno ideais e subestimação do coeficiente
de difusão de vapor, a difusão de vapor não foi considerada
importante.15 As condições de contorno usadas neste
trabalho permitem que o modelo prever as perdas de água
do leito e mostrar a importância da difusão de vapor no
Uso de superfícies de resfriamento em biorreatores de bandeja de fermentação em estado sólido
2.1.3 Cultura em
frasco Nas fermentações em frasco, 30 g do meio foram
colocados em frascos cônicos de 250 cm3 e autoclavados
por 30 min a 121 ÿC. Cada frasco foi inoculado com 2,5
cm3 de uma suspensão com 1 × 108 esporos cmÿ3 e
incubado em banho de 30 ÿC. Em diferentes momentos,
um frasco foi retirado e seu pH, peso seco e conteúdo de
glicoamilase foram medidos.
M Khanahmadi et al.
14
32,8
15
1
32,8 32,8 32,8 32,8
2
32,8
3
5
11
8
10
12
67
10
13
9
7
1 – Soprador de anel de água, 2 – chiller, 3 – desembaçador, 4 – purgador e filtro, 5 – rotâmetro, 6 – sensores PT100, 7 – biorreator,
8 – cama, 9 – placa de resfriamento, 10 – isolante, 11 – bomba peristáltica, 12 – aquecedor, 13 – chiller, 14 – monitores de temperatura,
15 – computador.
Isolador
Fluxo de ar
CO2
x
superiorcamada WV
O2 Q
camada
fluxo de água
20 cm 40 cm 20 cm
1
12 Para determinar o teor de umidade, 10 g de amostra foram secos a
85 ÿC por 24 h em estufa e a redução de peso foi medida.
µ=
Enquanto:
µopt(µwµT)0,5
µw = exp(D1a3
µT =
µopt
1
ÿb
ÿt
= µb 1 ÿ bm
1 + Bexp
W
Af exp
+ D2a2 W
ÿEA1
RT
ÿEA2
RT
b
< 50 ÿC
(1)
50 ÿC < T (2)
+ D3aw + D4)
(4)
Uso de superfícies de resfriamento em biorreatores de bandeja de fermentação em estado sólido
ÿT
ÿt
=
rw = (ÿ/ÿ)MH2OrCO2 rdm
Dwv ÿx
ÿ
Cpdm
rH + k
ÿCdm
ÿ ÿx
ÿt
Cwv
ÿ
ÿ2T
+Cpw
ÿ
ÿCwv
ÿt
+Cpwv
ÿCw
ÿt
=rÿ
+ Dw
ÿx
ÿ
ÿt
ÿ Dwv
ÿ (1 ÿ ÿ) ÿx
ÿ
ÿ ÿx
ÿx
ÿ
1ÿÿ
CO2
ÿ
+(T-Tref)
ÿCwv
ÿ
ÿt
ÿ ÿx
Cw
Cwv
ÿ
(9)
(10)
(11)
(12)
(13)
= ÿYQ/O2 rO2 (7) Deve-se notar que A niger, como outros fungos filamentosos, é um
aeróbio estrito, por isso é de importância crucial para o crescimento
Assumindo que os únicos metabólitos voláteis são H2O e CO2: que haja oxigênio suficiente disponível em todos os pontos dentro do
leito. Os fungos que produzem hifas aéreas abundantes retiram a maior
parte do oxigênio necessário diretamente da fase gasosa.20
Conseqüentemente, a concentração de oxigênio na fase gasosa é uma
ÿ O2 + ÿCH1,75O0,68N0,05 ÿÿÿÿ ÿCO2 + ÿH2O
medida da disponibilidade de oxigênio para os fungos.
+ biomassa + não voláteis (8)
1
12 M Khanahmadi et al.
ÿ(Cwv/ÿ)
= ah
aw = 0,7254 +
1 + 0,043
0,267
ÿ = 1 ÿ ÿdm
Cdm
ÿ
ÿDwvÿ
ÿDO2 ÿ
ÿDCO2 ÿ
ÿx
ÿ
ÿx
ÿx
ÿ
ÿ
CO2
ÿ
CCO2
Cwv
ÿT
ÿ
ÿ
= hmÿ
ÿk = hh(T@x=L ÿ Ta) ÿx
= hmÿ
= hmÿ
CO2@x=L
Cwv@x=L
CCO2@x=L
CDM
Cw
Cw
ÿw
ÿ
ÿt
2.2
ÿ Cwva (21)
ÿ CO2a
ÿ CCO2a
(16)
(17)
(18)
(19)
(20)
(22)
(23)
(24)
Quanto às concentrações de oxigênio e dióxido de carbono, as
condições apropriadas são:
ÿ
ÿx
ÿ
ÿx
CO2
CCO2
ÿ
Ta = (Tao + Tai)/2
=0
ÿ qwv = ÿ HwvADwv ÿx
qw = qwv + qwc
Tc = (Tco + Tci)/2
x=0
ÿ
ÿ ÿx
Cwv
ÿ x=0
(27)
(28)
wa = Ahmÿ(Cwv@x=L/ÿ ÿ Cwva)
qav = Hwwa
qa = qav + qac
(30)
(31)
(32)
(33)
(34)
(35)
(36)
qwc = Ak
ÿT
ÿx
(37)
(38)
(39)
(40)
(41)
(25)
1
12 Tabela 2. Notação e valores usados para parâmetros
Símbolo
ah
UMA
Af
b
bm
B
CCO2
CCO2a
CDM
Cdm0
CO2
CO2a
Cpa
Cpdm
Cpw
Cpwv
Csat
Cw
Cwv
Cwva
Cwvai
Cwvao
CC
DCO2
DO2
Dw
Dwv
D1
D2
D3
D4
e1
e2
e3
EA1
EA2
Ga
hh
hum
k
eu
mãe
mCO2
Valor e unidades
kg m-cama-3 kg m-3 kg
m-3
kg m-3
0,056 m
m2 sÿ1
m2 sÿ1
m2 sÿ1
m2 sÿ1
618.9218
ÿ1863.527
1865.097
ÿ620,6684
0,010418 Kÿ2
ÿ6,706 Kÿ1
1079,2
70 225 J molÿ1
283 356 J molÿ1 kg
m sÿ1
W m-1 K-1
0,03 m
kg sÿ1
0,00014 mol kgÿ1 sÿ1 0,00014
Uso de superfícies de resfriamento em biorreatores de bandeja de fermentação em estado sólido
tomada
Significado
27
27
18
15
18
15
16
16
16
16
16
16
Presumido
1
12 M Khanahmadi et al.
Tabela 2. Continuação
Símbolo
qwc
qwv
Qtot
Qw
rCO2
rdm
rH
rO2
rw
R
t
t90%
T
µ
Ta
Tai
Tao
Tc
Tci
Tco
Tref
wa
Wa
YX/CO2
YX/O2
YQ/O2
ÿ,ÿ,ÿ,ÿÿ/ÿ
µopt
µT
µw
ÿa
ÿdm
ÿw
ÿ
Hw
Valor e unidades
kJ
kJ
K
K
267 mil
kg sÿ1
0,0285 kg molÿ1
0,0285 kg molÿ1 4,6
× 105 J molÿ1
1.2
sÿ1
9 × 10ÿ5 sÿ1
kg mÿ3
840 kg mÿ3
994 kg mÿ3
2
Significado
18
Igual a YX/O2
28
29
Presumido24
18
16
26
18
Presumido
26
a cama aquecida quando sujeita a um dissipador de calor frio. Façam 3.6.2 Coeficientes de transferência de calor e massa
isso, o biorreator foi carregado por substrato autoclavado O coeficiente de transferência de calor foi
a 40 ÿC para dar uma espessura de leito de 5 cm. O Superior desenvolvido para operações de secagem ao ar como: 18
parte da cama foi isolada e água a 10 ÿC
foi passado no fundo. Temperatura transitória
G0.8
perfis da cama foram registrados e comparados com h = 8,8 (42)
uma
D0.2
c
dados teóricos gerados pelo modelo matemático
correr para as mesmas condições. Uma condutividade térmica
de 0,19 W mÿ1 Kÿ1 deu o melhor ajuste de teórico e Em baixas velocidades do ar, esta correlação não fornece resultados realistas.
dados experimentais. figuras. Nestas condições, um valor mínimo de
1
12 hh = 1,5Wmÿ2 Kÿ1 foi usado o que corresponde a
um sistema de convecção livre.
O coeficiente de transferência de massa foi estimado a partir de
o coeficiente de transferência de calor usando o psicrométrico
razão para o sistema ar-vapor de água: 22
O Db
Especificação
wv
hm = hh/950
Dwv = Dwvb/ÿ
(44)
(45)
Uso de superfícies de resfriamento em biorreatores de bandeja de fermentação em estado sólido
4 RESULTADOS
Os resultados obtidos em experimentos e modelos
soluções são apresentadas a seguir. A princípio, a validade
do modelo é verificado. Em seguida, o crescimento da
biorreator é investigado usando vários meios. Finalmente,
os efeitos da placa de resfriamento e fluxo de ar no desempenho
de biorreator são discutidos.
5,3 × 107
60
0,2
70
Nº do experimento
3 × 107
60
0,215
180
3
6,6 × 106
50
0,2
20
Taxa de fluxo de ar (dm3 min-1)
Velocidade do ar sobre o leito (m sÿ1) 0,15 0,4 0,044
Redução do peso do leito (g g-peso seco inicialÿ1) 0,3 0,29 0,21
Água evaporada total calculada usando umidades medidas (g) 898 792 288
Calor transferido para o ar via evaporação (kJ) 2039 1798 653
Calor total transferido para o ar por condução (kJ) 560 444 140
Calor total transferido para água de resfriamento (kJ) 3648 3070 3656
Calor total removido do leito (kJ) 6247 5312 4450
Porção de calor removida pela água de resfriamento (%) 58 57,8 82
Água evaporada total, prevista pelo modelo (g) 591 544 238
Erro na previsão de perda de água do beda (%) ÿ34 ÿ31 ÿ17
Produção de calor metabólico total prevista pelo modelo (kJ) 7027 5993 5932
Erro na previsão de calor metabólico (%) 12,5 12,8 33,3
uma
M Khanahmadi et al.
Umidade
g-1)
(g
Temperatura
(°C)
44
42
40
38
36
34
32
30
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
35
34
33
32
31
30
UMA
C
camada inferior
camada intermediária
camada superior
x=0,3cm
x=1,5cm
x=2,5cm
da taxa de liberação de calor (Tabela 3), que por sua vez pode
resultar do fato de que um valor constante para YX/O2 foi usado 35
28
correlações mostradas nas equações (42) e (43) na previsão dos 0 10 20 30 40 50 60
Temperatura
(°C)
Umidade
g-1)
(g
Temperatura
(°C)
44
42
40
38
36
34
32
30
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
35
34
33
32
31
0
UMA
C
camada inferior
camada intermediária
camada superior
x=0,3 cm
x = 1,5 cm
x = 2,5 cm
Uso de superfícies de resfriamento em biorreatores de bandeja de fermentação em estado sólido
Temperatura
(°C)
Umidade
g-1)
(g
Temperatura
(°C)
44
42
40
38
36
34
32
30
28
26
24
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
31
30
29
28
27
26
25
24
23
0
UMA
C
x=0,3 cm
x = 1,5 cm
x = 2,5 cm
camada inferior
camada intermediária
camada superior
30
36
D
35
D
34
34
33 32
32
30
31
28
30 Temperatura
(°C)
Temperatura
(°C)
29 26
0 10 20 30 40 50
28
0 10 20 30 40 50 60 Tempo de fermentação (h)
10
s(g/
pH
m iw
e
M Khanahmadi et al.
5,5
4,5
3,5
glicose
min-1
(µmol
dw-1
Tempo de fermentação (h)
500
400
300
200
100
4,5
3,5
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
500
400
300
200
100
0
UMA
C
camada inferior
média de todas as camadas
camada inferior
camada intermediária
camada superior
camada inferior
camada intermediária
camada superior
Biomassa
kg-1)
(kg
inicia-se a liberação de enzimas hidrolisantes e, em
particular, de glicoamilase (Fig. 6). A mudança da fonte de
0,05
0
0 10 20 30 40 50 60
carbono de açúcares livres para carboidratos e/ou proteínas
poliméricos pode causar a ocorrência do padrão de Tempo de fermentação (h)
crescimento diauxico e desvios da cinética de crescimento Figura 7. Monitoramento de vários meios de crescimento na cama.
do modelo logístico mencionado, fenômeno que também é A: Variações previstas e medidas da concentração de matéria seca na
relatado em outros estudos relacionados.17 camada inferior e na média das três camadas; B: pH medido; C: atividade
de glicoamilase medida; D: modelo de previsão de crescimento; as
condições são as mesmas do experimento 1, conforme apresentado nas
4.2.2 Extensão do crescimento no
Tabelas 1–3. O teor de matéria seca é apresentado em g/10 g de
biorreator Medindo os mesmos parâmetros dos cultivos em substrato úmido inicial.
frascos, o crescimento da biomassa foi estimado em
diferentes camadas dentro do leito (Fig. 7). De acordo com
a Figura 7(A), a perda de matéria seca na camada inferior biomassa na hora 25 de fermentação. O crescimento nas
é mais rápida que a média das três camadas, indicando um camadas intermediária e superior começa ao mesmo tempo,
crescimento rápido na camada inferior. Isto é confirmado mas é desacelerado mais tarde. Como resultado, a biomassa
pela tendência de pH e atividade de glucoamilase, conforme máxima é alcançada nas camadas mencionadas somente
ilustrado na Fig 7 (B e C). O modelo de previsão do após 40 e 60 horas de fermentação, respectivamente. A
diminuição
crescimento da biomassa concorda bem com os resultados mencionados (Fig.do crescimento nas camadas superiores é
7(D)).
O modelo prevê um crescimento rápido na camada inferior devido à alta temperatura e baixa atividade de água causada
que começa na hora 10 e atinge um máximo pela evaporação.
CO2a
(CO2/
ÿ) /
CO2a
(CO2/
ÿ)/
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0
UMA
10 20 30 40
50 60
vapor
água
m-3)
de
(g
O crescimento rápido na camada inferior indica que o
oxigênio não é limitante na profundidade do leito. Este
fato permite estimar um valor apropriado de DO2 . As
previsões do modelo para a concentração de oxigênio
Uso de superfícies de resfriamento em biorreatores de bandeja de fermentação em estado sólido
(°C)
T
umidade
(%)
44
42
40
38
36
34
32
30
100
80
60
40
20
100
90
80
70
60
50
0,95
UMA
D
durante a fermentação para dois valores diferentes de
difusividade de oxigênio são mostradas na Fig 8. É claro
0,9
que com DO2 = 3 × 10ÿ6 m2 sÿ1 a concentração de
oxigênio na camada inferior seria limitante do crescimento
atividade
aquática
enquanto DO2 = 1 × 10ÿ5 m2 sÿ1 prevê que a
concentração de oxigênio permanece suficientemente
alta na camada inferior para não limitar o crescimento.
0,85
0,8
0,2
condução e resfriamento evaporativo.
Se a bandeja for perfurada, o resfriamento evaporativo ocorre de
ambos os lados. No projeto de bandeja estudado neste trabalho o 0 1,5 01230,5 2,5
fluxo de ar sob a bandeja é substituído por um fluxo de água de x (cm)
resfriamento. Como resultado, tanto a placa de resfriamento quanto
Figura 9. Perfis do modelo previsto. A: Temperatura, B: teor de umidade
o fluxo de ar podem afetar o desempenho da bandeja e seus dos sólidos, C: concentração de vapor de água na fase gasosa, D:
efeitos são analisados nesta seção a uma altura de leito constante. atividade de água e E: porosidade dentro do leito na 20ª hora de
fermentação. Os pontos em A são temperaturas medidas. As condições
são as mesmas do experimento 1, conforme apresentado nas Tabelas 1–3.
4.3.1 Efeito da placa de
resfriamento O efeito mencionado pode ser visualizado através
da investigação de perfis de diferentes parâmetros dentro do leito sob a bandeja diminui a resistência à transferência de calor no
no momento de máxima geração de calor metabólico (Fig. 9). lado do fluido, de modo que a temperatura do leito na interface ar/
Substituindo o fluxo de ar pelo fluxo de água água de resfriamento pode ser considerada
1
12 M Khanahmadi et al.
80
70
60
50
40
30
20
0 200
t90%
Qw/Qtot
Wa
400 600
600
550
500
450
400
350
1000
REFERÊNCIAS
1 Pandey A, Soccol CR e Mitchell DA, Novos desenvolvimentos em fermentação
em estado sólido: I—bioprocessos e produtos.
Process Biochem 35:1153-1169 (2000).
2 Rajagopalan S e Modak JM, Estudos de simulação de transferência de calor
e massa para processos de fermentação em estado sólido.
Ciência de Engenharia Química 49:2187–2193 (1994).
3 Ghildyal NP, Ramakrishna M, Lonsane BK e Karanth NG, Gradientes de
concentração gasosa em fermentadores de estado sólido tipo bandeja—
efeito nos rendimentos e produtividades. Bioprocess Eng 8:67-72 (1992).
1
12 M Khanahmadi et al.