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FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE FISICA

Licenciatura em Física

FÍSICA E TECNOLOGIAS DOS MATERIAIS

Relatório 3

Discente:

Maunde Jr, Samuel Abílio

Regente: Prof. Doutor Akil Askarhodjaev

Assitente: Dr. Helder Marrenjo

Maputo, Junho de 2022


Índice
1.2. Objectivos .................................................................................................................................... 3
1.2.1.Objetivo Geral ....................................................................................................................... 3
1.2.2. Objecticos Especifícos .......................................................................................................... 3
1.3.Metodologia.................................................................................................................................. 3
2.Cristais Liquidos (CL) ........................................................................................................................ 4
2.1.Tipos de cristais líquidos.............................................................................................................. 4
3.Defeitos Cristalinos ............................................................................................................................. 5
3.1.Impurazas nos sólidos .................................................................................................................. 5
3.2.Defeitos pontuais nos metais ........................................................................................................ 6
3.3.Defeitos pontuais nas cerâmicas .................................................................................................. 6
3.4.Defeitos pontuais nos polímeros .................................................................................................. 7
3.5.Dscordâncias (defeitos lineares )................................................................................................. 8
3.6.Defeitos interfaciais ...................................................................................................................... 9
3.7.Defeitos volumétricos ou de massa .............................................................................................. 9
3.8.Vibrações atómicas ...................................................................................................................... 9
4.Difusão ................................................................................................................................................ 9
4.1.Mecanismos da Difusão ............................................................................................................. 10
4.2.Difusão por Lacunas .................................................................................................................. 10
4.3.Difusão Intersticial ..................................................................................................................... 10
4.5.Segunda Lei de FICK(Difusão em estado não estacionário)..................................................... 11
4.6.Difusão em materiais iónicos ..................................................................................................... 11
4.7.Difusão em materiais polímeros ................................................................................................ 12
4.8.Factores que influenciam a difusão ........................................................................................... 12
4.8.1.Espécie em Difusão .............................................................................................................. 12
4.9.Outros caminhos de difusão ...................................................................................................... 13
5.Referencias Bibliograficas ................................................................................................................ 13
1.Introdução

Fluidos com propriedades de auto organização são usualmente considerados como fluidos
complexos. Entre eles, podemos citar as suspensões coloidais, os ferrofluidos e os cristais
líquidos (CLs). No segundo capítulo iremos abordar o (Cls) que são e com se classificam. Até o
momento tem sido considerado tacitamente que, em uma escala atômica, existe uma ordenação
perfeita por todo o material cristalino. Entretanto, esse tipo de sólido ideal não existe; todos os
materiais contêm grande número de uma variedade de defeitos ou imperfeições isso será
detalhado em capítulos 3. Muitas reações e processos importantes no tratamento de materiais
dependem da transferência de massa tanto no interior de um sólido específico (ordinariamente
em um nível microscópico) quanto a partir de um líquido, um gás ou outra fase sólida. Isso é
alcançado obrigatoriamente por difusão, que é o fenômeno de transporte de matéria por
movimento atômico. Este capítulo discute os mecanismos atômicos pelos quais ocorrem a
difusão, a matemática da difusão e a influência da temperatura e da espécie que está se
difundindo sobre a taxa de difusão.

1.2. Objectivos

1.2.1.Objetivo Geral

 Estudar as propriedades caracteríticas e o comportamento dos materiais.

1.2.2. Objecticos Especifícos

 Conhecer o comportamento dos Cristais líquidos;


 Descrever os defeitos pontuais nos metais, nas cerâmicas, nos polímeros, os defeitos
lineares, defeitos interfaciais, defeitos volumétricos ou de massa e vibrações atómicas;
 Falar dos mecanismos da difusão, difusão em estado estacionário e não-estacionário,
difusão em materiais iónicos e poliméricos;
 Analisar os factores que influenciam a difusão e outros caminhos de difusão.

1.3.Metodologia

Este estudo é de cunho exploratório e abordagem qualitativa, baseado em revisão


bibliográfica, cujo levantamento de dados se deu através da análise de trabalhos publicados em
idioma português, inglês entre outras línguas . Para busca de dados bibliográficos, considerou-se
artigos e livros de extrema importância que apresentassem no tema, termos como: Cristais
líquidos, defeitos dos materias e difusão dos materias .
2.Cristais Liquidos (CL)

São substâncias que ao passarem do estado sólido ao estado líquido apresentam uma ou
várias fases intermédias (designadas mesofases) com propriedades mecânicas idênticas às dos
líquidos mas com propriedades ópticas anisótropas próprias dos cristais (fig.1). Assim, as fases
líquidas intermédias destas substâncias quando observadas num microscópio entre polarizadores
cruzados, revelam magníficas texturas características da anisotropia do meio, extinguindo-se a
imagem se a substância transitar para a fase líquida isótropa (A. C. Ribeiro at al, 1988).

O grau de desordem aumenta com o aumento da temperatura (Bechtold, 2005).

Figura 1: Esquema ilustrativo do aparecimento das mesofases líquido-cristalinas, a variação da


temperatura pode aumentar o grau de desordem. Fonte ( Bechtold, 2005) .

2.1.Tipos de cristais líquidos

Os materiais que apresentam mesofases líquido cristalinas se dividem em duas grandes


categorias, de acordo com os parâmetros mais relevantes nas transiçães de fase; os termotrópicos
e os liotrópicos.

 CLs termotrópicos são constituídos por substâncias orgânicas, compostas por moléculas
anisométricas. Não há a formação de agregados moleculares. As diferentes estruturas e
ordenamento local dessas moléculas individuais ocorrem em função da temperatura (e
pressão) do material.
 Os CLs liotrópicos são obtidos a partir de determinadas substâncias misturando-as com
um solvente em determinadas condições de concentração, pressão e temperatura.
Apresentam a formação de superestruturas, isto é, agregados de moleculares que se
organizam no espaço, exibindo algum grau de ordem. As moléculas anfifílicas são
aquelas que, numa mesma estrutura, apresentam regiões que se comportam de forma
muito diferente na presença de outras moléculas que possuam momento de dipolo elétrico
ou não .
3.Defeitos Cristalinos

Por defeito cristalino designamos uma irregularidade na rede cristalina com uma ou mais
das suas dimensões na ordem do diâmetro atômico. A classificação de imperfeições cristalinas é
feita, frequentemente, de acordo com a geometria ou com a dimensionalidade do defeito
(Callister e Rethwisch , 2018).

3.1.Impurazas nos sólidos

Um metal puro formado apenas por um tipo de átomo é simplesmente impossível;


impurezas ou átomos diferentes estarão sempre presentes, e alguns existirão como defeitos
pontuais nos cristais. Na realidade, mesmo com técnicas relativamente sofisticadas é difícil
refinar metais até uma pureza superior a 99,9999%. A maioria dos metais mais familiares não
são altamente puros; ao contrário, eles são ligas, em que intencionalmente foram adicionados
átomos de impurezas para conferir características específicas ao material. Comumente, a
formação de ligas é utilizada em metais para aumentar a resistência mecânica e a resistência à
corrosão. (Callister e Rethwisch , 2018).

Figura 2: Representações esquemáticas bidimensionais de átomos de impureza substitucional e


intersticial. Fonte (Callister e Rethwisch , 2018).

Segundo (Callister e Rethwisch , 2018) várias características dos átomos do soluto e do


solvente determinam o grau no qual os primeiros se dissolvem nos segundos. Essas
características são expressas como quatro regras de Hume-Rothery, quais sejam:

1. Fator do tamanho atômico. Quantidades apreciáveis de um soluto podem ser acomodadas


nesse tipo de solução sólida apenas quando a diferença entre os raios atômicos dos dois
tipos de átomos é menor que aproximadamente ±15%. De outra forma, os átomos do
soluto criarão distorções significativas na rede, e uma nova fase se formará.
2. Estrutura cristalina. Para que a solubilidade sólida seja viável, as estruturas cristalinas dos
metais de ambos os tipos de átomos devem ser as mesmas.
3. Fator de eletronegatividade. Quanto mais eletropositivo for um elemento e mais
eletronegativo for o outro, maior será a probabilidade de eles formarem um composto
intermetálico em vez de uma solução sólida substitucional.
4. Valências. Sendo iguais os demais fatores, um metal terá maior tendência a se dissolver
em outro metal de maior valência que em um metal de menor valência.

3.2.Defeitos pontuais nos metais

O defeito pontual mais simples é a lacuna, ou um sítio vago na rede cristalina que
normalmente deveria estar ocupado, mas no qual está faltando um átomo (Fig. 3). A necessidade
da existência das lacunas é explicada considerando os princípios da termodinâmica;
essencialmente, a presença das lacunas aumenta a entropia (isto é, a aleatoriedade) do cristal.

Figura 3: Representações bidimensionais de uma lacuna e de um defeito intersticial. Fonte(Callister e


Rethwisch , 2018).

O número de lacunas em equilíbrio 𝑁𝑙 para uma dada quantidade de material (geralmente


é por metro cúbico) depende da temperatura e aumenta em função desse parâmetro de acordo
−𝑄
com : 𝑁𝑙 = 𝑁𝑒𝑥𝑝 ( 𝐾𝑇𝑙 ) Eq.(1)

Um defeito intersticial é um átomo do cristal que se encontra comprimido em um sítio


intersticial, que é um pequeno espaço vazio que sob circunstâncias normais não estaria ocupado
Fig. 3. Nos metais, um defeito intersticial introduz distorções relativamente grandes em sua
vizinhança na rede cristalina, pois o átomo é substancialmente maior que a posição intersticial
em que ele está localizado (Callister e Rethwisch , 2018).

3.3.Defeitos pontuais nas cerâmicas


Defeitos atômicos envolvendo átomos hospedeiros podem existir nos compostos cerâmicos.
Como ocorre nos metais, tanto lacunas quanto intersticiais podem ocorrer; entretanto, uma vez
que os materiais cerâmicos contêm íons de pelo menos dois tipos, pode haver defeitos para cada
espécie de íon. O ânion é relativamente grande, e para se ajustar no interior de uma pequena
posição intersticial, deformações substanciais devem ser introduzidas sobre os íons vizinhos. Os
defeitos por lacuna de ânions e cátions e um defeito intersticial do cátion. A expressão estrutura
de defeitos é usada com frequência para designar os tipos e concentrações de defeitos atômicos
nas cerâmicas. Uma vez que os átomos existem como íons carregados, quando as estruturas dos
defeitos são consideradas, devem ser mantidas as condições de eletroneutralidade (ver fig.8) .

 Defeito Frenkel - envolve um par composto por uma lacuna de cátion e um cátion
intersticial.
 Defeito Schottky - defeito encontrado em materiais do tipo AX é um par composto por
uma lacuna de cátion e uma lacuna de ânion.
Para os defeitos Frenkel e Schttky, a quantidade de pares depende da temperatura, de acordo com
−𝐸𝑎
a seguinte expressão : 𝐷 = 𝐷0 𝑒𝑥𝑝 ( ) Eq(2)
2𝑅𝑇

3.4.Defeitos pontuais nos polímeros

Defeitos pontuais semelhantes aos encontrados nos metais foram observados nas regiões cristalinas de
materiais poliméricos; esses defeitos incluem as lacunas e os átomos e íons intersticiais. As extremidades
das cadeias são consideradas defeitos, visto que são quimicamente diferentes das unidades normais da
cadeia. Lacunas também estão associadas às extremidades da cadeia (Figura 4). No entanto, defeitos
adicionais podem resultar das ramificações na cadeia do polímero ou de segmentos de cadeia que
emergem do cristal.

Figura 4: Representação esquemática de defeitos em cristalitos poliméricos. Fonte (Callister e Rethwisch , 2018).
3.5.Dscordâncias (defeitos lineares )

Os defeitos lineares ou deslocamentos em sólidos cristalinos são defeitos que causam uma
distorção de rede centrada em torno de uma linha. As luxações são criadas durante solidificação
de sólidos cristalinos. Eles também podem ser formados em deformação plástica ou formação de
sólidos cristalinos, por condensação de vacâncias e por incompatibilidade atômica em soluções
sólidas (Smith e Hashemi, 2006).

Figura 5 : Deslocamento de borda positiva em uma rede cristalina. O defeito linear está logo acima do
“T” invertido, ⊥, onde um semiplano adicional de átomos foi inserido. Fonte (Callister e Rethwisch ,
2018)

Os dois principais tipos de discordâncias são o tipo aresta e o tipo helicoidal. Uma
combinação dos dois resulta em discordâncias mistas, que têm aresta e helicoidal. Uma
discordância de aresta é criada em um cristal pela interseção de uma metade plano adicional de
átomos, como mostrado na figura 5, logo acima do símbolo ⊥. O deslocamento helicoidal pode
ser formado em um cristal perfeito aplicando tensões de cisalhamento para cima e para baixo em
regiões do cristal perfeito que foram separadas por um plano de corte figura 6a (Smith e
Hashemi, 2006).

Figura 6: Formação de um deslocamento helicoidal. a) Um cristal perfeito é cortado por um plano e As tensões de
cisalhamento são aplicadas paralelamente ao plano de cisalhamento acima e abaixo, formando um deslocamento
helicoidal em b. b) Um deslocamento helicoidal ocorre com sua deslizamento ou vetor de Burgers b paralelo à linha
de discordância. Fonte (Smith e Hashemi, 2006).

3.6.Defeitos interfaciais

Os defeitos interfaciais são contornos que possuem duas dimensões e que normalmente
separam regiões dos materiais que possuem estruturas cristalinas e/ou orientações
cristalográficas diferentes. Essas imperfeições incluem as superfícies externas, os contornos de
grão, os contornos de fases.

 Superfícies Externas - é quele em que ao longo da qual termina a estrutura do cristal.


Os átomos de superfície não estão ligados ao número máximo de vizinhos mais próximos
e estão, portanto, em um estado de maior energia que os átomos nas posições interiores.
 Contornos de Grão – é o contorno que separa dois pequenos grãos ou cristais com
diferentes orientações cristalográficas nos materiais policristalinos.
 Contornos de Fase Os contornos de fase existem nos materiais multifásicos , nos quais
há uma fase diferente em cada lado do contorno; adicionalmente, cada uma das fases
constituintes possui suas próprias características físicas e/ou químicas distintas.

3.7.Defeitos volumétricos ou de massa

Defeitos volumétricos ou tridimensionais se formam quando um grupo de átomos ou


defeitos pontuais coalescem para formar um vazio ou poro tridimensional. O tamanho de um
defeito volumétrico pode variar de alguns nanômetros a centímetros ou, ocasionalmente, pode
ser maior. Os defeitos têm um efeito ou influência considerável no comportamento e
desempenho de um material (Smith e Hashemi, 2006).

3.8.Vibrações atómicas

Todos os átomos presentes em um material sólido estão vibrando muito rapidamente em


torno da sua posição na rede em um cristal. Em certo sentido, essas vibrações atômicas podem
ser consideradas como imperfeições ou defeitos.

4.Difusão

O fenômeno da difusão pode ser demonstrado com o auxílio de um par de difusão, o qual
é formado unindo barras de dois metais diferentes, de modo que haja um contato íntimo entre as
duas faces. O termo interdifusão refere-se à migração de átomos de impureza; para os átomos
hospedeiros, é empregado o termo autodifusão.

4.1.Mecanismos da Difusão

De uma perspectiva atômica, a difusão consiste simplesmente na migração passo a passo


dos átomos de uma posição para outra na rede cristalina. Os átomos nos materiais sólidos estão
em constante movimento, mudando rapidamente de posições ( Callister e Rethwisch, 2018).

4.2.Difusão por Lacunas

Um mecanismo que envolve a troca de um átomo de uma posição normal da rede para
uma posição adjacente vaga ou lacuna na rede cristalina. Esse mecanismo é apropriadamente
denominado difusão por lacunas. Evidentemente, esse processo necessita da presença de lacunas,
e a extensão segundo a qual a difusão por lacunas pode ocorrer é uma função do número desses
defeitos que estejam presentes; em temperaturas elevadas, podem existir concentrações
significativas de lacunas nos metais fig.7a (Callister e Rethwisch, 2018).

4.3.Difusão Intersticial

O segundo tipo de difusão envolve átomos que migram de uma posição intersticial para uma
posição intersticial vizinha que esteja vazia. Esse mecanismo é encontrado para a interdifusão de
impurezas, tais como H, C, Ni e O, que são átomos pequenos o suficiente para se encaixar nas
posições intersticiais. Os átomos hospedeiros ou de impurezas substitucionais raramente formam
intersticiais e, normalmente, não se difundem por esse mecanismo. Esse fenômeno é
apropriadamente denominado difusão intersticial fig.7b ( Callister e Rethwisch, 2018).

Figura 7: Representações esquemáticas (a) da difusão por lacunas e (b) da difusão intersticial.
4.4.Primeira Lei de FICK (Difusão em estado estacionário)

Segundo (Callister e Rethwisch, 2018) a difusão é um processo dependente do tempo ,ou


seja, em um sentido macroscópico, a quantidade de um elemento que é transportado no interior
de outro elemento é uma função do tempo. É sempre necessário saber o quão rápido ocorre a
difusão, ou seja, a taxa da transferência de massa(J). A matemática da difusão em regime
estacionário em uma única direção (x) é relativamente simples, no sentido de que o fluxo é
𝑑𝐶 𝑑𝐶
proporcional ao gradiente de concentração por meio da expressão: 𝐽 = −𝐷 𝑑𝑥 Eq.(3)
𝑑𝑥

D - é chamada de coeficiente de difusão.

4.5.Segunda Lei de FICK(Difusão em estado não estacionário)

A maioria das situações práticas envolvendo difusão ocorre em regime não estacionário.
Isto é, o fluxo difusional e o gradiente de concentração em um ponto específico no interior de um
sólido variam com o tempo, e provoca um acúmulo ou um esgotamento líquido do componente
que está se difundindo. A segunda Lei de Fick, deve ser usada. Se o coeficiente de difusão for
independente da composição (o que deve ser verificado para cada caso de difusão específico) (
𝜕𝐶 𝜕2𝐶
Callister e Rethwisch. (2018). =𝐷 Eq.(4)
𝜕𝑥 𝜕𝑥 2

4.6.Difusão em materiais iónicos

Para os compostos iônicos, o fenômeno da difusão é necessário considerar o movimento de difusão de


dois tipos de íons com cargas opostas. A difusão nesses materiais ocorre geralmente por meio de um
mecanismo por lacunas . Para manter a neutralidade das cargas em um material iônico primeiro as
lacunas de íons ocorrem em pares [como nos defeitos Schottky (Fig. 8b)], segundo elas são criadas por
íons de impurezas substitucionais com cargas diferentes dos íons hospedeiros . Como consequência, a
taxa de difusão desses pares eletricamente carregados é limitada pela taxa de difusão da espécie que se
move mais lentamente.
a) b)

Figura 8: Diagrama esquemático mostrando defeitos Frenkel e Schottky em sólidos iônicos.

4.7.Difusão em materiais polímeros

As características de permeabilidade e de absorção de um polímero estão relacionadas


com o grau no qual as substâncias externas se difundem no material. A penetração dessas
substâncias externas pode levar ao inchamento e/ou a reações químicas com as moléculas do
polímero e, com frequência, à degradação das propriedades mecânicas e físicas do material.

As taxas de difusão são maiores através das regiões amorfas do que através das regiões
cristalinas; a estrutura do material amorfo é mais “aberta”. Esse mecanismo de difusão pode ser
considerado análogo à difusão intersticial nos metais isto é, nos polímeros, os movimentos de
difusão ocorrem através de pequenos vazios entre as cadeias poliméricas, de uma região amorfa
∆𝑃
aberta para uma região aberta adjacente. 𝐽 = −𝑃𝑀 ∆𝑥 Eq.(5)

Para moléculas pequenas em polímeros não vítreos, o coeficiente de permeabilidade pode ser
aproximado como o produto entre o coeficiente de difusão (D) e a solubilidade da espécie em
difusão no polímero (S): 𝑃𝑀 = 𝐷𝑆 Eq.(6)

4.8.Factores que influenciam a difusão

4.8.1.Espécie em Difusão

A magnitude do coeficiente de difusão D é um indicativo da taxa na qual os átomos se


difundem. A espécie em difusão, assim como o material hospedeiro, influencia o coeficiente de
difusão. Por exemplo, existe uma diferença significativa na magnitude entre a autodifusão e a
interdifusão do carbono no ferro α a 500˚C, sendo o valor de D maior para a interdifusão do
carbono . Essa comparação também proporciona um contraste entre as taxas de difusão segundo
as modalidades por lacunas e intersticial, como foi discutido anteriormente( Callister e Rethwisch,
2018).
4.8.2.Temperatura

A temperatura tem uma influência profunda sobre os coeficientes e as taxas de difusão.


Por exemplo, para a autodifusão do Fe no ferro α, o coeficiente de difusão aumenta em
aproximadamente seis ordens de grandeza quando se eleva a temperatura de 500˚C para 900˚C.
A dependência dos coeficientes de difusão em relação à temperatura é Dependência do
coeficiente de difusão em relação à temperatura ( Callister e Rethwisch, 2018).

−𝐸
𝐷 = 𝐷0 𝑒𝑥𝑝 ( 𝑅𝑇𝑎 ) Ep(7)

A energia de ativação pode ser considerada como a energia necessária para produzir o
movimento difusivo de um mol de átomos. Uma energia de ativação elevada resulta em um
coeficiente de difusão relativamente pequeno.
4.9.Outros caminhos de difusão

A migração atômica também pode ocorrer ao longo de discordâncias, contornos de grão e


superfícies externas. Esses são, às vezes, chamados de percursos de difusão de “curto-circuito”,
uma vez que as taxas de difusão são muito maiores que aquelas para a difusão volumétrica.
Entretanto, na maioria das situações, as contribuições da difusão de “curtos-circuitos” para o
fluxo global da difusão são insignificantes, pois as áreas das seções transversais desses percursos
são extremamente pequenas ( Callister e Rethwisch, 2018).

5.Referencias Bibliograficas

1. A. C. Ribeiro, J. L. Figueirinhas e M. H. Godinho. (1988). Os cristais líquidos, Suas


propriedades e aplicações. Rev. GAZETA DE FÍSICA ;Vol. 11. (INIC)- Lisboa.
2. Bechtold, Ivan Helmuth. (2005). Cristais líquidos: Um sistema complexo de simples
aplicação. Rev. Brasileira de Ensino de Física, vol. 27. São Paulo.

3. William D. Callister e David G.Rethwisch; (2000). Ciência de materiais e engenharia -


uma introdução. ISBN 0-471-32013-7.
4. William F. Smith e Javad Hashemi; (2006). Fundamentos de la ciencia e ingeniería de
materiales. ISBN 970-10-5638-8.

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