Você está na página 1de 2

Resumo

No terceiro capítulo "Remendo novo em pano velho: o impacto das reformas de


descentralização no processo de governação local em Moçambique", Salvador
Furquilha analisa as mudanças de poder que ocorrem em Moçambique após a época
colonial, destacando as insuficiencias na materialização das infra-instruturas locais
sendo como consequência de uma má admimistração com objectivo de benefícios
próprios. O autor afirma que para Moçambique as mudanças de poder tornam se num
mecanismo imprescindível para a recomposição do estado nas localidades em
sequência de uma restauração de novas formas de administração. Num cenário de
falta de divisão entre o público e o privado é necessário salientar que há pelo menos
sedes de organização assim as mudanças de poder são tidas como meio de apoio à
democracia, Furquilha destaca que o país é visto como tendo superado a transição da
guerra para a paz e ao mesmo tempo da ditadura para a democracia, nesse contexto a
democracia está em crise. O mundo inteiro passa por problemas no que tange à
questão da representatividade, uma vez que os cidadãos não se sentem
verdadeiramente representados pela classe política. Deste modo o autor considera não
sendo visível o meio de implementação democrática havendo pouca aderência no
dever cívico em tempos em que não há eleição, a despeito disso Saramago adverte
que não vivemos em democracia, e sim em uma plutocracia, em que os estados
deixam de servir o povo, para atender os seus interesses dos poderes económicos. não
é segredo para ninguém que as grandes corporações possuem íntimas ligações com a
classe política, a grande problemática que surge apartir disso, é que, apesar da classe
política ser eleita apartir dos votos dos cidadãos, em seu exercício de poder, ela busca
de todos os modos manter os previlégios das grandes empresas, custe o que custar,
esse processo que aprimorou com o neoliberalismo e, consequentemente, o processo
de abertura e desregulamentação das economias, fez com que a imbricação entre
poder estatal e poder financeiro se tornassem ainda mais forte, de tal maneira que é
extremamente difícil separar uma coisa da outra, já que além dos estados criarem
condições para que os mega empresários tenham terreno livre para fazer seus
negócios, eles também os socorrem em momentos de crise e cobrando, obviamente ao
povo, o preço da conta que não quer fechar. Concluí se que não há motivos para haver
uma crise ou descrédito do cidadão com o estado, uma vez que está mais do que claro
que ele não existe para proteger os indivíduos e ser responsável pela materialização
dos seus direitos mas sim, para proteger os donos do poder econômico, o que significa
dizer, em um sistema governado exclusivamente pelo dinheiro e para o lucro, donos
do poder político concomitantemente. O cidadão é levado a acreditar que a sua
participação política e, por conseguinte, a sua cidadania reside unicamente no
consumo. é por meio do consumo, no consumo e pelo consumo que o sujeito vive
individualmente e acredita existir também socialmente. possuir saneamento básico,
transporte público de qualidade, educação digna, já não faz parte do pacote de direitos
sociais. esses direitos existem na medida em que você possui condições materiais de
adquirir tudo isso de modo privado. E como a fábula diz que o dinheiro circula para
todos, só não possuí todos os direitos e é cidadão, portanto, quem não quer. embora
seja uma questão complexa somos bombardeados pela mídia o tempo inteiro com
mensagens sobre a felicidade plena que existe no consumismo, que até mesmo para
mentes mais esclarecidas e resistentes, é difícil não sucumbir ou deixar que alguma
coisa penetre, assim, diante do império do consumo, torna se muito complicado
convencer alguém de que ela não será feliz, portadora de direitos e cidadã apenas pelo
consumo. É claro que reside em nós, por mais que as condições sejam adversas um
espaço de recolha que determinam se seremos livres ou escravos. Todavia, esse
espaço tem sido a cada dia reduzido, haja vista que o desenvolvimento tecnológico
tem servido muito mais para nos convencer de que não somos cidadãos de direito, e
sim, cidadãos de dinheiro.

Você também pode gostar