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Na 2 estrofe, a ideia de vazio e carência de tudo se fortalece, está sem "mulher", " sem
discurso" e "sem carinho". Refere-se também "beber", "fumar" e "cuspir", como se seus
instintos e comportamentos estivessem sendo vigiados e presos, para fazer aquilo que
tem vontade. “O dia não veio", a vinda de um novo dia significa novas oportunidades,
mas para José ele não veio. O bonde e o riso não vieram; nem mesmo de mentiras ou de
ilusões ele pode viver. O autor passa um sentimento de quem perdeu a hora certa de
agir, de lutar "tudo mofou" "acabou", "fugiu", não há esperança de recuperação, apenas
um vazio de tudo. Tudo é rotina e monotonia.
No 3 estrofe, lista aquilo que é imaterial, próprio do sujeito "sua doce palavra", "seu
instante de febre", "sua gula e jejum", "sua incoerência", "seu ódio" e, em oposição
aquilo que é material e palpável "sua biblioteca", "sua lavra de ouro", "seu terno de
vidro". Nada permaneceu, nada restou.
No 4 estrofe, o sujeito sente-se impossibilitado de agir. Tudo lhe parece inútil e
desprovido de significado., não encontra solução face ao desencantamento com a vida,
como se torna visível nos versos "Com a chave na mão / quer abrir a porta, / não existe
porta". José não tem propósito, saída, lugar no mundo. Não existe nem mesmo a
possibilidade da morte como último recurso - "quer morrer no mar, / mas o mar secou”,
mas nem isso lhe é permitido porque não existe mar no qual possa morrer, José é
obrigado a viver. Com os versos "quer ir para Minas, / Minas não há mais", já não é
possível voltar ao local de origem, Minas da sua infância já não é igual, não existe mais.
Nem o passado era um refúgio.
No 5 estrofe, a uma repetição se. O jeito seria a morte, mas nem isso ele fez