Você está na página 1de 4

Atividade avaliativa 2

Maria Eduarda Tuyuty Nascimento

História da Gastronomia
Questão:

. A mandioca e o milho são insumos históricos na conformação do território que

atualmente chamamos Brasil. destaque a importância histórica de cada um dos

insumos, desde a alimentação dos vários grupos indígenas anteriores à invasão

portuguesa, passando por seu papel ao longo do período colonial e expondo seus

sentidos na atualidade.

A mandioca teve (e tem) papel fundamental no Brasil desde os primórdios da nossa história.

Era base da alimentaçõ dos povos indígenas que aqui habitavam e, após a invasão do Brasil

pelos portugueses, também tornou-se alimento fundamental dos invasores.

Foi na data de 22 de Abril e 1500, após 44 dias de viagem que a frota de Pedro Álvares Cabral

chegou no litoral brasileiro ao sul da Bahia. Após a chegada dos europeus, os relatos sobre

os povos nativos e seus hábitos são feitos a partir dos olhares desses estrangeiros e, nesse

processo, teve-se o primeiro registro escrito por Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei,

com uma visão generalista e com tentativas de se explicar pelo o que eles já conheciam,

objetos e alimentos desconhecidos para eles.

Desde o relato do que conhecemos acerca da alimentação indígena nessa carta, podemos

verificar a presença da mandioca, mesmo tendo sido inicialmente confudida pelo inhame (que

aqui aida não existia), e a importância e indispensabilidade desta para a alimentação indígena.

Era consumida em forma de farinha (acompanhando todos os alimentos desde carnes a

frutas) feita a partir do tipiti, instrumento feito a partir de folhas, ou beiju.

Existiam variedades de farinha de mandioca, como a “farinha de puba” (chamada por eles de

“uí-puba”) que é molhada, não é uma farinha totalmente seca, usa diretamente na comida e

a “farinha de guerra” (chamada por eles de “uí-atã”) que é seca e é utilizada para se fazer

mingaus, bolos e pirões. O beiju, segundo o hitoriador Câmara Cascudo, também servia no

processo de produção de bebidas.


Os portugueses que aqui invadiram começaram a consumir a mandioca e seus derivados e

assim passaram a integrá-la em seu consumo diário.

Ela passou a ser a substituta principal da farinha de trigo, principalmente do pão, por isso era

reconhecida como “pão da terra”, e reconhecida por ser saborosa com digestão fácil e

substancial.

A mandioca dominou o paladar português de forma que se tornou indispensável. Dessa forma,

começaram a ampliar roçarias de mandiocas (roças, granjerias) comendo, vendendo

comprando e aprimorando as “casas de farinha”, implementando máquinas de ferro ao invés

de madeira e exportando para as colônias africanas.

Os bandeirantes também tinham o costume de plantar mandioca e fazer a farinha, essa útilma

realizada pelos indígenas, e consumir pelo percurso. Nas expedições dessas bandeiras, era

deixado um grupo de branco e indígenas para a plantação de mandioca e produção de farinha

para levar aos parceiros que iam adentrando o sertão, a explicação era a indispensável

presença e necessidade de se ter a farinha, já que era alimento para todos.

Já o milho, era presente na alimentação indígena, mas não era determinante e tão presente

como a mandioca e macaxeira. Ele era certamente plantado, geralmente em milharais, pois

precisa-se de trabalho humano para conseguir produzir a gramnínea que só é reproduzida

quando semeada.

Sua ampla utilização partiu mais da valorização portuguesa. Isso não significa que os

indígenas não gostassem do milho, ao contrário, eles gostavam e gostam, mas no Brasil ele

não chegou se constituir um alimento para eles, era mais como um passatempo em que

ficavam roendo as espigas assadas e cozidas do que necessariamente uma refeição legítima.

Quem aproveitou mais do insumo foram os portugueses que utilizaram para produção de

diversas iguarias como bolo, canjica e pudins e também os africanos utilizando para papas,

angus e mugunzás.

Tanto a mandioca e o milho coexistiram no mesmo período e em alguns territórios, como por

exemplo na Bahia, mas as regiões eram diferentes. A mandioca se situava mais no litoral (por

isso acabou sendo incorporada tão rapidamente no paladar português), já o milho era mais
ocupação do interior sendo mais relacionado a produção de quintais e produzido e plantado

em territórios que se tinham lugar e recursos que davam condições de sustentar essa

produção alimentar.

Em destaque, é possível citar Minas Gerais a partir da décasda de 1720, em que se tinha

uma grande quantidade de ouro e tinha começado a ocupação da região, mas igualmente a

quantidade de ouro tinha-se também uma população com fome, e então passou-se a plantar

o milho.

O milho e a mandioca constituem como parte da alimentação brasileira desde antes do

processo de colonização e permaneceu presente na mesa dos brasileiros de diferentes

formas e sofrendo modificações e adaptações na forma de uso, mas não deixando de estar

compondo receitas e pratos que sustentam as famílias e compõem também receitas utilizadas

em oferendas religiosas e preparos de celebrações, fazendo esses dois, dois ingredientes

fundamentais para se entender não só a gastronomia, mas também a história do Brasil até

os dias atuais.

Você também pode gostar