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Arte para crianças

Ensino da arte para crianças:


abordagem triangular
Profa. Vania Maria Andrade

concursos
Arte para crianças

Ensino da arte para crianças:


abordagem triangular

Apresentação
Olá aluno,
Sou a Professora Vania Andrade, especialista em Psicopedagogia pela UTP e em Altas
Habilidades/Superdotação pela Faculdade Padre João Bagozzi. Possuo licenciatura em Artes Visuais
com ênfase em Computação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Também sou bacharel em Pintura pela
UFRJ. Atuo profissionalmente como professora de ensino à distância, autora de materiais didáticos,
conteúdos multimídia e objetos digitais em arte.

Sumário
Ensino da arte....................................................................................................................................... 3
Abordagem triangular ......................................................................................................................... 3
Leitura.................................................................................................................................................. 4
Leitura da obra..................................................................................................................................... 5
Caiu na prova........................................................................................................................................ 7
Arte para crianças
Ensino da arte para crianças: abordagem triangular

Ensino da arte
Como trabalhar artes visuais em aula com crianças?

Abordagem triangular
Metodologia do ensino da arte.
Ao longo dos anos, a arte foi abordada de diferentes formas na educação.
A abordagem triangular foi uma das propostas.
“A Proposta triangular surgiu nos anos 1980 e foi sistema-
tizada entre 1987 e 1993, período em que a professora Ana
Mae Barbosa dirigiu o Museu de Arte Contemporânea da Uni-
versidade de São Paulo. A proposta, inicialmente nomeada
Metodologia Triangular, indicava a necessidade de mudança
no ensino da arte modernista.“
IAVELBERG, R. Arte/Educação Modernista e Pós-Modernista: fluxos na sala
de aula. Porto Alegre: Penso Editora Ltda, 2017.

• Também chamada de Proposta Triangular.


• Começou a ser sistematizada em 1983 no Festival de Inverno de Campos
de Jordão, São Paulo e foi intensamente pesquisada entre 1987 e 1993 no Museu de Arte Contempo-
rânea da Universidade de São Paulo e na Secretaria de Educação da Cidade de São Paulo, quando Paulo
Freire foi secretário de Educação.
É uma abordagem em processo, portanto, em contínua mu-
dança, por ser uma perspectiva cuja gênese epistemológica
se alicerça em seu caráter essencialmente contextual, para
o desenvolvimento da identidade cultural e da cognição/
percepção. Dada a sua gênese contextual, a Abordagem
Triangular perfaz uma rede sistêmica, flexível e mutante
por isto, viva, orgânica e, portanto, pulsante.
BARBOSA, Ana Mae. Ensino do desenho e da arte no Brasil. Revista Nava,
v. 4, n. 1/2, 2019.

Em 1997, o Governo Federal estabeleceu os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

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Arte para crianças
Ensino da arte para crianças: abordagem triangular

A nomenclatura dos componentes da Aprendizagem Triangular desig-


nados como Fazer Arte (ou Produção), Leitura da Obra de Arte e Con-
textualização foi trocada para Produção, Apreciação e Reflexão (da 1ª a
4ª séries) ou Produção, Apreciação e Contextualização (5ª a 8ª séries).
BARBOSA, Ana Mae. Ensino do desenho e da arte no Brasil. Revista Nava, v. 4, n. 1/2, 2019.

Ler

É necessário que aprendam, pela contemplação, que o objeto de Arte


age sobre quem o observa, organizando sentimentos e ideias e permitin-
do que o processo de interpretar imagens mobilize o potencial criativo,
da mesma maneira que o processo de produzi-las.
(BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da educação artística. 1ª edição. São Paulo: Editora
Cultrix, 1975. p.113).

Contextualização
“Contextualizar a obra de arte, consiste em contextualizá-la, não só
historicamente, mas também social, biológica, psicológica, ecológica,
antropológica etc., pois contextualizar não é só contar a história da vida
do artista que fez a obra, mas também estabelecer relações dessa ou
dessas obras com o mundo ao redor, é pensar sobre a obra de arte de
forma mais ampla”.
(BARBOSA BASTOS, A. A. Arte/Educação Contemporânea. In: BARBOSA, A. M. Arte/Edu-
cação Contemporânea. São Paulo: Cortez, 2005. p. 142)

Leitura
Necessitamos nos alfabetizar visualmente.
A leitura de uma imagem implica em:
“compreendê-la, interpretá-la, descrevê-la, decompô-la para aprendê-la
enquanto objeto a conhecer.”
(PILLAR, Analice Dutra. Leitura da Imagem. Porto Alegre, Projeto Cultural Arte na Escola.
Banco de Textos do Projeto Arte na Escola n.º 007, 1993, p.1).

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Ensino da arte para crianças: abordagem triangular

“A leitura do discurso visual, que não se resume apenas à análise de


forma, cor, linha, volume, equilíbrio, movimento, ritmo, mas principal-
mente é centrada na significação que esses atributos, em diferentes
contextos, conferem à imagem, é um imperativo da contemporaneidade.”
(BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez
Editora, 2018.)

“é somente através do fazer que a criança e o adolescente podem des-


cobrir as possibilidades e limitações das linguagens expressivas, de
seus diferentes materiais e instrumentos. (...) a produção associada
às imagens pode colaborar para a construção de formas com maior
força expressiva, ao mesmo tempo em que estimula o pensar sobre a
criação visual.”
(PILLAR, Analice Dutra. O vídeo e a Metodologia Triangular no Ensino da Arte. Porto Alegre:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Fundação Iochpe,1992, p.8).

“A metodologia de análise é de escolha do professor, o importante é que


obras de arte sejam analisadas para que se aprenda a ler a imagem e
avaliá-la; esta leitura é enriquecida pela informação histórica e ambas
partem ou desembocam no fazer artístico.”
(BARBOSA, A. M. A imagem no ensino da arte. 4ª. ed. São Paulo: Perspectiva, v. II, 2001.
p. 37).

Releitura
Não é cópia, é ler de novo.
Há uma grande distância entre releitura e cópia. A cópia diz
respeito ao aprimoramento técnico, sem transformação,
sem interpretação, sem criação. Já na releitura há trans-
formação, interpretação, criação com base num referencial
num texto visual que pode estar explícito ou implícito na
obra final. Aqui o que se busca é a criação e não a repro-
dução da imagem.
(PILLAR, Analice Dutra (Org.). A educação do olhar no ensino das artes.
3a. Porto Alegre: Mediação, 2003, p. 19).

Leitura da obra
Observação silenciosa por uns minutos.
• O que você vê?
• Que elementos identifica?
• Que cores são apresentadas?
• Qual seria a técnica utilizada?
• Que materiais são utilizados?
• Quais formas podem ser identificadas? Que tipos de linhas?
• Como é o fundo?
• O que a obra diz para você?
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Wassily Kandinsky. Movimento I. 1935. Técnica mista sobre tela,


116 x 89 cm. Arte abstrata. Galeria Tretyakov, Moscou, Rússia.
Contextualização da obra
• Em que época deve ter sido produzida? Quem é o autor?
• Em que período artístico viveu?
• Qual o título?
O artista era muito interessado em sons, em música, nos elementos musicais. Ele rela-
cionava a linguagem da música à expressão visual, ao desenho, pintura, gravura.
É possível ver essa relação na obra? Como?

Fazer artístico
Pense em um movimento: gesto, dança, esporte, som etc. Que movimento você gostaria
de representar?
Como fazer este movimento com linhas no papel? Que tipos de linhas? Usaria formas
geométricas?
Depois de estruturar mentalmente ou fazendo alguns rabiscos, coloque estas ideias no
papel, produzindo um desenho.

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Ensino da arte para crianças: abordagem triangular

Caiu na prova
1. Ano: 2012 Banca: FEPESE Concurso: ABDI Cargo: Professor de Artes Visuais
Com relação à Abordagem Triangular, sistematizada por Ana Mae Barbosa na década de 1980, é
correto afirmar:
a) é um método a ser aplicado através de eixos hierárquicos lineares.
b) é uma metodologia que se limita a si mesma, não se abrindo a outras teorias.
c) a partir de seus três eixos, fazer, ler e contextualizar, é possível pensar uma atuação significativa
no ensino de Arte.
d) no eixo da leitura é possível aprender a produzir um trabalho artístico.
e) serve para quem quer um manual de caráter prescritivo.

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Ensino da arte para crianças: abordagem triangular

Gabarito
1. Letra C.

Referências
BARBOSA BASTOS, A. A. Arte/Educação Contemporânea. In: BARBOSA, A. M. Arte/Educação Contemporânea.
São Paulo: Cortez, 2005.
BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda Pereira. Abordagem Triangular no Ensino das Artes e Culturas Visuais.
São Paulo: Editora Cortez, 2010.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos de 1980 e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 2009.
BARBOSA, Ana Mae. Ensino do desenho e da arte no Brasil. Revista Nava, v. 4, n. 1/2, 2019.
BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez Editora, 2018.
BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da Educação Artística. São Paulo: Cultrix, 1975.
BARBOSA, Ana Mae. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.
IAVELBERG, R. Arte/Educação Modernista e Pós-Modernista: fluxos na sala de aula. Porto Alegre: Penso
Editora Ltda, 2017.
PILLAR, Analice Dutra (Org.). A educação do olhar no ensino das artes. 3a. Porto Alegre: Mediação, 2003.
PILLAR, Analice Dutra. Leitura da Imagem. Porto Alegre, Projeto Cultural Arte na Escola. Banco de Textos do
Projeto Arte na Escola n.º 007, 1993.
PILLAR, Analice Dutra. O vídeo e a Metodologia Triangular no Ensino da Arte. Porto Alegre: Universidade
Federal do Rio Grande do Sul: Fundação Iochpe,1992.

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