Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record,
2013. p. 13.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
870 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
2
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record,
2013. p. 13.
3
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record,
2013. p. 15-16; LIMA, Manuel. Visual complexity: mapping patterns of information. New York: Princeton
Architectural Press, 2011. p. 27; LIMA, Manuel. The book of trees: visualizing branches of knowledge. New York:
Princeton Architectural Press, 2014. p. 27.
4
LIMA, Manuel. Visual complexity: mapping patterns of information. New York: Princeton Architectural Press,
2011. p. 21-22.
5
LIMA, Manuel. The book of trees: visualizing branches of knowledge. New York: Princeton Architectural Press,
2014. p. 16.
6
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 2011. v. 1.p. 19.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
871
7
BORGES, Jorge Luis. El idioma analítico de John Wilkins. In: BORGES, Jorge Luis. Otras inquisiciones. Buenos
Aires: Emece, 1952. p. 84.
8
BORGES, Jorge Luis. El idioma analítico de John Wilkins. In: BORGES, Jorge Luis. Otras inquisiciones. Buenos
Aires: Emece, 1952. p. 84.
9
O próprio Michael Widener reuniu várias imagens desses diagramas jurídicos em forma de árvore nesse link:
https://goo.gl/iFk9SV. No mesmo sentido: LIMA, Manuel. The book of trees: visualizing branches of knowledge.
New York: Princeton Architectural Press, 2014. p. 32.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
872 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
10
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro:
Record, 2013. p. 31; LIMA, Manuel. Visual complexity: mapping patterns of information. New York: Princeton
Architectural Press, 2011. p. 33.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
873
Não demora para que essas árvores de ramos emaranhados toquem outras árvores
conceituais, dando origem assim a densas florestas ou, quando pela intervenção humana,
a verdadeiros jardins labirínticos, como metáforas de complexidade sempre crescente.
Entre os séculos XIII e XIV, o filósofo catalão e frade franciscano Ramon Llull –
um dos personagens mais interessantes da Europa medieval – concebeu representações
gráficas precursoras desses complexos diagramas arboriformes, desenhando várias
árvores cujos galhos representavam conceitos que se entrelaçam, como a arbor scientiae,
a arbor moralis, a arbor philosophica etc.11 Interessante é perceber que, a partir do século
XV, com o aprimoramento da topiária, a arte de podar plantas em formas geométrico-
ornamentais,12 a imagem de jardins labirínticos deixou de ser apenas conceitual ou
metafórica para virar, de fato, algo concreto. E os labirintos-jardins, com árvores, arbustos
e canteiros geométricos, tornaram-se cada vez mais comuns e valorizados por toda a
Europa. Paolo Santarcangeli chega mesmo a falar em uma “explosão” dessa arte da
jardinagem, a partir de finais do século XVI.13
Esse caminho de complexidade crescente – desde árvores isoladas, passando
por árvores justapostas até chegar aos ajardinados labirintos em que as árvores são
interdependentes e interconectadas em ecossistemas – segue o percurso prenunciado
pelo matemático americano Warren Weaver em um texto clássico. Nele, Weaver afirma
que, nos últimos 500 anos, o pensamento científico enfrentou problemas que variaram
da mera simplicidade (a interação de uma variável sobre as outras), passando pela
complexidade desorganizada (em que as variáveis não pareciam manter qualquer
relação entre si), até chegar aos atuais problemas de complexidade organizada (em que
múltiplas variáveis estão interdependentes e interconectadas).14
Caminho semelhante tem trilhado o direito, em que os ramos se bifurcaram
e repartem, do público ao administrativo, ao constitucional, tributário, financeiro,
econômico, do comercial ao empresarial, trabalhista, consumerista; novos ramos nascem,
alguns na base de tudo, como os direitos humanos, o ambiental, o sanitário. Eles surgem
a princípio sem relação uns com os outros numa complexidade desorganizada, mas
logo se interconectam através de veias mais largas como o direito constitucional, que
constitui um carrefour de onde partem diversos caminhos, ou na interseção entre dois
ramos mais estritos, como no caso do econômico e do ambiental que caminham juntos
a partir do paradigma do desenvolvimento sustentável.
11
STOLLEIS, Michael. O olho da lei – História de uma metáfora. Belo Horizonte: Doyen, 2014. p. 38-39. ECO,
Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record, 2013.
p. 42; LIMA, Manuel. The book of trees: visualizing branches of knowledge. New York: Princeton Architectural
Press, 2014. p. 36. Uma daquelas complexas árvores de Llull, nos primórdios do que depois viria a ser a
infografia ou a data visualisation, pode ser vista em https://goo.gl/fhyM3H.
12
HARRISON, Lorraine. Cómo leer jardines – Una guía para aprender a disfrutarlos. Madrid: H. Blume, 2012.
p. 134.
13
SANTARCANGELI, Paolo. Il libro dei labirinti. Milano: Frassinelli 1984. p. 199.
14
WEAVER, Warren. Science and complexity. American Scientist, n. 36, p. 536-544, 1948.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
874 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
15
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano. De jardins e direitos. Revista Prim@ Facie, v. 13, n. 25, p. 1-5, 2014.
16
PRUVOST, Jean. Le Jardin. Paris: Champion, 2013. p. 15.
17
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011. p. 25. John Cage diria o contrário, é verdade.
18
RUBIÓ Y TUDURÍ, Nicolas Maria. Del paraíso al jardín latino. Barcelona: Tusquets, 2000. p. 46 e ss. Para Nelson
Saldanha, “Em princípio o jardim se diz fechado, a praça, aberta. No caso, o jardim seria convexo; a praça
côncava” (SALDANHA, Nelson. O jardim e a praça: ensaio sobre o lado “privado” e o lado “público” da vida
social e histórica. Ciência & Trópico, v. 11, n. 1, p. 105-121, 1983. p. 110).
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
875
sobre aquela parcela específica de terreno. Mas a delimitação não significa isolamento:
um jardim dialoga com o terroir, o clima, o relevo, os pássaros, os insetos, implicando
sempre permeabilidade e alguma forma, ainda que sutil, de interação com o seu tempo
e o seu espaço. “Assim como Robinson Crusoé, o jardineiro cria um ambiente a partir
daquilo que a natureza lhe oferece em um dado lugar”.19 Essa delimitação, portanto, é
sempre construída.
Esse diálogo com o tempo e com o espaço permitiu (e continua a autorizar), desde
o Éden ou os jardins suspensos da Babilônia, passando pelos jardins de Academus e
Epicuro, até o paisagismo multicolorido de Burle Marx ou o paisagismo submerso de
Takashi Amano, a existência de uma infinidade de jardins memoráveis – apesar de as
obras de jardinagem serem efêmeras por definição.20
Todos esses jardins costumam agrupar-se em duas grandes escolas de paisagismo:
Há o jardim racional e geométrico, verdadeiro “paraíso ordenado”, como aquele de
canteiros retilíneos do Palácio Versailles, obra do grande André Le Nôtre, e o Jardim
Botânico do Rio de Janeiro – ambos muito bonitos, mas muito, muito longe da natureza
selvagem. Neles vislumbra-se claramente o gesto imperial de quem doma a natureza e
expropria dela algum espaço. Por outro lado, há o jardim naturalista, oriental ou inglês,
fiel à organicidade irregular da natureza, mas obviamente uma elaboração intelectual
refinada, algo que se pode ver no Hyde Park londrino ou no Parque Lage carioca. Neles,
quase não se percebe a “intervenção misteriosa (sem ervas daninhas, sem folhas caídas,
sem pedras manchadas ou fora do lugar)”21 do jardineiro, preocupado em disfarçar
limites.
Fusão e enfrentamento definem as estratégias daquelas duas principais escolas
paisagísticas. Em ambas, emerge a preocupação constituinte de dar forma aos espaços,
dizendo algo, transmitindo uma mensagem, metaforizando uma ideia. Ora, “jardins são
paisagens retóricas. Eles são feitos com os mesmos materiais que o resto da paisagem,
assim como as palavras dos retóricos são as da linguagem comum, mas são compostos
para instruir, comover e deleitar...”.22 Portanto, do mesmo modo como há retóricas
artísticas, científicas e filosóficas, há retóricas paisagísticas e jurídicas, todas com enorme
capacidade expressiva, afinal, como já bem revelou Martin Heidegger, “a Linguagem
encontra-se por toda parte”.23 Como tantas outras coisas, os jardins falam por si(lêncio),
com seus canteiros, cores, pedras, espécimes e composições.24
Na fronteira entre as escolas “rácio-geométricas” e “patos-naturalísticas” de jar
dinagem, há os jardins labirínticos, que unem o racionalismo da forma com a irracio
nalidade do conteúdo, afinal “todas as construções do homem têm um fim bastante
19
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011. p. 20.
20
HARRISON, Robert Pogue. Gardens – An essay on the human condition. Chicago: The University of Chicago
Press, 2008. p. 39; RUBIÓ Y TUDURÍ, Nicolas Maria. Del paraíso al jardín latino. Barcelona: Tusquets, 2000. p 18.
21
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011. p. 33-34; 62.
22
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011. p. 65.
23
HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 7.
24
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano; CARNEIRO, Maria Lúcia. I Sapori del Diritto: Una Libera Congettura sul
Gusto della Giuridicità (“Menu Degustazione in Quattro Portate”). ISLL Papers, v. 8, 2015. p. 13.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
876 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
claro. Por exemplo, a sala de jantar para comer, o quarto para dormir, a sala de espera
para esperar. Mas a ideia de construir um labirinto, um edifício para que quem entrar
nele se perca, é uma ideia estranhíssima”.25 Visto em jardins ingleses, chineses, franceses,
italianos, barrocos ou medievais, o labirinto é, segundo Moore, Mitchell e Turnbull, “um
emaranhado de caminhos estreitos que faz com que longas distâncias sejam comprimidas
dentro de uma pequena área”.26
Fala-se em “jardins labirínticos”, mas é preciso reconhecer que a própria figura do
labirinto não é unívoca. Há também muitas, muitas classificações disponíveis sobre eles,
com diferentes graus de complexidade. Fala-se, por exemplo, em labirintos (a) naturais,
artificiais e mistos, (b) casuais, acessórios e intencionais, (c) univiários e pluriviários,
(d) geométricos e irregulares, (e) retangulares, curvos e mistos, (f) compactos, difusos e
mistos, (g) simétricos, assimétricos e mistos, (h) acêntricos, monocêntricos e policêntricos,
(i) bidimensionais e tridimensionais, (j) simples e complexos, (k) com um ou múltiplos
ingressos.27
Parece-nos infrutífero explorar cada uma dessas propostas taxonômicas neste
instante. Para o bem da lógica do presente ensaio, toma-se, porém, a distinção proposta
por Umberto Eco28 entre três tipos de labirintos: (i) os labirintos simples de um só
curso, também chamados de clássicos ou lineares, aqueles que, como um novelo ou um
espiral, uma vez “desenrolados”, dariam origem a uma única linha (também chamados
de pseudolabirintos); (ii) os labirintos maneiristas ou Irrweg, aqueles que, uma vez
desemaranhados, dariam origem a uma árvore bidimensional, ou seja, aqueles que
propõem escolhas alternativas e binárias, ao longo do caminho, mas só uma delas leva
a um final; e, por fim, (iii) os labirintos em forma de rede, policêntricos, que não podem
ser “desenrolados”, já que cada ponto se conecta a outros pontos.
Os jardins-labirintos estão mais relacionados às formas (i) e (ii) em função da ideia
de fechamento e limites dos jardins. Sob uma outra perspectiva, é possível destacar que a
forma labiríntica descrita em (ii) possuiria algum tipo de proximidade com as concepções
dicionarizadas de saber, enquanto que as formas mais próximas de (iii) encontram maior
familiaridade com as concepções enciclopédicas e reticuladas de saber.
Os modelos epistemológicos em forma de árvore, apesar de suas muitas
qualidades, têm ao longo do tempo sofrido críticas quanto à sua centralização, rigidez,
hierarquia, linearidade, finalismo e essencialismo. Mesmo quando reunidas em jardins-
labirintos, as árvores não costumam perder a sua vocação “despótica e totalitária”,
claramente dependentes de uma “autoridade central”. Em resposta a esses impasses,
os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari desenvolveram o conceito labiríntico de
“rizoma”, um complexo modelo em rede – muito próximo da ideia de hiperlink – que
permite interconectar todo e qualquer ponto de sua estrutura flexível, acêntrica e não
hierárquica.29
25
Jorge Luís Borges apud BRAVO, Pilar; PAOLETTI, Mario. Borges verbal. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002. p. 117.
26
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011. p. 62.
27
SANTARCANGELI, Paolo. Il libro dei labirinti. Milano: Frassinelli 1984. p. 24-28.
28
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record,
2013. p. 60.
29
LIMA, Manuel. Visual complexity: mapping patterns of information. New York: Princeton Architectural Press,
2011. p. 44.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
877
30
LIMA, Manuel. Visual complexity: mapping patterns of information. New York: Princeton Architectural Press,
2011. p. 73.
31
A obra do artista visual argentino Tomás Saraceno (http://tomassaraceno.com/) constitui um bom exemplo do
que se tem chamado de networkism (http://www.networkism.org/), tendência artística que explora graficamente
algumas propriedades rizomáticas. A obra de Saraceno foi estudada sob uma perspectiva jurídica em FRANCA,
Alessandra Correia Lima Macedo. Les Principes du Droit International des Eaux: Le cas de l’Aquifère Guarani.
Saarbrücken: Presses Academique Francophone, 2014.
32
NEWMAN, Mark. Networks. Oxford: OUP, 2018. p. 1.
33
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011. p. 62; HARRISON, Lorraine. Cómo leer jardines – Una guía para aprender a disfrutarlos.
Madrid: H. Blume, 2012. p. 140.
34
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano. Prefácio: Um autor peregrino. In: CUNHA, Paulo Ferreira da. Direito
internacional: raízes e asas. Belo Horizonte: Fórum, 2017. p. 19-21.
35
LEONARDI, Emanuele. Borges: libro-mundo y espacio-tempo. Buenos Aires: Biblos, 2011. p. 63.
36
CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: G. Gilli, 2013. p. 39.
37
MURRAY, Jamie; WEBB, Thomas E.; WHEATLEY, Steven. Encountering law’s complexity. In: MURRAY, Jamie;
WEBB, Thomas E.; WHEATLEY, Steven (Ed.). Complexity theory and law: mapping an emergent jurisprudence.
London: Routledge, 2019. p. 8.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
878 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
38
Disponível em: https://www.college-de-france.fr/site/roland-barthes/1978-1979.htm.
39
RUHL, J. B. Law’s complexity: a primer. Georgia State University Law Review, v. 24, n. 4, p. 886-911, 2012. p. 898.
40
MURRAY, Jamie; WEBB, Thomas E.; WHEATLEY, Steven. Encountering law’s complexity. In: MURRAY, Jamie;
WEBB, Thomas E.; WHEATLEY, Steven (Ed.). Complexity theory and law: mapping an emergent jurisprudence.
London: Routledge, 2019. p. 8-9.
41
CARBONNIER, Jean. Flexible droit. Paris: LGDJ, 2001. p. 21-24.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
879
[W]e have reached a stage where the pace of discovery and the nature of shared knowledge
bring the whole venerable exercise disciplinary fads into question. I believe we are
entering a period of transcience, where it is becoming necessary that training in areas with
fundamental mathematical, computational and logical principles should be emancipated
from a single class of historically contingent case studies.45
Depois de citar, por exemplo, como a física estatística pode ser tão útil na
compreensão dos fenômenos sociais quanto no estudo das propriedades da matéria
condensada, ou como a teoria computacional pode dialogar com a dinâmica evolutiva,
Krakauer sugere:
One of the significant contributions of SFI in this new landscape has been to show how
ideas have a far greater compass than their original purpose suggests. [...] Transcience is
an expression that seeks to recognize the pursuit of plenary or synthetic knowledge as an
institutional priority.46
42
OST, François; KERCHOVE, Michel Van de. De la pyramide au réseau? Pour une théorie dialectique du droit.
Bruxelles: Presses de l’Université Saint-Louis, 2010, passim.
43
NEWMAN, Mark. Networks. Oxford: OUP, 2018. p. 2-7.
44
OST, François; KERCHOVE, Michel Van de. De la pyramide au réseau? Pour une théorie dialectique du droit.
Bruxelles: Presses de l’Université Saint-Louis, 2010, passim.
45
KRAKAUER, David C. Transcience: disciplines and the advance of plenary knowledge. SFI Bulletin, n. 25, 2011.
p. 4.
46
KRAKAUER, David C. Transcience: disciplines and the advance of plenary knowledge. SFI Bulletin, n. 25, 2011.
p. 4.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
880 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
É justo registrar que o conceito de transciência não foi uma criação de Krakauer
ou tampouco do Santa Fe Institute. Um dos registros mais antigos do termo aparece
já no título de um poema de amor de Joseph Stanley Pennell, publicado em 1933.47 Em
1977, o termo foi retrabalhado pelo físico Alvin M. Weinberg48 para tratar de questões
que, embora formuladas pela ciência, necessitavam de pontes de conhecimento com
saberes não científicos para serem respondidas.
Por trás da noção de transciência está a ideia de que os sistemas complexos
possuem certos padrões. Entende-se, por exemplo, que um organismo responde a certas
informações de maneira muito semelhante a uma rede de computadores ou a uma rede
de insumos econômicos. Assim, a compreensão de determinadas características de um
sistema pode ser a chave para decifrar outros sistemas. Assim, o estudo das células pode
oferecer, por exemplo, insights a economistas ou cientistas da computação (e vice-versa).
Esses hiperlinks heterodoxos entre disciplinas, saberes, especulações, conhecimentos,
cientistas e artistas constituem o elemento central da transciência.
No direito, a abertura, a permeabilidade, a multidimensionalidade permitidas
pelo estabelecimento desses hiperlinks epistemo-metodológicos transcientíficos são não
apenas possíveis e permitidas quanto desejáveis e mesmo necessárias.49 O fenômeno já
foi experimentado por juristas do porte de Pontes de Miranda50 e Goffredo Telles Junior,51
que se valeram da física, da química e da biologia para desenvolver uma compreensão
mais profunda da juridicidade. O patologista e histologista austríaco Salomon Stricker
publicou, em 1884, um eficaz manual de propedêutica jurídica chamado Physiologie
des Rechts.52 Noutro caso, a biologia serviu às explicações de filosofia do direito de
René Sève.53
47
O poema Transciency, de Joseph Stanley Pennell, foi publicado na revista Poetry (v. 43, n. 1, out. 1933, p. 13), e
dizia o seguinte:
“TRANSCIENCY
Now you may go, and never see me more,
For I am set upon by little things;
And you are that I knew you were before
You smiled-another wall for beating wings
To beat against, and never span the space
Between the false and true. Now you shall go!
My time, dimension and your lovely face
Remain irrelevant as fire to snow.
As blood forgets its content in the dust,
As atoms dissipate, as chance sorts life
To waste and seed, and moves it all with lust,
I shall forget our little while in strife.
For you I cannot lift a broken voice,
Because there is no love nor any choice”.
48
WEINBERG, Alvin M. The limits of science and trans-science. Interdisciplinary Science Reviews, v. 2, n. 4,
p. 337-342, 1977.
49
RAISCH, Marylin J. Codes and hypertext: the intertextuality of international and comparative law. Syracuse
Journal of International Law & Commerce, v. 35, n. 1, p. 101-131, 2008, passim; BOEHME-NESSLER, Volker.
Hypertext und Recht: Rechtstheoretische Anmerkungen zum Verhältnis von Sprache und Recht im
Internetzeitalter. Zeitschrift für Rechtssoziologie, v. 26, n. 2, 2005, passim.
50
SALDANHA, Nelson. Espaço e tempo na concepção do direito de Pontes de Miranda. Revista de Informação
Legislativa, v. 25, n. 97, p. 271-282, 1988.
51
“A complexidade corporifica a matéria” (TELLES JUNIOR, Goffredo. Direito quântico – Ensaio sobre o
fundamento da ordem jurídica. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 154. A primeira edição é de 1970).
52
STRICKER, S. Physiologia do direito. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1910.
53
SÈVE, René. Philosophie et Théorie du Droit. Paris: Dalloz, 2007. p. 5 e ss.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
881
[T]he metaphors and intuitions that guide physicists can enrich our comprehension of
social and legal issues. I borrow metaphors from physics tentatively; my purpose is to
explore the heuristic ramifications for the law; my criterion of appraisal is whether the
concepts we might draw from physics promote illuminating questions and directions. I
press forward in this endeavor because I believe that reflection upon certain developments
in physics can help us hold on to and refine some of our deeper insights into the pervasive
and profound role law plays in shaping our society and our lives.54
54
TRIBE, Laurence H. The curvature of constitutional space: what lawyers can learn from modern physics.
Harvard Law Review, v. 103, n. 1, 1989. p. 2.
55
TRIBE, Laurence H. American constitutional law. New York: Foundation Press, 2000. p. 40.
56
HÄBERLE, Peter; BLANKENAGEL, A. Fußnoten als Instrument der Rechtswissenschaft. Rechtstheorie, v. 19,
n. 1, p. 116-136, 1988. p. 116.
57
BASEDOW, Jürgen. Prolegomena zu einer funktionalistischen Theorie der Fußnote. Zeitschrift für Europäisches
Privatrecht, p. 671-672, 2008.
58
RIESS, Peter. Vorstudien zu einer Theorie der Fußnote. Berlin: de Gruyter, 1983.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
882 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
59
FOUREZ, Gérard. A construção das ciências. São Paulo: Editora Unesp, 1995. p. 103.
60
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 2011. v. 1. p. 10.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
883
5 Conclusão
O direito transjurídico é um direito labiríntico, de entrecruzamentos, multipli
cidades, complexidades, perplexidades e paradoxos. Jorge Luís Borges, cultor de
labirintos e de paradoxos, cuida desses temas em um conto chamado Os dois reis e os
dois labirintos”.61 Ali, narra que, certa feita, um rei babilônio fez construir um labirinto
escandaloso e, ao receber a visita de um rei árabe, humilhou-o aprisionando-o no
seu intrincado labirinto. O rei árabe teve enorme dificuldade em descobrir a saída,
61
BORGES, Jorge Luis. Os dois reis e os dois labirintos. In: BORGES, Jorge Luis. O Aleph. Porto Alegre: Globo,
1972. p. 107.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
884 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
só a encontrando depois de implorar pelo socorro divino. O rei árabe acabou um dia
aprisionando o rei da Babilônia e o levou para o deserto onde o largou dizendo:
Decerto, o Saara oferece, a perder de vista, somente uma areia uniforme, ou melhor, um
cascalho pedregoso, pois as dunas são raras. Ali se fica imerso permanentemente nas
condições propícias ao tédio. Contudo, divindades invisíveis constroem uma rede de
direções, de declives e sinais, uma musculatura secreta e viva. Não há mais uniformidade.
Tudo se orienta. Um silêncio não se parece com outro silêncio.63
62
BORGES, Jorge Luis. Os dois reis e os dois labirintos. In: BORGES, Jorge Luis. O Aleph. Porto Alegre: Globo,
1972. p. 108.
63
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. Carta a um refém. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2018. p. 18.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
885
Sejamos “todo ouvidos”. O labirinto constitui uma das três partes do ouvido,
também conhecida como o ouvido interno. Nesse campo, o labirinto é uma estrutura que
também alia o conceito de hibridismo, já que possui elementos ósseos, membranáceos e
líquidos, e de complexidade que está na origem da escolha do nome pelos anatomistas.
O fato de este labirinto anatômico congregar duas das funções mais importantes da
juridicidade, quais sejam a função de audição e de equilíbrio, mostra-se revelador do
alcance dessa metáfora. E se na anatomia humana as funções de audição e equilíbrio se
dão no labirinto, então é possível acreditar que o ouvir e o equilibrar da justiça ainda são
possíveis nesse cenário de hibridismo e complexidade, ou só são possíveis através disso.
Para os céticos, aqueles a quem a ideia de que o labirinto auditivo como metáfora
para o jurídico pareceu um excesso retórico, uma excentricidade teórica, há de se recordar
muitos juristas do passado a quem a biologia já ofereceu ao direito e pode continuar a
oferecer modelos imbuídos de grande criatividade, imaginação e, claro, utilidade.
Sobre criatividade e imaginação, cabe lembrar a lição de outro eminente consti
tucionalista. Em maio de 1954, Paul Claussen Jr., um garoto de 12 anos, de Alexandria,
no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, enviou uma carta a Felix Frankfurter, juiz
da Suprema Corte entre 1939 e 1962. O jovem dizia-se interessado em ingressar na
carreira jurídica e pedia um conselho ao grande jurista norte-americano sobre algumas
maneiras de começar a se preparar enquanto ainda estava na escola. A resposta de Felix
Frankfurter a Paul Claussen Jr. revela seu potencial visionário sobre o paradigma da
transjuridicidade:
My Dear Paul:
No one can be a truly competent lawyer unless he is a cultivated man. If I were you, I would
forget all about any technical preparation for the law. The best way to prepare for the law
is to come to the study of the law as a well-read person. Thus, alone can one acquire the
capacity to use the English language on paper and in speech and with the habits of clear
thinking which only a truly liberal education can give. No less important for a lawyer is
the cultivation of the imaginative faculties by reading poetry, seeing great paintings, in
the original or in easily available reproductions, and listening to great music. Stock your
mind with the deposit of much good reading, and widen and deepen your feelings by
experiencing vicariously as much as possible the wonderful mysteries of the universe, and
forget about your future career.
With good wishes,
Sincerely yours,
Felix Frankfurter64
Referências
BASEDOW, Jürgen. Prolegomena zu einer funktionalistischen Theorie der Fußnote. Zeitschrift für Europäisches
Privatrecht, p. 671-672, 2008.
BOEHME-NESSLER, Volker. Hypertext und Recht: Rechtstheoretische Anmerkungen zum Verhältnis von
Sprache und Recht im Internetzeitalter. Zeitschrift für Rechtssoziologie, v. 26, n. 2, 2005. DOI: https://doi.
org/10.1515/zfrs-2005-0202.
64
FRANKFURTER, Felix. Advice to a young man interested in going into law. Jaipur Law Journal, v. II, 1962. p. 318.
ANA CLÁUDIA NASCIMENTO GOMES, BRUNO ALBERGARIA, MARIANA RODRIGUES CANOTILHO (COORD.)
886 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIÁLOGOS EM HOMENAGEM AO 80º ANIVERSÁRIO DE J. J. GOMES CANOTILHO
BORGES, Jorge Luis. El idioma analítico de John Wilkins. In: BORGES, Jorge Luis. Otras inquisiciones. Buenos
Aires: Emece, 1952.
BORGES, Jorge Luis. Os dois reis e os dois labirintos. In: BORGES, Jorge Luis. O Aleph. Porto Alegre: Globo, 1972.
BRAVO, Pilar; PAOLETTI, Mario. Borges verbal. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002.
CARBONNIER, Jean. Flexible droit. Paris: LGDJ, 2001.
CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: G. Gilli, 2013.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 2011. v. 1.
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record,
2013.
FOUREZ, Gérard. A construção das ciências. São Paulo: Editora Unesp, 1995.
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano. De jardins e direitos. Revista Prim@ Facie, v. 13, n. 25, p. 1-5, 2014.
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano. Prefácio: Um autor peregrino. In: CUNHA, Paulo Ferreira da. Direito
internacional: raízes e asas. Belo Horizonte: Fórum, 2017.
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano; CARNEIRO, Maria Lúcia. I Sapori del Diritto: Una Libera Congettura
sul Gusto della Giuridicità (“Menu Degustazione in Quattro Portate”). ISLL Papers, v. 8, 2015.
FRANCA, Alessandra Correia Lima Macedo. Les Principes du Droit International des Eaux: Le cas de l’Aquifère
Guarani. Saarbrücken: Presses Academique Francophone, 2014.
FRANKFURTER, Felix. Advice to a young man interested in going into law. Jaipur Law Journal, v. II, 1962.
HÄBERLE, Peter; BLANKENAGEL, A. Fußnoten als Instrument der Rechts-Wissenschaft. Rechtstheorie,
v. 19, n. 1, p. 116-136, 1988.
HARRISON, Lorraine. Cómo leer jardines – Una guía para aprender a disfrutarlos. Madrid: H. Blume, 2012.
HARRISON, Robert Pogue. Gardens – An essay on the human condition. Chicago: The University of Chicago
Press, 2008.
HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2012.
KRAKAUER, David C. Transcience: disciplines and the advance of plenary knowledge. SFI Bulletin, n. 25, 2011.
LEONARDI, Emanuele. Borges: libro-mundo y espacio-tempo. Buenos Aires: Biblos, 2011.
LIMA, Manuel. The book of trees: visualizing branches of knowledge. New York: Princeton Architectural Press,
2014.
LIMA, Manuel. Visual complexity: mapping patterns of information. New York: Princeton Architectural Press,
2011.
MOORE, Charles W.; MITCHELL, William J.; TURNBULL JR., William. A poética dos jardins. Campinas:
Editora da Unicamp, 2011.
MURRAY, Jamie; WEBB, Thomas E.; WHEATLEY, Steven. Encountering law’s complexity. In: MURRAY, Jamie;
WEBB, Thomas E.; WHEATLEY, Steven (Ed.). Complexity theory and law: mapping an emergent jurisprudence.
London: Routledge, 2019.
NEWMAN, Mark. Networks. Oxford: OUP, 2018.
OST, François; KERCHOVE, Michel Van de. De la pyramide au réseau? Pour une théorie dialectique du droit.
Bruxelles: Presses de l’Université Saint-Louis, 2010.
PENNELL, Joseph Stanley. Transciency. Poetry, v. 43, n. 1, 1933.
PRUVOST, Jean. Le Jardin. Paris: Champion, 2013.
RAISCH, Marylin J. Codes and hypertext: the intertextuality of international and comparative law. Syracuse
Journal of International Law & Commerce, v. 35, n. 1, p. 101-131, 2008.
RIESS, Peter. Vorstudien zu einer Theorie der Fußnote. Berlin: de Gruyter, 1983.
MARCÍLIO TOSCANO FRANCA FILHO, ALESSANDRA MACEDO FRANCA
UM PASSEIO PELOS JARDINS DO DIREITO – HIPERTEXTOS, TRANSCIÊNCIA E TRANSJURIDICIDADE
887
RUBIÓ Y TUDURÍ, Nicolas Maria. Del paraíso al jardín latino. Barcelona: Tusquets, 2000.
RUHL, J. B. Law’s complexity: a primer. Georgia State University Law Review, v. 24, n. 4, p. 886-911, 2012.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. Carta a um refém. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2018.
SALDANHA, Nelson. Espaço e tempo na concepção do direito de Pontes de Miranda. Revista de Informação
Legislativa, v. 25, n. 97, p. 271-282, 1988.
SALDANHA, Nelson. O jardim e a praça: ensaio sobre o lado “privado” e o lado “público” da vida social e
histórica. Ciência & Trópico, v. 11, n. 1, p. 105-121, 1983.
SANTARCANGELI, Paolo. Il libro dei labirinti. Milano: Frassinelli 1984.
SÈVE, René. Philosophie et Théorie du Droit. Paris: Dalloz, 2007.
STOLLEIS, Michael. O olho da lei – História de uma metáfora. Belo Horizonte: Doyen, 2014.
STRICKER, S. Physiologia do direito. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1910.
TELLES JUNIOR, Goffredo. Direito quântico – Ensaio sobre o fundamento da ordem jurídica. São Paulo:
Saraiva, 2014.
TRIBE, Laurence H. American constitutional law. New York: Foundation Press, 2000.
TRIBE, Laurence H. The curvature of constitutional space: what lawyers can learn from modern physics.
Harvard Law Review, v. 103, n. 1, 1989.
WEAVER, Warren. Science and complexity. American Scientist, n. 36, p. 536-544, 1948.
WEINBERG, Alvin M. The limits of science and trans-science. Interdisciplinary Science Reviews, v. 2, n. 4,
p. 337-342, 1977.
Informação bibliográfica deste texto, conforme a NBR 6023:2018 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT):
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano; FRANCA, Alessandra Macedo. Um passeio pelos jardins do direito
– Hipertextos, transciência e transjuridicidade. In: GOMES, Ana Cláudia Nascimento; ALBERGARIA,
Bruno; CANOTILHO, Mariana Rodrigues (Coord.). Direito Constitucional: diálogos em homenagem ao
80º aniversário de J. J. Gomes Canotilho. Belo Horizonte: Fórum, 2021. p. 869-887. ISBN 978-65-5518-191-3.