Você está na página 1de 4

A expressividade e o Intérprete: Não existe amor em SP

Aline Emanuele de Lima Antunes


aline.e_lima@hotmail.com
Alexandre Vosch Pacheco de Carvalho
alexvosch@gmail.com
Luiza Brustolin Biscaia
lbbiscaia@gmail.com
Rafael Andretta Selusnhaki
rafael.selus@gmail.com
Rhian Machado Fortunato
rhian.machado.46@estudante.unespar.edu.br
Unespar, Licenciatura em Mú sica/8º Período
Curitiba-PR

Resumo. Este trabalho consiste em uma aná lise de três versõ es de uma mesma cançã o, com
subsídio em abordagens teó ricas da semió tica da mú sica. Contando com um referencial
teó rico de autores como: Luiz Tatit, Andréa Pico e Peter Dietrich. Abordando aspectos
rítmicos-meló dicos e como as escolhas nesses â mbitos refletem na expressividade da versã o
de cada intérprete.

Palavras-chave. Formas de Aná lise. Tematizaçã o. Passionalizaçã o. Figurativizaçã o.

1. Introdução: Diferentes formas de Análise:


A pesquisa realizada neste trabalho irá analisar três versõ es da cançã o: “Nã o
existe amor em SP”, lançada em 2011, componente do á lbum “Nó na orelha”. Esta cançã o
é pertencente a diferentes gêneros como: Pop Indiano, Clá ssica, Hip-Hop/Rap e French
Rap. A abordagem analística se baseia no autor Luiz Tatit (1998), na qual ele prevê uma
diferença advinda da aceleraçã o ou desaceleraçã o do pulso. O primeiro caso traria como
resultado a “tematizaçã o”, resultando em motivos repetidos e um pulso está vel. Já a
“passionalizaçã o” se trata do segundo caso, a desaceleraçã o ocasiona uma maior duraçã o
das notas e um enfoque no â mbito das alturas, outras características sã o o
prolongamento de vogais e saltos com diferentes intervalos. Um outro elemento
caracterizado como “desestabilizador”, consiste no processo que evidencia a fala,
retornando a características de desestabilidade pró prias do discurso oral. Esses eventos
podem ser combinados durante a interpretaçã o e nã o sã o exclusivos criando diferentes
expressividades e mecanismos interpretativos. O trabalho também usa como referência
o artigo: “Preciso me encontrar: o intérprete como produtor de sentido”, dos autores
Andrea Picon e Peter Dietrich. No qual eles analisam três versõ es da cançã o: “Preciso me
encontrar” do compositor Antô nio Candeia Filho. As quais embasaram a aná lise
proposta durante este trabalho.

1. Tematização (Versão Criolo - 2011):


Levando em consideraçã o a definiçã o de tematizaçã o, podemos apontar que a
versã o do Kleber Cavalcante Gomes (Criolo), lançada em 2011, apresenta uma tendência
à tematizaçã o, se comparada com as outras com as outras versõ es. Pois o ritmo está bem
definido, com um pulso marcado e motivos rítmico-meló dicos repetitivos. A estabilidade
do pulso rá pido, evita que este se perca durante a interpretaçã o, já a repetiçã o dos
motivos auxilia em sua memorizaçã o, pois o nú mero de informaçõ es presentes é menor.
Esta versã o apresenta os seguintes instrumentos: Piano, violino, bateria e baixo elétrico.
Evidenciando a presença de um pulso constante e ritmo repetitivo, com pequenas
exceçõ es pontuais, destas podemos destacar o trecho final. Já na voz, apesar da possível
tendência a uma tematizaçã o, também é possível destacar momentos com
características da passionalizaçã o, pois as notas têm um aumento de sua duraçã o e um
pulso desacelerado. Com efeito, produz uma valorizaçã o de seu perfil meló dico,
denotando aspectos emocionais do narrador ou intérprete, dando destaque a questõ es
mais afetivas.

2. Passionalização (Versão Milton Nascimento):

3. Figurativização (Versão Glória):


Nessa aná lise podemos destacar o fenô meno da figurativizaçã o ao notar que
na performance da banda Gló ria, o vocalista Mi Vieira com suas técnicas usa sua voz de
forma gritada, e nã o cantada. Trazendo um forte contraste com a obra original, a mú sica
é reproduzida dentro do sub-gênero Metalcore, o qual pertence ao Rock. A performance
também conta com o vocal de Elliot, também guitarrista da banda, o qual contribui
também com linhas mais meló dicas e cantadas, diferentes do vocal principal da banda,
Mi Vieira. Assim podemos concluir que a banda Gló ria interpretou a obra de Criolo
totalmente dentro de sua pró pria identidade sonora, preservando suas guitarras
distorcidas e seus vocais guturais.
4. Análise das alturas:

Exemplo 1: Primeira Frase nas três versõ es

Neste primeiro exemplo é notá vel que quando se trata da sequência meló dica da
primeira frase “Nã o Existe Amor em SP”. Nenhum

Referências:

TATIT, L.A.M. (1998). Musicando a semió tica. Sã o Paulo:Annablume.


DIETRICH, P. ; PICON, A. . Preciso me encontrar: o intérprete como produtor de sentido.
In: I Encontro Nacional de Cogniçã o e Artes Musicais (ENCAM), 2006, Curutiba. Anais do
I Encontro Nacional de Cogniçã o e Artes Musicais (ENCAM). Curitiba: Editora do
Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná , 2006. v. 1. p. 125-130.
Acesso em: 18/dez./2022.

Você também pode gostar