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23/10/2013

Universidade Federal do Espírito Santo

Estruturas mistas aço-concreto

Prof. Fernanda Calenzani

Curso de Estruturas Mistas Aço e Concreto

Universidade Federal do Espírito Santo

Vigas mistas aço-concreto

Curso de Estruturas Mistas Aço e Concreto

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23/10/2013

Tipos de Vigas Mistas


A transmissão
parcial ou total
dos esforços
cisalhantes
longitudinais, é
garantida pela
utilização de
conectores de
cisalhamento ou
pelo embutimento
do perfil.

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Tipos de lajes usadas nas Vigas Mistas

- Moldada in-loco → Laje de concreto maciça onde os


conectores são soldados diretamente à mesa superior do
perfil e incorporados à laje;

- Mista → moldada
in-loco com fôrma de aço
incorporada, onde os
conectores são soldados
Através da fôrma de aço à
mesa do perfil;

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Tipos de lajes usadas nas Vigas Mistas


- Pré-moldada

→ laje contendo elementos


pré-fabricados e moldados in
loco. Neste caso, as vigotas
são espaçadas da largura das
lajotas cerâmicas de
enchimento, apóiam-se na
mesa superior das vigas
metálicas e os conectores são
soldados a esta mesa nos
intervalos entre as vigotas

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Interação total e parcial em vigas mistas


Em vigas de aço isoladas, o escorregamento na interface aço-concreto é permitido e
formam-se duas linhas neutras. A resistência da laje no plano de flexão da viga não é
considerada.
No caso de interação parcial, ocorre a formação de duas linhas neutras, porém com
escorregamento relativo inferior ao da viga isolada. E, por fim, no caso de interação
total considera-se que o deslocamento relativo na interface possa ser desprezado e assim
ocorre a formação de apenas uma linha neutra.

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Interação total e parcial em vigas mistas


Na interação parcial, o estado limite último que governa o
dimensionamento está relacionado ao colapso da conexão
Na interação total, o estado limite último que prevalece está
relacionado ao esgotamento da resistência da seção mista à
flexão.

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Construções Escorada e Não Escorada


Um aspecto importante no dimensionamento de estruturas mistas é a
verificação da condição durante a construção, pois o concreto necessita
de um período, para atingir a sua resistência de projeto, e as solicitações
impostas durante esta fase podem ser diferentes da situação definitiva.

O peso próprio do concreto é normalmente substancial e, por isto, muitas


vezes, a dimensão necessária do perfil de uma viga mista pode ser
determinada pela sua capacidade de resistir isoladamente às solicitações
durante a construção.

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Construção Escorada

Todos os esforços serão resistidos pela seção mista


As deflexões também serão as da seção mista; portanto,
menores que da seção isolada.
Não há necessidade de verificação
Curso de
na situação de construção
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Construção Não Escorada

Durante a fase de construção, os perfis de aço das vigas


mistas devem ser dimensionados para resistir a todos os
esforços
Após a cura do concreto, o carregamento acidental será
resistido pela seção mista, no entanto, ocorre uma
sobreposição das tensões aplicadas antes e depois da cura do
concreto.
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Estados limites últimos para Construção Escorada


Os estados limites últimos possíveis no sistema misto são devidos a
atuação do momento fletor e da força cortante. Porém, como a
mesa superior do perfil de aço encontra-se continuamente unida à
laje pelos conectores, não pode ocorrer a flambagem lateral com
torção (FLT). Além disso, mesmo que a mesa superior esteja
comprimida, sua flambagem local (FLM) não representa uma
estado-limite último.
Portanto, nas vigas mistas biapoiadas, o estado limite último para
momento fletor está associado apenas à flambagem local da alma
(FLA).

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Estados limites últimos para Construção não Escorada


As vigas de aço devem possuir resistência para suportar todas as ações
que aparecem antes da cura. Devem ser verificados os estados limites de
FLT, FLM e FLA.
“Geralmente, nas vigas internas, as formas proporcionam contenção lateral
contínua, mas nas vigas de extremidade, devem ser tomados cuidados
especiais como, por exemplo, fixá-las à forma ou à viga adjacente” (Castro
e Silva e Fakury, apostila UFMG).
“A viga de aço é calculada assumindo-se que esteja lateralmente travada
pela fôrma, se esta possuir rigidez suficiente e estiver adequadamente ligada
a ela, como é o caso de fôrmas de aço de nervuras transversais ao eixo da
viga”, (Queiroz, 2001).
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Estados limites de serviço


Flecha excessiva
A soma da flecha do perfil de aço, δpa, isolado sujeito à carga
permanente nominal aplicada antes da cura, com a flecha da viga
mista, δvm, sujeita à combinação rara de ações aplicadas após a cura
não deve exceder L/350, sendo L o vão da viga. Além disso, a parcela
δvm não deve exceder 15 mm quando houver paredes de alvenaria
sobre ou sob o piso analisado.

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Estados limites de serviço


Vibrações excessivas
A ABNT NBR 8800:2008 apresenta uma recomendação prática que
nem sempre é adequada. Consiste na aplicação de limites para o
deslocamento das vigas de piso, conforme a seguir:
• 20 mm para pisos sujeitos à atividades de caminhada apenas,
• 9 mm para pisos sujeitos à atividades rítmicas (dança ou
ginástica) ou práticas de esportes pouco repetitivas,
• 5mm para os pisos acima citados, porém com práticas de
esportes muito repetitivas.

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Conectores de cisalhamento

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Conectores de cisalhamento
A resistência dos conectores é normalmente analisada por meio de
ensaios tipo “push out” cujo esquema está apresentado abaixo. As mesas
de um pequeno perfil I de aço são conectadas a duas lajes de concreto
também pequenas. As lajes são colocadas em cima de uma chapa da
máquina de ensaio de compressão e a carga é aplicada na extremidade
superior do perfil de aço. O deslizamento entre o perfil de aço e as duas
lajes é medido em muitos pontos.
O deslizamento médio é
plotado versus a carga
em um pino com
cabeça, onde pode ser
determinada a carga de
falha do conector.

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Conectores de cisalhamento
Ensaios de push out necessitam ser feitos para um intervalo de
resistência do concreto, pois a resistência do concreto influencia o modo
de falha bem como a carga de falha. Outra propriedade que pode ser
obtida deste tipo de ensaio é a capacidade de deslizamento, δu.
Segundo o EN 1994-1-1, δu é o máximo deslizamento no nível de carga
PRk, normalmente no intervalo de falha da curva carga versus
deslizamento.

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Conectores de cisalhamento
De acordo com o EN 1994-1-1, um conector pode ser considerado dútil,
se δu > 6 mm.
Os conectores rígidos apresentam ruptura frágil, isto é, não apresenta
patamar de escoamento, enquanto os conectores flexíveis apresentam
este patamar e consequentemente apresenta ruptura dúctil.
O uso de conectores flexíveis conduz a um projeto mais simples.

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Conectores de cisalhamento
A distribuição das tensões cisalhantes em uma viga biapoiada é
próxima ao modelo de força cortante para este tipo de viga.
Isto é, esforço máximo nos apoios variando lineramente e esforço nulo
no meio do vão.
Com a capacidade de deformação dos conectores flexíveis antes da
ruptura é possível considerar uma redistribuição das tensões do
conector mais solicitado (próximo ao apoio) ao menos solicitado (no
meio do vão). Pode-se então projetar o conector e seu espaçamento
constantes ao longo do vão

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Conectores de cisalhamento
No caso da análise elástica em que todos os componentes da viga
mista estejam trabalhando sob tensões elásticas, é conveniente
que o espaçamento entre conectores seja diferenciado ao longo da
viga, concentrando-os nos apoios e nas regiões de carga
concentrada.

Nos casos possíveis de análise rígido-plástica, em vigas mistas


submetidas à ações uniformemente distribuídas, pode-se
considerar espaçamento constante entre conectores, desde que
estes sejam dúcteis, isto é sejam capazes de retribuir as tensões.

A NBR 8800 (2008) só trata de conectores dúcteis, tipo pino com


cabeça e perfil U laminado ou formado a frio

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Conectores de cisalhamento
No caso de conectores dúcteis, quando a resistência máxima é atingida,
ocorre a deformação e a transferência do esforço para o conector
vizinho, e assim por diante dos apoios para o meio do vão, admitindo-se
plastificação total dos conectores. Desta maneira, pode-se projetar o
conector e seu espaçamento constantes ao longo de todo o vão.

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Conector tipo pino com cabeça


Desenvolvido na década de 40, consiste de um pino especialmente projetado
para funcionar como um eletrodo de solda por arco elétrico e ao mesmo tempo,
após a soldagem, como conector de cisalhamento, possuindo uma cabeça com
dimensões padronizadas para cada diâmetro

Na prática, apenas o diâmetro de 19 mm é utilizado em estruturas. Serão


considerados apenas os conectores dutéis, ou seja, aqueles cujo comprimento
seja superior a quatro vezes o diâmetro, portanto, igual ou superior a 76 mm.
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Conector tipo pino com cabeça


O aço utilizado na fabricação dos pinos é o ASTM A-108 grau 1020. Deve-se
especificá-lo para ser produzido com resistência à tração mínima de 415 MPa e
limite de escoamento não inferior a 345 MPa.

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Resistência de um Conector tipo pino com cabeça


Os conectores tipo pino com cabeça podem alcançar sua máxima carga quando o
concreto ao seu redor falha, ou, se o concreto for mais resistente, quando o corpo do
conector falha por cisalhamento. Portanto, a resistência QRd de um pino com cabeça
deve ser tomada como o menor entre os valores obtidos pelas Eqs. (1) e (2)

 1 Acs f ck E c

2
( Eq . 1)
=
γ cs
 R g R p Acs f ucs ( Eq . 2 )
Q Rd


 γ cs

Acs = área do conector


Ec = módulo de elasticidade do concreto
fck = resistência característica do concreto
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Resistência de um Conector tipo pino com cabeça

 1 Acs f ck E c

2
( Eq .1)
=
γ cs
 R g R p Acs f ucs ( Eq .2 )
Q Rd


 γ cs

fucs = resistência à ruptura do aço do conector


Rg = coeficiente para consideração do efeito de atuação de grupos de conectores
Rp = coeficiente para consideração da posição do conector

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Resistência de um Conector tipo pino com cabeça

Conector tipo pino com cabeça


O comportamento de conectores colocados dentro de nervuras das fôrmas de
aço é muito mais complexo que o dos colocados em lajes maciças, sendo
influenciado por diversos fatores. Esses fatores podem provocar uma redução
da resistência nominal dos conectores, daí a necessidade de incorporação dos
coeficientes Rp e Rg na segunda fórmula

Deve-se tomar para o coeficiente Rg os seguintes valores:


a) 1,00, para um conector soldado em uma nervura de fôrma de aço perpendicular ao perfil de
aço; para qualquer número de conectores em uma linha soldados diretamente no perfil de
aço; para qualquer número de conectores em uma linha soldados através de uma fôrma de
aço em uma nervura paralela ao perfil de aço e com relação bf/hf igual ou superior a 1,5;

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Resistência de um Conector tipo pino com cabeça

Conector tipo pino com cabeça

b) 0,85, para dois conectores soldados em uma nervura de fôrma de aço perpendicular ao
perfil de aço; para qualquer número de conectores soldados através de uma fôrma de aço
em uma nervura paralela ao perfil de aço e com relação bf/hf inferior a 1,5.

c) 0,7, para três ou mais conectores soldados em uma nervura de fôrma de aço
perpendicular ao perfil de aço.

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Resistência de um Conector tipo pino com cabeça

Conector tipo pino com cabeça


Rp deve ter os seguintes valores :
-1,00 para conectores soldados diretamente no perfil de aço; havendo nervura
paralelas ao perfil, pelo menos 50% da mesa deve ter contato com concreto;
-0,75 para conectores soldados em laje mista com nervuras perpendiculares
ao perfil e emh ≥ 50mm . Para conectores soldados em uma forma com
nervuras paralelas ao perfil;
- 0,60 para conectores soldados em laje mista com nervuras perpendiculares
ao perfil e emh ≤ 50mm .

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Resistência de um Conector tipo pino com cabeça


Conector tipo pino com cabeça
Rg Rp
Laje Maciça - 1,0 1,0
1,0 0,75

Laje Mista com nervuras


orientadas paralelamente 0,85 0,75

1 1,0 0,6*

Laje Mista com Nervuras


2 0,85 0,6*
orientadas
perpendicularmente (número
de conectores ocupando a 3 ou mais 0,7 0,6*
mesma nervura)

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Resistência de um conector tipo pino com cabeça

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Resistência de um conector tipo pino com cabeça

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Resistência de um conector tipo pino com cabeça


Estudos feitos nos EUA mostram que a resistência estática total de um pino
com cabeça pode ser desenvolvida se a relação d/t (diâmetro do
conector/espessura da chapa a qual forem soldados) for menor que 2,7,
entretanto, o EN 1994-1-1 utiliza o limite de 2,5. Essa regra impede o uso de
pinos com cabeça como conexão de cisalhamento em lajes mistas. Ensaios com
cargas repetitivas mostraram que para a mesa sujeita a tensão de tração
alternadas, d/t não pode ser superior a 1,5.

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Disposições para o uso de lajes mistas em vigas mistas


• Altura hF das nervuras da fôrma de aço igual ou inferior a 75 mm;

• Largura média bF da mísula ou da nervura situada sobre o perfil de aço deve ser igual
ou superior a 50 mm. Para efeito de cálculo, essa largura não pode ser tomada maior
que a largura livre mínima no nível do topo da fôrma;

• Os conectores podem ser soldados ao perfil de aço através da fôrma ou diretamente,


fazendo-se furos na fôrma; no caso de solda através da fôrma são necessários cuidados
especiais para garantir a fusão completa do conector com o perfil, quando a espessura
da fôrma for maior que 1,5 mm para fôrma simples e 1,2 mm no caso de uma fôrma
superposta à outra, ou ainda quando a soma das espessuras das camadas de
galvanização corresponder a uma massa maior que 385 g/m2;

• Projeção dos conectores acima do topo da fôrma, depois de instalados, igual ou


superior a 40 mm;

• Cobrimento de concreto acima do topo da fôrma de aço igual ou superior a 50 mm.

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Disposições para o uso de lajes mistas em vigas mistas

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Resistência de um Conector perfil U

Conector perfil U laminado


A força resistente de cálculo de um conector de cisalhamento em perfil U
laminado, com altura da seção igual ou superior a 75 mm totalmente
embutido em laje maciça de concreto com face inferior plana e
diretamente apoiada sobre a viga de aço, é dada por:

0 ,3(t fcs + 0 ,5t wcs )Lcs f ck E c


Q Rd =
γ cs

tfcs = espessura da mesa do conector


twcs = espessura da alma do conector
Lcs = comprimento do perfil U
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Resistência de um Conector perfil U laminado

Conector perfil U formado a frio


A força resistente de cálculo de um conector de cisalhamento em perfil U
formado a frio deve ser determinada com a fórmula anterior, tomando-se
as espessuras da mesa e da alma iguais à espessura da chapa do conector
Observação
Os perfis U devem ser instalados com uma das mesas
assentando sobre o perfil de aço e com o plano da alma
perpendicular ao eixo longitudinal desse perfil

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Resistência de um Conector perfil U laminado

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Disposições construtivas para os conectores


Espaçamento máximo
O espaçamento máximo entre linhas de centro de conectores deve ser
igual a oito vezes a espessura total da laje; esse espaçamento também não
pode ser superior a 915 mm no caso de lajes com fôrmas de aço
incorporadas, com nervuras perpendiculares ao perfil de aço.

Espaçamento mínimo
O espaçamento mínimo entre linhas de centro de conectores tipo pino
com cabeça deve ser igual a seis diâmetros ao longo do vão da viga,
podendo ser reduzido para quatro diâmetros no caso da laje com fôrma
de aço incorporada, e quatro diâmetros na direção transversal ao vão da
viga, e entre conectores em perfil U, a maior dimensão entre a altura e o
comprimento do conector (Lcs).

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Força atuante nos conectores


Na superfície de contato entre os dois materiais se desenvolve um esforço
horizontal Fhd, que impede o deslizamento relativo e garante o trabalho em
conjunto da viga de aço e da laje de concreto. Deve-se notar que Fhd é o esforço
que atua entre a seção de momento máximo (onde o deslizamento é nulo) e
cada seção adjacente de momento nulo (onde o deslizamento relativo é
máximo).

O valor do esforço cortante longitudinal Fhd é obtido supondo que a seção de


momento máximo encontra-se totalmente plastificada, ou seja, com sua
resistência nominal esgotada.
Se a linha neutra plástica (LNP) situar-se na laje de concreto

Fhd = Aa fyd

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Força atuante nos conectores


O valor do esforço cortante longitudinal Fhd é obtido supondo que a
seção de momento máximo encontra-se totalmente plastificada, ou seja,
com sua resistência nominal esgotada.

Se a linha neutra plástica (LNP) situar-se na viga de aço

Fhd = 0,85 fcd b tc

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Verificação dos conectores à cargas concentradas


Nas regiões de momento fletor positivo, o número de conectores
necessários entre qualquer seção com carga concentrada e a seção
adjacente de momento nulo (ambas situadas do mesmo lado,
relativamente à seção de momento máximo) não pode ser inferior a nP,
dado por:

onde:
MP,Sd é o momento fletor solicitante de cálculo na seção da carga concentrada (inferior
ao momento resistente de cálculo máximo);
Ma,Rd é o momento fletor resistente de cálculo da viga de aço isolada, para o estado-
limite FLA;
MSd é o momento fletor solicitante de cálculo máximo;
n é o número de conectores de cisalhamento a serem colocados entre a seção de
momento fletor positivo solicitante de cálculo máximo e a seção adjacente de momento
nulo.
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Vigas mistas Biapoiadas


Vantagens:
 A mesa comprimida é travada pela laje e, supondo a alma do perfil
compacta, a resistência da viga não é limitada por flambagem do
perfil, global ou local;

 A alma fica sujeita a estados de tensões menos severos, torna-se maior


a possibilidade de se executar furos;

 Os momentos fletores e esforços cortantes são estaticamente


determinados e não são influenciados pela fissuração, retração e def.
lenta;
 A análise estrutural e o dimensionamento são rápidos e simples;

 A fissuração do concreto é menor, já que está sujeito a tração apenas


nos apoios (devido a tendência de continuidade). Os momentos
transmitidos aos pilares são baixos ou quase nulos.
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Vigas mistas Biapoiadas


Largura efetiva

O sistema de piso com vigas mistas consiste essencialmente de uma série


de vigas T paralelas com mesa larga e delgada. A associação entre vigas
e laje, por meio de conectores de cisalhamento, ocasiona uma
transmissão de tensões
de cisalhamento concentradas ao
longo da conexão,
Sendo esta responsável pelo
aumento de tensões
normais na laje naquela região.
Estas tensões diminuem
gradativamente
para ambos os lados

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Vigas mistas Biapoiadas


Largura efetiva

Para avaliar a rigidez efetiva das vigas de aço e determinar os valores das
tensões máximas, continuando a utilizar as expressões da teoria de flexão
geral, é comum recorrer ao artifício de considerar vigas mistas
equivalentes, com banzos de largura reduzida.

σ méd
bef = b
σ máx

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Vigas mistas Biapoiadas


Largura efetiva

A determinação real da distribuição das tensões normais na mesa de


concreto seria muito laboriosa. Pesquisas baseadas na teoria da
elasticidade mostraram que a relação bef/b é muito complexa e depende
da relação de b com o vão L, do tipo de carregamento, das condições de
contorno, da posição da seção ao longo do vão, entre outras variáveis.

Por isso, as normas fornecem expressões simplificadas para o cálculo da


largura efetiva.

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Vigas mistas Biapoiadas


Largura efetiva NBR 8800 (2008)
A largura efetiva da mesa de concreto, de cada lado da linha de centro da
viga, deve ser igual ao menor dos seguintes valores:

a) 1/8 do vão da viga mista,


considerado entre linhas de
centro dos apoios;
b) metade da distância entre a
linha de centro da viga analisada
e a linha de centro da viga
adjacente;
c) distância da linha de centro da
viga à borda de uma laje em
balanço.

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Vigas mistas Biapoiadas


A presença da laje de concreto em contato com a mesa superior da viga
impede que esta possa sofrer flambagem local ou FLT. Pode-se assumir
que a mesa superior de vigas mistas biapoiadas é compacta. Como a
mesa inferior está tracionada, caso a alma também seja compacta, isto é,
h/tw ≤ 3,76 (E/fy)1/2, o perfil é todo compacto.

Pode-se utilizar a distribuição plástica de tensões. Ensaios realizados


em vigas mistas mostram que a capacidade real a momento de uma
seção mista submetida a momento positivo pode ser calculada
considerado-se que a seção de aço esteja totalmente escoada e a laje de
concreto esteja sob a tensão de 0,85 fck.

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Momento Fletor Resistente


Viga Mista Biapoiada Compacta
Interação total
O momento fletor resistente é determinado igualando-se as forças de
tração e compressão na seção. Assumindo que a resistência à tração do
concreto seja zero.

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Momento Fletor Resistente


Viga Mista Biapoiada Compacta

∑ QRd ≥ Aa f yd
Interação total e linha neutra plástica na laje de concreto
0,85 f cd b tc ≥ Aa f yd
Cumpridas essas condições:

Ccd = 0,85 f cd b a

Tad = Aa f yd
Aa f yd
a= ≤ tc
0,85 f cd b
 a
M Rd = β vmTad  d1 + h f + tc − 
 2
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Momento Fletor Resistente


Viga Mista Biapoiada Compacta
Interação total e linha neutra plástica no perfil de aço
Aa f yd ≥ 0,85 f cd b tc ∑Q Rd ≥ 0,85 f cd b tc
Cumpridas essas condições:

Ccd = 0,85 f cd b tc

Cad =
1
(Aa f yd − Ccd )
2
Tad = C cd + C ad

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Momento Fletor Resistente


Viga Mista Biapoiada Compacta
Interação total e linha neutra plástica na mesa superior

Condição: Cad ≤ Aaf fyd

C ad
yp = tf
Aaf f yd

 t 
M Rd = β vm Cad (d − yt − yc ) + Ccd  c + hF + d − yt 
 2 

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Momento Fletor Resistente


Viga Mista Biapoiada Compacta
Interação total e linha neutra plástica na alma

Condição: Cad ≥ Aaf fyd

 C − Aaf f yd 
y p = t f + hw  ad 
 
 Aaw f yd 

 t 
M Rd = β vm Cad (d − yt − yc ) + Ccd  c + hF + d − yt 
 2 

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