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FILTRAÇÃO

Definição

• Separação de sólidos suspensos de fluidos através do uso


de um meio poroso que retém partículas sólidas e permite
passagem do fluido (gás ou líquido).
Alimentação

Meio poroso
Torta

Filtrado

O processo separa as partículas em uma fase sólida


(“torta”) e permite o escoamento de um fluido claro
(“filtrado”).
Aplicações

Separações sólido- líquido: Remoção de células de caldo de


fermentação, remoção da turbidez de vinhos e sucos de frutas,
cervejas, separação de proteínas, purificação de água, etc;

Separações sólido-gás: processamento de gases industriais.

Filtração suspensões líquidas

Força propulsora
• próprio peso da suspensão
• pressão aplicada sobre o líquido;
• vácuo;
• força centrífuga.
Processo análogo de operação

A operação industrial é análoga


às efetuadas em laboratório,
usando papel de filtro e funil.
Difere apenas no volume de
material a ser filtrado e na
necessidade de ser operada a
baixo custo.

Para uma produção razoável, com filtro de dimensões


moderadas:
- Aumentar a queda de pressão ou
- Diminuir a resistência ao escoamento para aumentar a
vazão.
Formação da torta

• Início da operação algumas


partículas ficam retidas por
aderência e tem início a formação
da torta.

• Durante a filtração o fluido passa


por duas resistências: torta e
meio filtrante;
Tipos de torta

• Compressível: porosidade diminui com aumento da


diferença de pressão. Ex: Tortas constituídas por
células microbianas

• Incompressível: porosidade não é modificada com o


aumento da pressão. Ex: sustâncias inorgânicas
constituídas por partículas maiores que 0,1 mm, como
areia, carbonato de cálcio, etc.

Compressibilidade da torta melhorada com


adição de agentes ou auxiliares de filtração
Agentes ou auxiliares de filtração

• São compostos por partículas rígidas que formam


tortas abertas, permeáveis, não compressíveis;
• Desempenha o papel de “esqueleto” da torta.
• Mantém a torta porosa durante todo o ciclo.
• Acelera a filtração: impedem a formação de uma
torta compacta gerando um considerável aumento de
porosidade e permeabilidade
• Resrestritos a operações na qual o filtrado é de
valor económico e a torta sem valor.
Agentes ou auxiliares de filtração

Diatomáceas: são rochas sedimentares formadas por


esqueletos silíceos microscópicos de algas de origem
marinha ou lacustre
Perlita : rocha vítrea de origem vulcânica
Celulose : farinha de madeira
Carvão ativo: Obtido a partir dos sub-produtos da
fabricação de papel
Equipamentos de filtração

• Melhor equipamento: Menor custo global

Custo global = custo equipamento + custo operação

• Custo equipamento relacionado com área filtração

• taxas filtração área de filtração custo

• P taxas filtração sem aumento área filtração


Fatores importantes na seleção do filtro
➢ Fatores associados à suspensão: vazão, tipo e
concentração de sólidos, dimensões e forma das
partículas, tendência à floculação);
➢Características da torta: quantidade, compressibilidade,
estado de pureza desejado;
➢Fatores associados com o filtrado: vazão de filtrado
límpido, viscosidade, grau de clarificação desejado;
➢Materiais de construção do filtro;
➢Facilidade de retirada da torta formada no processo de
filtração;
➢Custo.
Tipos mais importantes de filtros

• Filtro de leito poroso granular (descontínuo)


• Filtro prensa (descontínuo)
• Filtro de Lâminas ou folhas duplas (descontínuo)
• Filtros rotativos (contínuo)
- tambor rotativo
1) Filtros de leito Poroso
Entrada do líquido
Partículas sólidas separadas

Defletor Partículas finas


Placa metálica
perfurada ou com Partículas grossas
ranhuras

Líquido clarificado
✓ São os filtros industriais mais simples;
✓ São constituídos por uma ou mais camadas de sólidos particulados,
suportados por um leito de cascalho sobre uma grade, através do qual o
material a ser filtrado flui por gravidade ou pressão;
✓ A camada de fundo é composta de cascalho grosso que descansa em
uma placa perfurada ou com ranhuras. Acima do cascalho é colocada
areia fina que atua realmente como filtro.
✓ Usos: tratamento de água potável (quando se tem grandes volumes de
líquido e pequenas quantidades de sólidos).
1) Filtros de leito Poroso

Vantagem:
-Baixo custo de instalação, operação e
manutenção;

Desvantagem:
- Grande área requerida devido à baixa
velocidade de filtração.
2) Filtro prensa
Um dos tipos mais usados na indústria.
Usam placas e quadros colocados em forma alternada.
Utiliza-se tela (tecido de algodão ou de materiais
sintéticos) para cobrir ambos lados das placas.
Filtro-Prensa
A alimentação é bombeada à prensa e flui pelas armações.
Os sólidos acumulam-se como “torta” dentro da armação.
O filtrado flui entre o filtro de tecido e a placa pelos canais de
passagem e sai pela parte inferior de cada placa.
A filtração prossegue até o espaço interno da armação esteja completamente
preenchida com sólidos.
Filtro de tecido Nesse momento a armação e as
placas são separadas e a torta
retirada. Depois o filtro é
remontado e o ciclo se repete.
Alimentação

Filtrado

Marco
Placa
Torta
3) Filtros de lâminas ou “folhas”

filtro de placa horizontal filtro de folha vertical

- A suspensão a ser filtrada enche o espaço em torno da folha e é


forçada, mediante pressão sobre ela, ou pelo vácuo que se faz
dentro da folha, a escoar através do meio filtrante;
- A torta de filtração forma-se no exterior do meio filtrante e o
filtrado passa para dentro da folha;
- Limpeza: as folhas podem ser removidas ou limpas na própria
unidade, manual ou automaticamente.
4) Filtro de tambor a vácuo, rotativo e
contínuo. Ciclo de lavagem

Secagem
O vácuo é mantido no Secagem

interior de um tambor Descarga


Carga
rotativo, o qual é Válvula automática
recoberto em sua Suspensão Formação da torta
superfície curva pelo meio
filtrante. O tambor
mergulha parcialmente no
tanque de suspensão e o
filtrado passa através do
meio e é removido através
do eixo do filtro. O bolo é
continuamente lavado e
removido (raspadeira de
facas). Não é recomendado
para fluidos muito viscosos.
Filtro de tambor a vácuo, rotativo e contínuo.
EQUACIONAMENTO DA FILTRAÇÃO
Bolo (suporta queda de pressão Pc

filtrado Alimentação

Meio filtrante (suporta queda de pressão Pm

P (queda de pressão total)

A resistência para escoamento através da torta é expressa como


resistência específica da torta: 
A resistência do meio filtrante: Rm
Queda de Pressão total: Soma da queda de pressão através do meio
filtrante (Pm) e a queda de pressão através da torta (Pc)

P = Pm + Pc eq. 1


Fazendo:
v = velocidade de escoamento do filtrado;
 = viscosidade do filtrado;
A = área do filtro;
m = massa da torta.

Então: Pm Pm A


Rm = = Eq. 2
m-1 v Q
Pc
=
m Eq. 3
 v 
m/Kg A

Substituindo as equações 2 e 3 na equação 1:

m
P = Rm  v +   v Eq. 4
A
Fazendo:
V = volume de filtrado (m3);
c = concentração de sólidos na suspensão a ser filtrada (g/m3);

e m = V*c , portanto m em (g)

1 dV Substituindo na eq. 4
v=
A dt

1 dV V c 1 dV
P = Rm  + 
A dt A A dt

 dV   V c
P =  Rm +
A dt  A  Eq. 5
dt    V c
=  Rm + Equação de SPERRY
dV A P  A 
Eq. 6

Equação de Sperry: Equação mais amplamente usada para


escoamento de filtrados através de tortas. Através dessa equação
posso determinar  e Rm.

Situações para aplicação da equação de SPERRY:


- Filtração à pressão constante;
- Filtração à taxa constante.
Filtração à Pressão Constante: Torta incompressível
Quando uma bomba centrífuga é usada como bomba de alimentação, a diferença
de pressão através do filtro é constante.

 ( resistência específica da torta) Não varia com o  P

Integrando a equação de Sperry:

t  c  Rm
= V+ Eq. 7
V 2 A P
2
A P
t/V

 c
2 A 2 P
 Rm
A P

V
Filtração à taxa constante:

𝑑𝑉
𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑑𝑡

 V   V2 c
P = Rm + Eq. 8
A t A2 t

Quando a resistência da membrana pode ser considerada desprezível:

  V2 c
P =
A2 t
Filtração com torta compressível
• Resistência ao fluxo é dependente da queda de pressão;
• Depende do tamanho e forma das partículas, do tamanho dos espaços
intersticiais entre as partículas e da estabilidade mecânica do bolo.

t  c  Rm
= V+
V 2 A P
2
A P

𝛼 = 𝛼 0 (P)s Eq. 9

𝛼 0 = resistividade da torta;
S = Fator de Compressibilidade da torta,
Prática varia entre 0,2 a 0,8
S = 0, tortas incompressíveis.
S entre 0 e 1, tortas compressíveis.
Resistência específica da torta (α )

𝐾𝑣 𝑎𝑠2 (1 − 𝜀)
𝛼=
𝜀 3 𝜌𝑝

𝐾𝑣 = fator que depende da forma das partículas


𝑎𝑠 = área superficial específica das partículas
 = porosidade do leito
𝜌𝑝 = densidade das partículas

𝐴𝑆𝑃
 e dependem do P 𝑎𝑠 =
𝑉𝑝

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