Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Prefácio
Embora este livro seja ainda um resumo de pesquisa mais detalhada, parecia
necessário amplificar certas perguntas e as respostas para elas. O generalizado
interesse e estudo do livro é muito apreciado e gratificante para o autor, e as
cartas das prisões têm sido mais emocionantes e reveladoras.
Como observado em outros lugares, estou perfeitamente consciente de muitas
repetições ao longo do trabalho, inevitáveis por causa de métodos comparativos
utilizados, e outras para ênfases – o que pode ter acabado por parecer
superenfatizado [overemphasis]
Conteúdo
PREFÁCIO
MAPAS E ILUSTRAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
PARTE I
A PRÉ-VISUALIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
A FILHA MAIS VELHA DA ETIÓPIA: EGITO……………………………62
CAPÍTULO III
A Pré-Visualização
Minhas próprias aulas de história eram apenas uma parte da rebelião contra o
único tipo de livros didáticos disponíveis. Era uma rebelião geral contra a sutil
mensagem, até mesmo da maioria dos autores brancos “liberais” (e seus
discípulos negros): “Vocês pertencem a uma raça de Ninguéns. Vocês não têm
nenhuma história que valha a pena apontar com orgulho.”
Anúnc ios
DENUNCIAR ESTE ANÚNCIO
(1) A Terra dos Pretos [The Land of The Blacks] foi não apenas o “berço da
Civilização” em si, mas, que os Pretos foram, uma vez, as principais pessoas na
Terra;
Anúnc ios
DENUNCIAR ESTE ANÚNCIO
(2) que o Egito foi, uma vez, não apenas totalmente Preto, mas o próprio nome
“Egito” foi derivado dos Pretos;
(3) e que os Pretos foram os pioneiros nas ciências, medicina, arquitetura, escrita,
e foram os primeiros construtores em pedra, etc.
Em outras palavras, não pode haver verdadeira identidade com a nossa herança
até nós sabermos o que o nossa herança é realmente. Ela está toda escondida em
nossa história, mas nós somos ignorantes daquela história. Por isso, nós temos
estado flutuando, aquecendo-nos alegremente sob a herança ensolarada de
outros povos!
Minha pesquisa foi uma busca por algumas respostas específicas para questões
muito específicas. Algumas delas foram:
(2) Quais foram alguns dos detalhes específicos no processo de tão completo
apagamento das realizações da raça Africana dos anais da história – apenas como
pode isso ser feito em uma escala tão universal?
(7) E como, em intrigante contraste, é explicado o amor eterno de Pretos por seus
conquistadores e escravizadores Europeus e Asiáticos?
1. Revisão da história do mundo. Acreditando que a história da raça não pode ser
compreendida se estudada isoladamente, comecei uma lenta – e deliberadamente
sem pressa – revisão da história da Europa, antiga e moderna, e a história dos
árabes e do Islã. Digo “avaliação”, porque em 1950 eu já tinha estudado e
ensinado nos três campos da história Americana, Européia e Árabe – uma
circunstância mais afortunada para a tarefa adiante.
,
2. Iniciar o estudo formal da Africa, na Europa, não na África. Eu não sabia o quão
sábio isso foi quando a decisão foi tomada. Pois eu não sabia até então que a
Europa e a Ásia haviam estado transportando para fora da África ao longo dos
séculos apenas todos os materiais históricos que eu precisava ver e estudar logo
no início, e que, naturalmente, não poderiam ser encontrados na África,
Certamente, Eu sabia a partir de ler tudo sobre o “Estupro de África”, mas para
saber a escala em que isso foi feito alguém deve ver pelo menos uma parte dele
na Europa, com seus próprios olhos – e ser surpreendido. Os museus em várias
cidades das potências coloniais Européias são os repositórios de muita história
Africana.
,
3. Fontes documentais. Estas informações estão disponíveis na Europa e na
América. Relatos de Administradores Coloniais em África, debates
Parlamentares, relatórios e cartas de geógrafos, exploradores, capitães de navios
negreiros, e – especialmente gratificantes – os relatórios e cartas de missionários
para os escritórios domésticos de suas respectivas sociedades. Pois os primeiros
registros sobre a África antiga nas fontes Européias, Gregas e Romanas foram os
mais úteis (Ver Nota Bibliográfica).
,
4. Estudos de Campo. Os estudos de campo cobriram dois anos de trabalho na
África. Armado com um fundo bastante sólido em documentários escritos, a
principal preocupação agora se voltou para a história oral e os métodos de
desenvolvimento da crítica histórica que lhe são aplicáveis. (Vários capítulos
serão necessários apenas para detalhar os métodos e procedimentos neste
relativamente novo e gratificante campo da tradição oral). Cada região da África
Preta foi coberta: 26 países no Leste, Oeste, Centro e Sul da África, e 105 grupos
lingüísticos.
ESCOPO DO ESTUDO
Maciça unidade Preta seria massivo Poder Preto – o que, naturalmente, reduziria
o poder branco e seu domínio de toda a terra. Assim, escritores brancos
“Africanistas” sempre se concentram nas “diferenças étnicas” entre os Africanos,
antagonismos tribais, “intransponíveis” barreiras lingüísticas, as variedades
culturais etc. Eles até mesmo fazem um grupo “étnico” separado de sua própria
prole mulata de mulheres Pretas classificando-os como “brancos” em algumas
áreas e “mestiços” [colored] em outras.
Isto pode ser não apenas o ponto de vista correto, mas é até bonito para os
historiadores que representam as pessoas já chegadas que controlam o mundo.
Eles podem muito bem darem-se ao luxo de conhecimento histórico para o fim
do conhecimento – a grande satisfação que vem de apenas saber como as coisas
vieram a ser.
Mas o historiador Preto, membro de uma raça sob cerco perpétuo e lutando uma
guerra quase invisível para a sobrevivência, não se atreve a seguir nestes passos
do mestre. Muito pelo contrário, após fielmente pesquisando e reunindo o
fragmentado registro da história da raça, a tarefa da análise e interpretação crítica
deve começar. O que eram nossas forças no passado? Em que aspectos estávamos
mais vulneráveis? Onde foi que nós erramos? E tudo isso, como o estudo da
história em si, deve ser para o propósito expresso de determinar O QUE FAZER
AGORA.
Em suma, o historiador Preto; se ele quer servir a sua geração, não deve hesitar
em declarar o que ele pensa que os resultados de seus estudos dizem. Porque,
quando a nossa história nos mostra onde temos sido fracos, ela está também
mostrando-nos como, através de nossos próprios esforços, podemos nos tornar
fortes novamente.
OS ÁRABES BRANCOS
Isto confundiu muitos e ultrajou aqueles que não fazem uma pausa para
distinguir homens maus que usam a religião para disfarçar os seus verdadeiros
objetivos da própria religião.
Os Pretos nos Estados Unidos parecem ser mais misturados e confusos sobre a
busca da identidade racial do que em qualquer outro lugar. Daí, muitos estão
abandonando os nomes dos seus “senhores de escravos Brancos Ocidentais” e
adotando – não Africanos – mas os nomes de seus “senhores de escravos Árabes
e Berberes”!
Em ambos os casos, nem o Preto Árabe, nem o Preto Americano {*} pensa que ele
é “branco”.
[ {*} O termo “Preto” foi dado a um renascimento pela revolta da Juventude Preta.
Como renascido, ele não se refere à cor característica de qualquer pessoa em
particular, mas à atitude de orgulho e devoção à raça cuja terra natal desde os
tempos imemoriais foi chamada de “A Terra dos Pretos”. Quase de imediato os
nossos jovens tornaram “Preto” Co-igual com “Branco” em respeitabilidade, e
desafiaram os Negros anti-Pretos para decidir de que lado eles estavam. Este não
era um problema para muitos que eram claros ou mesmo próximos do branco na
pele, pois que eles mesmos estavam entre os primeiros a proclamar com orgulho,
“me chame de Preto!” Aqueles que odeiam o termo, mas detêm a maioria das
posições de liderança, se sentem compelidos a usá-lo para proteger os seus papéis
de liderança.]
Em ambos os casos, nem o Preto Árabe, nem o Preto Americano {*} pensa que ele
é “branco”. Para repetir, então, Pretos estão na Arábia precisamente pelas
mesmas razões que Pretos estão nos Estados Unidos, América do Sul e as Ilhas
do Caribe – captura e escravização.
A JORNADA EUROPÉIA
(1) Eu queria uma mais direta, vista de perto, visão da mente Européia, a sua
verdadeira atitude para com o mundo Preto.
A partir dos objetivos expostos do estudo, deve ser óbvio que eu estava ainda
examinando vários aspectos das prováveis razões por que os brancos se tornaram
os donos do mundo.
A linha que divide essas classes de Pretos “superiores” e “médios” das massas
Pretas e suas aspirações básicas é mais rigidamente desenhada. E esta
mentalidade de classe superior, tornando-se ainda mais cristalizada desde a
independência, é uma quase certa garantia de uma maior revolta em uma escala
nunca vista.
Assim, nós temos uma geração de estudiosos Pretos que continuam a surpreender
os estudantes por declamar as doutrinas e pontos de vista dos seus professores
Brancos – como tantos robôs sem vontade própria. [without minds of their own.]
Ainda assim, estudar com mestres e professores Brancos deve ser mais
gratificante, e pode ser, se você não entrar em instituições Brancas com uma
cabeça como jarro vazio indo a uma fonte para ser preenchido. Eu estava seguro
e muito bem recompensado durante meus estudos em universidades brancas
unicamente porque acontecia que Eu não era tão ingênuo a ponto de esperar que
os pontos de vista dos conquistadores fossem os mesmos que os do conquistado
em assuntos relacionados com o nosso lugar no mundo.
Em outro lugar tenho enfatizado, pela repetição, que algumas das fontes mais
fecundas para o estudo veio involuntariamente de estudiosos Brancos.
Este trabalho de campo deve ser realizado somente após profunda pesquisa em
fontes documentais escritas e outras. O estudo das fontes disponíveis por escrito,
a sua avaliação, e os montantes registros arqueológicos são todos a primeira
grande fase de pesquisa Africana e, eu diria, um pré-requisito para o trabalho de
campo.
Apesar de que dois anos foram dedicados ao trabalho de campo, a área coberta só
foi possível por causa de cuidadoso planejamento e agendamento prévio de áreas
e grupos em cada país, meses antes da minha chegada. Isto tinha que ser no
interior, ou “País Selva” [“Bush Country”], geralmente longe dos centros urbanos
Ocidentalizados.
Pois a nossa missão não era pela longa tradição do Islã ou do Cristianismo na
África, mas pela mais antiga tradição da própria África.
Tão vasta e inexplorada é a história real da raça Africana que eu mesmo apenas
arranhei a superfície do que ainda está para ser feito.
Um grande projeto de pesquisa não deve ser realizado por um único indivíduo.
Este foi o meu erro – daí, os 16 anos de trabalho que uma equipe de pesquisa de
oito ou dez pessoas poderia concluir em três ou quatro.
Estou tentando deixar claro aqui que, embora eu não tivesse o tipo de equipe de
pesquisa acima referida, muitas pessoas – 128 em número – participaram neste
trabalho e tornaram o resultado possível.
Assim, quando em vários lugares que eu digo “nós” não é o “nós” editorial ou
régio, referência é feita a indivíduos e grupos que realmente trabalharam em
várias partes do estudo.
A pesquisa documental precedendo a tudo isso nos Estados Unidos não foi feita
inteiramente sozinho. Algumas das áreas mais importantes do meu estudo de
fontes antigas foram checadas em estudos independentes por um seleto grupo de
estudantes de pós-graduação em história. Sua assistência em reavaliar essas
fontes primitivas como Manetho, Heródoto, Josefo, Estrabão, Abu Salih, et al foi
inestimável. Os primeiros dentre estes estavam foram Reverendo Carleton J.
Hayden e o Sr. Donald W. Kiehefner.
Concluindo minhas observações sobre os estudos de campo em África, alguns
comentários sobre quatro dos países visitados estão em ordem.
Como indicado acima, a embaixada Americana em Cartum não fez nenhum dos
trabalhos preparatórios sobre os quais eu dei às embaixadas dos EUA na África
tantos elogios, apesar de ter tido aviso seis meses antes da minha chegada. E eles
mantiveram uma política de estritamente de não-intervenção depois da minha
chegada. Eu, portanto, me preparei para sair de uma vez, mas anunciei que eu
não imploro para estudar em nenhum lugar, e que o mundo iria saber que este
era o único estado “Africano”, onde um estudioso Africano era barrado. O
Ministério do Interior reagiu rapidamente. Não apenas foi a permissão para fazer
trabalho de campo no Sul rapidamente concedida, mas todas as providências
necessárias foram feitas com prontidão.
O simples fato era que, enquanto eles estavam bastante familiarizados com
pesquisadores Europeus circulando livremente em todo o país, um Preto fazendo
estudos de campo no Sudão é, de fato, um fenômeno.
Etiópia (o novo nome para a Abissínia), como a República do Sudão, também é
governada por pessoas de sangue misto, os quais não apenas não se consideram
Africanos por raça, mas que mantêm uma sociedade de classe privilegiada com
base na cor. Para eles, todos Africanos de pele preta são “Bantu”. Quanto a estes,
eles sentem-se superiores em razão de “sangue branco”, e suas práticas
discriminatórias são tão sutis e reais como aquelas dos Brancos. E, embora a
escravização de Africanos de pele preta continua em ambos os países, mesmo em
nossos tempos, ambos o Sudão e a nova Etiópia adotaram a “Frente da
Irmandade” [the “Brotherhood Front”] desde o surgimento repentino de tantos
estados Africanos independentes – O Sudão para servir de “ponte” entre o mundo
Árabe e os novos estados Pretos, e, assim, controlar ou influenciar as suas
políticas internacionais através das Nações Unidas; e a Etiópia para controlar
mais diretamente ou influenciar a África Preta através de apoio ocidental no
estabelecimento da sede da Organização da Unidade Africana em Adis Abeba e
empurrando Haile Selassie no papel fundamental da ampla liderança
continental, bloqueando, assim, a “perigosa” influência de Kwame Nkrumah. (É
por causa da minha firme recusa em pular ou encobrir estes aspectos do registro
histórico que sou criticado por muitos Negros – e eu sei exatamente quando usar
esse termo!) {*}
[{*} Uma das ilusões fatais entre os Pretos é achar que o mundo branco não sabe
sobre os muitos pontos fracos na raça, os quais são a base de seu poder e controle
sobre eles. Quando chegarmos ao ponto onde começamos a procurar e virar o
holofote sobre as coisas que dividem e nos mantém pra trás – neste ponto os
opressores brancos terão motivo para tremer. O homem branco se mantém em
estado de alerta, mantendo uma afiada vigia para detectar quaisquer sinais de
força e desenvolvimento entre os Pretos. prospectar por verdadeiros obstáculos à
unidade seria um sinal preocupante de crescente força.]
E agora, ao Sul, para as terras totalmente regidas por brancos, onde hostilidade à
uma face preta era totalmente esperada: Rodésia e África do Sul.
Muito antes de chegar à África do Sul foi-me dito que eu poderia pular a Rodésia,
e que, mesmo se admitido na África do Sul eu não estaria autorizado a trabalhar.
Mas a Rodésia – para a surpresa de quase todo mundo – tirou todos os
impedimentos, como se tivesse resolvida a derrotar todos os estados Pretos em
comodidades e vários tipos de assistência para além de todas as expectativas e
necessidades. Houve a usual conferência de imprensa, seguido de cobertura de
manchete de primeira página sobre minha missão.
Meu passaporte era um “engano cometido em algum lugar”. Eu, é claro, não tinha
a intenção de fazer o trabalho de campo na África do Sul, mas tive que passar por
ela para alcançar os países ao redor então sob o domínio Britânico.
O que me referi acima como curioso foram incidentes como excitados policiais
correndo para acenar para o grande Cadilac, porque eles podiam tão rapidamente
identificar um rosto preto antes de verem o selo dos Estados Unidos estampado
nas laterais do carro ou o vôo da bandeira Americana do capô.
É por isto que Eu exorto aos alunos que pretenderem assumir o grande desafio
de pesquisa básica nesta disciplina, a entrar em “território inimigo”, ficar lá,
estudar e analisar criticamente as suas palestras e seus escritos “acadêmicos”,
pois são algumas das fontes mais gratificantes para a história Africana –
precisamente porque em astutamente tentar excluir, disfarçar ou diminuir o
papel dos Pretos na história do mundo, eles muitas vezes revelam o oposto do que
se pretendia. Eles são frutíferas fontes de evidência inconsciente – fornecendo a
própria evidência que eles pensaram em suprimir ou registrando fatos, o
significado dos quais, eles eram totalmente ignorantes.
(1) que “Rei” na África significava algo totalmente diferente do que significava na
Europa e na Ásia;
(2) que este Rei Preto, longe de “fazer pose”, não tem o direito de recebê-los,
mesmo socialmente, sem a presença de pelo menos três Anciãos seniores;
(3) que, para atender a um pedido para realizar explorações no país, o inteiro
Conselho de Estado teve de ser chamado, e que isso não poderia ser feito pelo Rei
sem o conselho do Primeiro Ministro (que aconteceu de estar em viajem quando
os exploradores chegaram à capital);
Deve ficar claro, portanto, que as nossas orientações para a investigação devem
conduzir a uma análise crítica de todas as fontes, sejam originais, secundárias ou
orais.
Em particular, devemos procurar àqueles trabalhos que têm a ‘missão especial de
“provar” a superioridade dos brancos’ por “provar” a inferioridade dos Pretos –
tudo em linguagem tão sutil, acadêmica e científica que para a mente acrítica,
suas “verdades” são auto-evidentes.
Mas também é digno de nota que, enquanto os escritores racistas mais hostis
geralmente provam exatamente o oposto do que pretendiam, suas obras contêm
inevitavelmente úteis, dados factuais que devem ser aceitos. Na verdade, é
duvidoso que qualquer pessoa, mesmo um diabo, poderia escrever um livro
completamente destituído da verdade.
Primeiro de tudo, é preciso conhecer os vários nomes que se referiam aos Pretos
exclusivamente e pelos quais eram conhecidos em todo o mundo antigo. Para
além dos mais amplamente utilizados “Africano” e “Etíope “, eles foram também
conhecidos como Tebanos [Thebans], Líbios [Lybians], Tinitas [Thinites],
Núnios [Nubians], Kushitas [Cushites], Menfitas [Memphites], Númidas
[Numidians], etc. Mesmo antes de Asiáticos brancos ganharem a ascendência em
qualquer uma dessas áreas, a sua presença em um número relativamente
pequeno foi suficiente para identificá-los como os líderes e empreendedores do
que quer que atraia a atenção do mundo.
A ESTRUTURA TEORÉTICA
6. Que a força e grandeza do povo Africano podem ser medidas pela forma como,
em face do que, por vezes, pareceu serem todas as forças do inferno, eles lutaram
para sobreviver através de tudo isso e, reconstruíram reinos e impérios alguns
das quais suportaram mil anos.
Este trabalho começa onde a história dos Pretos começou, no Egito (Etiópia do
Norte) e Sudão (Etiópia do Sul), Assim, logo de início, eu colido de frente com a
versão branca da história Africana.
Meu foco, então, é sobre os grandes temas da história dos Pretos que emergem
dessa confrontação com a escolástica branca; pois enquanto eu cobri a maior
parte do mesmo terreno explorado por estudiosos antes de mim, eu geralmente
cheguei a conclusões diferentes daquelas deles, e a partir do mesmo conjunto de
fatos.
Vamos fazer uma pausa por um momento neste ponto. Eu fiz uma acusação de
acobertamento pela escolástica Ocidental branca na África. Se ela não pudesse
ser sustentada, ela nunca seria feita. Eles são trazidos sob fogo em vários pontos
através deste trabalho – o tipo de trabalho, como eu também disse, deve ser
absolutamente desnecessário nos anos finais do século 20.
1. Em primeiro lugar, eles não são ignorantes sobre a verdadeira história dos
Pretos, incluindo as suas realizações como construtores de uma das primeiras
grandes civilizações na Terra (escritores antigos dizem que foi a primeira); e eles,
os estudiosos Ocidentais, sabem tudo sobre as autênticas fontes primitivas e
modernas. Eles simplesmente ignoram e recusam-se a publicar os fatos da
história Africana que perturbam ou mesmo que tendam a perturbar a sua filosofia
racial que repousa tão solidamente nas instalações santificadas pelo tempo que
nem precisa mais ser proclamada abertamente.
Mas o que é certo por desarmar quase todos são os ataques francos do racismo
sobre racismo em toda a publicação.
Eu Suponho que ninguém é esperado para perceber a incapacidade implícita de
historiadores Pretos para lidar com a história Africana objetivamente. (Eles não
são referidos como historiadores, é claro), eles são “… Alguns intelectuais
Africanos modernos que tentaram mostrar grandes civilizações no passado, mais
grandiosas do que qualquer coisa que já existiu.”
Na medida em que a periodização está em causa, ninguém deve ser tão ingênuo a
ponto de esperar uma divisão adequada da história Africana, enquanto o campo
é quase completamente preenchido pelos inimigos daquela história.
A divisão adequada tenderia a incentivar uma pesquisa mais toda – inclusiva e
uma interpretação menos tendenciosa dos resultados. Nem tampouco acontecerá
até que uma nova geração de pesquisadores acadêmicos e historiadores Pretos
levem para o campo, tornando-se as maiores autoridades em seu próprio direito
– historiadores Pretos, nem um único dos quais irão cair na categoria de
Professor Philip D. Curtin de intelectuais Pretos que tentam “mostrar grandes
civilizações do passado, mais grandiosas do que qualquer coisa que já existiu.” Os
novos esforços de pesquisa chamam por especialistas Pretos não só no campo da
história, mas também nas áreas afins a partir das quais a história Africana deve
fortemente traçar – arqueologia, antropologia, lingüística, etc.
A NOVA ABORDAGEM
Esta inicial concentração dos brancos ao longo do litoral da Terra dos Pretos é
uma circunstância de importância crucial na história Preta porque foi exatamente
a partir deste desenvolvimento que as conquistas dos Pretos foram ofuscadas
pelos posteriores escritores ou apagadas completamente.
A chamada é por especialistas Pretos para um período em uma área. O que, por
exemplo, foi a influência real dos brancos Asiáticos – rigidamente retidos por
séculos no mais baixo um quarto do país – sobre os Pretos que ocupavam os Três
Quartos que veio a ser conhecido como Alto Egito?
São necessários revisão e estudos aprofundados deste período. O historiador
geral está fora. As melhores histórias gerais, região por região, podem ser escritas
somente depois que o trabalho dos especialistas é feito.
O segundo período pode muito bem ser a partir da conquista do Baixo Egito pelo
líder Etíope, Menes, em 3100 a.C. {*} [Nota {*} datas anteriores, como 4500 a.C.,
também são dadas e aceitas por muitas autoridades; pois datas conflitantes
aparecem nos registros antigos. Eu não debaterei este ponto] – 3100 a.C. até o
fim da Sexta Dinastia, 2191 – também o fim do Império Antigo. Este foi o período
que deu à luz ao Egito – e antes do qual não havia Egito. Foi o período em que
Reis Pretos uniram as “Duas Terras”, iniciaram o sistema Dinástico (Linhagem),
e começaram a construção da maior civilização. A mais aprofundada revisão e
concentração de pesquisa devem ser voltadas para este segundo período. Ele foi,
de fato, a Idade de Ouro na história dos Pretos, a idade em que atingiram o auge
da glória tão deslumbrante em realizações que escritores Ocidentais e Árabes se
sentiram compelidos a apagá-lo pela força de sua posição e começar a história
Preta mais de 3.000 anos mais tarde, limitando tanto quanto fosse permitido
para “África ao Sul do Sahara.”
O Terceiro Período da história Preta no Egito deve começar com a Sétima
Dinastia, 2.181 (A.C.) e ser subdividido nos trágicos períodos de turbulência
interna e invasões brancas. A primeira subdivisão seria a partir de 2181 a.C. até
2040 (a.C.) – A Sétima, Oitava, Nona e Décima Dinastias.. Depois disso,
cronologia estrita deve ser ignorada, a fim de se concentrar em uma única
questão: O papel das invasões e conquistas na destruição da civilização Preta, com
a resultante transformação étnica do Egito de Preto para marrom (Afro-Asiático
e Afro-Europeu), para branco.
O Quinto Período deve ser a partir dos últimos faraós Pretos para a destruição da
restante divisão sul do Império Etíope abaixo da primeira catarata, 730 (a.C.) até
o Quinto Século (d.C.).
O Sétimo Período, assim como o Segundo, não deve ser uma divisão de tempo de
seqüências cronológicas próximas e em grande parte irrelevantes. Ele é um
estudo das migrações dos Pretos que cobriram muitos séculos, mas que se
tornaram mais difundidas e desesperadas depois da conquista Árabe do centro
original da civilização Preta no Sudão. Os longos períodos de peregrinação por
todo o continente, muitas vezes sem rumo, era a grande corrida histórica dos
Pretos para a sobrevivência – uma raça que tentava ultrapassar a fome, a doença,
a escravidão e a morte. O período que se deve ter um intenso aprofundamento e
análise crítica se estende do Décimo – Terceiro Século até o colonialismo no
Décimo – Quinto (Séc. XV d.C.).
Como a arte da escrita foi perdida por um dos primeiros povos a inventá-la? . .
. Estude as migrações.
Como e por que um, uma vez grande povo, com uma origem comum lascou-se em
inúmeras pequenas sociedades e chefiados independentes a partir dos quais
2.000 línguas e dialetos diferentes desenvolveram-se? . . . Estude as migrações.
Este foi o período em que houve tentativas em cada região da África para
restaurar a glória que era a da Etiópia. É duvidoso se qualquer um desses estados
Pretos percebeu que estavam sendo lentamente, mas firmemente cercados e
cercados por todas as direções por invasores das costas e através do Sahara. A
queda definitiva dos estados Pretos, primeiramente sob assaltos Islâmicos e, em
seguida, sob assaltos Cristãos Europeus, fechou este período com o triunfo do
colonialismo.
A China Antiga e o Extremo Oriente, por exemplo, deve ser uma área especial da
pesquisa Africana. Como explicar uma tão grande população de Pretos no sul da
China – poderosa o suficiente para formar um reino de si própria?
Ou com os Pretos de Formosa, na Austrália, a península Malaia, Indo-China, as
dos Andaman e várias outras ilhas?
Nada é mais claro do que o fato trágico de que a África, como o resto do mundo
Preto, tem apenas a ilusão de ser livre e independente. Ela é apenas cerca de um
terço livre. Ela ainda está economicamente algemada como sempre foi – em
alguns aspectos, até mais.
Este último Período, então, é a hora das grandes decisões, ele pode muito bem ser
a última chance da raça Preta para um renascimento e salvação.
A divisão proposta acima para uma nova abordagem na pesquisa, ensino e estudo
de história Africana irá indignar a maioria dos Estudiosos Ocidentais e Árabes –
junto com os seus seguidores Negros subservientes – porque Eu mudei o foco
principal da ‘história de Árabes e Europeus na África’ para os ‘próprios Africanos’
– uma história dos Pretos que é uma história dos Pretos. Eles estarão
voltando – o centro do palco – em sua própria história, finalmente. Mas para quê
fim?
Será que vai ser apenas para a satisfação intelectual de conhecer a nossa
verdadeira história? Conhecê-la, sim – mas e daí?
A resposta é nada – a não ser que a partir da história, aprendamos o que os
nossos pontos fortes eram e, especialmente, em que aspecto particular estávamos
fracos e vulneráveis. Nossa história pode, então, tornar-se ao mesmo tempo o
fundamento e a luz guia para os esforços unidos em um planejar seriamente o que
deve ser sobre agora.
CAPÍTULO I
A Visão Geral
Foi apontado que o estudo dos Pretos deve começar no Egito, porque as maiorias
de seus monumentos indestrutíveis estão lá; e, ainda, porque muitos dos artefatos
que os arqueólogos têm descoberto durante os últimos 75 anos como “Egípcios”
são, na verdade “Africanos”. No entanto, a própria “Terra-Coração da Raça”
[“Heartland of the Race”] e o berço da civilização eram na verdade ainda mais
para o sul, abaixo da primeira catarata, centrada em torno das cidades capitais de
Napata e Meroe. De lá a civilização preta se espalhou para o norte, atingindo suas
realizações mais espetaculares no que ficou conhecido como “civilização Egípcia”.
Até o final dos anos 1840 e 50, estes exploradores, até mesmo os mais ignorantes,
deveriam saber que no mesmo vasto continente de terrenos baldios, florestas
tropicais e pântanos, também havia áreas de terras aráveis e Estados civilizados.
Mas eles escreveram sobre o que eles mais viram: grandes extensões de terreno
baldio e grupos isolados de pessoas “estranhas”.
Foi por razões de segurança que muitos destes grupos – mais tarde chamados de
tribos ou sociedades – procuraram as áreas mais escondidas e isoladas que
puderam encontrar. Esta separação permanente de seus parentes em outros
grupos era geralmente bastante contrária aos desejos dos seus corações. A
fragmentação e separação inicial eram, muitas vezes, sob lágrimas. Mas a quebra
em unidades menores parecia ser o único caminho para a sobrevivência em uma
situação de crise permanente – aparentemente permanente, uma vez que o
movimento de pessoas por todo o continente vinha acontecendo a tanto tempo
além da memória de cada geração que migrações e assentamentos temporários
estavam entre os fatos mais significativos da tradição oral de cada sociedade.
Deve-se fazer uma pausa aqui para reflexão, se há qualquer tentativa séria para
realmente entender o que aconteceu com o povo Africano e por quê.
Este ponto é importante. Pois um dos capítulos mais notáveis na história dos
Pretos é aquele lidando com esses líderes destemidos e povos que, tendo perdido
um estado após o outro, juntamente com três quartos de seus parentes, no
entanto, ultrapassavam todas as forças da destruição e morte e começavam a
construir – sempre mais uma vez – ainda outro estado.
Ainda há milhares de pretos que são ingênuos o suficiente para acreditar que o
implacável ataque dos Árabes sobre o colonialismo Ocidental mostra sua causa
comum com a África Preta.
***
Tão longe quanto àqueles que tiveram a sorte de encontrar áreas promissoras
para assentamento estão concernidos, o quadro era geralmente um de construção
de estado e restauração das instituições básicas Africanas que, embora não
esquecidas, não podiam ser nem mantidas nem desenvolvidas por qualquer povo
em constante movimento.
Mas o que dizer das inúmeras sociedades, fugindo antes das hordas
conquistadoras e escravizadoras, bem como da fome e mortes que eram seus
companheiros diários, – o que acontece com aqueles que não encontraram Terra
Prometida em lugar algum? Pois completamente ao contrário das sociedades que
eu mencionei que puderam se estabelecer e tiveram a oportunidade de iniciar e
desenvolver civilizações comparáveis com nenhuma outra em nenhum outro
lugar no mundo daquele tempo, este povo, não pode nem se estabelecer e nem
desenvolver uma civilização. O que eles sofreram de ano para ano enquanto
vagavam sobre o continente é quase além tanto de descrição quanto de crença.
De fato, enquanto a estória é bem conhecida, poucos escritores gostariam de
entrar em seus detalhes horríveis. Basta dizer que, aqui, neste ponto, estavam
numerosas sociedades de Africanos que foram praticamente condenados à morte
por inanição ou escravização pelos Árabes (eu ainda estou no período pré-
Europeu) ou barbárie e selvageria e, em muitos casos, até mesmo canibalismo.
Sob tais condições, gostaria de defender não somente o retrocesso dessas pessoas
à barbárie, mas ao canibalismo em si mesmo. A defesa deste último é fácil, uma
vez que já está bem estabelecido que os outros homens supostamente altamente
civilizados voltariam a selvageria e canibalismo em condições prolongadas de
fome e sede extremas, quando a própria sobrevivência é a única questão que
domina a mente enlouquecida pela fome. Este fenômeno de reverter a um estado
de selvageria e até mesmo canibalismo em condições extremas de fome é
conhecido por ocorrer universalmente entre vários povos – brancos, pretos,
marrons, vermelhos, ou amarelos.
Os fatos que temos, então, mostram que depois de terem perdido o Egito e o
Sudão Oriental, alguns Africanos, derrogando todas as condições adversas,
agruparam-se para formar nações e desenvolveram uma elevada ordem de
civilização independente de quaisquer influências. Outros, nunca se
estabeleceram em lugar nenhum o tempo suficiente para desenvolver qualquer
coisa notável, mas perecem ter permanecido em um estado de letargia ou
suspendida animação.
A questão de fisiologia, vegetação, clima, água e solo são todas mais cruciais na
história dos Pretos do que o são no caso de qualquer outro povo. Pois aqui todo
um continente está envolvido, e sobre este continente um povo que em um
período do tempo estava entre as pessoas mais avançadas [foremost] na Terra, e
em um período posterior os mais atrasados.
Até mesmo a configuração de terra continental foi contra seus habitantes nativos.
Como um vasto plano inclinado, as terras altas, começando na África Central a
3000 metros acima do nível do mar, levantaram-se para o sul para níveis cada
vez mais elevados, atingindo o mais alto nível de 15 mil pés, nas províncias do
sudeste do antigo império Etíope. Isto causou à África a inclinação para o norte e
seus principais rios – o Nilo em particular – a fluir na mesma direção.
Pois as suas 3.377 milhas através do coração da África Preta, o Nilo se afunda ao
cortar gargantas profundas em seu piso de pedra calcária macia, deixando falésias
em locais de algumas centenas a milhares de metros de altura. O que isto significa
é que, por cerca de 3.000 milhas através do lado oriental do continente o Nilo
estava coletando o solo rico carregado a ele pelas fortes chuvas e milhares de
córregos afluentes. Estes fluem para a “Mãe dos Rios” e adicionam para o
enriquecimento das suas águas fluindo para o norte, “guardados” por todo o
caminho por seus canais profundos até atingir o fundo de arenito duro acima de
Assuão e depois começa seu estouro periódico transbordamento o resto do
caminho para o mar! Aqui um fenômeno natural enganou os Africanos em uma
grande maneira que
Esta “Nova Geração” [“New Breed”], meio-Africana, estava para se juntar com
seus pais e parentes Asiáticos nas guerras e ataques escravisadores contra os
Pretos que prosseguiram século após século até que todo o Norte de África foi
finalmente tomado.
Ainda outro fator geográfico fatídico que favoreceu os invasores foi implicado ou
parcialmente indicado nas observações precedentes. Além da ocupação fácil das
terras baixas do litoral e da gradual tomada das ricas terras do Vale do Nilo e sua
antiga civilização, ambos os Asiáticos e os Europeus encontraram as terras altas
da África Austral e Oriental “mais agradáveis e saudáveis para o estabelecimento
Caucasiano”. Isso significou que, mesmo depois de a natureza já ter condenado
três – quartos da massa de terra do continente como impossível para sustentar a
vida humana, os Asiáticos e os Europeus vieram para tomar e manter o melhor
do um – quarto que fora deixado.
A massa de terra nas regiões do leste, por exemplo, tem vindo a sofrer um
movimento vertical de elevação e afundamento junto com um processo de
nivelamento ocasionado pela atmosfera e intempéries desde os tempos do
Mioceno.
Nas regiões áridas e semi-áridas, existem vastas extensões de terra desolada, que
não foram feitas pela natureza somente. Pois, como o próprio Sahara, muito dela
já foi floresta onde a vida animal floresceu e córregos fluíram.
O homem desempenhou o papel principal em sua destruição pelo fogo em seus
métodos agrícolas cambiantes. Animais ajudram no processo. A relação da grama
verde e floresta para o clima e do clima para a precipitação parece não ter sido
conhecida ou totalmente apreciada. Em áreas sem árvores e sem grama as chuvas
periódicas evaporam na terra que não segura água. Alguém pode viajar centenas
de quilômetros sobre regiões deste tipo, sem encontrar um único fluxo.
Todos os rios e córregos desapareceram como as gotas de chuva na areia. Por
causa das mesmas características físicas da terra discutidas anteriormente, a
irrigação era extremamente difícil e na maioria dos lugares impossível, fora do
Egito.
Temos falado muito sobre desertos Africanos de areia e rochas que alguém
poderia se enganar ao pensar que era esse tipo de terra somente que não poderia
suportar uma população. Mas havia vastas áreas não desérticas de duro solo
vermelho ou vermelho-marrom que tinham sido arrastados por chuvas fortes,
roubado dos seus elementos essenciais para a vegetação (como cálcio e fósforo),
e, claro, o seu uma vez rico húmus de topo – de – solo. Este desgaste contínuo foi
obviamente destrutivo. O problema do solo foi ainda mais agravado por ter
embaixo pisos de rígida laterita – assim como se houvesse um plano mestre para
garantir que este solo não iria segurar qualquer água. Portanto, o problema
envolvia muito mais do que restaurar o topo- de – solo e um programa de
conservação da terra para prevenir erosão, porque este duro piso debaixo drena
as chuvas embora tão rápido quanto ele chegasse a esse nível.
Pode muito bem ser que a resposta esteja nas Pirâmides desafiadoras da morte
que eles construíram no Egito quando a terra era sua.
Deve haver uma série de pré-condições sem as quais o gênio de quaisquer pessoas
para pensar, inventar, descobrir e construir será inibido e pode até morrer em
circunstâncias extremas.
(1) O povo deve se tornar livre da fome, e ser capaz de acabar com a sua perene
perambulação de um lugar para outro em busca de comida e água, e se
estabelecer.
Mas mesmo este fato central, quando plenamente realizado, ainda permanecerá
no campo da mera discussão até que Pretos em todos os lugares comecem
organização de massas para a educação em massa das massas.
Deve haver uma ruptura ou extinção gradual. Esta é a pré-condição final para a
sobrevivência e o progresso.
Eles ocuparam as áreas do comércio e contatos fáceis com a sua pátria e as outras
nações do mundo – um ponto que simplesmente não pode ser super enfatizado,
ao considerar a situação dos povos Africanos.
Isto foi bastante fácil para os Árabes. Eles possuíram os Africanos capturados que
compunham as suas forças de combate. Os Africanos podem culpar apenas a si
próprios por isso. Aqui, como em algumas outras coisas, eles ainda estavam
envolvidos em práticas que, embora uma vez universais, há muito haviam estado
morrendo ou geralmente sendo abandonadas pelo resto do mundo. Esta era a
escravização de prisioneiros de guerra capturados.
Pretos contra pretos com aumento da desconfiança e ódio podem ser rastreados
para os assaltos por escravos pelos próprios Africanos. Os assaltos no interior por
escravos eram resistidos por alguns chefes e os assaltantes foram atacados. Mas
essa oposição nem sempre se deveu a qualquer oposição à escravidão, mas a este
tipo de ação direta que ignorava os chefes e, assim, eliminou os seus lucros. *
3. Mas que eles estão mal preparados para a guerra, a não ser contra os seus
vizinhos, que também usam o tipo de lanças, arcos e flechas que nós
abandonamos há muito tempo.
5. Eles são um povo de segredos [secretive people]. Pois enquanto eles são
plenamente conscientes da grande riqueza mineral do continente, eles usam-na
de uma forma muito limitada, principalmente para adorno pessoal, e não têm
desejo de abrirem-se aos estrangeiros para o comércio mundial que iria beneficiá-
los muito. Eles rigidamente de acordo limitam as suas atividades comerciais, mas,
principalmente, porque os Asiáticos controlam todas as suas costas e os têm
cortado do mundo e seu comércio.
Assim, poderia ter sido verdadeiramente relatado para ambas Ásia ou Europa,
em qualquer momento durante os últimos mil anos, que a generalizada
segmentação e frequente desunião entre os Africanos torna-os fácil para se
conquistar e dominar.
Alguns destes seis itens hipotéticos seriam válidos como conclusões sobre uma
situação geral somente após o colapso generalizado de fortes estados Africanos,
quando pequenos estados fragmentares espalhados pelo continente como uma
epidemia. Mas, como veremos, a resistência unida dos pretos às invasões branco
Asiáticas vinha acontecendo desde antes da história registrada começar; e,
apesar de todas as segmentações e infindáveis invasões do Norte, Sul, Leste e
Oeste, houve nações pretas que mantiveram a resistência de cinco mil anos até
este século 20. Nós vamos rever algumas dessas em capítulos que se seguem.
CAPÍTULO II
A Filha Mais Velha Da Etiópia: Egito
A GRANDE DECEPÇÃO
A fusão das raças começou em torno do perímetro norte. O resultado final foi
sempre o mesmo: Os Pretos foram empurrados para o fundo da escada social,
econômica e política sempre e onde quer que os Asiáticos e seus descendentes
mulatos ganharam o controle.
Este esquema de enfraquecer os Pretos através de voltar seus irmãos meio-
brancos contra eles não pode ser subestimado [overemphasized] porque ele
começou no início dos tempos, tornou-se a prática universal dos brancos, e ainda
é uma das pedras angulares do edifício do Poder Branco.
Houve pretos que nem fugiram ante o avanço Asiático e nem se submeteram à
escravidão. Estes, também rejeitaram a fusão como o processo de transformar a
raça, se mantiveram firmes combatendo e foram geralmente dizimados. Em
suma, os Africanos mantiveram o Alto Egito (Sul), enquanto os Asiáticos
mantiveram o Baixo Egito (Norte).
Os pretos tinham estabelecido a sua capital Egípcia em Nekheb. O palácio real era
logo do outro lado do rio em Nekheb. Tebas e Napata continuaram a ser os centros
culturais do mundo preto.
Historiadores do antigo Egito fariam bem em fazer uma pausa e refletir mais
sobre a questão das “Duas Terras”. Aqueles que estão interessados na verdade
sobre a história do homem preto serão obrigados a fazê-lo. Pois a mais
significativa parte da história do preto Africano desenvolveu-se no Egito, e a
divisão do país em “Duas Terras” – uma predominantemente Asiática e a outra
Africana – marcou a primeira grande etapa das intermináveis pressões que
constantemente forçaram os pretos das áreas do norte. Mas durante incontáveis
séculos, a maior região foi mantida pelos pretos. Esta era a região do sul chamada
“Alto Egito” [“Upper Egypt”].
Parece bastante claro que este conflito gangorra [see-saw conflict] entre
Africanos e Asiáticos cobriu séculos remontando à pré-história, assim como ele
estava para continuar intermitentemente durante quase cinco mil anos depois de
Menes. De fato, a Revolução de Zanzibar e o conflito puramente racial no Sudão
são simplesmente uma continuidade atual da antiga luta entre os invasores e os
invadidos.
Depois que o Norte dos Asiáticos foi subjugado, a capital Africana foi transferida
de Nekheb no Sul para o Norte, onde as “Duas Terras” se encontravam. Aqui
montado o que tinha sido o limite, a “Cidade Eterna” de Memphis foi construída,
nomeada para o rei, e, como Tebas, tornou-se o ponto focal do poder Preto e um
dos principais centros da civilização Africana. Ao completar a construção de
Memphis, o sobrinho de Menes aparentemente acreditava que ele estava fazendo
a resolução definitiva do problema com os Asiáticos, e que esta capital
permaneceria para sempre. O massivo sistema de fortificação construído para
controlar os Asiáticos permaneceu por séculos. A crença literal do Africano na
imortalidade se refletiu em suas construções e arranjos de sepultamento. As
primeiras mastabas de tijolo, de três-câmaras, prenunciaram as posteriores
pirâmides que estavam para cercar a cidade como vigias e formar uma linha de
marcha de lá para o deserto Gizé.
Não houve nenhum “Egito” antes do rei preto cujo nome este foi indiretamente
derivado. Antes aquele país era chamado de Chem ou Chemi – outro nome
indicando seus habitantes pretos, e não a cor do solo, como alguns escritores têm
desnecessariamente se esticado em afirmar.
Pois foram esses primeiros escritores, e não os pretos, que deixaram claro que,
embora os invasores Euro-Asiáticos haviam se estabelecido firmemente em cerca
de um quarto do Norte da Etiópia (Baixo Egito), tão cedo quanto no quarto
milênio A.C., os Pretos com igual firmeza mantiveram todo o resto do vigésimo –
nono paralelo norte ao décimo sul. Foram os brancos, e não os pretos, que
chamaram a África de “Terra dos Pretos” [“Land of the Blacks”] até as invasões
Asiáticas e Européias tornarem oportuno mudar isto para significar “Países
Africanos ainda não tomadas pelos Caucasianos”; e, mais tarde, para “África ao
Sul do Sahara”. Mesmo isto tem que ser qualificado agora como áreas Sul
Africanas Dominadas pelos brancos ou áreas mantidas pelos Portugueses.
Os primeiros brancos – mais uma vez, e não os pretos – não só definiram todo o
Alto Egito como preto para distingui-lo do predominantemente branco Baixo
Egito, mas eles estabeleceram o problema para a posteridade chamando de Alto
Egito a Tebaida [Thebald] e os pretos de Tebanos [Thebans] porque Tebas
(Nowe) era o maior e mais antigo centro da civilização preta.
Nossa tarefa é começar a remoção dessa falsa incrustação, endurecida como está
por dois mil anos de crescimento sem contestação. O tempo contínuo na história
dos pretos é altamente importante em referência ao estado da civilização nas
terras de onde os grupos invasores vieram durante os primeiros mil anos de
ascendência Preta no Egito e Etiópia do sul (o Sudão). acentuadamente a partir
do Africano escrita original como foi desenvolvida abaixo do primeiro catarata.
Memphis 3100
. . .
Foi o início de uma nova era na história dos pretos quando um Rei Etíope mudou
o curso do rio Nilo através da construção de uma grande barragem na fronteira
entre o Alto e o Baixo Egito para o local da nova capital que levaria o seu nome.
Por gerações Memphis foi quase inteiramente uma cidade todo-Africana, com
aldeias de Asiáticos brancos lentamente crescendo em torno da periferia. Pois os
Asiáticos são um povo uito inteligente e muito astuto. Uma vez conquistados, eles
fingiam completa e humilde aceitação da regra Africana. Longe de mostrar o
menor sinal de qualquer sentimento de superioridade racial, eles eram tais
mestres da arte da dissimulação que eles poderiam enganar os Africanos, muitas
vezes sob o disfarce de fraternidade, capitalizando sobre sua, muitas vezes,
compleição escura, instituições semelhantes, casamentos inter-raciais, e mistura
com a população preta em geral, tanto quanto possível. Que tudo isso era a rota
direta para a repetida ascendência Asiática no continente poucos Africanos
pareciam ver. Pois eles são, como uma raça, sempre prontos a perdoar e esquecer
males passados cometidos por estrangeiros; Considerando que, por outro lado,
uma tribo Africana companheira pode facilmente tornar-se um “inimigo
tradicional” e continuar como tal por tantas gerações que ninguém se lembre
sobre o que a briga original era!
Ainda assim deve ter ocorrido a alguns que, uma vez que eles próprios sabiam
muito bem quem os construtores da civilização preta eram, uma meticulosa
investigação viria a revelar tudo o que eles tentaram esconder.
Eu saliento repetidamente também que alguns dos vieses não são deliberados,
mas muitas vezes tão profundamente enraizados que o estudioso branco é
totalmente inconsciente deles. Um deles, por exemplo, foi Sir Flinders W.M.
Petrie, um dos maiores Arqueólogo-Historiadores sobre o Egito. Ele se esforçava
tanto para ser cientificamente “objetivo”. No entanto, quando ele desenterrava
um famoso rei ou rainha que era inconfundivelmente “Negro”, ele parecia estar
bastante confuso. Mas, como a maioria de seus colegas investigadores, alguns de
seus melhores pensamentos eram movidos para uma explicação “racional”. Desta
forma, o achado de Mertitefs, a rainha preta de Sneferu, indicou que a “mulher
real podia ser de uma raça inferior e não do ‘tipo elevado’.”
Mas as diretrizes que eu considerei úteis na identificação de “quem foi quem” são,
O PROBLEMA DO MULATO
Mesmo se nenhuma tal afirmação for feita, as novas classes dominantes e todos
os membros de sua raça são superiores perante os povos indígenas ou
conquistados. Conveniência e a própria sobrevivência ditou lealdade e serviço fiel
aos mestres Asiáticos nas regiões sobre as quais eles tinham ganhado o controle,
primeiro no norte do Egito. Isso significava que, mesmo no início, “aliar-se com
os Asiáticos” não foi unicamente determinado pelo fato de se alguém era um
mestiço ou um puro-sangue Africano. Os Pretos que não optaram por fugir para
o sul, mas permaneceram sob o domínio Asiático, mesmo escravizados,
trabalhavam mais duro para ganhar reconhecimento e aceitação do que qualquer
outro grupo. De fato, tão ansiosos estavam alguns desses primeiros Pretos para
“integração” com os Asiáticos que eles mesmos fizeram muito da criação da nova
geração de Egípcios que viriam a se tornar seus inimigos mortais. Pois em um
esforço total para satisfazer os invasores, eles livremente deram as suas filhas e
outras mulheres desejáveis como presentes para se tornarem concubinas,
acelerando assim o processo de reprodução em escala cada vez maior. Isso
também não diminuiu a captura indiscriminada de mulheres em ataques à
aldeias Africanas para o mesmo propósito e para exportação para a Ásia.
Referência foi feita à “raça dos Egípcios” de suas mães. Pois no Egito, como em
outros lugares, foi um processo sexual de via-única. A “raça superior” [“master
race”] sempre manteve as suas próprias mulheres “sagradas” e isoladas por trás
das paredes de suas casas. Elas não eram autorizadas a ir para fora, exceto sob
guarda. Mulheres Africanas não tinham tais restrições ou proteção. Elas eram um
alvo fácil para os homens de todas as raças, e para eles era sempre temporada
aberta. Muitas mulheres Pretas preferiram a morte por suicídio. Sobre estas,
também, a história não canta.
Mas o que tem sido referido como um “fenômeno social” foi na verdade um
desenvolvimento entre os mestiços [half-breeds] em todos os lugares que correu
contrário ao que seria normalmente esperado, se não contrário à própria
natureza. Este foi a simples rejeição da mãe e seu povo e uma clivagem para o pai
e seu povo. Embora eu não saiba se o imenso amor que os Africanos geralmente
têm por suas mães é algo maior do que entre outros povos, este é certamente tão
marcante que tem sido uma questão de comentário por muitos escritores.
Algumas das principais razões pelas quais os mestiços se voltaram contra os
Pretos e buscaram integração com os Asiáticos foram apontadas. Estas aplicam-
se aos Pretos, bem como à nova geração [new breed]. Todos procuraram
segurança, promoção e prestígio social através da integração de si mesmos com
as classes dominantes atuais. Mas os mestiços [halfbreeds] tinham a posição
inicial e todas as vantagens.
Outra situação que foi um fator muito potente na atitude dos mestiços
[halfbreeds] para com a raça de suas mães foi que, na maioria das vezes, as mães
eram escravas concubinárias.
Isto significava que o mestiço [half-breed] era introduzido no mais baixo nível de
vida Africana mesmo desde o nascimento. O concubinato [concumbinage] era tão
geral que ofuscou o número menor de mulheres Africanas que foram as esposas
legítimas dos Asiáticos. Estas mulheres Africanas foram a exceção, geralmente
vindo como elas vinham a partir de poderosas classes superiores, as famílias
nobres ou reais. Em tais casos, parece não importar absolutamente o quão Pretas
elas eram. Mas, uma vez que a maioria dos “novos Egípcios” eram originalmente
filhos e filhas de mães escravas e pais de “classe alta”, eles tendiam a ter vergonha
de suas mães e procurar auto-realização no lado de seus pais. Além disso, a mãe
escrava não tinha nenhum direito sobre os filhos que ela concebia. Eles
pertenciam ao pai Asiático que podia e, geralmente considerava-os como
nascidos-livres [free-born] devido ao seu sangue Asiático.
A coisa mais caridosa que pode ser dita sobre o racismo dos Boeres Holandeses e
suas proles mestiças do Cabo é que eles desconheciam até mesmo os nomes de
grandes líderes Africanos, para não mencionar a grande civilização que eles
tinham construído ao bem ao norte de onde os Holandeses desembarcaram pela
primeira vez.
Mas os Assírios, Hebreus, Gregos e Romanos não poderiam fazer nenhuma tal
afirmação para apoiar o mito da superioridade branca. Pois nada parece mais
claro a partir de registros antigos do que aquilo que todo o inteiro mundo antigo
não conheceu nada mais antigo do que a civilização do homem Preto.
Um fato perturbador era que a maioria dos maiores reis e rainhas do Egito foram
Africanos Pretos – tão grandes, na verdade, que seus nomes foram de bom grado
[gladly], propagados por páginas que glorificam o passado Egípcio – seus nomes,
mas não a sua identidade Africana. Na história esses Pretos são simplesmente
Egípcios, e não Cushitas, Etíopes, ou Núbios. Isto é ainda uma outra técnica para
deliberadamente “perder o rastro” da história Africana. Mas as espátulas [spades]
dos arqueólogos continuavam apenas trazendo à tona estatuetas e alguns retratos
notáveis que frustravam alguns estudiosos, enquanto outros se sentiam
desafiados a replicar com uma artilharia pesada de palavras e frases enganosas
[misleading].
Será que é esta uma das principais razões porque os Egípcios os odiavam tanto?
Terá sido a escravização em massa de Africanos uma parte de um esquema para
quebrar o poder e acabar com a ameaça eterna da “Terra dos Pretos” hoje o sul?
Mas eles sempre voltavam, se não como guerreiros conquistadores, então, como
os comerciantes pacíficos ou migrantes amigáveis que procurando um lar.
Também deve ser lembrado que o Egito não era sempre o objeto inocente de
agressão, mas foi muitas vezes o agressor invasor na Ásia. Ele também escravizou
muitos Asiáticos e os fez marchar de volta para o Egito – homens, mulheres e
crianças. Pode-se dizer com certeza, portanto, que algumas das muitas invasões
do Egito foram convidadas ou provocadas pelas próprias aventuras imperialistas
do Egito. No entanto, elas podem muito bem ter sido contra-movimentos para
verificar as constantes invasões destas regiões.
Mas tudo não estava indo bem na terra. Houve guerras civis, divisão do país
novamente, reunificação novamente, descentralização, um rompimento em
nomarcas autônomas [autonomous nomarchies] e volta à unificação mais uma
vez. Esses altos e baixos parecem estar de acordo com a força ou a fraqueza da
liderança em qualquer período determinado, ou com o papel desempenhado
pelos conquistadores na unificação ou no fracasso para unificar o país.
A longa longa extensão dos séculos em milênios tornou fácil para eliminar alguns
dos desenvolvimentos mais significativos naquelas eras precoces no Egito. O
surgimento de grandes líderes e longos períodos de realizações notáveis foram
seguidos por líderes fracos e longos períodos de desorganização e caos nacionais
em ciclos tão incríveis que parece que alguma lei sócio-política implacável estava
operando na terra. O governo centralizado, primeiro instituído por Menes,
sempre desmoronou conforme guerra civil se espalhava sobre as províncias e
reinos constituintes. Um dos piores e mais fatídicos períodos de crise foi durante
a Sétima, Oitavo, Nona e Décimo Dinastias, 2181-2040 A.C.
O que aconteceu durante esse período de anarquia política é típico dos processos
não-proclamados que lenta mas firmemente mudaram ambos o caráter político e
étnico do Egito e, no final, aqueles do todo-preto Sudão também.
Durante este período, como em muitos outros, os Pretos desempenharam um
papel de liderança na agilização de sua própria queda – um fato tão importante
em sua história quanto qualquer outra coisa. No Egito havia uma luta de poder
quase infinita tanto dentro das linhagens reais nos níveis nacional e provincial
quanto entre as várias províncias. A guerra civil tornou-se mais intensa e amarga
conforme as maiores e mais fortes províncias, como Tebas, tentaram forçar as
outras de volta a um estado de unidade nacional. O problema era que muitos
Nomarcas (Chefes) estavam tentando fazer a mesma coisa, cada um sendo
ambicioso para se tornar o Faraó de todo o Egito, no mínimo, e de toda a Etiópia
(Egito e Sudão) se possível.
Inferno no centro do império (Alto Egito) por 141 anos. Cento e quarenta e um
anos de retrocesso e destruição. Ambas as extremidades do império romperam
com o centro. O extremo norte, Baixo Egito branco, tornou-se independente
novamente e mais e mais brancos se espalharam para o Alto Egito, aproveitando
ao máximo a agitação geral, e promovendo-a através da formação de alianças com
vários chefes provinciais na guerra contra os outros. Uma vez que o Baixo Egito
também tinha luta interna entre suas províncias agora independentes, chefes do
Delta não hesitaram em aceitar os convites dos príncipes Pretos para formar
alianças e levar tropas para o Alto Egito. Os Asiáticos também marcharam através
do deserto da Líbia, onde eles também haviam substituído os Pretos indígenas e
agora eram a população dominante.
Um século e meio disso. Uma pausa e reflexão são necessárias aqui para que o
significado total do que foi exposto acima seja aproveitado. No entanto, a imagem
não precisa ser tão confusa como muitos escritores a têm feito pelo simples
expediente de omitir fatos salientes. Entre estes estão os seguintes: (1) O colapso
da autoridade centralizada a partir de Memphis não só permitiu ao Baixo Egito
tornar-se independente novamente, mas também significou que esta região
predominantemente Asiática estava no mesmo estado de perturbação como o
resto do país. (2) Reis no Baixo Egito, governando de Avaris ou Sais, muitas vezes
afirmaram ser reis ou faraós de todo o Egito, sem ter ganhado o controle de todo
o país, assim como reis no Alto Egito, governando de Tebas ou Memphis, fizeram
afirmações semelhantes durante o mesmo período sem ter adquirido o controle
sobre todo o país ou mesmo sobre a totalidade do Alto Egito.
Este ponto é muito importante; pois o que isso significa é que houve períodos em
que ambos os aspirantes, brancos e pretos, alegaram ser faraós do Egito ao
mesmo tempo em que nenhum deles tinha realmente nenhum controle efetivo
sobre a nação. (3) Escritores, sabendo isso bem o suficiente, no entanto, têm
geralmente apresentado os brancos e Afro-Asiáticos (classificados como
“brancos”) como os faraós Egípcios, enquanto ignorando os faraós Africanos
completamente. Sua defesa, quando pressionados, é que os faraós Africanos são
indicados como Tebanos, Memphitas etc., – satisfeitos, como indicado
anteriormente, que o uso desses termos é uma parte do “apagão” [“blackout”] da
história preta. (4) Os períodos durante os quais as incursões Asiáticos foram
maiores, como 2181-2040 A.C., devem ser enfatizados porque estas pressões
populacionais causaram uma retirada constante de pretos não-integracionistas
para o sul abaixo da Primeira Catarata.
(5) ignorar este inicial movimento separatista entre os pretos é negligenciar uma
das chaves mais importantes para a compreensão mais completa da história
Egípcia preta.
Mas, assim como os Pretos tinham se retirado em grande número do Baixo Egito
conforme este se tornou mais e mais branco e começou a se estabelecer além do
que se tornou a fronteira entre o Baixo e Alto Egito, então agora eles estavam
movendo-se de um lugar para outro no Alto Egito em um esforço inútil para
escapar dos sempre prementes brancos. Estes foram os Pretos que finalmente se
juntaram a outros no Sul (Núbia).
O fim da Décima Segunda dinastia em 1786 [a.C.] encerrou quase três séculos e
meio de grandes líderes e, portanto, um grande progresso. No entanto, mais uma
vez, o ciclo de desastre voltou com a Décima Terceira dinastia. Pigmeus mentais
sentaram-se nos tronos antes ocupados por gigantes. Quase dois séculos de lutas
internas e decadência se seguiram. O Baixo Egito, é claro, tinha rapidamente
tornado-se independente novamente pela terceira vez. Isto significou um
aumentado e irrestrito fluxo de Asiáticos para o país. Um período de turbulência
era também o momento oportuno para grandes invasões armadas.
[* – Alguns escritores dizem que eles eram Árabes e que seu governo durou cerca
de 250 anos.]
O ponto importante aqui é que Semitas verteram sobre o Egito após a sua
conquista por companheiros de tribo [fellow-tribesmen], e que isto avançou
ainda mais o caráter Asiático dos Egípcios. O poder Hicso foi quebrado durante a
18ª dinastia e muitos foram expulsos em massa. Eles voltaram para a Palestina e
fundaram Jerusalém. Enquanto isso, o Egito estava se desenvolvendo no
“Império Novo” [“The New Empire”] e, durante a mesma dinastia em que os
Hicsos foram expulsos, ele revidou conquistando a terra natal dos Hicsos e a Síria
e estendendo conquistas até o Eufrates. Deve ser notado aqui que a maior invasão
Hebraica do Egito ocorreu cerca de 600 anos antes de Moisés e do Cativeiro.
. . .
Uma razão pela qual as grandes questões da história Africana devem ser tanto
revisadas quanto ampliadas, é que qualquer um que se atreva a desafiar os pontos
de vista predominantes e amplamente difundidos está em uma posição muito
mais precária do que aquela do pequeno Davi enfrentando o imponente e
poderosamente armado Golias. Aqui um exército quase universal de gigantes,
permanecendo firmes na defesa das ideologias “Africanistas” que eles têm
desenvolvido, devem ser combatidos. Para este fim eu revi posições já afirmadas,
a fim de ser absolutamente claro, e eu expandi introduzindo fatos adicionais sobre
o mesmo assunto.
Sir Gardiner Wilkinson em seus três volumes sobre o antigo Egito segue a mesma
linha bem conhecida sobre os Egípcios como Caucasianos. Nisso, ele está
bastante em sintonia com a maioria dos escritores Ocidentais e Asiáticos sobre o
assunto. Na verdade, para além da “evidência” citada acima, ele se apoia também
sobre características Caucasianas em certos monumentos Egípcios, retratos etc.
As esculturas de cabeça, imagens e outras representações de pessoas são bem
verdadeiras, dependendo do período em que o trabalho foi feito. Foi este feito
durante a longa era de representações clássicas quando todos os retratos eram de
uma forma padronizada? O sujeito era idealizado em uma tentativa artística para
fazê-lo parecer bem diferente do que ele realmente era. Na verdade uma
representação verdadeira do indivíduo era considerada vulgar. A pergunta
complementar é, foram as pinturas murais e representações semelhantes feitas
durante estes períodos de ascendência Européia (Asiática e Afro-Asiática)? Pois
durante esses períodos as classes altas e regentes de ambos Africanos e Afro-
Asiáticos foram classificadas como Caucasianas ou Asiáticas e uma nítida
distinção foi feita entre eles e os Pretos não-integracionistas [non-integrating
Blacks]. As pinturas estilizadas também mostram os Pretos nos mesmos padrões
invariáveis. A primeira revolta conhecida contra este antigo sistema de arte
clássica veio durante as reformas religiosas de Iknaton [Akhenaton], no século
XV a.C.
Referências têm sido feitas à Tebas (Thebes), e estas podem ter parecido ser quase
referências passageiras. No entanto, Tebas foi a cidade mais importante em toda
a história do povo Preto. A inteira série de palestras poderia ser devidamente
baseada em Tebas. A história da África negra poderia muito bem começar em
Tebas. Para esta foi realmente a “Cidade Eterna dos Pretos” [“Eternal City of the
Blacks”] que apresentou a evidência mais convincente de que eles foram os
construtores da civilização mais antiga em Chem, mais tarde chamado Egito, bem
como da grande civilização no Sul. A fundação de Tebas, como o estado preto do
qual ela era o centro, vai tão longe remotando na pré-história que nem mesmo
um período de idade da pedra geral pode ser sugerido.
Mas nunca esqueçamos o fato central acerca de Tebas – nem mesmo por um
momento. Pois ainda que os Pretos nunca tivessem deixado um registro escrito
único de sua grandeza passada, esse registro ainda estaria, desafiando o tempo,
nas pedras imortais de Tebas, de suas colunas caídas de templos, monumentos e
suas pirâmides – uma cidade mais eterna do que Roma porque a sua fundação foi
colocada antes do alvorecer da história, e sua planta foi aquela copiada por outras
cidades do mundo. Se os Pretos de hoje querem medir a distância até as alturas
de onde eles caíram, eles não precisam de ir mais longe do que Nowe (Tebas).
A “Mãe das Cidades” [“Mother of Cities”], como era chamada, foi um dos
principais centros da religião em África. Os Pretos eram um povo muito religioso
e tinham um grande número de cidades religiosas, cada uma sob a protção
especial de um deus, deusa ou qualquer número de divindades. Os deuses e
deusas de Tebas estavam entre os mais importantes porque a cidade era de tal
modo importante. Porque a religião para os Africanos era muito mais do que
rituais refletindo crenças, mas uma realidade refletida em sua forma real de vida,
a religião desde os primeiros tempos tornou-se a força dinâmica no
desenvolvimento de todos os principais aspectos da civilização Preta.
Essa crença na vida após a morte foi a grande inspiração para a construção em
tão grande escala, tentando erguer estruturas que ficariam para sempre. A
Necessidade, portanto, deu à luz às ciências matemáticas necessárias para a
construção das maravilhosas pirâmides e os projetos de arquitetura para o mais
elaborado sistema de construção de templos que o mundo já conheceu. Como
cidade de Amon, o rei dos deuses, e de sua esposa, a grande deusa, Mut, os
templos e monumentos para eles sozinhos tinham que ser em uma escala maciça.
Havia também o deus da guerra de Tebas, a fonte do poder dos mais poderosos
exércitos, os guerreiros mais orgulhosos e mais destemidos. A partir deste centro
do império sozinho, 20.000 carros de guerra poderiam ser colocados em campo.
A hierarquia de deidades não só incluia numerosos deuses e deusas menores, mas
também uma longa linhagem de venerados antigos reis, rainhas e ancestrais.
Tudo isso não só inspirou a interminável construção de templos em Tebas, mas
também uma concentração em atingir os mais elevados padrões de excelência.
Isto, por sua vez convidou ao aprofundamento da reflexão, invenção e descoberta.
Muitos dos templos eram o que chamaríamos de faculdades [colégios], como as
diferentes áreas de estudo eram centradas no templo. Aqui estudiosos de terras
estrangeiras vieram para estudar, e a partir daqui idéias religiosas e projetos
arquitetônicos foram difundidos. Os primeiros Gregos e Romanos avidamente
copiaram de ambos, remodelaram-los e fizeram-lhes partes integrantes de uma
cultura Ocidental “original”. Durante os períodos de declínio ou conquistas, A
Europa e a Ásia capturaram e transportaram da África tanto dos artefatos de sua
civilização quanto puderam. Cambyses, por exemplo, tão cedo quanto o século VI
a.C., roubou mais de $ 100.000.000 de materiais históricos preciosos de Tebas
apenas. Cambyses foi apenas um das incontáveis milhares de pessoas que
invadiram os túmulos repositórios [Museus] da história Preta durante cada um
dos períodos de invasão estrangeira e governo estrangeiro. Pois estas tumbas
continham não apenas muitos valiosos registros históricos em diferentes formas,
mas também grandes tesouros em ouro e pedras preciosas. Nestes casos, os
registros históricos foram geralmente destruídos incidentalmente, e não
deliberadamente. Os saques em sepulturas e grandes túmulos eram em busca dos
grandes tesouros a serem encontrados lá. Mas o ouro e outros tesouros roubados
não tinham nenhuma importância quando comparados com a massa de materiais
históricos de valor inestimável que estão espalhados pela Europa e Ásia, alguns
em museus, alguns destruídos ou jogados fora – tudo a partir do coração da
civilização Preta. Hoje os descendentes dos ladrões ainda presunçosamente
declaram, “Os Pretos nunca tiveram qualquer história que valha a pena; se
tiveram, onde estão seus registros?”
O fato ainda interessante sobre Tebas é que muitos de seus antigos grandes
templos eram ruínas pré-históricas mesmo há cinco mil anos atrás. O templo
mais antigo em Karnak, por exemplo, no que foi o centro de Nowe [Tebas],
remonta além do alcance dos registros do homem. Nenhuma outra cidade na
Terra jamais teve tantos templos, e ainda hoje existem mais ruínas de templos lá
do que em qualquer lugar do mundo. Por causa do esplendor de seus projetos
arquitetônicos e do tamanho colossal das estruturas, eles, assim como as
pirâmides, tornaram-se maravilhas do mundo. A religião foi não só a ocasião
imediata para o desenvolvimento da arte e da arquitetura, mas também inspirou
o movimento por grandeza, o grande projeto em uma escala tão grande quanto a
inteligência e esforço humanos pudesse alcançar. Nada menos foi condizente com
os deuses.
O ponto de tudo isso é que a religião fez o povo obediente, submisso – e tanto
mais se seu governante tivesse um papel sobre-humano e até mesmo parentesco
com os deuses e os ancestrais protetores. Pois não significava isso então que os
governantes detinham todas as chaves para o Céu?
A grande civilização dos Pretos que por incontáveis eras foi centrada em torno de
Nowe (Tebas) não surgiu por acaso. O progresso não acontece automaticamente.
Cada passo em frente feito por esses primeiros Pretos foi feito – você pode até
dizer forçado – pelos imperativos do que tinha de ser feito para sobreviver. Tenha
em mente que a sobrevivência espiritual era mais importante do que a física – um
conceito que não se espera que o mundo moderno compreenda de todo.
O desenvolvimento da escrita não é explicado pela simples declaração de uma
“necessidade de se comunicar.” A idéia de permanência pareceu motivar o
desenho de imagens e símbolos que foram o primeiro passo do homem para a
arte de escrever. Significativamente, os escribas originaram-se nos templos
sagrados. E é por isso que tantas inscrições de importância histórica foram
encontradas lá – em paredes, altares e nas colunatas. A Cidade mais antiga do
mundo, que não só tinha o maior número de templos, mas também os mais
antigos, deve ter sido o lugar onde a maior massa de dados históricos teria sido
encontrada, se os saqueadores de diferentes países não tivessem destruído,
roubado, e levado embora tanto dela. Aqui não precisamos nos preocupar tanto
com mais um testemunho, como o de Diodoro afirmando que os Tebanos foram
os mais antigos (primeiros) homens na Terra, de acordo com a sua tradição, e que
eles também originaram os sistemas de filosofia e astrologia – não precisamos
nos preocupar tanto com a sua antiguidade, a qual já está bem estabelecida, como
quanto à perda de grande parte da evidência adicional sobre o desenvolvimento
da filosofia e o início da ciência espacial da astrologia.
A ênfase tem sido sobre a Thebald como todo Alto Egito, o Alto Egito [upper
Egypt] como Alta Etiópia, e Tebas (Nowe) como sua cidade mais antiga e uma dos
verdadeiros primeiros centros da civilização Preta. E nós temos dito que os
brancos antigos assim a consideraram. O historiador Grego, Erasthosthenes,
refere-se a Menes como “O Tebano” [“The Theban”] e primeiro rei de Tebas
(significando a Thebald ou Alto Egito, quando unificado o com Baixo Egito, e o
início da Primeira Dinastia 3100 a.C.). O mesmo historiador observou que o
reinado de sessenta e dois anos de Menes foi um dos mais longos na história, e
que o de seu sobrinho, Atothones, correu próximo em segundo lugar, cinquenta
e nove anos.
Durante este período inicial – e antes de Memphis ser fundada – “A Cidade dos
Cem Portões” espalhava-se por seis milhas quadradas ao longo de ambos os lados
do Nilo. Ela era também a “Cidade Bela” [“City Beautiful”], sendo chamada por
mais nomes glorificantes diferentes do que qualquer cidade conhecida do mundo
antigo. Suas mais amplas avenidas, pautadas com esfinges, templos, palácios e
monumentos poderiam acomodar a variedade de carros coloridos, vinte lado a
lado [twenty abreast]. Ela era também “As Duas Cidades” [“The Two Cities”], ou
“A Cidade dos Vivos” e “A Cidade dos Mortos” [“The City of the Living” and “The
City of the Dead”]. Uma ficava no lado leste do rio e a outra ficava do lado oeste.
Cada uma competia com a outra em uma corrida pela magnificência. Palácios e
mansões estavam em grande parte concentrados na margem leste. Templos,
estando por toda parte, eram tão numerosos na “Cidade dos Vivos”, quanto na
“Cidade dos Mortos” sobre a Margem Oeste, onde os templos mortuários de reis
e rainhas estavam localizados, juntamente com os vários cultos religiosos e casas
de sacerdotes, artesãos, soldados e as massas. A Margem Oeste [West Bank] era
uma tal colméia de atividades industriais, comerciais e religiosos, que “Cidade
dos Mortos”, mesmo que se refira a seus famosos locais de sepultamento, no
entanto, é um nome muito enganoso [misleading]. O status de Tebas como a
cidade capital e centro de atividades imperiais aumentou e diminuiu, com poucas
exceções, de acordo com a raça ou nacionalidade da dinastia reinante naquele
momento. Sendo o centro do poder preto, era um alvo principal para destruição
por invasores não-Africanos e, depois de terem alcançado o controle, eles
estabeleceram novas capitais em outros lugares.
A importância da cidade que tinha sido a inveja do mundo foi ignorada, e muitas
de suas atividades culturais foram tranferidas para outros lugares. Nenhum faraó
branco podia sentir-se nem confortável nem seguro no centro de uma das mais
densamente populadas áreas dos Pretos do império. Os Egípcios de cor
geralmente sentiam-se da mesma maneira. Tebas também foi eclipsada por
vezes, pelos programas de construção de reis Pretos em seu esforço para avançar
do muito antigo para o muito novo, e também com a finalidade de garantir uma
administração centralizada mais eficaz. A construção de Memphis foi para este
propósito. Por outro lado, Piankhi e seus sucessores na Vigésima Quinta Dinastia,
aparentemente, preferiram a cidade capital de Napata no profundo Sul do que
ambas Tebas e Memphis. Será isso porque a Cidade Santa de Napata era como
Meroe, a única grande cidade todo-Preta que nunca havia sido contaminada pelas
mãos dos conquistadores? Podemos assim especular. É claro, porém, que Tebas
refletia as mudanças no poder mais diretamente quer se as mudanças fossem
ocasionadas por forças internas ou externas. Ela declinou conforme Memphis
ergueu-se durante as dinastias I, II, III, IV e V. (3100-2345 a.C.) Estas foram as
primeiras cinco linhagens Africanas a reinar após a reunificação. Houve uma
posterior queda de Tebas depois da Quinta Dinastia, e novamente por razões
internas de natureza bem diferente. É suficiente dizer que, após o período durante
o qual houve uma política ativa de integração de Africanos e Asiáticos através da
capital de Memphis em sua linha divisória (a fronteira entre o Alto e o Baixo
Egito), reis nativos geralmente procuraram restaurar à sua glória antiga a cidade
tão querida ao coração dos Pretos.
CAPÍTULO III
O “BLACKOUT” EM REVISÃO
A conversão de nomes no Egito foi em uma escala tão universal que sua origem e
caráter Africanos foram tão alterados quanto foi humanamente possível fazer.
Pequenas unidades políticas ou estados, que os Europeus denominam como
chefias [chiefdoms] em outras partes da África, tornam-se nomarquias no Egito.
Outra situação predinástica a ter em mente diz respeito ao governo nas Duas
Terras. Todos os Asiáticos tiveram seus reis no Baixo Egito e os Pretos tiveram
seus reis no Alto Egito. As longas guerras entre as duas raças foram sobre a
unificação e controle das Duas Terras. Estas lutas aparentemente estavam
acontecendo desde que as incursões Asiáticas começaram nos tempos pré-
históricos. E não era apenas o controle de todo o Egito até a Primeira Catarata
que estava envolvido, mas a unificação e o governo de todo o império Etíope desde
o Mar Mediterrâneo até a própria fonte do Nilo. Este grande projeto e objetivo
devorador ao longo da história da África deve ser entendido se, por exemplo, se
entender por que até mesmo os faraós Pretos do Egito levaram as guerras para o
meio de sua própria raça, tentando subjugar uma Núbia, Wawat, ou Cush
rebeldes. Os movimentos separatistas sulistas e as rebeliões se espalharam à
medida que a influência e a integração Asiáticas se espalhavam pelo Norte.
O outro evento a ser aguardado com paciência foi a passagem de tantos grandes
líderes Africanos e a chegada dos mais fracos. Esta era uma certeza histórica caso
ciclos de desenvolvimentos passados não fossem mais.
Mas o tempo parecia mais lento e mais longo durante as primeiras cinco
dinastias, cada uma das quais foi caracterizada por grandes líderes – um período
de setecentos e cinquenta e cinco anos. A lista traz nomes que ainda ressoam
pelos corredores do tempo: Menes, Athothes, Peribsem, Khasekhem, Imhotep,
Zoser, Sneferu, Khufu, Khafre, Userkaf, Neferefre, e outros que restabeleceram o
poder Etíope – um império unido – e o mantiveram sem um desafio sério por
quase mil anos.
Durante esse período, ativo comércio exterior e contatos ampliados com outros
países eram agora possíveis. A estabilidade interna foi alcançada através do
processo de maior centralização do poder em Memphis e da perfeição da
burocracia da vasta administração imperial. O Estado tornou-se o principal
promotor e inspirador do progresso em todas as frentes: Agricultura,
desenvolvimento industrial, ciência, artes, engenharia, programas de construção
maciça, mineração e construção naval. A rápida ascensão e expansão de
numerosos ofícios, cada um uma sociedade secreta organizada, estimulou o
notável desenvolvimento industrial e de construção. A paz e a estabilidade
internas proporcionaram a oportunidade para o desabrochar de um gênio nativo
até então dormente, e a religião foi a principal fonte motivadora. Cada ofício-
sociedade tinha seu próprio sub-deus padroeiro (não confundir com o Deus
Supremo). Foi durante esse mesmo período que a pedra foi usada pela primeira
vez na construção, a escrita hieroglífica foi inventada pela primeira vez, as
grandes pirâmides foram construídas, a extração de pedreiras foi aperfeiçoada e
expandida e Imhotep tornou-se o maior arquiteto do mundo e o “Pai da Medicina
Científica”. Foram sete séculos e meio das páginas mais gloriosas da história do
mundo preto.
Houve uma concentração de alguns dos maiores líderes na Quarta Dinastia, 2613-
2494 a.C. Posteriormente, cada vez menos dos grandes reis pareciam deter a
desorganização que estava claramente se desenvolvendo perto do final da Sexta
Dinastia. A realização mais notável foi sem dúvida a compilação dos Anais da
Pedra de Palermo [Palermo Stone Annals] – uma obra de grande importância
histórica.
O Império Antigo [Old Kingdom] terminou com esta dinastia. A grande riqueza
da nação, o comércio internacional continuado e o progresso interno ofuscaram
a desintegração acelerada no país. Conflitos entre os cultos religiosos lutando por
mais e mais poder político se expandiram. Também se espalharam as rebeliões
de vários chefes, buscando independência de governantes cada vez mais fracos
em Memphis. A descentralização tornou-se a ordem do dia — o dia pelo qual os
Asiáticos esperaram pacientemente por tanto tempo. Sob pequenas áreas
independentes (nomarquias), a penetração e a expansão Asiática na “Terra Preta”
se tornaram a cena normal.
Para começar, havia muitos estados tributários dentro do império. Sua própria
razão para ser uma parte do império era principalmente o tributo, suas
contribuições regulares ao tesouro imperial. Tais estados não [sentiam-se] e, de
fato, não poderiam sentir-se parte integrante do império. Cegados pela riqueza
que estava sendo derramada no tesouro nacional, os construtores do império
foram incapazes de ver ou entender as exigências do coração e espírito humano
para a formação de atitudes de amor e devoção a uma cidadania nacional. Nós
estaremos discutindo a constituição Africana tradicional mais tarde porque cada
reino e império em expansão na África já teve as diretrizes à grandeza e à
permanência, mas diretrizes que os líderes ou pensaram que se aplicassem
somente aos estados pequenos ou sentiam-se tão ricos e poderosos que as
tradicionais salvaguardas constitucionais poderiam ser ignoradas com
segurança. Nos estados menores ou nas sociedades tribais, o sistema
constitucional Africano operava para promover a igualdade de justiça, o bem-
estar individual e coletivo ou a segurança social e a lealdade ininterrupta ao
grupo. O próprio esquema da organização social assegura tudo isso. A
solidariedade de grupo se tornou um desenvolvimento natural. Um espírito de
fraternidade quase feroz prevaleceu em todos os estados tribais. O trabalho de
expandir esse espírito à medida que a nação se expandia raramente era
empreendido.
Como não havia tal programa na melhor das épocas, a mentalidade de “cada
província-por-si” era palha diante das tempestades das invasões. Os invasores
tinham achado fácil estabelecer outra capital Asiática mesmo em Heracleopolis.
Esse movimento, tendo em vista a tendência geral em toda a Etiópia, devia ser
tomado no momento mais propício — o tempo em que o império estava caindo
aos pedaços e ninguém estava no comando. Mas a pretensão Asiática do poder
imperial e o estabelecimento de sua capital no centro do mundo Preto
despertaram o povo desorganizado e sem líderes para a ira. E os Asiáticos,
aparentemente, não tinham levado em consideração Tebas — Tebas, a sede do
deus da guerra dos Pretos e o lugar de onde sempre vinham os mais poderosos
exércitos Africanos. É claro que, mesmo com esse conhecimento, nem os
Asiáticos nem ninguém esperaria qualquer ameaça de Tebas no estado atual de
caos nacional. Mas os Pretos sempre olharam para Tebas em tempos de crise,
líderes ou sem líderes. Eles o fizeram agora. Os líderes Tebanos emergiram, e
com eles homens de combate levantaram-se para lutar contra os Asiáticos
novamente. Heracleópolis caiu aos Pretos; Mas os reis Asiáticos foram capazes de
manter o Baixo Egito novamente e restabelecer dinastias lá sob Kheti I e seus
sucessores. Os historiadores Ocidentais referem-se a este período como o
Primeiro Período Intermediário, 2181-2040 a.C., e confundem ainda mais uma
situação já muito confusa, misturando os governantes Asiáticos do Baixo Egito
com os governantes Africanos do Alto Egito, e então listando todas as dinastias
sequencialmente para que de tal arranjo não se possa distinguir as dinastias, reis,
ou faraós Asiáticos brancos dos Pretos. Assim, os onze reis Asiáticos do Baixo
Egito que seguiram Kheti, aparecem como “Reis do Egito.”
SUL DA ETIÓPIA
Mas a Etiópia, abaixo da Primeira Catarata, não voltou à união imperial reunida
no Norte. Como vimos, os reinos do sul não pretendiam voltar. Suas defecções
haviam acontecido, uma após a outra, muito antes da desorganização e rebeliões
gerais durante a Sexta e Sétima Dinastias. A hostilidade às invasões Asiáticas foi
sempre maior nas regiões do sul. Muitos dos povos reivindicaram as áreas
mantidas por Asiáticos como seu lar ancestral. Eles queriam o Baixo Egito
conquistado e os Asiáticos expulsos. Menes tinha conseguido a grande vitória,
mas as políticas de integração que se seguiram foram consideradas como uma
traição dos Pretos. Eles haviam perdido a fé na decisão dos reis Pretos de
Memphis, que não só favoreceram a integração mas a promoveram. O movimento
constante dos brancos do Delta para o Alto Egito era prova suficiente para os
Pretos do sul de que o objetivo Asiático era nada menos que o controle final de
toda a Etiópia. Assim como a presença e a influência Asiáticas se espalharam no
Alto Egito, a retirada dos reinos do sul pareceu acompanhar o ritmo.
Mas por que os Pretos que viviam mais longe da ameaça Asiática estavam tanto
mais preocupados — ou pareciam estar — do que aqueles que ainda viviam ao
lado do inimigo no Alto Egito? Mesmo o maior número de refugiados do Baixo
Egito deve ter se estabelecido no Alto Egito, porque a maior concentração de
Pretos estava lá. Esta teria sido a situação em torno de 2400 a.C. A resposta pode
ser que, uma vez que Napata era considerada como a capital imutável e centro do
mundo Preto — e não Nowe (Tebas) de memória gloriosa — qualquer ameaça a
esta área sagrada (Terra dos Deuses) era uma ameaça à sobrevivência da raça em
si.
A primeira grande divisão do sul do império Etíope foi o reino de Wawat, e abaixo
desse estava o reino muito maior de Núbia que, como muitas outras áreas vastas,
enquanto nominalmente uma parte do império, eram em várias ocasiões
independentes. O velho sonho de todos os grandes reis — sejam pretos, brancos
ou mistos — era a consolidação das regiões Norte e Sul. Daí, as constantes guerras
contra o Baixo Egito e, novamente agora, a guerra de Mentuhotep contra a Núbia.
Em ambos os casos — o dos Asiáticos no extremo Norte e dos Pretos no extremo
Sul — a economia foi a força motriz. O controle sobre as costas marítimas não
apenas bloqueou os Africanos do comércio mundial, mas esse fato permitiu que
os Asiáticos e os Coloridos também controlassem indiretamente a economia
doméstica. O registro mostra que, toda vez que este estrangulamento Asiático foi
quebrado, o comércio exterior Africano floresceu novamente e a prosperidade
nacional começou a aumentar. Por outro lado, o Sul da Etiópia (Núbia ou Cush e
Abissínia) precisava estar mais firmemente integrado com o Norte, por mais
pretos que fossem os faraó da época — e também por razões econômicas. Pois o
Sul realmente tinha todo o Egito à sua mercê. O Sul era a verdadeira fonte da
riqueza do Egito assim como tinha sido [a fonte] da civilização Egípcia. As minas
de ouro estavam lá, e também era onde a vasta mineração de pedra, cobre, e
estanho eram realizadas. Aqui a maioria das plantas de papiro a partir das quais
os Pretos inventaram o papel e construíram os primeiros e melhores barcos das
mesmas folhas resistentes. Aqui no Sul estava todo o marfim e a única fonte das
então altamente valorizadas penas de avestruz, etc. Em resumo, o comércio
exterior Egípcio dependia quase inteiramente do Sul da Etiópia. Somado a esses
imperativos econômicos, havia um perigo ainda maior no Norte. Este era o
controle do Nilo, a maior parte do qual — mais de 3.000 milhas — fluíam através
da Etiópia do Sul.
A guerra para trazer a Núbia sob controle começou perto do final da Décima-
Primeira dinastia, continuou por mais de quatrocentos anos, terminando em
derrota para os Pretos do Sul na dinastia seguinte, 1991-1786 a.C. Este período
foi notável para a expansão do comércio exterior, especialmente na Palestina,
Síria, e Punt, a “Idade de Ouro” das artes e ofícios, um vasto programa de
recuperação de terras e melhorias notáveis na irrigação.
Por repetição, uma das maiores das “Grandes Questões” se destaca. Com cada
invasão em massa dos brancos, as características físicas do povo Egípcio
mudavam cada vez mais, tornavam-se cada vez mais “Caucasóides” à medida que
mais e mais Pretos tendiam a se mover para o Sul. Quando as dinastias brancas
continuaram por vários séculos, como no caso dos “Filhos de Israel”, a
Caucasianização Semítica foi acelerada em uma escala cada vez maior. Uma das
mudanças étnicas significativas foi que as únicas pessoas então reconhecidas
como Egípcias (os Afro-Asiáticos) tornaram-se cada vez mais brancas Asiáticas,
tanto em cor, quanto em língua e cultura. O Alto Egito estava se tornando cada
vez menos no Egito Preto. Tebas sob o governo branco estava se tornando um
centro de museus para colecionadores Europeus e Asiáticos. Assim, quando
Heródoto e outros historiadores Gregos chegaram, a Etiópia, como um império,
estendia-se apenas até a Primeira Catarata.
Mas esse tempo ainda estava longe quando Kamose, o último rei de Tebas na
Décima-Sétima Dinastia (1645-1567), iniciou uma Guerra de Libertação em
grande escala contra os Hebreus e a maior das dinastias desde a Quarta [Dinastia]
havia chegado. Esta foi a notável Décima-Oitava Dinastia com uma linha de reis
e rainhas que se tornaram imortais: Ahmose I, Nefertari, Amenhotep II,
Thutmose I, Thutmose II, Rainha Hatshepsut a Grande, Amenhotep III,
Ikhnaton, o “Grande Reformador,” e Tutankhamen. Ela chamada de “Novo
Império”, e assim era, de fato. As massas de Hicsos estavam espalhadas pelo país
e permanentemente estabelecidas como “Egípcios.” Eles tornaram-se integrados
na sociedade Egípcia, estavam contribuindo para seu desenvolvimento em todas
as frentes, e assim não foram perturbados quando seus líderes foram expulsos.
Houve o habitual renascimento da indústria doméstica, agricultura e comércio
exterior, juntamente com a expansão do domínio imperial na Palestina e na Síria
até o Eufrates na Mesopotâmia. Esta expansão do império e sua promessa de
grande riqueza a partir da acompanhante expansão do comércio significava
renovação das guerras contra seus irmãos Pretos detentores do economicamente
indispensável Sul. Desta vez, o novo e mais poderoso governo central foi capaz de
estender seu governo mais para o sul do que nunca; Isto é, até à Quarta Catarata
— quase até à própria Cidade Santa de Napata.
Como seria de esperar sob governantes Pretos, Tebas foi novamente reorganizada
sob a Décima-Oitava Dinastia e grande parte de sua antiga grandeza restaurada.
A construção de templos no grande estilo foi retomada. A Décima-Oitava, como
algumas das dinastias Africanas anteriores, estava bem integrada com “Asiáticos
leais.” Pois havia — não é preciso dizer — milhares incontáveis de Asiáticos que
se dedicaram de todo o coração aos Pretos, assim como havia milhares de Afro-
Asiáticos (Egípcios) tão leais à raça Preta quanto qualquer Preto poderia ser.
Portanto, quando um quadro geral é apresentado, como na minha discussão
sobre as atitudes dos Asiáticos, Afro-Asiáticos e Africanos uns para com os outros,
deve-se manter as grandes excepções sempre em mente. Nada é sempre todo
branco, todo preto e, neste caso, todo meio-branco também. No caso dos meio-
brancos, o registro transborda com aqueles que, contrariamente à regra, odiavam
o fato de seu sangue branco e aderiam aos Pretos e sua causa com mais
tenacidade. Esses são os tipos de resultados que refletem as complexidades e
variações da mente humana, e que tornam a generalização de um povo tão
ridícula.
A “Grande 18ª” tinha começado sob as circunstâncias mais favoráveis, pois uma
das grandes rainhas Pretas do Egito, Nefertari, e seu marido igualmente famoso,
Ahmose I, inauguraram a dinastia. Como era costume, ela [Nefertari] tinha sido
nomeada em referência à algumas das rainhas ilustres do mesmo nome que a
precederam. Nenhuma rainha do mesmo nome antes dela, entretanto,
classificou-se perto da Nefertari da 18ª em participação ativa e liderança em
assuntos nacionais. Ela ajudou seu filho, Amenhotep, no grande trabalho de
reconstrução nacional. Se ela não alcançou as alturas da maior rainha Preta do
Egito, Hatshepsut, foi porque esta última foi uma rainha absoluta, governando
sozinha como um rei (para enfatizar o ponto, ela vestia-se frequentemente em
trajes masculinos reais, incluindo a barba falsa e peruca).
Mas a comparação não é justa, porque cada uma foi grande em seu campo de
trabalho, e esse trabalho era em grande parte predeterminado, e o papel a ser
desempenhado por cada uma era claro. E foi por isso que, no final, Nefertari e
Amenhotep I foram deificados como os fundadores de uma das maiores linhagens
do mundo de governantes e alguns dos melhores monumentos foram erigidos à
sua memória. Teria o povo esquecido Ahmose, seu marido, que era o verdadeiro
fundador?