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Magia do Caos ou Caoísmo

A Estrela do Caos (também chamada 'caosfera' por alguns


praticantes) é o simbolo mais popular na Magia do Caos, outras
variantes também existem.
Magia do Caos ou Caoísmo (dentre tantos outros nomes
adotados pelos praticantes) é uma forma de ritual e magia
relativamente nova, utilizando-se de quebras de paradigmas e
alterações do estado de consciência (ora de formas excitativas, ora
de formas inibitórias), como técnicas gnósticas, meditativas, sufis,
orgásticas, ou com uso de substâncias psicoativas.
Princípios gerais
Mesmo que poucas técnicas sejam exclusivas da Magia do Caos,
ela é frequentemente altamente individual e toma emprestado
deliberadamente de outros sistemas de crenças, devido à crença
central de que a crença é um instrumento. Algumas fontes comuns
de inspiração incluem diversas áreas comoficção
científica, teorias científicas, magia
cerimonial tradicional, neoxamanismo, filosofia oriental, religiões
e experimentações individuais. Não obstante a tremenda variação
individual, os magos do caos frequentemente trabalham com
paradigmas caóticos e humorísticos, como Hundun
do taoísmo e Éris do discordianismo.
Magos do caos frequentemente são vistos por outros ocultistas
como perigosos ou preocupantes revolucionários.
História
Austin Osman Spare era inicialmente envolvido com a Ordem
da Golden Dawn, e por fora também com ordens como a O.T.O e
a Astrum Argentum de Aleister Crowley; porém, mais tarde se
afastou delas para trabalhar independentemente.
Dali em diante ele iria desenvolver práticas e teorias que iriam,
após a sua morte, influenciar profundamente a I.O.T..
Especificamente, Spare desenvolveu o uso de sigilos, e técnicas
envolvendo estados de êxtase para dar poder a estes sigilos. Spare
também foi pioneiro no desenvolvimento de um "alfabeto sagrado
pessoal", e, sendo um artista plástico talentoso, usou imagens
como parte de sua técnica de magia. A maior parte dos trabalhos
recentes em sigilos remete ao trabalho de Spare: a construção de
uma frase detalhando o intento mágico, seguida da eliminação de
letras repetidas e a recombinação artística (normalmente
simétrica) das letras restantes em uma só imagem formando o
sigilo.
Embora ele não tenha originado o termo, e talvez não aprovasse o
mesmo, hoje ele é visto como o primeiro Magista do Caos.
Após a morte de Aleister Crowley (e a do então obscuro Spare), a
magia praticada pelos ocultistas remanescentes no Reino Unido
tendeu a se tornar cada vez mais experimentalista, pessoal, e bem
menos ligada às tradições mágicas estabelecidas pelas ordens.
Reações a isso incluem a disponibilidade pública de informações
secretas antes do século XX (especialmente nos trabalhos
publicados por Crowley e Israel Regardie), o Zos Kia
Cultus (nome do estilo de magia radicalmente inortodoxa de
Austin Osman Spare), a influência do Discordianismo e seu
popularizador Robert Anton Wilson, o Dadaísmo, e a grande
popularização da magia causada por cultos folcloristas embasados
em sistemas mágicos de Crowley, como a Wicca, e o uso
de drogas psicodélicas.
O termo Magia do Caos apareceu pela primeira vez no Liber
0 (também chamado "Liber Null") de Peter Carroll, publicado
pela primeira vez em 1978. Nele, Carrol formulou vários
conceitos de magia radicalmente diferentes daqueles considerados
"mistérios mágicos" na época de Crowley. Este livro, junto
ao "Psychonaut" (1981) do mesmo autor, mantém importantes
fontes. magistas que se alinham a estas ideias costumam se
chamar de várias formas, evitando repetir a mesma. Algumas
destas formas de nomenclatura são: "Caoísta", "Caota", "Magista
do Caos", "Caoticista", "Eriano", "Discordista", "Caoseiro",
dentre outros tantos nomes - por vezes muito bem humorados
e/ou pouco polidos.
Carroll também co-fundou com Ray Sherwin O Pacto Mágico dos
Illuminates of Thanateros, ou, na abreviatura mais conhecida,
I.O.T., uma organização que continua a pesquisa e
desenvolvimento da Magia do Caos hoje em dia. A maior parte
dos autores e praticantes renomados de Magia do Caos
mencionam afiliação ou algum grau de influência a esta. Porém, a
Magia do Caos tem como característica marcante ser uma das
vertentes de magia menos organizadas do mundo, fazendo isso
propositalmente.
Quebra de Paradigma Mágico - ou "Quebrar o Ego
Uma das mais curiosas questões da Magia do Caos é o conceito
de Quebra (ou Troca) de Paradígma Mágico, ou "Quebra do Ego".
Usando o termo de Thomas Kuhn, Carroll criou a técnica de
arbitrariamente modificar o modelo (ou paradigma) de magia das
pessoas, uma questão principal na Magia do Caos. Através desta,
o magista busca por trocar constantemente a crença em um
paradigma, não apenas de forma linear como é visto nas outras
pessoas, mas de forma objetiva e proposital, ziguezagueando
entre crenças diferentes (e geralmente contraditórias) e "se
aproveitando" dos resultados que elas geram sem ficar preso a
nenhuma.
Esta quebra é encontrada não apenas em ritos, mas também no dia
a dia, através da chamada "quebra do ego".
Muitos caoístas uniram a Magia do Caos ao uso de diversas
ciências modernas, entre elas a Psicologia e a Psicanálise.
Como a base de trabalho dos ritos caoístas consiste na total
desconstrução de tudo rumo ao Caos (daí o nome Caoísmo), uma
técnica muito utilizada no treinamento pessoal dos caoístas é a
chamada "quebra do ego", que consiste em negar e trocar gostos
pessoais como uma forma de banimento pessoal, indo contra tudo
aquilo que o ego acredita como pessoa, gerando em si mesmo a
desconstrução buscada pela Magia do Caos. Um exemplo de
quebra do ego é por exemplo, um vegetariano comer carne. Aqui
cabe imaginação ao magista, para aplicar estes exercícios em
âmbitos profissionais, sexuais, familiares, gregários, entre outros,
e conseguir permanecer são - podendo ser até este conceito
questionado.
O principal mote da Magia do Caos é: Nada é verdadeiro, tudo é
permitido - atribuído a Hassan i Sabbah - O Velho da Montanha,
líder da Ordem dos Hashishins que impôs seu poderio no Oriente
Médio medieval, influenciando os Templários, e
consequentemente as ordens de magia contemporâneas que neles
se inspiraram.
Como o "Faze o que tu queres há de ser toda a Lei" de Crowley,
essa frase é por vezes mal compreendida e interpretada de forma
literal como "Não há verdade, então faça o que você quiser",
quando "Nada é verdadeiro, tudo é permitido" significa algo
como "Não existe uma verdade objetiva fora da percepção
pessoal; assim sendo, qualquer coisa pode ser verdadeira e
possível".
A ideia é que a crença é uma ferramenta que pode ser aplicada à
vontade de formas conscientes. Alguns magistas do caos creem
que ter crenças inusuais e por vezes bizarras é interessante como
uma forma de considerar a flexibilidade de crenças e utilizá-las a
seu dispor.
Magia do Caos no Brasil
A cada ano, novos magistas se tornam adeptos deste meta-sistema
mágicko, especialmente no Brasil.
Encontra-se em plena atividade a sede sul-americana da I.O.T.
com reuniões no Rio de Janeiro, e magistas independentes
trabalham na divulgação da Magia do Caos, mesmo não
pertencendo à I.O.T.
Referências

1. Ir para cima↑ Greer, John Michael. The New Encyclopedia


of the Occult (em inglês) (Saint Paul (Minnesota), EUA:
Llewellyn Publications). p. 97. ISBN 9781567183368.
Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

 Clarke, Peter Bernard (2006). Psychology Press, :


. Encyclopedia of New Religious Movements [S.l.: s.n.]
pp. 105ff. ISBN 978-0-415-26707-6.
 Dukes, Ramsey (2002). SSOTBME Revised: An Essay on
Magic [S.l.: s.n.] ISBN 0-904311-08-2.
 Drury, Neville (2011). Stealing Fire from Heaven: The Rise of
Modern Western Magic Oxford University Press [S.l.]
pp. 251ff. ISBN 978-0-19-975099-3.
 Morris, Brian (2006). Religion and Anthropology: A Critical
Introduction Cambridge University Press [S.l.]
pp. 303ff. ISBN 978-0-521-85241-8.
 Penczak, Christopher (2007). The Temple of High Witchcraft:
Ceremonies, Spheres and the Witches' Qabalah Llewellyn
Worldwide [S.l.] p. 58. ISBN 978-0-7387-1165-2.
 Spare, Austin Osman. Ethos [S.l.: s.n.] ISBN 1-872189-28-8.

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