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1. OBJETIVO
Padronizar a rotina de inspeção Exame Externo e Interno conforme NR-13, ASME Seção Div. 1, API 571
e a critério do Profissional Legalmente Habilitado.
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Item 13.5.4.8 - Vasos de pressão com temperatura de operação inferior a 0 ºC (zero graus Celsius) e
que operem em condições nas quais a experiência mostre que não ocorre deterioração devem ser
submetidos a exame externo a cada 2 (dois) anos e a exame interno, quando exigido pelo código de
construção ou a critério de PLH.
4. VASOS CRIOGÊNICOS
São equipamentos especialmente projetados para acondicionarem fluídos criogênicos, isto é, fluidos que se
liquefazem em temperaturas entre –150 °C e -273 °C à pressão atmosférica.
Basicamente o recipiente criogênico consiste num vaso de paredes duplas com um sistema de isolamento
térmico entre elas para armazenar os gases Oxigênio, Nitrogênio e Argônio.
O sistema de isolamento é formado por uma câmara entre os tanques interno (container) e externo (casco),
no qual se produz vácuo e é preenchido com perlita. O vácuo elimina a transmissão de calor por convecção,
em virtude de retirada do ar e de outros gases do interior da câmara. A perlita em pó, que é um minério
vulcânico expandido, praticamente elimina a transmissão de calor por radiação. A fixação do tanque interno
ao tanque externo é feita mediante suportes especiais, projetados de modo a que a superfície de
transferência de calor por condução entre os mesmos não seja propagada.
Existem tanques que operam à baixa pressão (4,4 A 5,8 kgf/cm²) e os que operam à média pressão (até
17,6 kgf/cm² e os especiais, acima de 17,6 kgf/cm²).
A figura 01 mostra esquema do recipiente criogênico, a figura 02 mostra o isolamento em tanque criogênico.
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Autor: Gerson Ribeiro Análise/Aprov: Eng.º Carlos Oliveira Data: 01/02/2023 Página 1/22
Fig. 01
:
Fig. 02
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Muitos testes são utilizados na fabricação de forma a atender as exigências do código de projeto e
garantir a sua operacionalidade. Na fabricação são exigidos testes em cada componente do vaso:
Vaso Interno (Container): - 100% radiografado
- Luz Negra
- Secagem
Vaso Externo (Casco): - Hélio
5. FUNCIONAMENTO
A instrumentação dos tanques criogênicos é projetado para permitir a sua operação automática. O sinal
básico para o funcionamento dessa instrumentação toda é a pressão, dispensando qualquer outro tipo
de sinal ou fonte de energia.
GRUPO III – A figura 03, mostra o fluxograma de segurança, monitoração e controle, enchimento, saídas
de líquidos e gás, do tipo Grupo III, não possuem a tubulação de retirada opcional de líquido.
As pressões de Abertura/Ruptura dos componentes de segurança dos tanques dos Grupos II e III,
apresentam-se na tabela abaixo:
- GRUPO II
- São equipamentos antigos, tendo as seguintes diferenças dos Grupo III, Fig. 04.
- Circuito de segurança junto com o circuito economizador
- Válvula de bloqueio localizada entre a SLP e a reguladora de pressão.
- Mais uma válvula de bloqueio no circuito economizador/segurança
- Mais uma válvula de alívio entre a válvula reguladora de pressão e a válvula de bloqueio da SLP.
- O dispositivo de segurança é um disco de ruptura
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GRUPO I – São destinados principalmente à operação entre bombas para enchimento de cilindros e
pequenos recipientes. As diferenças entre o Grupo II e III são:
Fig. 05 (Grupo I)
Para condições operacionais segura, o circuito de segurança reside em aliviar as pressões excessivas,
que colocariam em risco a integridade do equipamento, que é subdividido em dois sistemas: proteção
do vaso interno (container) e proteção do vaso externo (casco), fig. 06.
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Fig. 06
- Válvula de Segurança: protege o tanque interno em caso de sobre pressão, calibrada para a PMTA.
- Disco de Ruptura: caso falhe a PSV, sendo dimensionado para romper a uma pressão acima da
PMTA.
- Válvula de três vias: permite a manutenção preventiva das PSV´s e dos discos de ruptura e garantir
o consumo contínuo em caso de ruptura por falha de um dos discos de ruptura.
Tem a finalidade de monitorar a pressão e o nível de líquido no interior do container, fig. 07.
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Fig. 07
- Manômetro Diferencial (Indicador de Nível): Indica o nível de líquido em polegadas de água, por
pressão diferencial.
- Válvulas “by pass”: Normalmente mantida fechada. Permite equalizar a pressão das câmaras de alta e
baixa pressão do indicador de nível e é utilizada para o ajuste do zero do indicador.
Sua função é reter o líquido na câmara de vácuo, impedindo o contato com a tubulaç ão externa, evitando
que o líquido vaporize e retorne ao tanque, aumentando sua pressão, conforme fig.06. O princípio de
funcionamento baseia-se no equilíbrio das pressões (sifão). A formação do selo se dá quando parte do
líquido vence a curva e entra em contato com a tubulação exposta com o ambiente, vaporizando-se. O vapor
gerado vai aumentando até que a pressão PL se equaliza com a soma das pressões (Pg+PL).
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Fig. 08
Pg = Pressão do Gás
PL = Pressão do Líquido
P1 = PL + Pg
São as tubulações que permitem que o container seja abastecido para controlar/manter a pressão de
operação durante o enchimento do tanque através do ajuste (abertura/fechamento) das válvulas de
enchimento superior e enchimento inferior, conforme fig. 09
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Fig. 09
- Válvula de Alívio: protege a tubulação contra a elevação da pressão resultante da vaporização do líquido
criogênico, que por ventura fique retido entre o trecho bloqueado.
- Válvula de Enchimento Superior: usada para abastecer o tanque pela parte superior, com a finalidade
de diminuir a sua pressão, ocasionando a pulverização do líquido na fase de gás, obtido através de um
difusor localizado no container, resfriando e condensando parte deste gás, com a consequente redução da
pressão., mantida fechada em operação.
- Válvula de Enchimento Inferior: usada para abastecer o container pela parte inferior com a finalidade de
aumentar a pressão e elevando o nível da fase líquida, comprimindo a fase gás, com a consequente
elevação da pressão, mantida fechada em operação. Esta válvula também é utilizada para drenar o líquido.
- Válvula Ladrão: permite o controle visual da finalização do enchimento através da saída de líquido,
deixando em volume do tanque interna na fase gasosa que “absorve” as vaporizações do líquido.
Tem por finalidade compensar a queda de pressão no interior do recipiente criogênico sempre que há
retirada de líquido do recipiente criogênico, figura 10.
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Quando da retirada de líquido do container, há expansão do volume da fase gasosa e a consequente queda
de pressão no vaso. Esta queda de pressão só pode compensar com a vaporização de mais líquido, que é
realizada pelo escoamento por gravidade de uma parte líquida através do circuito de controle (Sistema
Levantador de Pressão – SLP), onde há troca de calor com o ambiente ocorrendo a sua vaporização. Este
gás retorna ao tanque permitindo dessa forma, a manutenção de uma pressão interna suficiente para impelir
o líquido e garantir o fornecimento ininterrupto do produto.
Fig. 10
- Serpentina Levantadora de Pressão: tem a finalidade de vaporizar o líquido retirado da parte inferior do
vaso container
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- Válvulas de Alívio: protege a tubulação contra elevação da pressão resultante da vaporização do líquido
criogênico, que por ventura fique retido ao trecho bloqueado. O ajuste da pressão de abertura deve ser
superior a pressão de ruptura do disco do circuito de segurança.
O circuito economizador, fig.11, permite a retirada do excesso de gás contida no interior do tanque interno,
quando a sua pressão é superior à pressão de operação. Esta condição pode existir nas situações de
consumo extremamente reduzido ou de falha no sistema de isolamento do container. O conta iner passa a
fornecer o produto diretamente sob a forma gasosa, restabelecendo a pressão às condições de operação,
Fig. 11
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- Válvula Economizadora (Back Pressure): entra em funcionamento assim que a pressão interna do
tanque atinja um valor pré-determinado, fazendo com que a mesma se abra conectando à fase gasosa do
tanque interno à tubulação de saída do líquido.
- Válvula de Bloqueio: permite bloqueio para manutenção da válvula economizadora em conjunto com a
válvula de bloqueio do circuito de controle SLP.
- Serpentina Elevadora de Pressão – SLP: funciona somente como elemento de passagem do gás.
Fig. 12
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- Válvula de Saída de Líquido: permite a passagem de líquidos e sua conexão com o vaporizador.
- Saída Opcional de Líquido: normalmente tamponada, permite a passagem do líquido com o container.
- Conexão de gás: Normalmente tamponada, situada na tubulação de enchimento superior, permite retorno
de gás gerado na vaporização do líquido utilizado no resfriamento de bombas
- Conexão de Líquido: Normalmente tamponada, tem como finalidade captar o líquido proveniente de
vazamento de gaxeta do selo das bombas alternativas.
6.1. Oxigênio
Oxigênio gás incolor, inodoro e insípido, liquefeito à temperatura de – 183 °C a pressão atmosférica normal.
Participa de toda a reação química de materiais combustíveis, sendo tanto mais violenta a reação quanto
maior for a concentração de oxigênio na atmosfera presente.
Oxigênio se comporta de modo diferente para o ar comprimido, nitrogênio e outros gases inertes. É muito
reativo. O oxigênio puro em alta pressão, tal como a partir de um cilindro, pode reagir violentamente
com materiais comuns tais como o óleo, graxa, querosene, como madeiras, tecidos, tintas,
alcatrão e sujeira contendo óleo. Outros materiais podem pegar fogo espontaneamente. Quase todos
os materiais, incluindo têxteis, borracha e metais queimarão vigorosamente em oxigênio.
6.2. Nitrogênio
Nitrogênio é um gás praticamente inerte até temperaturas de 1000°C, incolor, inodoro e insipido, liquefeito
à temperatura de -196 °C à pressão atmosférica.
O principal risco atribuído ao manuseio deste elemento é a sua natureza altamente inflamável. Um
exemplo de situação que pode resultar em um acidente, é a combinação do hidrogênio com um oxidante,
que forma uma mistura combustível. Por este motivo, deve-se evitar a manipulação deste composto
próximo a chamas e outras fontes de ignição e utilizar somente equipamento à prova de explosão e
ferramentas à prova de faíscas.
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6.3. Argônio
Argônio é um gás inerte, inodoro, não tóxico e inerte, liquefeito à temperatura de – 185 °C à pressão
atmosférica.
Argônio é considerado um asfixiante simples, não é considerado insalubre e não possui um limite de
exposição máximo recomendado.
7. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO
A placa de identificação deverá conter as seguintes informações, conforme mostrada na fig.1 3.
Fig. 13
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7. INSPEÇÃO PERIÓDICA
Os principais requisitos a serem verificados e as informações que devem constar no laudo de inspeção:
7.1. Documentação
7.1.1. Identificação (Fabricante, Modelo Número de série, Data de Fabricação, Capacidade Volumétrica,
Norma de Projeto, Materiais, Pressão máxima de Operação, Pressão de Abertura das Válvulas de
Segurança, Pressão de Ruptura do disco).
7.1.2. Data da última inspeção
7.1.3. Proprietário
7.1.4. Usuário
-Disco de ruptura em boas condições. Verificar se a pressão de ruptura identificada ao alojamento coincide
com a placa de identificação.
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- Válvula de segurança em bom estado. Verificar se a pressão de abertura indicada na válvula coincide com
a da placa ou prontuário. Verificar se a data de aferição está correta.
- Superfície com formação de gelo (falha no isolamento térmico referente à perlita; ou trincas do vaso
container ou a quebra de vácuo).
7.2.2. Pintura
- Corrosão.
- Danos mecânicos.
7.2.3. Vácuo
- Verificar a pressão de vácuo, se superiores a 400 microns de Hg à frio, são consideradas condenatórias.
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7.3.1. Preparação
A inspeção interna, deve ser realizada com envolvimento da empresa contratante, pois implica em uma
logística operacional, que deve ser da responsabilidade da contratante.
Para a inspeção interna é necessário tirar o tanque de serviço, que devem obedecer aos procedimentos a
serem adotados para que a operação seja efetuada com segurança e maior facilidade, a saber:
- Caso haja certa quantidade de líquido no container, drená-lo através da válvula de enchimento inferior para
um equipamento criogênico de transporte, para posterior utilização.
- Não existindo pressão, colocar um tubo/mangueira no flange de enchimento, abrir a válvula de enchimento
inferior com cuidado de direcionar o líquido para uma região sem óleo, graxa, asfalto, canaletas, se possível
vaporizar para a atmosfera sempre observando os critérios de segurança.
- Observar os cuidados e critérios de segurança (Ex.: Purgar o container com nitrogênio que opere com
oxigênio, não manusear o container pressurizado).
A operação de Nitrogênio, deverá ocorrer com o fluido quente (cilindros), obedecendo as seguintes etapas:
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1- Pressurizar com nitrogênio “quente” através da válvula de enchimento inferior até 0,689 bar / 0,703
kgf/cm² (10- psig)
2 - Esperar 05 minutos
3 - Drenar pela mesma válvula eventual quantidade de líquido que ainda esteja retida.
4 - Purgar pela válvula ladrão até a pressão atmosférica.
5 - Repetir a operação 03 (três) vezes.
Introduzir o cabo do endoscópio, pela conexão de enchimento, até ter acesso a superfície interna do
container e examinar sua superfície verificando possíveis anomalias.
Em alternativa, o critério adotado para atendimento da inspeção periódica interna nos vasos criogênicos
referente ao container não pode se executada e com base nos seguintes ítens:
• Proteção de isolamento.
• O exame interno de um vaso poderia ser mais prejudicial do que os benefícios obtidos a partir do
exame.
A inspeção Interna, será substituída por uma inspeção externa, com ênfase no teste de ´vácuo e de todas
as instrumentações de controle responsáveis pela sua condição operacional do container.
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Histórico de vasos que são desmanchados e examinados o container não apresentando defeitos estruturais
que afetem a segurança operacional.
“Vasos de pressão que não permitam acesso visual para o exame interno ou externo por impossibilidade
física devem ser submetidos alternativamente a outros exames não destrutivos e metodologias de avaliação
da integridade, a critério do PLH, baseados em normas e códigos aplicáveis à identificação de mecanismos
de deterioração”, adotando como literatura a:
• NR-13
• ASME VIII Div. 1
• API 571
Por critério do PLH (Profissional Legalmente Habilitado), os Tanques Criogênicos devem ser submetidos
a exame externo + interno conforme este procedimento, de 2 em 2 anos, no caso de atendimento do
item 7.3.3 deste procedimento.
Caso possa ser atendido os itens 7.3.1 e 7.3.2 deste procedimento, o Exame Interno será realizado a
cada 10 anos.
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c) fluidos de serviço;
m) nome legível, assinatura e número de registro no conselho profissional do PLH e nome legível e
assinatura de técnicos que participaram da inspeção;
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13. ALTERAÇÕES
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