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PODER JUDICIÁRIO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO


1ª Subseção Judiciária do Estado de São Paulo
Av. Paulista, 1345 - Bela Vista - CEP 01311-200
São Paulo/SP Fone: (11) 2927-0150

TERMO Nr: 6301108394/2012


PROCESSO Nr: 0001707-71.2006.4.03.6305 AUTUADO EM
05/10/2006
ASSUNTO: 040105 - AUXÍLIO-DOENÇA (ART. 59/64) - BENEF. EM
ESPÉCIE/CONCESSÃO/CONVERSÃO/RESTABELECIMENTO/
COMPLEMENTAÇÃO
CLASSE: 1 - PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
AUTOR (Segurado): BENEDITO VITAL ALVES
ADVOGADO(A)/DEFENSOR(A) PÚBLICO(A): SP136588 - ARILDO
PEREIRA DE JESUS
RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - I.N.S.S.
(PREVID)
ADVOGADO(A): SP999999 - SEM ADVOGADO
|JEF_PROCESSO_JUDICIAL_CADASTRO#DAT_DISTRI|
JUIZ(A) FEDERAL: ADRIANA PILEGGI DE SOVERAL

I - RELATÓRIO
A parte autora postula a concessão de benefício previdenciário de auxílio-
doença ou aposentadoria por invalidez, nos termos dos artigos 42 e 59 da
Lei n. 8.213/91.
O pedido foi julgado procedente.
Inconformada, a autarquia previdenciária recorreu, sustentando, em síntese,
que a parte autora não preenche os requisitos necessários para a concessão
do benefício.
É a síntese do necessário.

II - VOTO
Defiro o pedido de Justiça Gratuita nos moldes do art. 2º, parágrafo único,
da Lei n. 1.060/50, diante da comprovação documental da condição de
hipossuficiente da parte autora.
Verifico que, no caso em questão, o Instituto Nacional do Seguro Social,
alega a ausência de comprovação do exercício da atividade de pesca
artesanal , o que levaria a ausência da qualidade de segurado, requisito
necessário para a concessão do benefício pleiteado.
Não há dúvidas de que para o segurado especial ter direito ao benefício do
auxílio-doença é necessário somente a comprovação de que efetivamente
exercia a atividade, no caso, a pescaria artesanal , à época em que
originou sua incapacidade.
Observo, porém, que os depoimentos tomados em Juízo levantam dúvidas
sobre o exercício da atividade de pescadorartesanal , pelo autor, quando
do início de sua incapacidade. De fato, o próprio autor alega que estava
sendo sustentado por sua filha, cito: “...Há sete anos não pesco, vivendo da
ajuda de uma filha. ...” (depoimento prestado na audiência de instrução e
julgamento).
Outras duas testemunhas afirmam que o autor está incapaz há um ano e
outra há dois, embora tenha pescado esporadicamente no período.
Ora, o fato é que o autor recebeu auxílio-doença previdenciário no período
de 1998 a 2002, após o qual requereu a concessão do benefício em 2002,
2003 e 2004, sendo ele negado por parecer contrário da perícia médica do
réu (documento denominado ped_admin.doc, juntado em 13/3/2003).
Ao analisar os autos, observo que não foi juntado o histórico de
atendimento da parte autora pelo INSS, com os laudos médicos.
Assim, entendo conveniente a juntada dos laudos médicos dos peritos do
INSS e sua submissão ao perito médico judicial para que, complementando
o laudo pericial anterior, esclareça se há como fixar a data da incapacidade
total e definitiva do autor para o exercício de suas atividades.
Sendo assim, converto o julgamento em diligência para determinar ao
Instituto Nacional do Seguro Social que apresente o histórico médico do
autor e os laudos que possibilitaram tanto a concessão do benefício de
auxílio doença administrativamente, como os indeferimentos posteriores,
no prazo de trinta dias.
Em seguida, proceda-se a perícia médica complementar, esclarecendo o
senhor perito se há como fixar a data da incapacidade.
Fica facultado à parte autora a juntada de outros documentos médicos que
entender necessários à comprovação do período de sua incapacidade.
Após a juntada do laudo, intimem-se as partes para manifestarem-se, no
prazo de 5 (cinco) dias.
Decorrido este prazo, retornem os autos para inclusão em pauta para
julgamento.
É o voto.
Decisão
Visto, relatado e discutido este processo, em que são partes as acima
indicadas, decide a Primeira Turma Recursal do Juizado Especial Federal
Cível da Terceira Região - Seção Judiciária de São Paulo, por
unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da
Juíza Relatora. Participaram do julgamento a Senhora Juíza Federal
Adriana Pileggi de Soveral, a Senhora Juíza Federal Elidia Aparecida de
Andrade Correa e o Senhor Juiz Federal Fábio Rubem David Müzel.
São Paulo, 26 de março de 2012 (data do julgamento).

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