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MANEJO E CONTROLE DAS PRINCIPAIS DOENÇAS DO MILHO

Antonio Luiz Fancelli

Engenheiro Agrônomo. MSc. Dr. e Docente do Departamento de Produção Vegetal, ESALQ/USP.


C i P
Caixa Postal:
t l 09 – Piracicaba/SP
Pi i b /SP – 13418-900
13418 900 – fone:
f (19) 3429
3429-4115
4115 – ramal:25
l 25
fancelli@esalq.usp.br

I. INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) apesar de ser considerada uma planta bastante
tolerante à ação
ç dos agentes
g de estresse,, seja
j de natureza abiótica ((clima)) ou de
natureza biótica (organismos vivos), recentemente tem manifestado significativa
vulnerabilidade à incidência de patógenos.
Ademais, em função da redução do período de entressafra, da
extrema diversidade de sistemas de produção imposta a essa cultura no Brasil,
aliado ao seu cultivo sucessivo (ausência de rotação de culturas), desrespeito às
épocas adequadas de semeadura em diversas regiões produtoras e
recomendações equivocadas de genótipos, dentre outros fatores, têm contribuído
para o aumento e a disseminação de patógenos em sua lavoura.
Ainda, tem-se observado que essa mudança repentina de estratégias
objetivando, puramente, o incremento acentuado de rendimento, aliado ao enfoque
reducionista de manejo (uso de recomendações padronizadas conhecidas
vulgarmente como “receitas de bolo”), pode estar provocando o rompimento do
equilíbrio natural regulado pela disponibilidade de alimentos e pelas relações presa-
presa
predador (patógeno-antagonista). Esse fato implica na necessidade da utilização
premente de medidas integradas de controle, visando a manutenção dos agentes
bióticos nocivos à cultura, em número e intensidade inferiores ao nível de dano
econômico por eles provocados.

II
II. ENDEMIA,
ENDEMIA EPIDEMIA E EPIDEMIOLOGIA

A conceituação genérica de doença é relacionada ao complexo de


alterações funcionais e morfológicas de caráter evolutivo que se manifesta no
organismo submetido à ação de causas ou agentes de natureza diversa, contra os
quais reage prontamente.
No âmbito agronômico,
g , a ocorrência de doenças
ç representa
p relevante
fator de redução de produtividade e lucratividade das culturas, principalmente
quando consideradas algumas espécies caracterizadas por extrema suscetibilidade
a um significativo número de agentes patogênicos.
Figura 1. Interação de processos epidemiológicos (esquema geral adaptado
de Vale, citado por Azevedo, 1998).

Ainda, quanto ao aspecto conceitual faz-se necessário enfatizar a


diferenciação entre endemia, epidemia e epidemiologia. Assim, o vocábulo
Endemia relaciona-se à consideração de uma determinada doença com
ocorrência
ê i freqüente
f ü t em uma mesma área á geográfica.
áfi P outro
Por t lado,
l d Epidemia
E id i
refere-se ao desenvolvimento de doenças em intensidade e/ou extensão,
implicando na possibilidade do aumento do distúrbio, tanto na população como na
área considerada. Contudo, Epidemiologia refere-se ao ramo da ciência que
estuda a influência dos fatores relacionados à ocorrência e à velocidade de
evolução de doenças, a interação entre patógenos e hospedeiros, bem como a
proposição de soluções objetivando a manutenção desses patógenos,
patógenos e das
doenças por eles provocadas, abaixo dos níveis econômicos de danos.
A ocorrência de uma doença é função da interação de três fatores
básicos, a saber:
a) planta ou hospedeiro suscetível (e em nível significativo de
estresse);
b) patógenos específicos (alto inoculo); e
c) ambiente favorável à sua manifestação e evolução.

Contudo, ressalta-se que uma dada doença se estabelecerá com


maior facilidade, se a planta (hospedeiro) estiver submetida a estresse de qualquer
natureza (principalmente térmico, hídrico ou nutricional), se ocorrer acentuada
população de patógenos virulentos na área e se as condições climáticas forem
específicas para a epifilia considerada. A ausência ou o enfraquecimento de algum
desses fatores apontados resultará na impossibilidade de manifestação da doença
ou na redução drástica da intensidade de sua ocorrência.
Desta feita, o emprego de sistemas de produção racionais e
adequados à região e à época consideradas, bem como o manejo correto de
plantas, poderão contribuir para o maior grau de tolerância de distintos genótipos às
diferentes doenças, resultando na garantia de rendimentos satisfatórios e lucrativos.

III. DOENÇAS: ASPECTOS ECOLÓGICOS

Os ecossistemas
O i t apresentam-se,
t naturalmente,
t l t em estadot d ded
equilíbrio dinâmico, sobretudo sob o ponto de vista biológico, o que lhe confere
acentuada complexidade e, conseqüentemente, elevado grau de estabilidade
(significativa capacidade homeostática).
Assim, os organismos que se desenvolvem nesse ambiente natural
possuem satisfatória estrutura de resistência às mudanças, pois somente àqueles
bem adaptados e competitivos,
competitivos são capazes de encontrar um nicho ecológico para
se estabelecer. Ainda, para manter a posse de seu território necessitam integrar
suas populações, necessidades alimentares e atividades diversas, aos demais
componentes do ecossistema, resultando em intrincadas relações de interação.
O processo produtivo (agricultura) provoca o rompimento desse
estado de equilíbrio, devido ao fato de beneficiar (ou privilegiar) apenas
determinadas populações (espécies cultivadas), provocando conseqüente perda da
estabilidade biológica do ecossistema. Por esse motivo, aquela complexa
comunidade anteriormente mencionada é abruptamente substituída por uma
quantidade reduzida de espécies, objetivando a produção de alimentos, energia e
bens de sobrevivência. Esse sistema modificado pelo homem para o
desenvolvimento da agricultura é denominado de agroecossistema (Fancelli, 1986).
Assim, a artificialidade e a simplificação biológica da exploração agrícola, inerentes
aos agroecossistemas, ocasionam acentuado desequilíbrio, que culmina em
grandes epifilias (surtos de doenças), exatamente pela pressão de seleção exercida
sobre determinados organismos, que evoluem para a especialização patogênica de
espécies cultivadas (predominantes) como forma de sobrevivência.
O reconhecimento da fragilidade dos agroecossistemas,
agroecossistemas o emprego de técnicas e
tecnologias energeticamente aceitáveis e apropriadas, bem como o desenvolvimento
de atividades agrícolas fundamentadas em princípios científicos, torna-se imperiosos
para a consolidação de uma agricultura racional, lucrativa e sustentável (Fancelli,
1986).

IV. MÉTODOS GERAIS DE CONTROLE

Os principais métodos de manejo ou controle integrado de patógenos


apresentam natureza preventiva (ou profilática) e erradicante. Assim, o conjunto de
medidas que objetivem a redução do inóculo (ou de propágulos) dos principais
agentes causais de doenças consiste no método preventivo; ao passo que aquele que
acarrete na diminuição da taxa de evolução ou na paralisação da doença e dos efeitos
maléficos causados pela sua presença é considerado erradicante.
Dentre os principais métodos de controle de doenças comumente
empregados na cultura de milho, destacam-se:

a) resistência genética;
b) adequação do sistema de produção;
c)) definição
d fi i ã da
d época
é d semeadura
de d e região
iã de
d cultivo;
lti
d) rotação de culturas;
e) “roguing”;
f) uso de sementes sadias;
g) tratamento de sementes;
h) controle biológico; e
I) controle químico.
químico

z Resistência genética
O método fundamentado na resistência genética constitui-se em uma
das formas mais eficientes e econômicas de controle de doenças de plantas. Todavia,
em função de algumas peculiaridades, representadas principalmente pelo grande
número de raças fisiológicas características de determinados agentes causais de
doenças, tornam tal método restrito a apenas alguns patógenos. Ainda, ressalta-se
que a duração da resistência genética é função da virulência do patógeno, do manejo
da cultura e do nível de estresse do hospedeiro.

z Sistema de produção e práticas culturais


O sistema de p produção
ç adotado interfere significativamente
g na
incidência de doenças na cultura. Desta forma, lavouras de milho sob pivô central
poderão estar mais propensas à maior incidência de doenças foliares quando
comparadas às lavouras de sequeiro, sobretudo se o manejo da água não for
fundamentado em critérios técnicos.
Da mesma forma,
D f o controle
t l efetivo
f ti ded plantas
l t daninhas
d i h em lavouras
l d milho,
de ilh
desde o início do desenvolvimento da cultura, poderá contribuir para a
significativa redução da incidência de doenças na lavoura em função de
minimizar o nível de estresse de plantas por "mato-competição" e do grau de
hospedagem de patógenos na área.
Ainda, o controle efetivo de fungos patogênicos que habitam o solo
implica na implementação de medidas que visem a proliferação de
microrganismos antagônicos (benéficos), que necessitam de aeração satisfatória,
pH adequado (entre 5,5 e 6,0), elevado teor de matéria orgânica (superior a 3 %)
e níveis equilibrados de nutrientes.
Outra prática bastante eficiente de redução da incidência de
patógenos em plantas está relacionada à profundidade de semeadura. Assim,
com o intuito de proporcionar a rápida emergência das plântulas, a diminuição do
comprimento do hipocótilo (superfície de exposição) e o efetivo estabelecimento
da cultura, recomenda-se o posicionamento da semente a, no máximo, 3 cm de
profundidade, principalmente em áreas com histórico de fungos de solo e em
condições relacionadas a terrenos apresentando temperatura inferior a 18°C.
Da mesma forma, como a maioria dos patógenos que infectam o
milho sobrevivem nos restos culturais, o cultivo sucessivo de milho, a utilização
de plantio direto sem o emprego de sistemas efetivos de rotação de culturas, bem
como o manejo simplista do solo, poderão acarretar em sérios prejuízos à cultura
(Fernandes & Oliveira, 1997; Luz, 1995).

z Definição da época de semeadura


O conhecimento e o contínuo acompanhamento do comportamento
climático
li áti característico
t í ti da
d região
iã e da
d época
é d semeadura
de d escolhida
lhid revestem-
t
se de suma importância para o exercício de previsibilidade de ocorrência e da
severidade das principais doenças relacionadas à cultura do milho. A análise dos
fatores climáticos e de sua influência nas epidemias poderá contribuir para a
consolidação de sistemas de produção racionais, sustentáveis e lucrativos.
A utilização indiscriminada de genótipos (superprecoces, precoces e
normais) sem a devida avaliação de sua adaptabilidade à região e à época de
produção almejada, poderá contribuir para a ocorrência de acentuado nível de
estresse, favorecendo a incidência de grande número de patógenos (Fancelli &
Dourado-Neto, 1997).

z Rotação de culturas
A rotação de culturas constitui
constitui-se
se em uma prática agrícola de ação
ampla, que visa assegurar a estabilidade produtiva do agroecossistema, atuando
predominantemente nas condições edáficas do solo. Como técnica de controle de
doenças, a rotação de culturas, segundo Azevedo (1998), somente deverá ser
empregada para o controle de patógenos necrotróficos, específicos e que
possuam acentuada habilidade e capacidade de sobrevivência em restos
culturais. Na cultura do milho, a rotação de culturas tem sido empregada com
sucesso no controle das helmintosporioses, mancha branca ou pinta branca,
cercosporiose, ferrugens e antracnose.
Em áreas apresentando elevada incidência de doenças de milho,
resultados satisfatórios têm sido obtidos através do emprego de sistemas de
rotação baseado nas culturas de soja, feijão, gergelim, colza, amendoim,
algodão e espécies de adubos verdes como Crotalaria juncea, Crotalaria
spectabilis, Crotalaria breviflora, mucuna preta (Mucuna aterrima) e tremoço
branco (Lupinus albus).

z “Roguing” ou eliminação de plantas infectadas


A remoção de plantas inteiras ou da parte infectada pode
contribuir para a redução do inóculo secundário responsável pela reinfecção da
lavoura. Todavia, a utilização da medida de controle mencionada apenas será
justificável em pequenas áreas comerciais ou quando o produto envolvido
possuir valor elevado (por exemplo,
exemplo sementes genéticas).
genéticas) Ressalta
Ressalta-se
se, no
entanto, que o “roguing” não assegura a eliminação efetiva de propágulos,
devendo ser utilizado como medida de caráter complementar.

z Uso de sementes sadias


A maioria das doenças, que infecta o milho, são transmitidas por
sementes e,, p portanto,, o uso de sementes com origem g conhecida,,
apresentando qualidade fisiológica satisfatória, provenientes de sistemas de
certificação ou fiscalização e isentas de patógenos, constitui em inestimável
garantia para o sucesso da lavoura. Assim, em caso de dúvidas, antes da
semeadura, recomenda-se a realização da análise patológica de sementes, em
laboratórios credenciados, bem como do teste de emergência em campo, na
própria fazenda.

z Tratamento de sementes
O tratamento de sementes, com produtos químicos específicos,
objetiva a eliminação ou a efetiva redução dos patógenos veiculados pela
semente, bem como confere maior proteção à cultura em sua fase inicial de
desenvolvimento. Essa modalidade de proteção contribui significativamente
para o pleno estabelecimento da cultura,
cultura no campo,
campo favorecendo a manutenção
de seu potencial produtivo.
z Controle biológico
Os métodos biológicos de controle de doenças estão sendo
devidamente pesquisados, cujos estudos são baseados na multiplicação e no
emprego de microrganismos antagonistas de ampla adaptabilidade. Todavia, apesar
dos esforços empreendidos para tal fim, as evidências práticas obtidas até o
presente momento, ainda não possibilitam o uso efetivo dessa modalidade de
manejo
j de p patógenos,
g , de forma g
generalizada.
Dentre os poucos exemplos desses estudos, destaca-se a
possibilidade do uso do microrganismos do gênero Trichoderma, no tratamento de
sementes e de solo, objetivando o controle de Fusarium spp, Rhizoctonia solani e
Pythium spp. A referida modalidade de controle de patógenos, já se encontra
disponível na forma de vários produtos comerciais denominados Trichodermil PM;
Binab T; Bio-Fungus; Promote; RootShield T-22G; Supresivit; Trichodex e Trichopel,
dentre outros, cujos fabricantes recomendam o uso de 2-5 g/kg de sementes ou 1 a
3 kg/ha do produto comercial, via água de irrigação (preferencialmente por pivô
central).

z Controle químico
A eficácia do controle químico é função das características do
patógeno,
tó d
das condições
di õ climáticas
li áti reinantes
i t no período,
í d dod tipo
ti d produto
de d t
químico utilizado, de seu modo de ação e da forma e época de aplicação.
Esse método de controle deverá ser empregado após a
implementação de todas as medidas preventivas anteriormente mencionadas,
sendo os melhores resultados sempre obtidos através da integração de todos os
métodos de controle disponíveis.
As aplicações de produtos químicos poderão apresentar caráter
preventivo (uso de produtos protetores) ou erradicante (uso de produtos
sistêmicos).
De acordo com Azevedo (1998), os fungicidas protetores formam uma
barreira química sobre as folhas e brotações novas, atuando, preferencialmente, na
germinação dos esporos fúngicos, devendo ser aplicados, preventivamente, antes
da infecção
ecção (qua
(quando
do as co
condições
d ções cclimáticas
á cas forem
o e favoráveis
a o á e s ao pa
patógeno)
óge o) ou noo
início da epidemia, quando o inóculo ainda é baixo. Por outro lado, os fungicidas
sistêmicos, devido as suas características de penetração, translocação e efeito
erradicante (curativo), apresentam maior flexibilidade de aplicação, atuando nos
processos de pós-infecção (colonização, reprodução e esporulação). A ação
erradicante e curativa desses compostos está diretamente ligada ao grupo químico
e à estabilidade metabólica da molécula empregada.
Os produtos químicos devidamente registrados para a aplicação foliar
na cultura de milho e os respectivos patógenos por eles controlados podem ser
encontrados na publicação “Compêndio de defensivos agrícolas” (2007), bem como
podem ser indicados por um Engenheiro Agrônomo especialista da cultura.
V. PRINCIPAIS DOENÇAS DO MILHO

z Ferrugem Polisora
(Puccinia polysora)

A disseminação do fungo Puccinia polysora é realizada


principalmente através do vento. Após o aparecimento das primeiras pústulas
nas plantas de milho, ocorre rápida multiplicação do potencial de inóculo do
patógeno, que, transportado pelo vento, causa acelerada disseminação da
doença no campo, enquanto as condições climáticas permanecerem favoráveis.
Quando a doença incide nas fases iniciais de desenvolvimento das plantas, a
redução
d ã na produção
d ã é significativa,
i ifi ti porém
é quando d ocorre em fases
f avançadas
d
do ciclo (após grãos leitosos), praticamente não afeta a produção. As fontes
primárias e secundárias de inóculo para o milho são constituídas pelo próprio
milho. A severidade da ferrugem polisora é favorecida por temperaturas entre 27
e 34oC e umidade relativa do ar alta (condições predominantes em altitudes
inferiores a 700 metros).

As pústulas produzidas por P. polysora são menores que as


causadas pela ferrugem comum (P. sorghi), têm formato predominantemente
circular (elíptico, em algumas ocasiões) e sua coloração varia de amarelo a
dourado. As pústulas podem ocorrer densamente distribuídas em ambas as
faces do limbo, na bainha foliar, nas brácteas das espigas e, em condições de
alta severidade, no pendão das plantas. Normalmente estão cobertas pela
epiderme, sendo que quando se rompem, apresentam aspecto pulverulento
.
As principais medidas de controle são:

a) utilização de híbridos resistentes (informação fornecida pelas empresas


produtoras de sementes);
b) efetuar a semeadura em épocas com condições desfavoráveis ao
desenvolvimento da doença;
c) uso de rotação de culturas;
d) evitar o atraso e o uso excessivo de adubação nitrogenada;
e) evitar uso de híbridos superprecoces em regiões baixas e semeaduras
tardias e
f) efetuar
f t o controle
t l com fungicidas
f i id específicos
ífi ( f ti apenas quando
(efetivo d aplicado
li d
no início da ocorrência da doença);
z Ferrugem comum
(Puccinia sorghi)

Puccinia sorghi apresenta ciclo completo, tendo como hospedeiro


alternativo o trevo silvestre (Oxalis sp.). É uma doença favorecida por
temperaturas
p entre 16 e 23oC e umidade relativa do ar alta ((>80%). %) A
disseminação ocorre através de uredosporos formados no próprio milho ou por
aeciosporos produzidos no hospedeiro alternativo (trevo), cuja disseminação
ocorre, principalmente, através do vento. O trevo é infectado pelo micélio
proveniente da germinação dos basidiosporos que são formados após a
germinação dos teliosporos, no solo.

A ferrugem comum é encontrada inicialmente nas folhas “baixeiras”


da planta e caracteriza-se pela presença de pústulas elípticas e alongadas,
brilhantes, localizadas nas duas faces da folha. Inicialmente apresentam
coloração marrom claro, que é intensificada, podendo adquirir coloração negra, à
medida que amadurecem e se rompem, formando uma fenda característica. Sob
condições favoráveis, pode causar seca prematura das plantas reduzindo
d ti
drasticamente
t o tamanho
t h das
d espigas.
i A diferença
dif em relação
l ã à Puccinia
P i i
polysora está na coloração mais escura e no formato mais alongado das
pústulas.
As principais medidas de controle são:

a) utilização de híbridos resistentes (informação fornecida pelas empresas


produtoras de sementes);
b) eliminação das plantas espontâneas de trevo (hospedeiro);
c) uso de rotação de culturas;
d) evitar o atraso e o uso excessivo de adubação nitrogenada e
e) aplicação de fungicidas logo após o aparecimento das primeiras
pústulas;

z Ferrugem branca ou tropical


(Physopella zeae)

O fungo Physopella zeae é favorecido por condições climáticas


muito pparecidas às citadas p para Puccinia p
polysora,
y , apesar
p de sua maior
incidência estar relacionada a temperaturas mais elevadas. Assim, locais onde
predominem temperaturas na faixa entre 24 e 35oC e alta umidade relativa do ar
podem favorecer o aparecimento da doença. Os uredosporos da P. zeae são
transportados principalmente pelo vento, o que permite uma rápida
disseminação da doença na lavoura. Pode também ser disseminada através de
massa vegetal. Até o momento não é conhecido hospedeiro alternativo para
esse patógeno. A maior incidência da doença é constatada em regiões de
produção de milho apresentando altitude inferior a 500 metros.

A ferrugem branca pode ser facilmente identificada pela coloração


creme de suas pústulas, as quais apresentam tamanho pequeno, ocorrem
tipicamente em grupos e possuem formato circular ou oblongo e coloração clara,
podendo variar de amarela a castanha, recobertas pela epiderme da folha. Com
o desenvolvimento da doença pode ser observado o aparecimento de um bordo
escuro ao redor do grupo de pústulas.
pústulas As pústulas podem aparecer em várias
partes da planta. Em condições de alta incidência, pode ocorrer a coalescência
(reunião) de grupos de pústulas, com conseqüente enrugamento e seca
prematura das folhas.

As principais medidas de controle são:

a) utilização de híbridos resistentes à doença (informação fornecida pelas


empresas produtoras de sementes);
b) uso de rotação de culturas;
c) evitar a semeadura de milho em regiões baixas (<500m) entre dezembro e
meados de janeiro; e
d)) evitar o atraso e o uso excessivo de adubação
ç nitrogenada.
g

z Helmintosporiose
(Exsehohilum turcicum = sin. Helminthosporium turcicum)

Os esporos do E turcicum, são transportados pelo vento ou pela água de chuva,


resultando na disseminação rápida da doença na lavoura. O fungo sobrevive
nos restos de cultura sob a forma de conídios ou de clamidosporos e, em áreas
onde os restos de cultura não são incorporados ao solo, pode ocorrer o aumento
no potencial de inóculo, ao longo do tempo. O E. turcicum possui como
hospedeiros o milho, o sorgo, o capim-massambará e o teosinto, e o seu
desenvolvimento é negativamente correlacionado com o fotoperíodo, a
intensidade de luz e a concentração de açúcar nas plantas de milho. O
d
desenvolvimento
l i t dad doença
d é favorecido
f id pela
l ocorrência
ê i ded temperaturas
t t entre
t
o o
18 e 27 C (ideal = 20 C), pela presença de orvalho na superfície das folhas e
por condições em que ocorrem fotoperíodos curtos e baixa intensidade
luminosa.
Os principais sintomas relacionam-se à presença de lesões
necróticas nas folhas, alongadas e grandes (em torno de 5 a 12 mm de
comprimento), de coloração palha e bordas bem definidas e irregularmente
distribuídas na superfície foliar e que, em casos severos, coalescem, podendo
se tornar escuras devido à frutificação do fungo. Os sintomas são mais severos
após a emissão da 12ª folha, sendo essa época a mais adequada para a
realização de avaliações da severidade da doença ou da resistência de
cultivares. Em genótipos suscetíveis, essa doença pode causar seca precoce da
planta e redução do tamanho e densidade dos grãos. Sob temperaturas
superiores a 20oC, as lesões apresentam conídios marrons, curvos, septados e
caracterizados pela presença de um hilo na extremidade. Sob temperaturas
inferiores a 20oC, os conídios são marrons, menores e retos, e com algum ou
nenhum septo.
septo

As principais medidas de controle são:

a) utilizar híbridos resistentes (informação fornecida pelas empresas produtoras


de sementes);
b)) eliminar os restos de cultura através de p práticas de aração
ç e g
gradeação
ç
(quando possível);
c) usar a prática da rotação de culturas;
d) empregar adubações balanceadas, principalmente entre N e K e
e) efetuar o controle químico através da aplicação de fungicidas específicos,
apesar de não evidenciarem significativa contribuição no efetivo controle da
citada doença.

z Mancha de Helminthosporium
(Bipolaris maydis = sin. Helminthosporium maydis)

Os conídios de B. maydis são marrons, longos, tipicamente curvos


e com as extremidades afiladas, não havendo formação de hilo. A disseminação
é garantida
tid pelol ventot e por respingos
i d chuva.
de h O patógeno
tó sobrevive
b i nos
restos de cultura, na forma de micélio ou de clamidosporos. A doença é
favorecida por temperaturas entre 20 e 32oC e pela presença de orvalho na
superfície das folhas.

As lesões foliares causadas por Helminthosporium maydis, são


necróticas normalmente curtas,
necróticas, curtas com bordos paralelos,
paralelos medindo de 0,6
0 6 a 1,2
12 x
0,6 a 2,7 centímetros. Geralmente apresentam cor palha e são evidenciadas,
inicialmente, nas folhas “baixeiras”. Nas bainhas e brácteas das espigas,
aparecem circundadas por um halo avermelhado e, no interior das brácteas e
nos grãos,
grãos as lesões apresentam cor preta.
preta Pode ser considerada importante
doença para a época de safrinha.

As principais medidas de controle são:

a) uso de épocas adequadas de semeadura (principalmente para a região de


ocorrência);
)
b) utilização de híbridos resistentes (informação fornecida pelas empresas
produtoras de sementes);
c) eliminar os restos de culturas através de práticas de aração e gradeação
(quando possível);
d) uso de rotação de culturas e
e) efetuar o controle químico com a aplicação de fungicidas específicos.

z Mancha de Diplodia
(Stenocarpella macrospora = sin. Diplodia macrospora)

A mancha de Diplodia tem aumentado consideravelmente sua


ocorrência no Brasil, principalmente em sistemas de plantio direto e em
monocultura,
lt i f t d inicialmente
infectando i i i l t as folhas
f lh e, após
ó produzir
d i granded
quantidade de inoculo, atingir o colmo e as espigas, provocando o aumento da
taxa de grãos ardidos.

As lesões iniciais apresentam-se em forma de tecido clorótico,


seguido de necrose. Quando maduras as lesões apresentam forma bastante
irregular ou alongadas acompanhando as nervuras.
irregular, nervuras A lesão da mancha de
Diplodia é caracterizada pela presença de anéis concêntricos mais escuros, no
centro da lesão, configurando o local do início de sua infecção, também
conhecido como “nó de madeira”.

O referido patógeno sobrevive nos restos de cultura, na forma de


picnídios, sendo a doença favorecida por temperaturas entre 25 e 30oC e pela
presença de orvalho na superfície das folhas.
Os esporos produzidos nas lesões podem ser transportados, pela
água, até a bainha das folhas, onde germinam e iniciam a infecção do colmo e da
espiga.

A espécie S.macrospora parasita exclusivamente plantas de milho,


podendo, além da redução da área foliar, provocar podridão de sementes, morte
de plântulas, podridão de raízes, de colmos e de espigas.
O vento e os respingos de chuva são os principais veículos de disseminação dos
conídios do fungo.
As principais medidas de controle são:

a) utilização de híbridos resistentes à doença (informação fornecida pelas


empresas produtoras de sementes);
b) realizar práticas de aração e gradeação (quando possível);
c) uso de rotação de culturas;
d) evitar condições de estresse (hídrico e nutricional,
nutricional principalmente) e
e) evitar danos mecânicos severos (principalmente de lagarta do cartucho)

z Complexo da Mancha Branca ou Esferulina


(Phaeosphaeria maydis, Phillosticta maydis e Pantoea ananas)

A doença,
doença antigamente conhecida como pinta branca ou esferulina,
esferulina
apresentando como agente causal o fungo Phaeosphaeria maydis, atualmente é
provocada por um complexo de patógenos constituído dos fungos Phaeosphaeria
maydis e Phillosticta maydis e da bactéria Pantoea ananas. Todavia, alguns
fitopatologistas ainda suspeitam da presença da Phoma soghina, no
patossistema citado. Esses fungos sobrevivem em restos culturais e são
disseminados através de estruturas denominadas ascosporos, os quais, sob
condições favoráveis, podem germinar e infectar folhas novas ou maduras. O
complexo da Mancha Branca é considerada como uma doença de fácil
disseminação e de elevada velocidade de colonização dos tecidos. O
desenvolvimento dessa doença é favorecido por temperatura diurna entre 20 e
30oC, temperaturas noturnas em torno de 15 e 21oC e umidade relativa do ar
superior a 60%. Ainda, regiões com abundante formação de orvalho e baixa
luminosidade podem favorecer sua incidência. Regiões com altitude superior a
700 metros e semeaduras tardias apresentam maior probabilidade de ocorrência
dessa doença.

Os principais sintomas relacionam-se a presença de folhas com


lesões necróticas de cor de branca (ou palha), em número elevado e formas
variando
i d de d circulares
i l a elípticas,
lí ti com diâmetro
diâ t oscilando
il d entre
t 0,3
0 3 a 1,0
1 0 cm
(semelhantes a lesões causadas por deriva de Paraquat). No início, essas lesões
ou manchas são aquosas (anasarca), apresentando coloração verde-claro e, com
a evolução da doença, a frutificação do fungo pode ser observada no centro das
lesões. Em geral, os sintomas aparecem, inicialmente, nas folhas inferiores,
progredindo rapidamente em direção ao ápice da planta, sendo mais severos
próximos ao estádio Vt (pendoamento).
(pendoamento) Quando em condições favoráveis para
sua evolução, pode causar seca prematura das folhas e redução no ciclo da
planta, bem como provocar redução drástica no tamanho e na densidade dos
grãos.
Devido
D id à presença dad b
bactéria
té i Pantoea
P t ananas, como um dos
d agentes
t causais i da
d
mencionada doençào não se recomenda a aplicação exclusiva de fungicidas do
grupo dos triazóis.

As principais medidas de controle são:

a) utilização de híbridos resistentes à doença (quando possível);


b) emprego da prática de rotação de culturas
c) realização de semeadura o mais cedo possível, preferencialmente entre os
meses de julho e outubro, evitando as épocas tardias em que a doença incide com
maior freqüência e severidade;
d) incorporação de restos culturais ao solo (quando possível), sobretudo quando a
doença
doe ça oco
ocorrer
e co
com a
alta
a se
severidade
e dade e
e) uso de fungicidas específicos (triazóis + estrobulurinas acrescido de cobre).

z Cercosporiose
(Cercospora zeae-maydis)

A Cercospora
p zeae-maydis
y requer
q prolongado
p g período de alta
p
umidade relativa do ar (período mínimo de 12 horas com umidade superior a 90%),
folhas com superfície úmida por período superior ou igual a 12 horas e
temperatura oscilando entre 25 e 32ºC. A esporulação é abundante sob condições
de calor, nebulosidade e alta umidade, porém o referido patógeno pode sobreviver
em condições adversas de ambiente, desde que os processos de germinação e
infecção já tenham sido iniciados. O período de alta umidade relativa não
necessita ser contínuo para que a infecção ocorra, desde que o processo possa
permanecer quiescente até que a umidade relativa do ar favorável seja retomada.

Os sintomas de ocorrência de Cercosporiose nas plantas de milho


são observados, inicialmente, nas folhas basais. No início, as lesões, ainda
imaturas, podem ser confundidas com sintomas causados por outros patógenos
que danificam as folhas das plantas de milho,
milho como o Bipolaris.
Bipolaris maydis.
maydis A
Cercospora. zeae-maydis provoca lesões em ambas as faces da folha e também
na bainha. Os sintomas iniciais correspondem a pequenas lesões (1 a 3 mm de
comprimento), de formato retangular a irregular, bordas cloróticas, próximas à
nervura, sendo mais visíveis quando observadas contra a luz. Com a evolução da
doença o reconhecimento torna-se facilitado, pois as lesões adquirem formato
retangular (tipo bastonete),
bastonete) apresentando 5 a 7 mm de comprimento e 4 mm de
largura, coloração acinzentada a parda e se distribuem paralelamente às nervuras
da folha, porém sem nunca ultrapassá-las. Quando a incidência é severa, pode
ocorrer o apodrecimento do colmo e o tombamento das plantas.
As principais medidas de controle são:

a) uso de híbridos resistentes (informação fornecida pelas empresas produtoras


de sementes);
b) emprego de rotação de culturas;
c) evitar o excesso de plantas (ou alta população), bem o excesso nitrogênio e a
carência de potássio;
d) revolvimento do solo (aração e gradeação) com incorporação do resíduo
vegetal (quando possível);
e) aumentar o nível de atenção em sistemas que permitem a permanência de
restos culturais de milho na superfície do solo (plantio direto ou cultivo mínimo) e
f) uso de mistura de fungicidas específicos do grupo químico dos triazóis +
estrubilurinas. (Iniciar a aplicação no momento em que as lesões da doença
atingirem 1 a 3% da área foliar das duas folhas abaixo da espiga).

z Antracnose
(Colletotrichum graminicola)

A antracnose é mais comum em locais onde a precipitação pluvial é


mais elevada, sobretudo no início do ciclo da cultura e em condições de
semeadura de milho sobre milho ou sobre outras gramíneas.
A época de milho safrinha é, normalmente, o período mais
adequado para a ocorrência dessa doença e contribui para o aumento de
podridões de colmo e para a redução significativa da produtividade.
O referido fungo se desenvolve rapidamente em temperaturas entre
o
20 e 27 C e alta
lt umidade
id d relativa
l ti dod ar (>85%),
(>85%) sendo
d seus sintomas
i t i i i i
iniciais
semelhantes à deficiência de nitrogênio. Com a evolução da doença, evidenciam-
se nas folhas baixeiras, lesões elípticas e alongadas, dependentes do genótipo e
da idade da folha, podendo manifestar halo avermelhado a amarelo-alaranjado. A
referida doença, em sua fase inicial, também pode ser confundida com a
presença de cercosporiose e helmintosporiose. O fungo Colletotrichum
graminicola sobrevive em restos de cultura e na semente de milho,
milho na forma de
acérvulos e como micélio dormente.

Além do milho, a antracnose pode atacar, principalmente o sorgo,


além de outras gramíneas como o trigo, aveia, triticale, centeio e azevém.

As p
principais
p medidas de controle são:

a) utilização de híbridos resistentes à doença (informação fornecida pelas


empresas produtoras de sementes);
b) uso de rotação de culturas;
c) evitar a semeadura de milho em regiões baixas (<500m) entre dezembro e
meados de janeiro; e
d) evitar o atraso e o uso excessivo de adubação nitrogenada.

z Podridão branca da espiga


(Stenocarpella maydis = sin. Diplodia maydis)

A podridão branca da espiga é causada pelo fungo Stenocarpella


maydis, o qual sobrevive nos restos de culturas e em sementes, na forma de
picnídios ou de micélio dormente, tendo como hospedeiro principal o milho. Inicia-
se nas raízes e no primeiro entrenó acima de solo e progride em direção à parte
superior da planta.
planta É favorecida por altas precipitações pluviais e temperaturas
entre 25 e 30oC, na época de maturação dos grãos. A evolução da doença é
o

praticamente cessada quando a umidade dos grãos atinge 21 a 22%.

As espigas com podridão branca apresentam coloração marrom


clara e possuem grãos extremamente leves. A doença inicia-se, geralmente, pela
base da espiga progredindo em direção ao ápice,
ápice sendo possível observar a
presença do micélio branco do fungo entre as fileiras de grãos. O fungo faz com
que as brácteas (palhas da espiga) tornem-se esbranquiçadas ou com cor de
“palha seca” em contraste com a coloração verde das espigas sadias. Quando a
infecção ocorre logo após a emissão dos estilos-estigma, a espiga pode
apodrecer tornando-se marrom acinzentada, leve, enrugada e, finalmente, podre.
As espigas
pg tendem a p permanecer voltadas ppara cima,, e as ppalhas ((brácteas))
inferiores aderem rigidamente umas às outras ou à espiga, devido ao crescimento
micelial. Pequenos grânulos negros (picnídios) podem se desenvolver nas bases
das brácteas, no tecido do sabugo e nas laterais dos grãos severamente
atacados.

As principais medidas de controle são:

a) utilizar genótipos com características agronômicas que dificultem a infecção


das espigas (uso de híbridos com espigas decumbentes e bem empalhadas);
b) utilização de híbridos resistentes à doença (informação fornecida pelas
empresas produtoras de sementes);
c) realizar práticas de aração e gradeação (quando possível);
d) uso de rotação de culturas;
e) evitar condições de estresse (hídrico e nutricional, principalmente); e
f) procurar conhecer o período provável de maior nebulosidade da região de
forma a não coincidir com o início do enchimento de grãos.
z Podridão de Colmo
(Fusarium verticillioides = sin. Fusarium moniliforme)

A ocorrência do Fusarium é favorecida por temperaturas em torno


de 25 a 30oC e altitudes inferiores a 700 metros. É disseminado através de
conídios que determinam aspecto pulverulento e coloração rósea aos tecidos
infectados A patogenicidade desses microrganismos é questionada por alguns
infectados.
pesquisadores que os consideram como patógenos fracos, ocorrendo
principalmente sobre tecidos danificados. Entretanto, outros cientistas os
descrevem como sendo os mais patogênicos ao milho, muito embora as
infecções estejam, freqüentemente, associadas a algum tipo de dano, geralmente
causado por pragas de solo, lagarta do cartucho ou pássaros.

O primeiro sintoma do Fusarium verticillioides, no milho, é o


aparecimento de mofo pulverulento ou cotonoso, cor cinza a marrom
avermelhado, sobre os grãos, isolados ou em grupos, distribuídos aleatoriamente
sobre a espiga. Os tecidos internos dos entrenós e das raízes adquirem
coloração avermelhada, que progride de forma uniforme e contínua, da base em
direção à parte superior da planta. Geralmente a podridão provocada por F.
verticillioides está associada ao ataque de nematóides ou de pragas subterrâneas
que debilitam as plantas e causam ferimentos nas raízes, facilitando a
penetração do fungo. Grãos infectados tardiamente podem apresentar estrias
esbranquiçadas no pericarpo.

As principais medidas de controle são:

a) utilizar genótipos com características agronômicas que dificultem a infecção


das espigas (uso de híbridos com espigas decumbentes e bem empalhadas);
b) utilização de híbridos resistentes à doença (informação fornecida pelas
empresas produtoras de sementes);
c) realizar práticas de aração e gradeação (quando possível);
c) uso de rotação de culturas; e
d) evitar condições de estresse (hídrico e nutricional, principalmente).
VI USO DE FUNGICIDA NA CULTURA DO MILHO
VI.

Atualmente, em função do aumento da incidência de doenças em lavouras


de milho, o uso de Fungicidas tem sido recomendado, objetivando a manutenção
do potencial produtivo dos genótipos e da qualidade do produto colhido.
Nesse contexto, evidencia-se três momentos importantes para a aplicação
de fungicidas
g em milho,, q
quais sejam:
j

a) Limite do trator (V6 a V8)


b) Limite do auto-propelido (V10 a V12)
c) Pré-Pendoamento ( início até 40% dos pendões expostos)

Na etapa denominada Limite do trator (LT), a aplicação visa o controle


das doenças que aparecem precocemente na lavoura (ferrugens, e diplodia) e pode
ser realizada com o conjunto trator-pulverizador, sem a necessidade de qualquer
tipo de modificação. Todavia, tal modalidade de manejo , quando realizada muito
próxima à emissão da 8ª folha (V8), do milho, exige vistoria prévia na área
objetivando evitar o quebramento ou a danificação de plantas. A aplicação
recomendada para o manejo de doenças que aparecem na lavoura entre a 10ª e a
12ª folha do milho (Helmintosporioses e diplodias tardias), comumente denominada
Limite do Auto-propelido, exige a disponibilidade de equipamento adequado tal
como auto-propelidos ou tratores com trâmpulos (ou com outors tipos de
adaptações). Por outro lado, a aplicação recomendada para o manejo de doenças
que aparecem na lavoura, próximo ao florescimento (cercosporiose e mancha
branca) e exige o emprego da aviação agrícola; onde o uso de fungicidas é
recomendado para o estádio Vt (Pré-pendoamento), desde o início da emissão
dos pendões ou até 40% da exposição de suas panículas.
Com relação à parte da planta que deverá ser, obrigatoriamente protegida,
muitos trabalhos de pesquisa apontam como sendo aquela que se estende desde a
folha abaixo da espiga, até a folha bandeira, visto que as folhas da parte baixeira da
planta ((abaixo da 6ª/8ª folha,, p
p pouco contribuem p para o enchimento efetivo dos
grãos.
Dentre os produtos que destacam no controle das doenças de milho, a
mistura de triazóis + estrubilurinas tem sido mais eficaz para tal fim. Contudo, no
controle da mancha branca, devido à presença de bactérias dentre seus agentes
causais, recomenda-se o uso de cobre foliar (até 25g/ha), juntamente com os
defensivos ministrados.
Inúmeros trabalhos realizados em diferentes regiões brasileiras têm
demonstrado a viabilidade técnica e econômica para o uso de fungicidas na cultura
comercial de milho, visto que os ganhos de produtividade advindos do emprego
dessa tecnologia tem oscilado entre 5 e 35 sacos/ha.
VII CONSIDERAÇOES FINAIS
VII.

As principais recomendações para a prevenção e controle das


doenças potenciais de milho são:

X Utilização de adubações equilibradas, sobretudo assegurando a


relação adequada de N:K e conteúdo adequado de Mn e Cu, na folha.
X Aplicações foliares de Manganês e Cobre ou Fosfito
(principalmente de Mn), entre a 4ª e a 7ª folha do milho, objetivando a redução da
severidade das doenças;
X Ausência de situações de estresse provocado por fitotoxicidade
de produtos químicos ou por danos mecânicos em folhas e raízes;
X Garantia da integridade das folhas de milho, a partir da espiga até
o ápice da planta, notadamente no período compreendido entre o florescimento
até o estádio de grãos pastosos.

VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Fancelli(2007)©

Sem Fungicida Com fungicida


Fancelli (2004)©

Mancha de Phaeosphaeria

EMBRAPA (1996)©

Ferrugem comum
EMBRAPA (1996)©

Fancelli (2004)©

Ataque severo de Phaeosphaeria Mancha de H. maidis

Fancelli (2004)© Fancelli (2004)©

Podridão de Macrophomina Physoderma sp.


Fancelli (2004) Fancelli (2004) Fancelli (2004)

Diplodia (Podridão Branca) Carvão do milho Lesão de H. turcicum

Fancelli (2004) Fancelli (2004)

Ferrugem polisora Ferrugem tropical

Fancelli (2004) Fancelli (2004) Fancelli (2004)

Fusarium sp. Corn stunt ou enfezamento Cercosporiose


COLHEITA DO MILHO

Antonio Luiz Fancelli

Engenheiro Agrônomo
Agrônomo. MSc
MSc. Dr
Dr. e Docente do Departamento de Produção Vegetal
Vegetal, ESALQ/USP
ESALQ/USP.
Caixa Postal: 09 – Piracicaba/SP – 13418-900 – fone: (19) 3429-4115 – ramal:25
fancelli@esalq.usp.br

I. INTRODUÇÃO

A colheita, de qualquer cultura, consiste em uma etapa importante


do processo produtivo, pois poderá propiciar a consolidação de todos os
esforços despendidos na lavoura ou perdas irreparáveis, afetando diretamente
a lucratividade do empreendimento.
Na cultura de milho, a referida etapa reveste-se de suma importância e poderá
ser efetuada através de vários métodos, desde o inteiramente manual até o
totalmente mecanizado.
Devido ao aumento das áreas semeadas com milho, o trabalho
manual, foi se tornando oneroso e inviável, sendo substituído pelo emprego da
colheita mecanizada; uma vez que, nos últimos anos, foi possível observar
significativos avanços tecnológicos quanto ao desenvolvimento de colhedoras
destinadas ao citado cereal.
D ponto
Do t de
d vista
i t empresarial,
i l as áreas
á semeadas
d com a cultura
lt
de milho no Brasil apresentam módulo mínimo entre 300 e 500 hectares
(dependendo dos custos fixo e operacional, do preço de venda do produto e,
principalmente, da expectativa de remuneração do empresário rural), fazendo
com que a colheita mecânica se constitua em prática imprescindível. Porém, o
planejamento do uso da máquina é fundamental para a minimização dos custos
e perdas,
perdas bem como para otimizar a capacidade de trabalho,
trabalho tornando assim a
sua utilização cada vez mais eficiente.
Ao se elaborar um plano de colheita deve-se levar em
consideração a área total a ser colhida (incluindo a forma geométrica das
glebas); as condições climáticas por ocasião da colheita (interação com a soma
térmica do híbrido utilizado); a altura de inserção da espiga; o espaçamento
entre fileiras; as condições de solo (micro
(micro-relevo,
relevo, pedras e terraços); as
características do híbrido (“stay green” e resistência do colmo ao corte e ao
acamamento) e o nível de infestação de plantas daninhas na área.
A definição do procedimento de secagem, na propriedade ou
por intermédio de terceiros, deve ser efetuada em situações em que se
configure a necessidade de colheita do milho com umidade elevada, no
intuito de intensificar o uso da área, minimizar perdas pelo ataque de pragas
e adversidades climáticas, ou quando se deseja armazenar o produto colhido
por um longo período. A rigor, a secagem é recomendável quando as perdas,
do ponto de vista quantitativo e qualitativo, justificam o investimento
(Mantovani & Fontes, 1989).

II. PLANEJAMENTO DA COLHEITA

Para a elaboração do plano prático de colheita de milho, devem


ser considerados os seguintes aspectos:

a) Área total (que deverá ser subdividida em glebas com


características silmilares);
b) Produção esperada de grãos;
c) Tempo efetivo para colheita (número de dias e número de
horas por dia);
d) Número de colhedoras disponíveis;
e) Número de carretas graneleiras e de caminhões disponível;
f) Velocidade média de trabalho da colhedora;
g) Tempop médio de manobra e descarga g e
h) Distância média entre o local de secagem/armazenamento e
as glebas consideradas.

Ainda, salienta-se que, para a subdivisão da área a ser colhida,


deverão ser considerados a produtividade estimada de grãos (t/ha), a época
provável de colheita e as características do genótipo utilizado.

A época provável de colheita pode ser estimada pela seguinte


equação:

SC
Dc = Ds + Ne + + Nc
GMT
em que:
Dc = dia juliano no qual será efetuada a colheita (dia juliano
corresponde ao número de ordem do dia do ano; p.ex. dia 1 de
fevereiro corresponde ao dia juliano 32);
Ds = dia juliano da semeadura;
Ne = número de dias para emergência (5 a 12 dias,
dependendo do vigor da semente e da temperatura do solo,
principalmente);
SC = soma térmica ou número de graus-dia (oC.dia) necessário
para o genótipo considerado atingir o ponto de maturidade
fisiológica;
GMT = ganho médio diário de temperatura durante o ciclo da
cultura (da fase de emergência ao ponto de maturidade
fisiológica). Deve ser considerados somente valores acima da
temperatura basal da cultura (>10ºC); e
Nc = número de dias entre o ponto de maturidade fisiológica e
a colheita (período dependente das condições climáticas
reinantes
i t no período
í d e do
d “dry-down”
“d d ” do
d genótipo).
óti )

De acordo com Mantovani (1989), a colheita da cultura de


milho pode ser planejada em função do número de colhedoras disponíveis ou
a partir da área semeada. Em ambos os casos, é necessário a realização do
cálculo da capacidade efetiva de colheita, pois a colhedora nunca
desenvolve trabalho contínuo,
contínuo evidenciando interrupções durante a
operação, representada por manobras, desembuchamentos, abastecimentos
e manutenção. Para efetuar tais cálculos é preciso conhecer o rendimento do
equipamento disponível, que poderá ser estimado através da seguinte
expressão matemática:

VLf
CE =
10.000

Onde:
CE = capacidade efetiva de colheita (ha/hora);
V = velocidade de deslocamento da colhedora (m/hora);
L = largura efetiva de trabalho da plataforma (m);
f = eficiência de trabalho (%).
Ainda, vale ressaltar que o valor de f varia de acordo com o número de
interrupções durante a operação de colheita e deve ser calculado no intuito de
avaliar se a colhedora está sendo devidamente utilizada.
Como exemplo, pode-se considerar que uma colhedora que
trabalha com velocidade de 5000 m/hora e possui largura efetiva de trabalho
igual a 3,6 m, apresenta capacidade teórica de trabalho de 1,8 ha/h, ou seja:

(5.000 m / h ) .(3,6 m )
CT = = 1,8 ha / h
10.000 m 2 / ha

em que:

CT = capacidade teórica de trabalho (ha/hora).

Supondo que no período de uma hora de trabalho foram colhidos


1 42 ha de milho,
1,42 milho a eficiência de trabalho (f) será igual a:

1,42 ha / h
f = .100 = 80%
1,8 ha / h

Cabe salientar que os níveis médios de eficiência de trabalho


aceitáveis variam entre 70 e 80%, ou seja, é plenamente tolerável perda de
tempo entre 15 e 30% , com manobras, manutenção e outros imprevistos.

III. MOMENTO DE COLHEITA

A operação de colheita é considerada como uma das etapas mais


importantes de todo o processo produtivo da cultura de milho, pois, se efetuada
incorretamente, conduz a consideráveis perdas qualitativas e quantitativas de
grãos Desta feita,
grãos. feita não faz nenhum sentido conduzir a cultura corretamente,
corretamente
dentro de padrões tecnológicos adequados e efetuar a colheita sem critérios
técnicos, colocando em risco todo o sucesso do empreendimento.
Ao permanecer por longo período no campo, após o ponto de
maturidade fisiológica, o milho fica exposto ao ataque de pragas; ao quebramento
de plantas (apodrecimento natural do colmo associado à ocorrência de patógenos
oportunistas); ao aumento no crescimento de plantas daninhas (principalmente
àquelas que dificultam a atividade das colhedoras); à germinação e/ou
apodrecimento dos grãos na espiga (em casos de ocorrência de chuvas); à maior
probabilidade de ocorrência de fissuras (trincas) e quebras dos grãos, bem como
ao desenvolvimento de micotoxinas.
Teoricamente, a colheita de milho pode ser iniciada logo após as
plantas atingirem a maturidade fisiológica, quando os grãos apresentarem em
torno de 33% de umidade e for evidenciada a “camada negra” no ponto de
inserção do grão com o sabugo, pois a partir deste momento, o grão paralisa o
acúmulo
ú l de d matéria
té i seca. NoN entanto,
t t na prática,
áti com esse grau de
d umidade
id d a
colheita torna-se inviável devido à dificuldade de debulha, à alta demanda
energética para a secagem e ao risco de deterioração dos grãos. Na situação
mencionada, apenas se viabiliza a colheita do milho, em espiga, mediante o uso
de máquinas especiais, com a finalidade de produção de milho verde, milho doce
ou sementes. Desta forma, a umidade considerada adequada para a realização
da colheita de grãos situa-se
situa se entre 20 e 24%,24% devendo os mesmos ser
submetidos à secagem, até atingirem 13% de umidade, para serem
armazenados. Se o milho for colhido em espiga (colheita manual), pode ser
armazenado com 18% de umidade, ou menos.
Cabe salientar que a determinação da umidade dos grãos para fins
de colheita pode ser efetuada com auxílio de um medidor de umidade (portátil ou
não) ou mesmo através de métodos grosseiros, como a identificação da “camada
camada
negra” ou a observação da resistência do grão à quebra imposta pelos dentes,
sendo que neste último, é importante observar se os grãos apresentam aspectos
farináceo, duro e seco, partindo-se em pedaços consistentes.

IV. MÉTODOS DE COLHEITA

z Colheita manual

A colheita manual é efetuada apenas por pequenos produtores ou


em áreas destinadas à produção de milho verde.
Esse método consiste na coleta manual das espigas de milho que
serão armazenadas na propriedade, em paóis de tábua ou de tela. Em função da
f
forma como é realizada,
li d pode
d ser dif
diferenciada
i d em colheita
lh it iindireta
di t (“bandeiras”)
(“b d i ”)
ou colheita direta.
Tabela
T b l 1.
1 Perdas
P d d grãos
de ã d milho
de ilh em função
f ã do
d período
í d ded tempo
t
transcorrido entre a maturidade fisiológica e a colheita (Toledo &
Marcos Filho, 1977).

Dias após maturidade Umidade (%) Perdas (%)


6 25 1,5
,
10 23 2,0
20 20 3,0
25 18 5,0
30 17 7,0
35 16 9,0
40 15 12,0
50 15 14,0

Na colheita manual indireta,


indireta por ocasião do recolhimento das
espigas, quebra-se o colmo das plantas para demarcar a área colhida. Neste
método, as espigas são colhidas e depositadas em locais específicos
representados pelas plantas mantidas em pé ao longo da gleba, denominado
bandeira, formando montes ou medas. Após serem submetidas à secagem ao
sol, as espigas são processadas, ainda no campo, por trilhadoras acopladas à
tomada de força de um trator, ou recolhidas e conduzidas até as instalações
destinadas ao beneficiamento, onde poderão permanecer armazenadas ou
serem submetidas ao processo de debulha, mediante o uso de uma
debulhadora estacionária. É importante destacar que a debulha não deverá ser
efetuada com os grãos de milho apresentando umidade inferior a 13%, o que
certamente resultará em danos mecânicos severos. Desta forma, a debulha
realizada em grãos com umidade entre 14 e 18% pode ser considerada
satisfatória, desde que o cilindro do debulhador esteja operando em rotação
controlada.
Ainda, o referido método não deve ser adotado na presença de
solos úmidos, pois poderá resultar no aumento da umidade dos grãos das
espigas situadas nas camadas inferiores dos montes, tendo como
conseqüência o comprometimento da qualidade do produto.
A colheita
lh it manuall direta
di t consiste
i t na retirada
ti d das
d espigas
i que vão
ã
sendo arremessadas a um anteparo de pano colocado em um veículo qualquer
(caminhão, carreta ou caminhonete), o qual permanece em constante
movimento , acompanhando o fluxo da operação. O anteparo de pano (vela) é
posicionado longitudinalmente no veículo considerado (na direção do
comprimento), de maneira a dividir seu compartimento (carroceria) ao meio, no
sentido longitudinal. Ao completar todo o espaço existente no compartimento
do veículo em questão, as espigas de milho são transportadas até o local
destinado ao processamento ou armazenamento. Alguns autores relatam que o
presente sistema mostra-se 30% mais eficiente que o denominado “colheita
indireta ou bandeira”.
Através da operação manual, uma pessoa pode colher até sete
(7) sacos (60 kg) de milho por dia, considerando uma jornada de 8 horas.

z Colheita mecânica

Em decorrência de uma série de fatores, como exploração de


grandes áreas, carência de mão-de-obra, problemas de ordem trabalhista e a
necessidade de aumento na eficiência operacional, a mecanização plena do
processo de colheita tem sido adotada pela maioria dos produtores de milho,
uma vez que tal método de colheita é realizado através do uso de colhedoras
automotrizes.
automotrizes
Tais automotrizes podem colher, em média um a dois hectares
por hora ou 1000 a 2000 sacos de milho (60 kg) em uma jornada de trabalho
de 10 horas, dependendo do número de bocas coletoras da plataforma e da
velocidade de deslocamento (não se deve ultrapassar 6,0 km/hora), realizando
um trabalho equivalente à capacidade de colheita de 80 a 120 pessoas.

Tabela 2. Capacidade operacional de uma colhedora, operando com


velocidade de 4,0 km/hora, em função do número de bocas coletoras da
plataforma (Finch et al., 1980).

Espaçamento entre Número de bicos coletores


linhas do milho 1 2 3 4 5 6
(cm) Rendimento operacional (ha/hora)
100 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4
75 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8

A eficiência da colheita mecânica está diretamente relacionada


ao planejamento adequado de todas as fases da cultura, bem como de todas
as operações envolvidas, uma vez que vários fatores podem interferir na
operação.
z Fatores que interferem na colheita mecânica de milho

Conforme citado anteriormente, o sucesso da colheita mecânica


advém de um planejamento adequado de todas as fases do processo produtivo,
incluindo o planejamento e a semeadura. Assim, a adequação das condições da
área e da lavoura a ser colhida às peculiaridades da máquina disponível, é
fundamental p para a maximização
ç da eficiência operacional
p e minimização
ç de
custos.
Para que a colhedora possa vir a desenvolver velocidade
operacional satisfatória e estabilidade de deslocamento, é necessário que a área
apresente declividade máxima de 10% e que o preparo de solo tenha sido
efetuado corretamente, de forma a anular micro-relevos, bem como assegurar
uniformidade na emergência das plântulas e, conseqüentemente, na altura das
plantas e das espigas.
A escolha do híbrido também apresenta estreita relação com a
eficiência operacional da colheita, de modo que as plantas devam ser resistentes
ao tombamento e apresentem uniformidade na altura de inserção das espigas.
Híbridos mais suscetíveis ao acamamento (tombamento) podem dificultar o
recolhimento das espigas, ao passo que a desuniformidade na altura de inserção
das espigas provoca queda na eficiência operacional,
operacional uma vez que obriga o
operador a alterar freqüentemente a altura da plataforma, durante a operação.
A semeadura deve ser efetuada, preferencialmente, mediante o uso
de semeadoras que contenham número de linhas igual ou múltipolo ao número
de bocas coletoras da plataforma, devendo também ser tomados os devidos
cuidados para que o espaçamento entre linhas seja condizente às especificações
de trabalho da máquina.
máquina Ainda,
Ainda as áreas devem ser divididas em glebas com
formato e características similares que facilite o deslocamento da colhedora e
possibilite fácil escoamento da produção através dos carreadores.
A lavoura também deve estar livre da presença de plantas daninhas
por ocasião da colheita, visto que elevadas infestações de determinadas espécies
invasoras, principalmente corda-de-viola e colonião, dificultam o trabalho da
colhedora,, o que
q implica
p em constantes p
paradas p para desembuchamento. Da
mesma forma, glebas “sujas” sobrecarregam os mecanismos de limpeza da
colhedora, aumentando a quantidade de impurezas, bem como elevando a
umidade dos grãos colhidos, com conseqüente queda acentuada na qualidade do
produto.

V. REGULAGEM DA COLHEDORA

Atualmente, existem no mercado nacional, diferentes tipos de


colhedoras automotrizes para a colheita do milho, porém todas apresentam
praticamente o mesmo princípio de funcionamento e regulagem, uma vez que,
para a plena eficiência do processo de colheita,
colheita as colhedoras devem operar
devidamente reguladas, conforme especificações do fabricante e experiência
do operador.
Mantovani (1987) relata que as colhedoras automotrizes em
operação geralmente apresentam 5 (cinco) funções:

a)) recolhimento;;
b) alimentação;
c) debulha;
d) separação e
e) limpeza.

z Recolhimento e alimentação

O recolhimento das espigas das plantas de milho é realizado pela


ação da plataforma acoplada na frente da colhedora automotriz. A plataforma é
constituída por: (1) bicos divisores (ou separadores), (2) rolos puxadores (ou
espigadores), que giram em sentido contrário (para o centro) de maneira a
f
forçar os colmos
l d plantas
das l t para baixo,
b i d t
destacando
d a espiga
i das
d plantas,
l t (3)
correntes condutoras de espiga, (4) parafuso sem-fim de alimentação ou
condutor helicoidal e (5) esteira transportadora.
O processo de recolhimento e alimentação pode ser regulado
através de: a) da altura de trabalho da plataforma (realizada na alavanca que
aciona os cilindros hidráulicos); b) do espaçamento entre bicos ou bocas (que
podem ser ajustados em espaçamentos de 45 a 90 cm entre si, si dependendo
do modelo e fabricante da plataforma), c) do espaço entre as chapas de
bloqueio (permitem a passagem do colmo interceptando a passagem da
espiga), d) da velocidade de trabalho dos rolos puxadores, e e) da tensão das
molas reguladoras e das correntes condutoras.
Quanto à velocidade dos rolos puxadores, a mesma varia de
acordo
aco do co
com a velocidade
e oc dade de desdeslocamento
oca e o da co colhedora
edo a e obje
objetiva
a ag
agir e
em
toda a planta antes da passagem da máquina. Quando os rolos puxadores
trabalham em alta velocidade, as espigas podem ser arremessadas para fora
da plataforma, bem como a debulha pode ocorrer nas chapas de bloqueio e o
colmo pode ser puxado para o interior da máquina. Ao operar com baixa
velocidade, os rolos puxadores poderão provocar o embuchamento da
automotriz
Após a retirada da espiga da planta, as correntes condutoras
transportam as espigas até o parafuso sem-fim, que as direciona para o centro
da plataforma, e através de uma esteira alimentadora conduz as espigas para
o sistema de debulha (conjunto cilindro-côncavo).
Vale ressaltar que a plataforma deve operar com altura tal (entre 30 e 60 cm)
que possibilite efetuar a coleta das espigas mais baixas, porém, evitando a
queda das espigas situadas em posições mais altas. Durante a operação de
colheita, o fluxo de alimentação da plataforma deve ser os mais constantes
possíveis, evitando-se oscilações que possam sobrecarregar as operações
posteriores.

Figura 1. Plataforma destinada à colheita mecânica de milho (Fonte:


Deere & Co., extraído de Queiroz et al., 2001)

z Debulha

O cilindro e o côncavo atuam basicamente na debulha dos


grãos, uma vez que os mecanismos de trilha utilizados nas colhedoras são
basicamente três, a saber: (1) cilindro de dentes e côncavo, (2) cilindro de
barras e côncavo e (3) cilindro com fluxo axial.
Destes, para a colheita de milho, o mais utilizado é o cilindro de
barras o qual apresenta várias barras de aço com ranhuras,
barras, ranhuras presas à
circunferência exterior de uma série de flanges (Figura 2). As referidas barras
com ranhuras movem-se em direções contrárias às das barras adjacentes,
proporcionando pressão e “raspagem” do material quando o mesmo atravessa
a região de trilha.
Figura 2. Cilindro de barras (Fonte: Queiroz et al., 2001)

O côncavo consiste de uma série de barras de aço dispostas paralelamente


e presas por barras laterais curvas. Esse sistema é montado sob o cilindro,
porém deslocado para o fundo,fundo uma vez que a circunferência exterior do
cilindro, geralmente, acompanha a curvatura do côncavo.
A regulagem deste mecanismo varia de acordo com o
diâmetro das espigas e com a umidade dos grãos, devendo ser ajustada de
tal maneira que os grãos sejam removidos do sabugo sem serem
danificados. Portanto, quanto menor a umidade dos grãos, maior deverá ser
o espaço e entre
e o ccilindro
d o e o cô
côncavo,
ca o, e menor
e o de
deverá
e á se
ser a rotação
o ação do
cilindro, no intuito de reduzir a possibilidade de danos mecânicos (redução
no impacto). A distância entre o cilindro e o côncavo, na parte frontal, deve
ser regulada em função do diâmetro médio das espigas e, na parte
posterior, a regulagem é efetuada com base no diâmetro médio dos
sabugos.
As velocidades de trabalho do cilindro podem variar entre 400
e 1000 rpm (rotações por minuto), sendo que menores velocidades são
utilizadas para grãos com pouca umidade e altas velocidades para grãos
muito úmidos. Assim, para a colheita de grãos de milho com elevada
umidade, deve-se reduzir o espaçamento entre o cilindro e o côncavo e
aumentar a velocidade do cilindro, no intuito de elevar a capacidade de
debulha dos grãos sem afetá-los mecanicamente. Em casos de colheita de
grãos
ã com umidadeid d inferior
i f i a 18%,
18% deve-se
d adotar
d t o procedimento
di t
contrário, ou seja, aumentar o espaçamento entre o cilindro e o côncavo,
bem como reduzir a velocidade do cilindro.
Cabe salientar que atualmente existem no mercado alguns
modelos de colhedoras com sistema de fluxo axial, em que o rotor recebe o
material a ser trilhado pela frente e não radialmente como nos sistemas com
cilindros de barras e de dentes. O rotor é semelhante aos cilindros citados
anteriormente, apresentando barras com ranhuras dispostas em posição
helicoidal, promovendo a debulha por movimentos espirais. Estas colhedoras
podem possuir um ou dois rotores paralelos sendo que o côncavo é disposto
abaixo do rotor. Cumpre ressaltar que esse tipo de sistema de trilha deverá ser
sempre empregado na colheita de sementes ou de grãos moles, pois resulta
em índices de danificações mecânicas muito inferiores aos sistemas
anteriormente mencionados.
As perdas provocadas pela falta de regulagem do sistema de
debulha podem ser observadas através de: a) presença de grãos quebrados no
graneleiro da colhedora, b) excesso de retorno de material para retrilha, e c)
presença de grãos aderidos ao sabugo, ou de sabugos excessivamente
quebrados, na parte traseira da máquina.

z Separação

O material colhido, com exceção dos grãos, após passar pelo


sistema de debulha (cilindro e côncavo) é encaminhado, por gravidade ou por
meio de um transportador, à unidade de separação, a qual é constituída de: a)
batedor; b) pente; c) saca-palha; d) cortinas retardadoras e e) picador de
p
palhas.
O batedor tem a função de deslocar o material do conjunto
cilindro-côncavo para o saca-palhas, que por sua vez separa os grãos dos
restos vegetais através de movimentos vibratórios. Na parte superior do saca-
palhas, geralmente, são colocadas cortinas retardadoras com a finalidade de
diminuir o avanço do material vegetal (palhas) e possibilitar a separação de
forma eficiente e segura.
Os pentes são constituídos de dentes que impedem a passagem
da palha e permitem que os grãos soltos caiam na unidade de limpeza e sejam
recuperados.
Na saída do saca-palhas, pode ser acoplado o picador e o
distribuidor de palhas, cuja função é de reduzir o material vegetal em partículas
menores e distribuí-lo uniformemente sobre o terreno. Esse procedimento
reveste se de grande valia para colheitas efetuadas em áreas com sistemas de
reveste-se
plantio direto.
V.4 Limpeza
A unidade de limpeza é constituída pelas peneiras (superior e
inferior) e pelo ventilador que são responsáveis pela eliminação de todo e
qualquer tipo de impureza (palha, torrões e sabugo), conforme pode ser
observado na Figura 3.

Figura 3. Mecanismo de limpeza de uma colhedora de milho


(Fonte: Deere & Co., extraído de Queiroz et al., 2001)

O ventilador é posicionado na frente das peneiras e deve


trabalhar com rotação entre 500 e 1500 rpm, soprando o ar com grande
i t
intensidade,
id d eliminando
li i d as pequenas partículas
tí l que vêm
ê aderidas
d id aos grãos.
ã
Em situações de alta quantidade de impurezas, principalmente
palha e sabugo, a ventilação deverá ser aumentada visando a separação dos
grãos. Vale ressaltar que a intensidade máxima de vento é determinada pela
perda de grãos. Assim, o vento deverá deslocar somente as impurezas para a
parte traseira da máquina, permitindo a passagem livre dos grãos até a base
do elevador.
elevador Na colheita de grãos secos deve-se
deve se operar com menor
intensidade de vento visando reduzir a possibilidade de perdas. Quando se
deseja direcionar o vento para uma determinada posição das peneiras, atua-se
nos defletores.
As peneiras têm a função de separar os grãos das impurezas
tendo como fator de seleção o tamanho e o formato das partículas.
A peneira superior efetua a pré-seleção do material e é
localizada abaixo do saca-palhas e logo atrás da bandeja que coleta o
material conduzido do fundo do saca-palhas. A limpeza do material sobre a
peneira é realizada pela ação vibratória da própria peneira e pela ação do
fluxo de ar imposta a mesma pelo ventilador. O movimento vibratório (e/ou
alternado) é propiciado por balancins orientados para promover um leve
movimento no curso da peneira. É constituída por partes retangulares
dentadas e sobrepostas, estando cada parte montada em um eixo pivô, ao
redor do qual podem sofrer rotação permitindo, assim, a eventual regulagem
de abertura das malhas.
A peneira
i inferior
i f i tem
t a mesma constituição
tit i ã da
d peneira
i superior,
i
porém apresenta aberturas menores. A função desta é de separar os grãos
das impurezas menores que não foram removidas pela peneira superior.
A regulagem das peneiras baseia-se na alteração da abertura e
fechamento das mesmas, aumentando ou diminuindo o tamanho dos orifícios,
respectivamente. De maneira geral, a peneira superior, cuja abertura deverá
permanecer entre 1,1 1 1 e 1,6
1 6 cm (7/16 a 5/8 polegadas),
polegadas) realiza a pré-seleção
pré seleção
do material que, ao passar pelos orifícios, desloca-se para a peneira inferior,
cuja abertura deverá permanecer entre 1,3 e 1,6 cm (1,2 a 5/8 polegadas),
onde é efetuada a limpeza final.
Com a vibração das peneiras, as espigas não debulhadas são
deslocadas para o fim da peneira, sendo transferidas para frente do cilindro
por um condutor helicoidal (parafuso sem sem-fim),
fim), e submetidas novamente à
trilha (retrilha). Os grãos limpos caem num outro condutor helicoidal que os
encaminha para o graneleiro.
Finalmente, cumpre salientar que a aferição das regulagens da
colhedora deve ser realizada várias vezes durante a jornada de trabalho, visto
que a eficiência e a qualidade do trabalho final de colheita dependem da
umidade dos grãos, a qual pode variar ao longo do dia e da jornada de
trabalho.

VI. DANOS MECÂNICOS EM GRÃOS

Durante a colheita mecânica do milho, os grãos podem sofrer


fortes impactos que provocam injúrias, cujo nível de ocorrência pode variar
em função
f ã de
d uma série
éi d de ffatores,
t d
dos quais,
i os maisi iimportantes
t t sãoã a
intensidade do impacto, a umidade do grão, o número de impactos e o local
atingido.
Conforme anteriormente discutido, quanto mais seco estiver o grão de
milho, no momento da colheita, maior a probabilidade de ocorrerem fissuras
provocadas pelo impacto com a estrutura de trilha da colhedora. Segundo
Araújo (1995), a umidade do grão no momento do impacto é o fator que
desempenha o papel mais importante dentre aqueles que determinam o nível
do dano mecânico. Grãos com umidade muito elevada (acima de 30%), por
ocasião da colheita,
colheita podem ser danificados por esmagamento,
esmagamento enquanto que
grãos muito secos (umidade inferior a 13%) tendem a sofrer fissuras ou
quebras.
Ainda, o mesmo autor relata que, em inúmeras ocasiões, os danos
provocados nas sementes (ou grãos), por ocasião da colheita, não são
visíveis, porém provocam a redução do vigor, aumentam a susceptibilidade à
penetração de microorganismos e diminuem o potencial de armazenamento.
armazenamento
Assim, ao realizar a colheita de grãos com umidade considerada ideal
(entre 24 e 20%), a força de impacto com a estrutura de trilha tende a ser
distribuída uniformemente no grão, sendo o impacto absorvido e amortecido,
amenizando a probabilidade de danos.
Quanto ao número de impactos e ao local de impacto, não se pode
exercer nenhum controle sobre estes fatores,, uma vez q que é imprevisível
p a
área do grão que vai ser atingida no momento do choque e o número de
vezes que o processo vai ocorrer. Em se tratando de número de impactos,
Nakagawa (1986), relata que os danos mecânicos apresentam efeito
cumulativo, ou seja, a cada impacto o grão se torna cada vez mais sensível à
injúria mecânica, sendo que ao se chocar várias vezes com a estrutura da
máquina, a uma velocidade constante, o efeito do terceiro impacto é superior
ao do segundo, e assim sucessivamente. Com relação ao local do impacto,
vários outros autores relatam que os grãos de milho são mais frágeis ao longo
do eixo longitudinal, quando comparado a suscetibilidade observada no eixo
transversal.
Ainda, diferentes híbridos de milho podem apresentar comportamento
variável quanto à resistência aos danos provocados pela colheita, sendo os
grãos do tipo “dentado”
dentado” mais tolerantes a impactos quando comparados com
grãos do tipo “flint” ou “duro”, no mesmo grau de umidade.

VII. AVALIAÇÃO DAS PERDAS NO CAMPO

Além dos danos mecânicos,


mecânicos a operação de colheita pode ser avaliada
através da quantificação das perdas no campo, tanto de grãos como de
espigas.
Tal avaliação possibilita determinar a magnitude das perdas, visando detectar
a necessidade de se efetuar ajustes nas colhedoras e nas práticas
operacionais como um todo, buscando manter tais perdas em níveis mínimos.
As perdas podem ocorrer através das espigas ou de grãos
soltos, na pré-colheita, na plataforma ou nos mecanismos internos da
colhedora.

z Determinação de perdas de espigas em pré-colheita

Este tipo de perda ocorre no campo, sem nenhuma intervenção


da colhedora, devendo ser avaliada antes do início da colheita, com o objetivo
de se determinar a quantidade de espigas presentes na superfície do terreno,
antes da operação,
operação ocasionada por ventos,
ventos chuvas fortes,
fortes ataque de pragas,
pragas
tombamento natural das plantas, além de outros fatores.
Assim, antes de iniciar a colheita, é necessário demarcar
algumas áreas para amostragem na gleba a ser colhida, sendo que para tal, a
área a ser demarcada deverá apresentar formato retangular, com largura
idêntica à da plataforma de recolhimento da colhedora e comprimento de 20
metros.
metros
Após demarcação da área de amostragem, as espigas caídas
e/ou presas às plantas de milho tombadas, encontradas no interior da
armação, deverão ser coletadas. Posteriormente, proceder-se-á a debulha
das espigas recolhidas e determinar-se-á a massa de grãos obtida na área
amostrada, extrapolando o resultado para a área total semeada ou para um
hectare cultivado (kg/ha).
( g )
Como exemplo, pode-se supor que a plataforma da colhedora
apresente 4 metros de largura e o comprimento da área amostrada seja igual
a 20 metros, perfazendo área de avaliação correspondente a 80m2. Ainda,
aventando-se a hipótese que a quantidade de grãos (após a debulha das
espigas) obtida nos 80m² tenha sido de 0,5 kg, resultaria na perda total de
grãos nas espigas de 62,5 kg/ha, conforme representado a seguir:

0,5 kg ------ 80 m2
y ----------- 10.000m2
Perda (y) = (10.000 x 0,5)/80 = 62,5 kg/ha

Em uma lavoura de milho que tenha produzido um total de 9.000


kg/ha este valor representaria 0
kg/ha, 0,69%.
69%
Cabe salientar que esta avaliação também é importante para
identificar a tolerância do híbrido de milho semeado a problemas relacionados
à quebra de colmo (tombamento).
A eficácia dessa avaliação de perda depende do número de pontos avaliados.
Portanto, recomenda-se que sejam amostrados, no mínimo, 10 (dez) pontos por
gleba a ser colhida, dos quais deverá ser considerado o valor médio obtido.

z Determinação de perdas totais de espigas

Perdas totais de espigas referem-se


referem se às perdas ocorridas antes e
durante o processo de colheita.
Para determinar as perdas totais de espigas na área, deve-se parar
(estacionar) a colhedora e desconectar o distribuidor de palha, localizado na parte
inferior da máquina. Posteriormente, colocar a colhedora em operação por uma
distância de 20 (vinte) metros lineares procedendo, em seguida, o recolhimento
das espigas que permaneceram na área colhida (atrás da colhedora).colhedora) Vale
ressaltar que a área a ser demarcada para amostragem deverá apresentar
formato de retângulo, com largura idêntica à da plataforma de recolhimento da
colhedora e comprimento de 20 metros, como citado para a determinação de
perdas de espigas em pré-colheita.
Após recolher as espigas, proceder a debulha das mesmas e
determinar a massa de g grãos obtida na área amostrada,, extrapolando
p o resultado
para a área total semeada ou para um hectare cultivado (kg/ha).
O cálculo para a determinação da perda total de espigas é idêntico
ao apresentado no item anterior (perdas de espigas em pré-colheita), valendo-se
para o cálculo do método da regra de três.

z Determinação de perdas de espiga provocada pela ação


da plataforma

Durante a operação de colheita, podem ocorrer perdas de espigas


na plataforma da colhedora, que, muitas vezes, torna-se preocupante em função
da quantidade de material perdido (material lançado para fora da máquina). Tais
perdas, normalmente, tem como fator preponderante a inadequada regulagem da
colhedora podendo estar relacionadas à excessiva velocidade de deslocamento
colhedora,
da máquina, à altura operacional da plataforma, à regulagem das chapas de
bloqueio de espigas, ao desajuste dos rolos espigadores (que devem retirar a
espiga do colmo sem que ela seja debulhada na plataforma), ou ao
desalinhamento entre as fileiras de plantas de milho e à abertura dos bicos
coletores (bocas). Ainda, cabe salientar que alguns fatores relacionados às
características do híbrido semeado podem favorecer a ocorrência deste tipo de
perda, como desuniformidade na altura de inserção das espigas nas plantas e à
acentuada suscetibilidade ao acamamento (ou quebramento de colmo).
Para a determinação das perdas ocorridas na plataforma, durante o
processo de colheita, deve-se subtrair as perdas de espigas em pré-colheita,
das perdas totais de espigas. O referido cálculo é representado pela seguinte
expressão matemática:

PC = PT - PPC

onde:

PC = perdas (kg/ha) provocadas pela operação de colheita


(plataforma);
PT = perdas totais de grãos em espigas (kg/ha); e
PPC = perdas (kg/ha) de grãos nas espigas em pré-colheita
pré colheita
(antes da colheita).

z Perdas de grãos

As perdas de grãos provocadas pela ação das colhedoras podem


ocorrer no cilindro,
cilindro nos rolos debulhadores ou no processo de separação dos
grãos do restante da massa.
Assim, é de extrema importância identificar qual o processo que
está provocando perdas de grãos na colhedora, bem como suas causas, para
que seja possível adequar a regulagem da máquina e corrigir o problema.
Para tanto, é necessário realizar o levantamento através do uso
de uma armação ç retangular
g ((de madeira ou barbante)) com área conhecida ((1,0
,
2
m ), posicionada no sentido perpendicular às linhas de semeadura (Figura 4). É
importante salientar que o comprimento do retângulo, delimitado pela armação,
deverá ser igual à largura da plataforma de colheita.

Figura 4. Armação colocada para a coleta de grãos na determinação de


perdas a campo (Fonte: Queiroz et al., 2001)
Outra forma de efetuar o levantamento de perdas de grãos é
através do uso de outro tipo de armação retangular, a qual também deve
apresentar área de 1,0 m2, porém com largura igual ao espaçamento entre as
fileiras de plantas e comprimento correspondente, de modo a perfazer a área
desejada (1m2). O comprimento da armação a ser adotado, em função do
espaçamento entre as linhas da cultura, pode ser observado na Tabela 3.

Tabela 3. Comprimento da armação retangular, em função do espaçamento


o entre linhas, para perfazer área de 1m2 (Finch et al., 1980).

Espaçamento entre linhas (cm) Comprimento do retângulo (cm)


75 134
80 125
85 118
90 112
95 106
100 100
Neste método, as amostragens devem ser realizadas
sucessivamente com disposição defasada, colocando o centro da armação
retangular sobre as linhas, conforme verificado na Figura 5. As médias de
perdas são determinadas somando-se as perdas de todas as linhas e dividindo-
as pelo número de fileiras.

z Perdas de grãos provocadas pelo cilindro

Tais perdas deverão ser avaliadas em áreas já colhidas através da


coleta dos grãos
g aderidos às p
partes (p
(pedaços)
ç ) de sabugos
g p presentes na área
2
retangular de 1,0 m (armação retangular descrita anteriormente), os quais,
posteriormente, deverão ser pesados para se obter o valor de perda. O cálculo
para a determinação da perda provocada pelo cilindro pode ser efetuado através
de regra de três, como no exemplo apresentado a seguir.
Supondo que a plataforma da colhedora em questão tenha 4 m de
largura e que a armação amostral apresente 4 m de comprimento e 0,25 m de
largura, resulta em uma área de avaliação perfazendo 1 m2. Ainda,
considerando-se que a massa de grãos coletada na área demarcada tenha sido
de 20 gramas, a perda total de grãos nas espigas poderia ser calculada por:
20g ------ 1m2
y ------ 10.000m2
Perda (y) = (10.000 x 20)/1 = 200.000 g/ha = 200 kg/ha

Em uma lavoura de milho que tenha produzido um total de 9.000


kg/ha, este valor representaria 2,2% da produtividade.
Outra forma de se determinar a perda de grãos é através da
contagem do número de grãos presentes na área amostrada. Nesta, considera-
se que cada grão de milho encontrado em uma área de 1,0 m2, corresponde a
perdas de 2,5 a 3 kg/ha de grãos (Embrapa, 1982).

E spaçam ento
Fileira
de
1m 2 m ilho
11m 2

R etângulo de 1m 2
am ostragem
1m 2

Figura 5. Representação do esquema de amostragem no campo


para determinação de perdas de grãos na colheita

z Perdas de grãos provocadas pelo cilindro

Tais perdas deverão ser avaliadas em áreas já colhidas através da


coleta dos grãos aderidos às partes (pedaços) de sabugos presentes na área
1 0 m2 (armação retangular descrita anteriormente),
retangular de 1,0 anteriormente) os quais,
quais
posteriormente, deverão ser pesados para se obter o valor de perda. O cálculo
para a determinação da perda provocada pelo cilindro pode ser efetuado através
de regra de três, como no exemplo apresentado a seguir.
Supondo que a plataforma da colhedora em questão tenha 4 m de
largura e que a armação amostral apresente 4 m de comprimento e 0,25 m de
largura, resulta em uma área de avaliação perfazendo 1 m2. Ainda, considerando-
se que a massa de grãos coletada na área demarcada tenha sido de 20 gramas,
a perda total de grãos nas espigas poderia ser calculada por:

20g ------ 1m2


y ------ 10.000m2
Perda (y) = (10.000 x 20)/1 = 200.000 g/ha = 200 kg/ha

Em uma lavoura de milho que tenha produzido um total de 9.000


kg/ha, este valor representaria 2,2% da produtividade.
O t forma
Outra f d se determinar
de d t i a perda
d de
d grãos
ã é através
t é da d
contagem do número de grãos presentes na área amostrada. Nesta, considera-
se que cada grão de milho encontrado em uma área de 1,0 m2, corresponde a
perdas de 2,5 a 3 kg/ha de grãos (Embrapa, 1982).

z Perdas de grãos provocadas pelo rolo espigador


(ou rolo puxador)

Os grãos soltos encontrados na área demarcada pela armação


(1m2),podem referir-se às perdas provocadas pelo rolo espigador.
Para determinar tal perda, deve-se colocar a armação embaixo da
colhedora (próximo ao centro da máquina) e realizar a contagem dos grãos soltos
em 1 m2. Para efeito de cálculos pode
pode-se
se empregar o mesmo raciocínio citado
para perdas provocadas pelo cilindro.

z Perdas de grãos provocadas pelo mecanismo de separação

As perdas de grãos provocadas pelo mecanismo de separação são


ocasionadas por: a) sobrecarga no saca-palha; b) desregulagem das peneiras
(superior e/ou inferior) que podem se encontrar muito abertas; c) rotação
excessiva do ventilador ou; d) excesso de sujeira nas peneiras. Para a obtenção
dos valores correspondentes às perdas no mecanismo de separação, deve-se
subtrair a parcela de perdas causadas pelo rolo-espigador daquelas obtidas com
grãos soltos coletados após operação de colheita (atrás da máquina).

PS = PG − PR
em que:
PS = perda pelo mecanismo de separação (kg/ha);
PG = perda de grãos (kg/ha) obtida após a operação ou passagem
da colhedora;
PR = perda
d no rolo-
l espigador
i d (kg/ha).
(k /h )

z Perdas totais

As perdas totais são determinadas pela soma das perdas de


espigas, grãos em espigas e grãos soltos. Para a cultura de milho, as perdas
totais consideradas aceitáveis giram em torno de 5 a 7% em relação ao total
colhido. O ideal seria que as perdas não ultrapassassem valores
correspondentes a 3% ou 5 sacos/ha.

VIII. COMO SOLUCIONAR PROBLEMAS COM A COLHEDORA

Para ggarantir o desempenho


p satisfatório da colhedora de milho,,
deve-se atentar a vários cuidados relativos ao momento de colheita e à
regulagem da máquina. Dentre os problemas mais comuns provocados pela má
regulagem da colhedora pode ser citados o “embuchamento”, as falhas na
debulha, o excesso de grãos danificados (quebrados), as perdas de grãos no
campo e a presença de impurezas junto ao produto final (grãos). Nas tabelas a
seguir estão relacionados os problemas que normalmente ocorrem na colheita
de milho, bem como suas prováveis causas.
Tabela 6. Problemas e Causas referentes à colheita mecanizada de milho
Problemas Causa(s) dos problemas
a) Perda de grãos na parte traseira da a) Grãos passando sobre o saca-palha devido à obstrução do mesmo,
colhedora ou em função da sobrecarga imposta por falhas na cortina retardadora
ou por excesso de impurezas na bandeja.
b) Grãos não peneirados permanecem na peneira superior
(sobrecarregamento das peneiras)

b) Excesso de milho debulhado nos a) Distância demasiada entre as chapas de bloqueio permitindo a
rolos colhedores entrada de espigas pequenas
c) Embuchamento a)Operação realizada fora das linhas (descentralizada)
b) Alta velocidade (maior que 6,0 km/hora)
c) Proximidade excessiva das chapas de bloqueio
d) Afrouxamento das correntes alimentadoras
e) Patinamento da catraca de segurança
f) Presença de plantas daninhas envolvendo os puxadores

d)) Perda de espigas a)) Operação


O de colheita realizada descentralizada em relação às linhas.
c) Plataforma desnivelada
c) Alta velocidade.
d) Plataforma operando muito abaixo das espigas

e) Falha na debulha a) Grãos excessivamente úmidos


b) Baixa rotação do cilindro
c) Desnivelamento do côncavo
d) Abertura excessiva entre o cilindro e o côncavo
e) Alta velocidade operacional da colhedora
f) Barras do cilindro tortas

f) Excesso de grãos quebrados a) Côncavo muito próximo das barras do cilindro b) Alta rotação do
cilindro
c) Desnivelamento do côncavo
d) Excesso de trilha dos grãos
e) Grãos com baixa umidade

g) Excesso de impurezas junto ao a) Alta umidade dos grãos e da massa vegetal


produto final no graneleiro b) Baixa ventilação
c) Excesso de inclinação na extensão da peneira superior
Tabela 7. Problemas e Soluções referentes à colheita mecanizada de milho

Problemas Soluções para os problemas


a) Perda de grãos na parte traseira a) Aumentar as extensões do saca-palha
da colhedora b) Limpar e regular a abertura das peneiras
c) Aumentar e direcionar corretamente o fluxo de ar do ventilador
d) Reduzir a velocidade operacional (máximo 6 km/hora)

b) Excesso de milho debulhado a) Reduzir o espaço entre as chapas de bloqueio de espigas, na plataforma.
nos rolos colhedores b) Abaixar a altura de operação da plataforma até que estas operem abaixo
das espigas
c)) Embuchamento a)) Alinhar a plataforma
p à linha da cultura
b) Reduzir a velocidade de operação
c) Regular o espaçamento entre as chapas de bloqueio de espigas, na
plataforma
d) Aumentar a tensão das correntes coletoras, na plataforma
e) Regular a tensão das molas das catracas
f) Regular as facas de limpeza
d) Perda de espigas a) Operar com a plataforma centralizada nas linhas
b) Reduzir a velocidade operacional (máxima de 6,0 km/hora)
c) Elevar a plataforma até próximo à base das espigas

e) Falha na debulha a) Realizar a colheita quando os grãos apresentarem umidade inferior a 27%
b) Aumentar a rotação do cilindro
c) Ajustar o espaço do côncavo igualmente nos dois lados
d) Reduzir o espaço entre o cilindro e o côncavo
(v) Diminuir a velocidade de operação

f) Excesso de grãos quebrados a) Aumentar o espaço entre o cilindro e o côncavo (abaixar o côncavo)
b) Diminuir a rotação do cilindro
c) Regular o espaçamento do côncavo nos dois lados
d) Aumentar a ventilação e limpar as peneiras
e) Realizar a colheita quando os grãos apresentarem umidade superior a 18%

g) Excesso de impurezas junto ao a) Realizar a colheita com umidade de grãos inferior a 27%
produto final, no graneleiro b) Aumentar a velocidade do ventilador
c) Regular a extensão das peneiras horizontalmente (reduzir inclinação)
IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, R.F. Efeito da colheita mecanizada nas perdas quantitativas e


qualitativas de sementes de milho (Zea mays, L.). Universidade Federal de
Viçosa. 1995. 103p. (Tese de mestrado. Área de concentração: fitotecnia).

EMBRAPA/CNPMS. Recomendações técnicas para a cultura de milho. Sete


Lagoas, EMBRAPA/CNPMS, 1982. 53p. (Circular Técnica, 6).

FANCELLI, A.L. Plantas Alimentícias: guia para aula, estudo e discussão.


Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz”. ESALQ/USP, 1986. 131p.

FINCH, E.O.; COELHO, A.M.; BRANDINI, A. Colheita de milho. Informe


agropecuário, Belo Horizonte, vol. 6, número 72, p.61-66, 1980.
FORNASIERI FILHO, D. A cultura do milho. Jaboticabal, FUNEP, 1992. p. 229-
245.

MANTOVANI, B.H.M.;
MANTOVANI B H M FONTES,
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Campinas, Fundação Cargill, 1989. p.25-35. (Série Técnica, 2).

MANTOVANI, E.C. Colheita mecânica do milho. In: EMBRAPA/CNPMS.


Recomendações técnicas para o cultivo do milho. Sete Lagoas, 1987. p.77-82
(Circular Técnica, 4).

MANTOVANI, E.C. Colheita mecânica do milho. Campinas, Fundação Cargill,


1989. p.1-24. (Série Técnica, 2).

QUEIROZ, D.M.; SILVA, F.M.; SALVADOR, N.; SOUZA, C.M.A.; SILVA, D.F.
Colheita mecanizada: grãos. 2001. In: http://www.pos-colheita.com.br

TOLEDO, F.F., MARCOS FILHO, J. Manual de sementes: tecnologia da


produção. São Paulo, Agronômica CERES, 1977. 224p.

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