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Sistema C.

Tributário

Introdução As normas tem o poder de inovar na ordem


jurídica. São elas: Constituição Federal -
A princípio deve-se relembrar as
Introdução CF; Emendas à CF; Leis Ordinárias; Leis
peculiaridades da relação jurídica, a qual
Complementares; Lei Delegada; Medida
subdivide-se em dois grandes ramos:
Provisória; Decreto Legislativo; Resolução
Direito Público e Direito Privado.
do Senado Federal; Tratados e Convenções
No Direito Público as relações são Internacionais.
verticalizadas, pois há a prevalência da CF

vontade do Estado, o qual atua por meio de Emendas à


CF
seu poder de império frente a um particular Leis Ordinárias
mediante o Princípio da Supremacia do
Leis Complementares
Interesse Público sobre o Interesse
Lei Delegada
Privado.
MP

Um exemplo pode se dar quando em uma Decreto Legislativo


relação jurídica o Estado impõe ao
Resolução do Senado
contribuinte o dever de informar suas
Tratados e Convenções Internacionais
operações comerciais, levando em conta a
supremacia do interesse público de melhor
O que for objeto de Lei Ordinária poderá
viabilizar a arrecadação de tributos, em
ser objeto de Lei Complementar, mas o que
detrimento do direito do contribuinte.
for objeto de Lei Complementar, somente
Já nas relações de Direito Privado, observa- poderá ser previsto por meio de Lei
se uma certa igualdade entre as partes. Os Complementar.
direitos e as obrigações são os mesmos para
ambos, sendo características desse ramo a  A CF/88 afirma que as normas
manifestação de vontade e a liberdade gerais de Direito Tributário devem
contratual. ser previstas em Lei
Complementar.
De forma resumida, o Direito Tributário é
ramo do direito público, tido como a Lei Complementar:
ciência que estuda o conjunto de regras e  Estabelece normas gerais em
princípios inerentes à criação, arrecadação e matéria de legislação tributária;
fiscalização dos tributos.  Institui empréstimos compulsórios;
Fontes  Dispõe sobre conflitos de
competência, em matéria tributária,
As fontes representam a origem de entre os entes políticos (Art. 146
identificação de uma relação tributária. da CF);
 Regula as limitações
A) Fontes Reais: constitucionais ao poder de tributar
Constituem-se nos fatos cotidianos como (Não podendo ampliar ou reduzir
tributáveis. Aborda os acontecimentos da tais situações à revelia da CF);
vida que coincidem com o descrito em lei  Define de tratamento diferenciado e
como suficiente e necessário para favorecido para as microempresas e
ocorrência do fato gerador. para as empresas de pequeno porte.

B) Fontes Formais: b.2) Secundárias:

b.1) Primárias: Têm a função de regulamentar e


complementar as normas objeto de fontes
primárias.
receitas públicas é necessária para financiá-
los. Esta obtenção se dá por meio de
Receitas Originárias e de Derivadas, sendo
Decretos Complem. objeto do D. Tributário apenas o Tributo
(tipo de receita derivada).
Atos normat. expedidos pelas
Autorid. Administrativas A) Receitas Originárias: são auferidas
pelo Estado quando este se
Prátic. reiteradas das
administrativas posiciona em uma relação como
qualquer particular.
Convênios celebrados entre as
entid. federativas
Derivam da administração do próprio
patrimônio pelo Estado, da sua liberdade de
contratar, de alugar um imóvel, da cobrança
de juros sobre os seus créditos e de outros
Para essas normas serem editadas é inúmeros fatos.
necessário que haja uma lei anterior (uma
das espécies de fonte primária) que trate B) Receitas Derivadas: são auferidas
sobre o assunto, pois, ao fim e ao cabo, elo Estado atuando com seu Poder
essas normas secundárias retiram seu de Império, coagindo e obrigando o
fundamento de validade da norma primária particular a pagar determinado
imediatamente superior. valor em razão de alguma situação.
C) Fontes Não Formais: Uma das fontes da receita do Poder Público
c.1) Costume: Práticas reiteradas pela é o tributo, o qual deriva do patrimônio
sociedade com a convicção de alheio.
obrigatoriedade. O CTN prever como
norma secundária “práticas reiteradas das
autoridades administrativas”. tributo
Tributo

c.2) Jurisprudência: É o conjunto de Espécie de receita derivada, oriunda do


decisões judiciais proferidas em um mesmo exercício do Poder de Império do Estado.
sentido de forma repetitiva. A CF que faz a delimitação jurídica deste
c.3) Doutrina: É o conjunto de pesquisas e poder de fato, atribuindo competência para
teses construídas por cientistas do Direito os entes políticos instituírem os seus
para exposição, ensinamento e tributos.
compreensão de temas jurídicos. Art. 146. Cabe à lei
complementar:
Atividade Financeira do Estado e as
Receitas Públicas ...
Caracteriza-se pela obtenção de receitas, III – estabelecer normas gerais em
geração de despesas e a forma como estas matéria de legislação tributária,
operações serão efetivadas. especialmente sobre:
A mera existência do Estado pressupõe uma a) definição de tributos e de suas
finalidade, para isso ele precisa “se espécies, bem como, em relação aos
financiar”. impostos discriminados nesta Constituição,
a dos respectivos fatos geradores, bases de
O Poder Público comprometeu-se em
cálculo e contribuintes;
cumprir “objetivos fundamentais” a favor
do seu povo, de forma que a arrecadação de
O art. 3º do CTN prevê que: O nascimento do tributo sujeita-se ao
princípio da legalidade, de forma que,
Art. 3º Tributo é toda prestação
uma vez que exista uma lei vigente no
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
nosso país que obrigue ao seu pagamento,
valor nela se possa exprimir, que não
não há nenhuma liberdade às pessoas para
constitui sanção de ato ilícito, instituída em
escolher se irão ou não o pagar.
lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. c) Tributo não constitui sanção de
ato ilícito:
A cobrança do tributo nasce quando a
O tributo é uma espécie de prestação, que
pessoa (física ou jurídica) pratica um fato
foge a regra do âmbito civil pelo fato de
previsto em lei que gera a obrigação de
possui peculiaridades.
pagar tributo.
a) Prestação Pecuniária em moeda
Se o ato for ilícito, não poderá ser tributo.
ou cujo valor nela se pode
exprimir: Tributo <> Multa
O dinheiro arrecadado vem em forma de Multas são geradas em razão do
tributo, sendo ele representado pela cometimento de ato ilícito com o intuito de
obrigação de pagar dinheiro ao Estado, a penalizar o infrator.
fim de arcar com suas despesas.
CTN. Art. 118. A definição legal
Através desta especificação contida no do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
ordenamento jurídico “...prestação
I – Da validade jurídica dos atos
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
efetivamente praticados pelos contribuintes,
valor nela se possa exprimir...”, o legislador
responsáveis, ou terceiros, bem como da
quis registrar que no ordenamento jurídico
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos.
brasileiro não é aceito o tributo in labore
(em trabalho, em serviços) e nem o tributo  O cerne do fato jurídico tributário é
in natura (em bens). receber renda não importando a
fonte da renda (Pecunia Non Olet –
 Lei Complementar n. 104,
O dinheiro não cheira); para a
editada em 2001, que acrescentou
cobrança do tributo pouco importa
o art. 156, XI, do CTN, como mais
a prática do fato gerador.
uma forma de extinção do crédito
tributário: a dação em pagamento A ocorrência do fato gerador pode decorrer
em bens imóveis. de um ato ilícito. O que não pode ocorrer é
 Existe a possibilidade de aplicação ser o próprio fato gerador tributário um fato
de indexadores fiscais para ilícito. Ex: Comércio de drogas ilícitas não
determinar o valor devido pelo pode ser tributado pelo ICMS, entretanto a
contribuinte. O referido indexador é renda auferida através deste comércio pode
conhecido como Unidade de – e deve – ser tributada pelo IR.
Referência Fiscal – UFIR.
d) Prestação instituída em lei:
b) Prestação Compulsória: Correlação entre a compulsoriedade e a
Tributo como prestação compulsória tem legalidade.
relação direta com o Estado atuando com o Ao sujeitar a instituição de tributos à
seu poder de império, obrigando o reserva legal, o legislador quis afirmar que
contribuinte a pagá-lo. a instituição de tributos somente se dará por
meio dos atos normativos que tenham força
de lei como leis ordinárias, leis
complementares e até medidas provisórias.
Conforme previsão do texto constitucional,
no seu art. 150, inciso I, a instituição e a
majoração de tributos devem ser previstas
em lei, de forma que para considerar que as
medidas provisórias agem como tal,
destacamos o art. 62.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabeleça.
...
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o
Presidente da República poderá adotar
medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional.

e)

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