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Unidade II
5 Código Tributário Nacional
Feitas essas considerações, você notará que, seguindo a diretriz determinada pela Constituição
Federal, o Código Tributário Nacional apresenta o conceito de tributo.
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Unidade II
Observação
É imperativo entender o sentido da palavra tributo no Direito Tributário Nacional. Segundo o art. 3º
do Código Tributário Nacional:
Para entender a amplitude desse conceito, vale a pena transcrever Mello (2003, pp. 32–35):
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Alguns autores classificam os impostos em diretos e indiretos; entre eles, destaca–se Nogueira (1994,
p. 159), que assim conceitua:
Continua o autor:
Como citado anteriormente, o sistema tributário nacional respeita o princípio da legalidade, ou seja,
somente a lei como ato normativo do Poder Legislativo pode criar obrigações para o contribuinte. Assim,
dispõe o Código Tributário Nacional:
O sistema tributário é composto por um conjunto de normas coercitivas. Ensina Denari (1991, p.
161):
Dos ensinamentos, verificam–se que o ilustre doutrinador apresenta também como normas
do sistema tributário nacional os atos do Executivo que, da leitura dos artigos a seguir transcritos,
facilmente se conclui: não podem inovar a ordem jurídica, mas apenas explicitar o que está implícito na
lei (ato normativo do legislativo). Conforme dispõe o Código Tributário Nacional:
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem–se aos das leis
em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das
regras de interpretação estabelecidas nesta lei.
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:
são editados pelo Chefe do Poder Executivo mediante decreto, com o fim de
explicar o modo e a forma de execução da lei, ou para regular situações não
disciplinadas em lei, nem reservadas a esta. No primeiro caso diz–se que há
regulamento de execução, e no segundo caso há regulamento autônomo.
Posteriormente, Machado (2009, pp. 88–89), ao discorrer sobre as normas complementares, esclarece:
A Lei Complementar Tributária, ou seja, o Código Tributário Nacional indica procedimentos para
interpretação das normas tributárias. Ao discorrer sobre a rigidez que deve respeitar o legislador para
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Direito nas Organizações
criar as normas tributárias, o eminente jurista Martins (1991, p. 15), em seu livro Sistema tributário na
Constituição de 1988, ao escrever sobre a Teoria da imposição tributária ensina:
I – a analogia;
IV – a equidade.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance
de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados,
ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos municípios, para definir ou
limitar competências tributárias.
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Unidade II
II – outorga de isenção;
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades,
interpreta–se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida
quanto:
O artigo 108 do diploma legal estudado disciplina técnicas de interpretação da legislação tributária.
Fabretti (2007, pp. 145–146) ensina:
Ao falar da obrigação tributária, é inevitável socorrer–se das lições de Direito Civil, o qual apresenta as
modalidades das obrigações que podem ser de dar, fazer ou não fazer. Martins (2007, p. 246), apresenta:
Continua o autor:
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Unidade II
Conclui–se que a obrigação de pagar o tributo ou a multa é a obrigação de dar (obrigação principal),
a obrigação de escriturar os documentos fiscais é a obrigação de fazer (obrigação acessória) e a de não
receber mercadoria que não esteja acompanhada do respectivo documento fiscal é a obrigação de não
fazer (obrigação acessória).
Observação
O fato gerador da obrigação tributária é aquela situação descrita na lei que, ocorrendo no mundo,
faz nascer a obrigação tributária. Fabretti (2006, p. 75), define:
Após se referir às críticas feitas pelos autores, sobre a expressão fato gerador, Costa (2009, p. 178–
179) esclarece:
Daí porque boa parte da doutrina utiliza outras expressões para designar
tais situações.
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Direito nas Organizações
Merece destaque, face às controvérsias existentes sobre o assunto, o parágrafo único do artigo
116 mencionado, o qual permite à autoridade administrativa desconsiderar atos ou negócios jurídicos
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em Lei Ordinária.
Ao discorrer sobre os limites das normas antielisivas, falando sobre a segurança jurídica, Mello e
Gutierrez (2004, p. 94–95) afirmam:
Podemos afirmar que o fato gerador que foi abstratamente escrito na lei,
no momento em que ocorrer no mundo em que vivemos, fará nascer a
obrigação tributária. Esse fato deverá ocorrer nos exatos termos em que foi
determinado pela lei, vale dizer, do modo que foi tipificado pelo legislador
complementar.
Lembrete
Saiba mais
Leia:
A Lei Complementar Tributária, ao definir o conceito de tributo no artigo 3º, determina que sua
cobrança deve ser feita por ato administrativo plenamente vinculado. O Direito Administrativo conhece
os atos administrativos vinculados e discricionários. Bandeira de Mello (1995, p. 225), ensina:
Mello e Gutierrez (2004, p. 93), após citarem o abalizado Bandeira de Mello, comentam:
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Unidade II
Existem três modalidades de lançamento, a saber: de ofício, por declaração e por homologação. O
lançamento por declaração vem disciplinado no artigo 147 do Código Tributário Nacional:
No lançamento por declaração, o sujeito passivo da obrigação tributária apresenta para o fisco
informações sobre o fato gerador praticado e, posteriormente, o Estado promove a cobrança do tributo.
Fabretti (2007, p. 185), esclarece:
Esse artigo conceitua o que vem a ser o lançamento por declaração. Essa
modalidade de lançamento é feita com a colaboração do contribuinte ou
responsável que presta informações para que a autoridade administrativa
aplique a legislação tributária, calcule o valor do tributo devido e notifique
o contribuinte para que efetue seu pagamento. Essa modalidade depende,
assim, das informações que o contribuinte venha a prestar à Fazenda Pública.
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
O lançamento de ofício é praticado inteiramente pelo sujeito ativo da obrigação tributária, uma vez
que, já tem todas as informações necessárias para a cobrança do tributo. Fabretti (2007, p. 187), ensina:
De acordo com o que está disposto no art. 142 do CTN, também o Auto de
Infração e Imposição de Multa e o Aviso de Lançamento são documentos
que retratam o procedimento fiscalizador da administração pública, nos
quais se apura a falta de recolhimento de um tributo, exigindo–se este
acrescido de multa e juros de mora.
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Unidade II
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento
sem prévio exame da autoridade administrativa, opera–se pelo ato em que
a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida
pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar
da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda
Pública se tenha pronunciado, considera–se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.
expressa ou tácita.
[...]
Conhecidas as modalidades de lançamento, vale lembrar que esse constitui o crédito tributário
previsto nos artigos 139 a 141 do Código Tributário Nacional:
O sujeito ativo da obrigação tributária é aquele ente federado que tem aptidão para criar os tributos
e vem determinado no Código Tributário, conforme previsto no artigo a seguir mencionado:
roga–se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre
em vigor a sua própria.
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Direito nas Organizações
A ideia de solidariedade significa dizer que o tributo de quem desejar (contribuinte ou responsável)
independe do benefício de ordem. Fabretti (2007, p. 163), elucida:
Feitas estas considerações, veja o que determina o capítulo V do Código Tributário Nacional, que
apresenta detalhadamente a responsabilidade tributária.
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Unidade II
Disposição geral
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo–a a este em caráter supletivo do cumprimento
total ou parcial da referida obrigação.
SEÇÃO II
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica–se por igual aos créditos
tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição
à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos
mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até
a referida data.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja
a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim
os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou
a contribuições de melhoria, sub–rogam–se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura
da sucessão.
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Direito nas Organizações
SEÇÃO III
Responsabilidade de terceiros
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Direito nas Organizações
SEÇÃO IV
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Unidade II
Por fim, o lançamento deve quantificar o tributo, determinando sua base de cálculo e alíquota.
I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – remissão;
V – a prescrição e a decadência;
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial
do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição,
observado o disposto nos artigos 144 e 149.
Para compreender a ideia de extinção do crédito tributário, vale citar as lúcidas palavras de Machado
(2009, p. 196):
O inciso V do artigo mencionado trata da prescrição e decadência, institutos estes mencionados nos
seguintes artigos:
Não se confunde com a extinção a exclusão do crédito tributário que está prevista no artigo 175 do
mencionado diploma legal.
I – a isenção;
II – a anistia.
Não havendo a extinção da obrigação tributária, poderá haver a suspensão do crédito tributário, nos
termos determinados pelo Código Tributário:
I – moratória;
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Direito nas Organizações
Competência
Disciplina a Constituição Federal no seu artigo 153, I, o seguinte: Art. 153. Compete à União instituir
impostos sobre: I – importação de produtos estrangeiros.
A razão da competência para a União para instituir este imposto é pelo fato de que se trata de uma
exação que pode refletir nas relações com outros países, e sabemos que o único ente federado dotado
de soberania para manter relações com outros estados soberanos é a União, uma vez que os outros entes
federados são dotados apenas de autonomia.
Função
A função do imposto de importação é extrafiscal; vale dizer que o objetivo do legislador ao cobrar
esse tributo é regular o mercado e não a arrecadação propriamente dita. Aliás, são sábias as palavras do
eminente Machado (2009, p. 305):
Fato gerador
O fato gerador do imposto de importação está previsto no artigo 19 do Código Tributário Nacional,
assim:
Para exata compreensão do momento em que ocorre o fato gerador do mencionado tributo, vale
citar Alexandre (2007, p. 496):
Base de cálculo
A base de cálculo do imposto de importação vem prevista no artigo 20 do Código Tributário Nacional,
senão vejamos:
Alíquota
Da leitura do artigo 20 mencionado, verifica–se que o imposto de importação pode ter duas espécies
de alíquotas: a específica e a ad valorem.
Com relação à fixação da alíquota do imposto de importação, vale destacar o que dispõe o artigo 21
do Código Tributário Nacional:
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de
ajustá–lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Esse dispositivo encontra–se em absoluta harmonia com o disposto na Carta Magna, no artigo 153,
§ 1º, que assim determina:
Embora alguns autores possam entender que há uma exceção ao princípio da legalidade, por autorizar
ao Poder Executivo a alterar as alíquotas dos impostos mencionados no artigo 153, tal afirmação deve
ser examinada na totalidade do dispositivo constitucional, o qual determina que a faculdade deve ser
nas condições e os limites estabelecidos em lei. Sendo assim, respeita ao princípio da legalidade.
Contribuinte
Lançamento
O lançamento é o ato administrativo plenamente vinculado que vai constituir o crédito tributário;
no caso do imposto de importação, MACHADO (2009, p. 309) ensina:
Na hipótese de o contribuinte não apresentar a declaração ou outra informação necessária para que
ocorra o lançamento do tributo, o poder público pode praticar o lançamento de ofício.
Competência
[...]
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Unidade II
Destaca–se que o mesmo motivo que reservou a competência tributária para a União instituir o
imposto de importação vale para o imposto de exportação, ou seja, somente a União deve manter
relações com outros paises por ser o único ente federado dotado de soberania.
Função
O imposto de exportação tem função extrafiscal; não é outra a conclusão de Machado (2009, p. 311):
Fato gerador
O Código Tributário Nacional, no artigo 23, determina que o fato gerador do imposto de exportação
é:
Ao discorrer sobre o momento que ocorre o fato gerador, Machado (2009, p. 311), elucida:
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Direito nas Organizações
Base de cálculo
O imposto de exportação tem a sua base de cálculo determinada na Lei Complementar Tributária, ou
seja, o Código Tributário Nacional, nos artigos 24 e 25:
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do
preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de
acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos.
Alíquota
Ao ler o artigo 24, que se refere à base de cálculo do imposto de exportação, identifica–se que esse
pode ter duas espécies de alíquotas: a específica e a ad valorem.
As mesmas observações feitas para o imposto de importação valem para o imposto de exportação,
com relação à fixação da alíquota pelo Poder Executivo, como se pode verificar do que dispõe o artigo
26 do Código Tributário Nacional:
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de
ajustá–los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Vale repetir que esse dispositivo encontra–se em absoluta harmonia com o disposto na Carta Magna,
no artigo 153, §1º, já mencionado, e que está em sintonia com o princípio da legalidade.
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Unidade II
Contribuinte
O contribuinte do imposto de exportação, nos termos do Código Tributário, é: Art. 27. Contribuinte
do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.
Lançamento
O lançamento do imposto de exportação é por declaração, sendo certo que se essa não for
apresentada, o Poder Público pode praticá–lo de ofício.
Competência
No artigo 153, III, da Constituição Federal, está determinado que é da União a competência para
instituir o Imposto de Renda, conforme segue:
[...]
O motivo de reservar para a União essa competência está respaldado no princípio federativo, como
se pode notar nas cristalinas razões apresentadas por Machado (2009, p. 314–315):
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Direito nas Organizações
Função
A função do Imposto de Renda e proventos de qualquer natureza é fiscal. Nada impede, entretanto,
que lhe seja dada uma função extrafiscal para reduzir as desigualdades existentes na federação.
Fato gerador
O Código Tributário Nacional apresenta, no artigo 43, o fato gerador do Imposto de Renda:
Base de cálculo
A base de cálculo do Imposto de Renda é o lucro real, arbitrado ou presumido, conforme se verifica
no artigo 44 do Código Tributário Nacional; senão vejamos:
Entende–se por lucro real aquele efetivamente obtido pela empresa, já o lucro presumido é um
percentual, fixado em lei, do faturamento da empresa. Trata–se de uma opção para o contribuinte
recolher o seu imposto. Assim, identificando que o lucro real de sua empresa é maior do que aquele
presumido em lei, pode e deve o contribuinte recolher de acordo com o lucro presumido, tendo, dessa
forma, uma economia absolutamente lícita de Imposto de Renda.
Vale ressaltar que, essa opção nem sempre é possível, pois a regra é que o Imposto de Renda deve ser
recolhido com base no lucro real, e nem todas as empresas podem fazer a opção pelo lucro presumido.
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Unidade II
Alíquota
De modo singelo, pode–se dizer que a alíquota é um percentual do lucro real, presumido ou arbitrado
para as pessoas jurídicas e para as pessoas físicas é um percentual do rendimento.
Contribuinte
Lançamento
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Direito nas Organizações
Competência
[...]
IV – produtos industrializados.
Função
Impossível não reconhecer a função fiscal do imposto sobre produtos industrializados, uma vez
que é importante instrumento de arrecadação para a União. Entretanto, sua função extrafiscal vem
determinada na Constituição Federal, no § 3º do artigo 153, assim:
Art 153.
[...]
A seletividade vem reforçada no artigo 48 da Lei Complementar Tributária, ou seja, o Código Tributário
Nacional, senão vejamos: Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.
Fato gerador
O fato gerador do imposto sobre produtos industrializados está disciplinado no Código Tributário
Nacional, no artigo 46, assim:
No que concerne ao fato gerador do imposto sobre produtos industrializados, vale ressaltar as
palavras de Machado (2009, p. 331):
Base de cálculo
O Código Tributário Nacional, no artigo 47, menciona a base de cálculo do imposto sobre produtos
industrializados:
[...]
Alíquota
Com relação à alíquota do imposto sobre produtos industrializados, no que se refere à seletividade
do produto e, em especial, sobre a possibilidade de o executivo alterar as alíquotas do mencionado
tributo, conforme o artigo 153 § 1º:
Art. 153.
[...]
Reitera–se, uma vez mais, que esta possibilidade não viola o princípio da legalidade, visto que o
Poder Executivo deve agir nas condições e limites estabelecidos em lei.
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Unidade II
Contribuinte
Da leitura do artigo 51 do Código Tributário Nacional, vê–se que o contribuinte do imposto sobre
produtos industrializados é:
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera–se contribuinte autônomo qualquer
estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
Lançamento
6.1.5 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários
Competência
[...]
A competência da União para instituir o chamado IOF, tem sua razão bastante explicitada nas
palavras de Machado (2009, p. 337):
Função
O imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores
mobiliários tem sido importante ferramenta na política econômica do país, demonstrando assim, sua
função extrafiscal.
Fato gerador
O Código Tributário Nacional, no artigo 63, apresenta o fato gerador do imposto sobre operações de
crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários, assim:
Base de cálculo
O imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores
mobiliários tem a sua base de cálculo determinada no Código Tributário Nacional, no artigo 64:
Vale repetir o já dito anteriormente, ao falar do imposto de exportação, que, apesar de o artigo 65
do Código Tributário autorizar a alteração da base de cálculo do imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários, pelo Poder Executivo, tal
dispositivo não foi recepcionado pela Constituição Federal, que reserva a fixação da base de cálculo dos
impostos para a Lei Complementar.
Alíquota
Já a alíquota do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a
títulos e valores mobiliários, valem as mesmas observações feitas para outros impostos já apresentados
neste trabalho com relação à sua fixação pelo Poder Executivo, como se pode verificar no que dispõe o
artigo 65 do Código Tributário Nacional:
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Direito nas Organizações
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de
ajustá–lo aos objetivos da política monetária.
Reitera–se, uma vez mais que, no que concerne à fixação da alíquota pelo Poder Executivo, o
dispositivo do Código Tributário Nacional encontra–se em absoluta harmonia com o disposto na Carta
Magna, no artigo 153, § 1º, já mencionado, e que está em sintonia com o princípio da legalidade.
Contribuinte
É contribuinte do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas
a títulos e valores mobiliários, nos termos do Código Tributário: Art. 66. Contribuinte do imposto é
qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.
Lançamento
O lançamento do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas
a títulos e valores mobiliários é por homologação, sendo certo, sempre diante de omissões por parte do
contribuinte, o Poder Público fazer o lançamento de ofício.
Ao discorrer sobre o lançamento do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre
operações relativas a títulos e valores mobiliários, Machado (2009, p. 341) comenta:
Competência
[...]
A competência reservada para a União tem como fundamento a ideia de que o imposto sobre
propriedade territorial rural deve ter função extrafiscal. Assim, a política agrária de um país não
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Unidade II
deve ficar para poderes autônomos regionais, mas deve ser tratada no âmbito do poder soberano
central.
Função
Como já dito, a função do imposto sobre propriedade territorial rural é extrafiscal, vale dizer, o objetivo
do legislador ao cobrar esse tributo é regular as relações agrárias, evitando que terras improdutivas
tenham a mesma tributação de terras produtivas. Entretanto, lamentavelmente, esse objetivo não vem
sendo alcançado. Não é outro o entendimento de Machado (2009, pp. 346 – 347):
Vale ressaltar que a função extrafiscal do imposto faz parte do texto constitucional, vejamos a
leitura do artigo 153, §4º, inciso I:
Fato gerador
O fato gerador do imposto sobre propriedade territorial rural está contido no artigo 29 do Código
Tributário Nacional, assim:
Ao discorrer sobre o fato gerador do imposto sobre propriedade territorial rural, menciona Fabretti (2007, p. 60):
Imóvel por natureza significa apenas a terra (terra nua). Não se incluem
os imóveis por acessão, tais como construções, benfeitorias e culturas
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Direito nas Organizações
Para exata compreensão do fato gerador, deve–se compreender o conceito de zona rural que, nas
palavras de Melo (2004, p. 357):
O Código Tributário determina os critérios para definir a zona urbana, no art. 32, § 1º e seus incisos, assim:
Art. 32.
[...]
II – abastecimento de água;
No que concerne ao fato gerador do imposto sobre a propriedade territorial, merece destaque a
imunidade tributária das pequenas glebas rurais, mencionada no artigo 153, §4º, da Constituição Federal.
Art. 153
[...]
[...]
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Unidade II
Base de cálculo
A base de cálculo do imposto sobre a propriedade territorial rural está contida no artigo 30 do
Código Tributário Nacional: Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.
A base cálculo do imposto é o valor fundiário do imóvel (CTN, art. 30). Valor
fundiário é o valor da terra nua, isto é, sem qualquer benfeitoria. Considera–
se como tal a diferença entre o valor venal do imóvel, inclusive as respectivas
benfeitorias, e o valor dos bens incorporados ao imóvel, declarado pelo
contribuinte e não impugnado pela administração, ou resultante de
avaliação feita por essa.
Alíquota
As alíquotas do imposto sobre a propriedade territorial rural são percentuais aplicados sobre o valor
da terra nua e devem variar de acordo com a utilização do imóvel.
Contribuinte
O contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural, de acordo com o artigo 31 do Código
Tributário Nacional:
Lançamento
O lançamento do imposto sobre a propriedade territorial rural é feito por homologação, conforme
Machado (2009, p. 346):
O lançamento do ITR é feito por homologação, posto que, nos termos da lei,
a apuração e o pagamento do imposto devem ser feitos pelo contribuinte,
independentemente de prévio procedimento da administração tributária
(Lei nº 9.393, de 1996, art. 10).
Nunca é demais repetir que, na hipótese do contribuinte não apresentar informações necessárias, o
poder público pode praticar o lançamento de ofício.
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Direito nas Organizações
Competência
[...]
Apesar de a Constituição Federal, que completa, no ano de 2009, vinte e um anos de sua
promulgação, dar competência para a União instituir o imposto sobre grandes fortunas, tal
competência ainda não foi exercida; dessa forma, inexiste a Lei Complementar para definir fato
gerador, base de cálculo, contribuinte, lançamento, entre outros elementos necessários para a
cobrança desse tributo.
Após discorrer, brevemente, sobre esse imposto, conclui Machado (2000, p. 347):
Ao distribuir competência tributária aos entes federados, a Constituição Federal reservou para
a União a competência residual para instituir outros impostos, diversos daqueles previstos na Carta
Magna, respeitados os ditames constitucionais, vejamos:
Lembrete
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Unidade II
Pertence também à União a competência para instituir os impostos extraordinários, nos ditames do
artigo 154, II, da Constituição Federal:
[...]
Ainda no que concerne à competência tributária da União, ficou reservado o poder para instituir os
empréstimos compulsórios e as contribuições sociais:
Saiba mais
Leia:
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Direito nas Organizações
Resumo
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Unidade II
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Direito nas Organizações
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Unidade II
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Direito nas Organizações
Exercícios
A) O prazo para o governo reclamar sobre o valor do recolhimento já havia transcorrido, porque era
de 5 anos, por isso havia ocorrido a homologação tácita dos valores recolhidos.
B) Não sabia o que havia ocorrido porque o imposto recolhido estava no valor correto.
C) O governo não tinha mais prazo para discutir os valores arrecadados porque esse prazo se esgota
no momento em que ocorre o recolhimento.
D) Aquele imposto era de cálculo livre do empresário e, por isso, não importava o valor que havia
sido recolhido, mas o ato do recolhimento.
E) Os valores haviam sido calculados de forma errônea e que era necessário recolher novamente o tributo.
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Unidade II
A) Alternativa correta.
Justificativa: a homologação tácita está prevista no art. 150, § 4º do CTN. A lei fixa um prazo de cinco
anos, contados a partir da realização do fato gerador pelo sujeito passivo, para que a Administração
Pública manifeste-se sobre o lançamento por ele efetuado. Após esse período, caso não haja manifestação
da Administração Pública, considera-se homologado o lançamento e extinto o crédito tributário, sempre
que o tributo tenha sido pago pelo contribuinte. Mesmo se o tributo não houver sido pago, o lançamento
estará homologado, e o crédito tributário, constituído pelo valor do lançamento.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o profissional da área de contabilidade empresarial não pode alegar que não sabe
a razão do questionamento da Administração Pública. É sua obrigação profissional entender o que
ocorreu e prestar os esclarecimentos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o prazo para a Administração Pública questionar o valor do recolhimento não se esgota
no momento do recolhimento, mas sim ao longo do prazo de cinco anos previsto na lei.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não existe nenhum imposto de cálculo livremente elaborado pelo empresário. Existem
impostos de valores variados que dependem do volume de vendas, ou de serviços prestados por uma
determinada empresa, mas não existem impostos que sejam recolhidos em conformidade com a vontade
do empresário.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: mesmo que os valores houvessem sido recolhidos de forma equivocada, o prazo para
discutir esses valores já transcorreu e, por isso, ocorreu a homologação tácita.
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Direito nas Organizações
Para o tributarista Igor Mauler Santiago, sócio do Sacha Calmon, Misabel Derzi
Consultores e Advogados, prevê fuga patrimonial do país. “O imposto é bem-intencionado,
mas ineficaz. Nos países que o adotaram, observou-se a transferência dos grandes
patrimônios e de seus detentores para o exterior”, avisa. “No fim, quem acabou condenado
a pagá-lo foi apenas a classe média, que não tem a mesma mobilidade dos muito ricos.”
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Unidade II
A) O projeto de criação de um imposto para grandes fortunas está previsto na Constituição Federal
e é de grande aceitação na sociedade brasileira.
B) As críticas mais contundentes feitas pelos juristas ao projeto de imposto sobre grande fortunas
são em razão dos valores que serão cobrados.
E) A Constituição Federal determinou a criação de um imposto sobre grandes fortunas, e não cabe
mais discussão sobre esse assunto.
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